terça-feira, 2 de junho de 2015

cineantropologia: A DISTROFIA MUSCULAR DE DUCHENNE

cineantropologia: A DISTROFIA MUSCULAR DE DUCHENNE: A DISTROFIA MUSCULAR é a designação coletiva de um grupo de doenças musculares hereditárias progressivas, sendo sua principal caraterística ...

A DISTROFIA MUSCULAR DE DUCHENNE



A DISTROFIA MUSCULAR é a designação coletiva de um grupo de doenças musculares hereditárias progressivas, sendo sua principal caraterística a degeneração da membrana que envolve a célula muscular, causando a sua morte, afetando os músculos de tal forma que causa a fraqueza. Esta fraqueza muscular, depende do tipo de distrofia que por sua vez afeta vários grupos musculares diferentes a uma velocidade de degeneração variável.


De uma forma geral a distrofia muscular é considerada uma doença rara, sendo a distrofia Duchenne a forma mais comum entre elas, afetando cerca de um em cada três mil sujeitos.


Para um outro tipo de distrofia muscular, a de Becker, cujos sintomas e sinais são bastantes semelhantes à distrofia Duchenne, mas apresenta-se com a origem mais tardia e com uma evolução menos acentuada. Estima-se uma frequência de um em cada trinta mil indivíduos.


Inicialmente estudada por Guillame Duchenne no ano 1868, quando passa a ser designada por Distrofia pseudo-hipertrófica ou distrofia muscular de Duchenne, foi anteriormente pesquisada pelo cirurgião escocês Charles Gaulle e pelo médico inglês Edward MERYON, época em que eram dados os primeiros passos na orientação de compreender as suas causas e consequências.


Em 1879, o neurologista inglês William Gowers descreveu, a partir de observações a sujeitos portadores de distrofia muscular de Duchenne apresentavam, passou a designar de sinal de Gowers, que são considerados movimentos e apoios particularmente caraterísticos dos portadores da doença em situações de se levantarem do solo.





Sinal de Gowers


Considerada uma doença rara, atualmente são conhecidas mais de trinta tipos diferentes da doença, onde as formas de Duchenne e Becker ocorrem com maior frequência, seguidas pela Distrofia muscular do tipo cinturas, distrofia miotônica de steinert, distrofia muscular fáscio-escapulo-umeral e distrofia de Emery-dreifusss. Grande parte destas distrofias são causadas por deficiências nas proteínas do complexo distrofia-glicoproteínas presente na membrana celular das células musculares


Em 1987, como resultado do trabalho em conjunto de pesquisadores estadunidenses e canadenses, conseguiu-se isolar o gene das distrofias de Duchenne e de Becker, levando à descoberta de uma proteína chamada distrofina, cuja produção defeituosa gera a doença.


A distrofia muscular progressiva é uma doença de herança recessiva ligada ao cromossoma X, resultante das alterações no gene DMD localizado no cromossoma xp21. Este gene possui 79 exons e codifica uma proteína chamada distrofina. As duplicações de um ou mais exons, desse gene, são responsáveis por 65% das mutações patogénicas, sendo as restantes atribuídas a mutações de ponto. Em 2/3 dos casos, a mutação responsável pela doença está presente na mãe do paciente, que apresenta um risco de 50% de ter outros filhos do sexo masculino afetados. As mães portadoras da mutação, porém, não exibem qualquer manifestação clínica. No 1/3 restante dos casos dos indivíduos afetados, as mutações são novas e nesses casos, o risco de recorrência para futuros filhos é desprezível.


De uma forma geral o aparecimento dos primeiros sintomas da distrofia são percebidos pelos próprios pais, no caso da doença de Duchenne ou Becker costuma ocorrer numa faixa etária compreendida num intervalo cronológico entre os três aos cinco anos de idade.


