A complexidade crescente de incluir alunos com necessidades educativas especiais nas escolas, tem sido ultimamente considerada um processo evolutivo lento, muitas vezes inaperacionavél ao nível integrativo. O conceito de futuro de deficiência terá de adquirir um paradigma no sistema educativo, ao nível da aquisição de mais conhecimento e de alguma experiência inclusiva ao nível de alunos possuidores de necessidades educativas especiais. Para uma filosofia de integração, existem várias investigações que se encontram sendo trabalhadas nas escolas, que provavelmente não sejam capazes de colmatar todos os problemas que surgem no espaço de sala de aula em alunos diferenciados.
Devido à falta de preparação técnica dos professores, os alunos com necessidades educativas especiais nem sempre usufruíram de um conjunto de igualdades de oportunidades no passado, porque dependiam essencialmente do seu esforço para uma adaptação inclusiva.
Com a publicação do Decreto de Lei n.º 319/91, de 23 de agosto de 1991, “Aprovação do regime de apoio a alunos com necessidades educativas especiais que frequentem estabelecimentos dos ensinos básico e secundário”, surge um novo paradigma a nível nacional, que veio operacionalizar com grande eficácia, as grandes transformações pedagógicas referentes às necessidades educativas especiais, tendo como consequência uma mudança comportamental por parte dos docentes. Podemos verificar que ainda existe muitas restrições ao nível da inclusão, atendendo às estratégias serem ineficazes em determinadas situações de exclusão e discriminação de indivíduos diferenciados. Perante este quadro situacional houve a oportunidade dos alunos adquirem direitos de aprendizagem por igualdades de oportunidades.
Segundo Freire (2008) a concetualização da inclusão dá-se a partir de um “movimento educacional, mas também social e político que vem defender o direito de todos os indivíduos a participarem de uma forma consciente e responsável na sociedade que foram aceites, respeitando as diferenças dos outros. O contexto educacional, defende o direito de todos os alunos a desenvolverem as suas próprias competências que lhes permitam exercer o seu direito de cidadania, através de uma ação educativa com qualidade, mas necessária ao desenvolvimento das suas próprias necessidades, interesses e especificidades. Para este autor a escola desenvolve as competências necessárias para a criação de atitudes e valores ético-morais com tolerância e respeito pelas populações especiais. As igualdades de participação de alunos diferenciados na sociedade têm demonstrado no passado que o processo de segregação ainda permanece utópico relativamente à solução de integrar alunos com maiores dificuldades de adaptação à escola.
A implementação de um sistema educativo inclusivo, obriga a grandes transformações organizacionais de diferentes níveis escolares. A resistência muitas vezes não é tão natural à mudança de mentalidades e culturas dos diferentes agentes educativos, que por vezes se encontram em contradição com os princípios educativos que lhes são propostos pelo Ministério de Educação.
A inclusão escolar não depende do seu desempenho escolar, mas baseia-se essencialmente numa visão holística das próprias necessidades do indivíduo.
A escola deverá ter em atenção à globalidade das vertentes do aluno orientadas para uma vida educativa e profissional, respeitando o seu próprio desenvolvimento psicomotor, educativo, emocional e pessoal. Para que uma mudança de princípios orientadores se concretize, será necessário valorizar o potencial do aluno na escola, de forma a proporcionar uma educação inclusiva que se assuma na sua heterogeneidade.
As escolas atuais já deveriam estar preparadas para responderem a alunos com necessidades educativas especiais, através de recursos humanos e materiais especializados. A realidade da capacidade de resposta educativa não é a mais adequada, atendendo que nem todas as escolas garantem as mesmas igualdades oportunidades e de satisfação ao universo escolar diferenciado. Apesar de algumas escolas já se verificar um feedback positivo, ainda temos uma grande etapa a percorrer nas diversas áreas do conhecimento para satisfazer as populações especiais integradas a nível escolar.
A inclusão na escola tradicional exige um paradigma evolutivo que implica alterações profundas e significativas ao nível das práticas de investigação que ultimamente tem demonstrado sucesso ao nível da inclusão, graças ao bom desempenho do professor na turma. Perante este quadro situacional é inquestionável desenvolver programas de habilitação psicomotora para a docência, que possibilitem de futuro conhecimentos essenciais aos profissionais de educação, para que possam responder eficazmente aos problemas das necessidades educativas especiais.