quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

A INCLUSÃO DE ALUNOS ESPECIAIS NAS ESCOLAS



A complexidade crescente de incluir alunos com necessidades educativas especiais nas escolas, tem sido ultimamente considerada um processo evolutivo lento, muitas vezes inaperacionavél ao nível integrativo. O conceito de futuro de deficiência terá de adquirir um paradigma no sistema educativo, ao nível da aquisição de mais conhecimento e de alguma experiência inclusiva ao nível de alunos possuidores de necessidades educativas especiais. Para uma filosofia de integração, existem várias investigações que se encontram sendo trabalhadas nas escolas, que provavelmente não sejam capazes de colmatar todos os problemas que surgem no espaço de sala de aula em alunos diferenciados. 
Devido à falta de preparação técnica dos professores, os alunos com necessidades educativas especiais nem sempre usufruíram de um conjunto de igualdades de oportunidades no passado, porque dependiam essencialmente do seu esforço para uma adaptação inclusiva. 
Com a publicação do Decreto de Lei n.º 319/91, de 23 de agosto de 1991, “Aprovação do regime de apoio a alunos com necessidades educativas especiais que frequentem estabelecimentos dos ensinos básico e secundário”, surge um novo paradigma a nível nacional, que veio operacionalizar com grande eficácia, as grandes transformações pedagógicas referentes às necessidades educativas especiais, tendo como consequência uma mudança comportamental por parte dos docentes. Podemos verificar que ainda existe muitas restrições ao nível da inclusão, atendendo às estratégias serem ineficazes em determinadas situações de exclusão e discriminação de indivíduos diferenciados. Perante este quadro situacional houve a oportunidade dos alunos adquirem direitos de aprendizagem por igualdades de oportunidades. 
Segundo Freire (2008) a concetualização da inclusão dá-se a partir de um “movimento educacional, mas também social e político que vem defender o direito de todos os indivíduos a participarem de uma forma consciente e responsável na sociedade que foram aceites, respeitando as diferenças dos outros. O contexto educacional, defende o direito de todos os alunos a desenvolverem as suas próprias competências que lhes permitam exercer o seu direito de cidadania, através de uma ação educativa com qualidade, mas necessária ao desenvolvimento das suas próprias necessidades, interesses e especificidades. Para este autor a escola desenvolve as competências necessárias para a criação de atitudes e valores ético-morais com tolerância e respeito pelas populações especiais. As igualdades de participação de alunos diferenciados na sociedade têm demonstrado no passado que o processo de segregação ainda permanece utópico relativamente à solução de integrar alunos com maiores dificuldades de adaptação à escola.
A implementação de um sistema educativo inclusivo, obriga a grandes transformações organizacionais de diferentes níveis escolares. A resistência muitas vezes não é tão natural à mudança de mentalidades e culturas dos diferentes agentes educativos, que por vezes se encontram em contradição com os princípios educativos que lhes são propostos pelo Ministério de Educação. 
A inclusão escolar não depende do seu desempenho escolar, mas baseia-se essencialmente numa visão holística das próprias necessidades do indivíduo.
A escola deverá ter em atenção à globalidade das vertentes do aluno orientadas para uma vida educativa e profissional, respeitando o seu próprio desenvolvimento psicomotor, educativo, emocional e pessoal. Para que uma mudança de princípios orientadores se concretize, será necessário valorizar o potencial do aluno na escola, de forma a proporcionar uma educação inclusiva que se assuma na sua heterogeneidade. 
As escolas atuais já deveriam estar preparadas para responderem a alunos com necessidades educativas especiais, através de recursos humanos e materiais especializados. A realidade da capacidade de resposta educativa não é a mais adequada, atendendo que nem todas as escolas garantem as mesmas igualdades oportunidades e de satisfação ao universo escolar diferenciado. Apesar de algumas escolas já se verificar um feedback positivo, ainda temos uma grande etapa a percorrer nas diversas áreas do conhecimento para satisfazer as populações especiais integradas a nível escolar. 
A inclusão na escola tradicional exige um paradigma evolutivo que implica alterações profundas e significativas ao nível das práticas de investigação que ultimamente tem demonstrado sucesso ao nível da inclusão, graças ao bom desempenho do professor na turma. Perante este quadro situacional é inquestionável desenvolver programas de habilitação psicomotora para a docência, que possibilitem de futuro conhecimentos essenciais aos profissionais de educação, para que possam responder eficazmente aos problemas das necessidades educativas especiais.