Normalmente os indivíduos do sexo masculino caem com facilidade, têem dificuldades em correr, subir escadas, levantar-se do chão e cansam mais rapidamente. Começam também a caminhar na ponta dos pés, devido ao surgimento de contraturas e retrações dos tendões. Ocorre o aparecimento de uma lordose lombar e da marcha anserina que se define num padrão no andar de pato.


Para o diagnóstico são necessários alguns testes específicos. Primariamente verificam-se os níveis de uma enzima muscular designada por creatina kinase possuidor de níveis sanguíneos relativamente baixos em condições normais, mas aumentam muito na sua concentração quando surge a degeneração muscular da enzima que invade a corrente sanguínea.


As alterações nos níveis de creatina kinase não assegurariam um diagnóstico de distrofia muscular, já que outras desordens inflamatórias dos músculos também produzem níveis anormais dessa enzima. Assim, é necessário efetuar uma biópsia muscular, onde um pequeno pedaço de músculo é removido cirurgicamente para uma posterior análise, submetendo a diversos testes de forma procurar uma distinção da doença não somente das outras desordens inflamatórias, mas classificando-as entre os tipos de distrofias existentes.


Recentemente foram desenvolvidos testes de DNA onde o defeito genético é identificado diretamente a partir do DNA extraído de células sanguíneas. Nestes testes é possível detetar se há deleção ou duplicação dos exons do gene DMD que codifica a distrofina.


Os diferentes tipos de distrofia muscular são classificadas de acordo com a forma pela qual são herdadas e pela parte do corpo que acontecem. Algumas começam na infância, outras na idade adulta, algumas afetam ambos os sexos, se existe uma grande diferença na gravidade entre as distrofias.


As distrofias musculares mais frequentes são a distrofia muscular de Duchenne, a distrofia muscular de Becker, a distrofia muscular das cinturas (também chamada de Erb), a distrofia muscular miotônica (ou de Steinert) e a distrofia fascio-escápulo-humeral ( ou de landouzy-Deferine)


É a forma mais frequente de distrofia muscular. Ocorre em indivíduos do sexo masculino, e os primeiros sinais de fraqueza muscular surgem assim que começam a caminhar num nível etário compreendido entre os três aos cinco anos de idade.


Inicialmente apercebe-se as suas patologias por quedas frequentes, dificuldades em subir escadas, levantar-se do chão e correr, principalmente quando comparadas aos indivíduos da mesma faixa etária. A distrofia muscular de Duchenne (DMD) é considerado um distúrbio genético ligado ao cromossoma X, que afeta principalmente indivíduos do sexo masculino. Caracteriza-se pela degeneração progressiva e irreversível da musculatura esquelética, levando a uma fraqueza muscular generalizada.


O tratamento é realizado por fisioterapia de forma melhorar a qualidade da vida do paciente. Ainda não existe cura ou tratamento que retarde a sua progressão. A terapia genética e uma possível cura para o DMD, está sendo investigada com uma introdução no DNA de um gene sintético que terá por missão compensar o gene detetado.


A descrição mais completa da Distrofia Muscular de Duchenne foi feita no ano de 1868, pelo neurologista francês, Guillaine Benjamin Amand Duchenne, utilizando biópsias de pessoas vivas que por sua vez possibilitou o estudo de materiais genéticos do mesmo paciente em vários estágios da doença, entre esses casos, incluía duas meninas. No final da pesquisa descreveu-se a doença como sendo a uma perda progressiva de capacidades motoras afetando inicialmente os membros superiores através de uma hipertrofia progressiva dos músculos afetados.


