sexta-feira, 11 de dezembro de 2020

Nunca perdoes o próximo?

 A vida ensina-nos as respostas necessárias de sobrevivência da alma quando alguém nos magoa. A vingança não serve de nada se temos o ódio necessário para vencer a dureza do abandono. Ninguém tem o direito de magoar ninguém, essencialmente numa idade juvenil sonhadora em que se sente a emoção de amar alguém e por uns míseros 500 escudos vende-se a alma ao diabo, pelo puro materialismo de querer mais para si do que o próximo. É nesta fábula que nasce o homem, que sofre, que luta nas cinzas do fogo e por fim se afirma pelo conhecimento, de forma seja alguém com imagem tangível de si projetada na cruz. O símbolo de Deus da nossa misericórdia permite-nos compreender a verdadeira essência do espírito relutante consigo próprio, mas com a fé compreende o verdadeiro significado da vida, à medida que o tempo passa. A verdadeira mensagem do senhor está dentro de nós, nada acontece por acaso, simplesmente tem uma razão de ser, crescer e por fim viver para um determinado destino que se chama fim. É este fim que esperamos, independentemente sejamos ricos, pobres, doentes, felizes ou infelizes, antes demais sejamos crentes connosco próprios e tolerantes com os nossos semelhantes. Não sabemos o dia de manhã, sabemos o dia de hoje, o dia de ontem, mas o futuro será sempre uma incógnita, porque o imprevisto surge, o inesperado acontece, e a força desaparece, quando sentimos estamos perdidos e sem rumo. A explicação lógica disto tudo será uma incógnita, porque se damos tudo não temos nada, se não damos nada é porque não damos nada e quem nos ama deseja ter aquilo que não tem. No fundo a vida é uma hipercomplexidade de ajustamentos sociais, em que o ser procura o prazer do momento, a satisfação permanente, e o reconhecimento devido sem saber o porquê da sua existência?

É nesta dinâmica que nós baseamos o conceito da vida, para compreendemos o nosso real caminho, faz-se caminhando e para caminhar temos que ter um percurso, como um rio que atinge a sua foz por meio de ultrapassagem de obstáculos. Neste ponto de vista, sentimos a ultrapassagem, como se fosse um perdão, porque tivemos a enorme fé de acreditar quem nos destruiu a nossa própria alma?. Educamos o espírito a sofrer, porque sofrer é a cruz de Jesus e Jesus quando chegou à terra não agradou a toda a gente, simplesmente criou ódios pela sua simplicidade. É nesta questão que o homem se interroga, se vive para sofrer ou se vive para amar o próximo?. Segundo o princípio bíblico da história da humanidade é digna de sofrimento, porque criou guerras, conquistou o mundo, o espaço, o fundo do oceano, mas ninguém chegou ao centro da terra, nem ninguém chegou ao fim do universo. É nesta parábola que termino este texto, para que nós um dia fechamos os olhos e o nosso corpo seja nutritivo à natureza, que nos deu tudo para nós vivermos e por fim esquecemos de agradecê-la por um simples ato de cuidá-la. Neste ponto de vista interpreto o poder do homem como uma migalha de pão no meio do universo, em que ninguém deve desrespeitar ninguém a não ser a si próprio. É nesta natureza que o animal selvagem cresce, mas nunca tenha pena de si próprio, talvez tu, um dia, não tenhas pena de ver quem te fez sofrer por uns míseros tostões.

Christopher Brandão