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2017

Transtorno do Deficit de Atenção Escolar



O transtorno escolar é derivado de um deficit de atenção que depende essencialmente de uma aprendizagem comportamental em campo real. Durante a fase da infância, determinadas caraterísticas orientadas durante o desenvolvimento psicomotor do aluno, muitas vezes colidem com as próprias dificuldades em contexto escolar, devido a um mau relacionamento comunicacional com os seus pais e respetivos professores. Os problemas escolares, surgem perante uma enorme dificuldade de aprendizagem, que por sua vez influencia o desempenho das ações comportamentais, derivadas de uma falha ao nível do cognitivo. Os alunos que se encontram em idade escolar, devem ser melhor compreendidos pelos professores ao nível da gestão de conflitos, dependerá da sua facilidade em detetar na turma um determinado aluno indisciplinado apresentando algum sintoma de hiperatividade comportamental. A grande maioria dos alunos passam uma grande parte da sua vida incapacitados, devido às suas dificuldades sociais no seu dia à dia, apresentam uma baixa autoestima derivada por um deficit de atenção. O transtorno do deficit de atenção escolar, depende essencialmente do mau desenvolvimento educacional por parte do aluno indisciplinado que mal interage em contexto escolar.
Os professores ao identificarem desvios comportamentais em alunos, devem posteriormente alertar os pais, para uma necessidade de tratamento especializado, perante possíveis indicadores de um determinado distúrbio de hiperatividade. Perante este cenário, será necessário um conjunto de condições básicas para que um aluno possa ter uma orientação especializada. A grande melhoria da aprendizagem depende de um determinado contexto de sala de aula, no qual a deteção de problemas comportamentais ao nível da hiperatividade por parte dos professores, será um fator crucial para um critério de êxito da aprendizagem da turma. Para que tal situação aconteça, será necessário um trabalho transdisciplinar ao nível do desenvolvimento social, realizado com alunos possuidores de diversos tipos de desvios comportamentais bastantes problemáticos, aplicando diversas formas de diálogo, para que os professores possam orientar corretamente os respetivos encarregados de educação.
Nem sempre os pais admitem que os seus filhos sejam hiperativos, pois muitos deles acham que são inteligentes demais por se encontrarem interessados em novidades ou inovações, além disso, eles não acreditam num tratamento com medicamentos porque poderá tirar a própria espontaneidade do seu progenitor. Os professores deverão informar aos pais qual o procedimento a ser seguido, mediante os sintomas relacionados com a indisciplina provocada por um determinado distúrbio biopsicossocial, atualmente considerado um sintoma de hiperatividade.
Para diferenciar comportamentos entre os alunos que demonstram os seus conhecimentos com uma maior relevância, será necessário técnicas metodológicas que sejam capazes de contribuir para uma resolução destes problemas, originários a partir dos fatores genéticos, biológicos, sociais e vivenciais. Numa perspetiva ideológica diferenciada de pensamento ao nível da quantidade de ritmo de movimentos a serem executados acima do normal, poderá eventualmente ser ocasionada por graves dificuldades de relacionamento, causados essencialmente por grandes dificuldades na aprendizagem escolar.
Os riscos dos alunos de se envolverem em situações perigosas, poderá eventualmente ter uma origem hiperativa, derivado de um transtorno do deficit de atenção escolar, por possuírem mais energia e menos necessidade de sono e de repouso.
Os bebés hiperativos quando se mexem muito durante o sono, podem adquirir um padrão locomotor do andar mais tarde, o que geralmente poderá haver um retardo na fala e na troca das letras por um maior tempo possível do que o normal. Porém, estes sintomas não são suficientes para definir um quadro situacional de hiperatividade em contexto escolar, o que demonstra determinadas caraterísticas em alunos com dificuldades de concentração, por se encontrar em motricidade e comunicação constante. O aluno que não consegue ficar concentrado numa determinada tarefa isolada, por apresentar uma certa impulsividade interativa, caracterizada pela falta de pensamento antes de agir. Provocar situações primárias de risco, como atravessar a rua sem antes olhar para os dois lados, poderá muitas vezes estar condicionada a dificuldades de aprendizagem, não só pela falta de atenção, mas também por distúrbios visuo-preceptivos percetíveis.