A DMD é uma doença degenerativa que afeta principalmente sujeitos do sexo masculino, tendo incidência de 1,9 a 3,4 casos por 100.000 habitantes. É um distúrbio genético de caráter recessivo, ligado ao cromossoma X, ocasionado pela deleção do gene que codifica a proteína distrofina, essencialmente para a manutenção da membrana da célula muscular. O gene afetado está localizado na curta ramificação do cromossoma X localizado na região Xp21. O homem possui cromossomas sexuais XY e a mulher XX. Como a distrofina é codificada no cromossoma X, o sujeito do sexo feminino afetado apresentará sempre o síndroma ao contrário da mulher que por possuir dois cromossomas X, quando um desses cromossomas é afetado o outro compensará o seu funcionamento, sendo a mulher simplesmente portadora. Em casos de indivíduos do sexo feminino que apresentam DMD, é pelo fato de se apresentar simultaneamente síndrome de Turner (cariótipo 45X) ou, mais raramente, ser filha de pai afetado e mãe portadora. A distrofina é uma proteína presente na membrana da fibra muscular ou sarcolema, responsável por estabilizar a membrana. A falta de distrofina faz com que ocorram pequenos rompimentos do sarcolema, provocando micro furos, que aumentam com a passagem de Ca++ para dentro da célula, levando esta fibra a uma necrose.


As fibras necrosadas vão sendo substituídas por outras até que a frequência de destruição celular seja tão grande que o tecido seja substituído por tecido adiposo e conjuntivo. É nesse estágio que a debilidade começa, ficando cada vez mais grave. O diagnóstico clínico é feito através da observação dos primeiros sintomas que se desenvolvem por volta dos 3 a 5 anos de idade através de manifestações com dificuldades dos membros inferiores provocando quedas frequentes, dificuldades em subir escadas, no correr, levantar do chão e no aumento do volume do músculo tríceps sural. As Alterações da coluna e dos tendões são consequências das alterações musculares das pernas. Um sinal importante para identificação é a Manobra de Gower, que consiste em levantar-se apoiando sucessivamente as mãos nos diferentes segmentos dos membros inferiores, de baixo para cima, como o indivíduo estivesse ascendendo sobre si mesmo. Os exames que podem ser feitos para confirmação da DMD são exames de DNA, para pesquisar a deleção do gene da distrofina; dosagem dos níveis das enzimas série creatinocinase e piruvatocinase que estão aumentando no sangue; enquanto a biópsia do tecido muscular eventualmente poderá ser utilizado num estudo quantitativo e qualitativo da distrofina.


Com a progressão da doença surge um comprometimento dos músculos dos membros superiores. A fraqueza progressiva evolui a incapacidade do padrão do andar por volta dos níveis etários entre os 6 e os 12 anos de idade. O principal fator para este paciente não conseguir deambular já entre a infância e pré-adolecência, são os vícios das posturas adquiridas ao longo do tempo, buscando posições mais confortáveis que não sejam doloridas. Comprometimento do músculo cardíaco e dos músculos respiratórios ocorre a partir desta idade. O tratamento para o DMD é realizado com a fisioterapia, que tem por finalidade melhorar a qualidade de vida do paciente apesar de haver muitas pesquisas que têem sendo desenvolvidas em busca da cura para a doença, ainda não conseguiram um tratamento eficaz, sem efeitos colaterais agressivos. Muitas pesquisas estão sendo realizados com antibióticos, suplementos alimentares, como a Creatina que aumentam a massa muscular e elimina o Ca++ supérfluo, medicamentos que aumentam a produção de utrofina, proteína como função semelhante à distrofina, mas mais promissora à terapia genética, que consiste em adicionar ao DNA, um gene sintético, compensando a deleção. As pesquisas com terapia genética que estão sendo realizadas se mostraram muito eficazes até o momento. O método consiste na produção de um gene sintético, que é introduzido por um vetor no vírus AVV. O gene para que seja copiado pela própria fibra muscular por uma proteína chamada IGF-I aumenta consideravelmente a capacidade de regeneração do tecido muscular. A causa da morte para um paciente com DMD, é a insuficiência cardíaca e respiratória. Os músculos responsáveis pela respiração, como o diafragma, músculos Intercostais entre outros, são afetados, o que ocasiona a contração ineficaz para expandir e restringir a caixa torácica inibindo a respiração tão necessária às necessidades biomorfológicas do corpo. A musculatura cardíaca não é atingida primariamente e pode haver um pequeno aumento do tecido derivado dos esforços de bombeamento do sangue de forma completa para o corpo. Com a substituição de tecido muscular esquelético por tecido adiposo, existe a compressão de algumas veias e artérias obrigando o coração a bombear sangue como mais força de forma chegar a um ponto que não possa mais suportar a pressão que ocasiona falhas neste sistema. A perda de uma pessoa que sofre de Distrofia Muscular tipo Duchenne, é sem dúvida um grande trauma para a família, apesar de já saber que a falência será inevitável desde cedo. Possivelmente o trauma pode ser até maximizado prolongando o sofrimento de saber que um filho, irmão ou parente próximo, já nasceu com a expectativa da esperança de vida previsível e consideravelmente mais curta. Deve-se, portanto, entrar como ajuda de psicólogos familiares que auxiliem o próprio paciente que eventualmente podem passar por estados ou sentimentos de vergonha, por incapacidade e coragem de se socializarem devido ao seu morfotipo. Conclui-se que apesar da DMD ser uma doença degenerativa e progressiva que leva à morte em menos de duas décadas, deve ser encarada como um desafio vencedor, pois hoje as esperanças de vida encontram-se maiores com a evolução da ciência e tecnologia dando maior probabilidade de sobrevivência.