Ao nível psicomotor, o aluno que apresente dificuldades durante o fator noção do corpo, provavelmente não consegue discriminar o lado direito do lado esquerdo, ou mesmo orientar-se no espaço físico sem elaboração de sínteses auditivas. A outra caraterística mais importante, será uma má estruturação do esquema corporal, originária a partir de uma alteração da memória visual e auditiva.
Segundo (Bastos, Thompson, Martinez, 2000) , este distúrbio geralmente é de origem genética, e é causado pela pouca produção de catecolaminas, que consiste num somatório da adrenalina mais a noradrenalina, classificados de neurotransmissores responsáveis pelo controle de diversos sistemas neurológicos, que por sua vez, controlam a atenção a nível cerebral. O transtorno do deficit de atenção escolar é provavelmente originário dos baixos níveis de catecolaminas, cujo o processo provoca uma hipoativação dos próprios sistemas comportamentais ao nível psicomotor, que se encontra relacionado com o sistema neurológico . Os indivíduos afetados, não podem controlar a sua atenção para níveis de atividade aceitáveis, atendendo que os seus impulsos emocionais influenciam mais os seus estímulos perpetuados em meio ambiente escolar do que nas reações das suas próprias respostas .
Nos anos 30, estudiosos observaram drogas estimulantes de metilfenidato e de pemolina aumentavam o nível de catecolaminas no cérebro, normalizando temporariamente o comportamento dos alunos hiperativos, possuidores de um fraco controlo de impulsos. Segundo Smith e Stick, (2001, p. 20), “ao contrário do que algumas pessoas têm como verdade, os estimulantes atuam no cérebro inibindo as áreas responsáveis pela hiperatividade, ou seja, em vez de estimular, acabam acalmando a pessoa”. No início do desenvolvimento psicomotor do individuo pode-se mencionar uma severa privação sensorial, derivada de uma estimulação ativa. Podemos concluir que existe várias hipóteses que explicam as causas da hiperatividade, embora a responsabilidade sobre a causa do transtorno do deficit de atenção escolar caia sobre as toxinas compostas por químicos diversificados.
Os problemas ao nível do desenvolvimento psicomotor, ao nível da alimentação, da hereditariedade e da malformação congénita exige uma investigação diferenciada em estruturas funcionais do cérebro de indivíduos possuidores do transtorno do deficit de atenção escolar. As áreas específicas do hemisfério direito do cérebro, do córtex pré-frontal e dos gânglios de base do corpo caloso e do cerebelo, devem ser investigadas ao nível das suas estruturas metabólicas.
A investigação sobre a reação das drogas perante o transtorno do deficit de atenção escolar poderá ser considerado um transtorno neurobiológico, apesar da intensidade dos problemas vividos pelos seus portadores. As experiências de vida, tendo como fator determinante a genética, leva determinados investigadores a concluírem que existe uma maior incidência sobre a população masculina. Segundo as investigações recentes, o número de indivíduos do sexo masculino em relação ao número de indivíduos do sexo feminino possuidores do transtorno do déficit de atenção escolar é na proporção máxima de dois indivíduos do sexo masculino para cada individuo do sexo feminino, entre os estudos mais antigos e recentes, a razão desta diferença incide mais no sexo masculino do que no sexo feminino. A conclusão é simples, o sexo feminino apresenta um maior transtorno do deficit de atenção escolar, incidindo essencialmente em sintomas de desatenção; o que traduz menos incomodo ao nível escolar e em casa, enquanto no sexo masculino são mais incidentes na avaliação médica realizada nos serviços de saúde mental.
Iniciando o diagnóstico médico que procura observar um distúrbio caraterizado por um comportamento crónico, com uma duração de um tempo mínimo em atividades ao nível escolar, podemos detetar um determinado desvio comportamental social no aluno. A escola desenvolve isoladamente um trabalho pedagógico intensivo, mesmo que os pais não aceitem o diagnóstico em relação aos seus filhos, alguns testes talvez possam esclarecer alguns problemas ligados à aprendizagem, no qual a instituição escolar poderá ser um local privilegiado para a identificação de problemas, mesmo envolvendo uma linguagem percetiva do aluno perante as suas próprias condutas comportamentais, em meio escolar onde se encontra inserido.

Christopher Brandão, 2017