Sendo uma doença associada ao CROMOSSOMA X , A DISTROFIA MUSCULAR DE DUCHNNE tem em dois terços dos casos derivadas em causas hereditárias (mãe) mas podem também ocorrer, em menor chance, mutações espontâneas dependentes da hereditariedade.


As meninas não manifestam a doença uma vez que o seu Cromossoma x (defeituoso) será compensado pelo outro cromossoma X (normal). Entretanto poderão perpetuar a doença caso seu cromossoma X defeituoso seja transmitido a uma filha, que passará a ser transmissora a um filho e que de futuro manifestará em doença.


Já os indivíduos, por possuírem apenas um cromossoma x (mãe) e um cromossoma y (pai), não beneficiam de mecanismos de compensação, significando que além de perpetuarem a doença através de suas filhas, legando a elas o seu cromossoma X defeituoso, inevitavelmente manifestarão os efeitos da doença.


Outro sinal caraterístico da doença, embora nem sempre presente, é o aumento do tamanho do gémeos (também conhecidas como batata-da-perna). Essa pseudo-hipertrofia é causada pela substituição das células musculares degeneradas por tecido adiposo e por fibrose. A fibrose é a causa das chamadas retrações musculares por encurtamento dos tendões.


À medida que a doença evolui e a musculatura que proporciona sustentação biomecânica para a coluna vertebral enfraquece, é comum ocorrerem escolioses de gravidade variável, mas que devem ser cuidadosamente acompanhadas (e em alguns casos corrigidas cirurgicamente) devido ao seu potencial de restrição da sua capacidade respiratória.


Num estágio mais avançado, já no período da adolescência, a fraqueza muscular das pernas impedirá o jovem de caminhar. É nessa fase que se inicia o comprometimento cardíaco e respiratório, esse último pelo progressivo acometimento do músculo diafragma, dos músculos intercostais e da musculatura abdominal, essenciais na inspiração e no mecanismo da tosse.


Em relação à expectativa de vida, os portadores desta doença costumavam viver em média até aos 19 anos de idade, quando vinham a falecer de complicações cardiorrespiratórias.






Com os avanços dos últimos anos na área da ventilação biomecânica domiciliar e mais recentemente na de ventilação não evasiva houve uma significativa melhoria da qualidade de vida destes sujeitos e diminuição das mortes por causas respiratórias, alongando-se em muitos anos a expetativa de vida dos portadores de distrofia muscular de duchenne




christopher brandão 2015