segunda-feira, 27 de julho de 2015

A ORIGEM DO PROBLEMA DO INSUCESSO E ABANDONO ESCOLAR UMA SOLUÇÃO

Os níveis de retenção, de insucesso e de abandono escolar precoce continuam a ser demasiados elevados na região Autónoma dos Açores. Dados informativos indicam que no ano 2011, 23% da população jovem açoriana compreendida num nível etário entre os 15 e os 24 anos de idade apenas tinham concluído o 2º ciclo no ano de 2011. A taxa de abandono escolar precoce na Região Autónoma era de 43,8%.
A realidade educativa apresenta-se por um quadro situacional pouco animador no qual o programa prosucesso assume objetivos essenciais de redução da taxa de abandono escolar precoce a um nível etário compreendido entre os 18 e 24 anos a alunos que não concluíram o ensino secundário e que não se encontram a frequentar nenhum tipo de educação ou formação profissional com o objectivo de aumentar os índices de escolaridade em todos os níveis de estratificação de ensino.
A necessidade de se constituírem parcerias institucionais mais especificamente com a segurança social, centros de saúde, centros de psicologia, psicomotricidade, polícia segurança pública, apoio á vítima, apoio à gravidez precoce, à delinquência juvenil; e por fim sensibilizar as famílias ao combate do absentismo intermitente que ocorre com enorme frequência nas escolas da região. Um estudo realizado no ano 2013 sobre as causas de abandono e insucesso escolar entre o sistema de ensino açoriano com o sistema de ensino de Portugal continental teve como principal objectivo identificar comparativamente as causas e as consequências diferenciais entre os dois sistemas. Avaliando uma amostra de 206 alunos do 3º ciclo com níveis etários compreendidos entre os 13 aos 19 anos de idade em que contam pelo menos uma retenção no seu percurso escolar permitiu concluir que a grande maioria dos sujeitos eram provenientes de um baixo nível socioeconómico de origem rural identificável pela amostra dos indivíduos submetidos ao apoio social escolar e pela baixa escolaridade dos seus progenitores.
Verificou-se ainda que existia uma elevada percentagem de consumo de bebidas alcoólicas 48% nos Açores e 43% no continente e num consumo de drogas de 20% superior em Portugal continental comparativamente aos 13% dos Açores. Também Verificou-se que no 5º ano e no 7º ano do ensino básico houve um maior índice de taxa de reprovação. A taxa de insucesso escolar entre irmãos provavelmente exerce alguma influência no sistema educativo que por sua vez apresentam uma percentagem compreendida entre os 44% a 57% na região autónoma dos Açores. As percentagens nos valores de abandono escolar encontram-se compreendidos entre 34% a 20 % na região Autónoma dos Açores.
Segundo determinados estudos existe uma percentagem de alunos que não gostam da escola, encontram-se deslocalizados em relação à escola devido à grande distância do seu percurso escolar entre casa e escola e vice-versa e à hipercomplexidade das matérias associadas à descrença sobre o seu futuro profissional ou por motivos socioeconómicos, têem necessidades ou motivações em trabalhar. As maiores taxas de abandono escolar evidenciam-se em concelhos rurais em risco de desertificação associadas às bolsas de pobreza em populações de estratos sociais mais baixos de origem rural salientando um número considerável de concelhos da Região Autónoma dos Açores.
Perante este quadro situacional verifica-se as mais elevadas taxas de abandono Escolar compreendida num nível etário entre os 10 aos 15 anos de idade que incide essencialmente no concelho da Lagoa, com valores de 4,22% no ano de 2011.
O concelho da Ribeira Grande apresenta-se por uma taxa de insucesso escolar 3,60%. Se consideramos o conjunto de 25 municípios que se apresentam em 2011 com as maiores taxas de abandono escolar precoce, destaca-se primariamente na ilha de Miguel a cidade da Ribeira Grande, a cidade da Lagoa, a Vila Franca Do Campo, o concelho do Nordeste e da Povoação. Perante os muitos casos de insucesso escolar que derivem num problema com consequências complexas para os progenitores dos alunos possuidores de insucesso escolar que em situação de desespero recorrem a técnicos de diversas áreas e até aos próprios agentes educativos para encontrarem uma solução.

 O vício da dependência do rendimento mínimo leva à frustração e ao desinteresse de um ciclo intergeracional padronizado que se habitua a fracassar sucessivamente por experiências negativas adquiridas na escola ao longo do tempo, por gerações consecutivas de famílias falhadas, levando-as ao abandono escolar dos seus próprios sujeitos.
Perante este quadro situacional o aluno adquire e absorve uma cultura antagónica da família em relação à escola levando-o a comportamentos desviantes que originam o seu abandono escolar.
O papel da escola será neste caso contrariar os comportamentos desviantes desta população alvo de forma haja uma prevenção primária orientada para uma política de combate dos seus próprios ciclos de frustração através de um apoio educativo contínuo. Desta forma, a escola deverá desempenhar um papel primário de avaliação dos vários contextos do aluno, ao nível familiar, individual, escolar, médico por equipas multitransdisciplinares de técnicos de saúde, de psicólogos, de psicomotricidade, de apoio á vitima, de apoio à gravidez precoce, de apoio à toxicodependência, à delinquência juvenil, à segurança social, à polícia segurança pública, de apoio à criança, de apoio à violência doméstica de forma auxiliar ou dar resposta a todos os problemas que surgem, com a finalidade de orientar e motivar os alunos problemáticos ou com necessidades educativas especiais para programas alternativos que vão de acordo com a sua vocação, independentemente da área, da tarefa, da profissão, do desporto, das artes plásticas, da matemática, das línguas, da informática, da mecânica, da carreira militar, da gastronomia, da floricultura, da hortofloricultura, da agropecuária, das limpezas, da estética, da beleza e outras.
No fundo a procura de um ofício ou de uma tarefa simples certificada pela escola e reconhecida pelo centro de emprego provavelmente poderá dar uma nova oportunidade em criar uma melhor resposta ao futuro da vida ativa dos alunos que não se adaptam ao sistema educativo normalizado.
Mais do que um fator de inteligência a chave do sucesso encontra-se dependente das relações multidisciplinares da escola com os seus agentes educativos envolvidos na sua comunidade local, onde se localizam as respetivas empresas, entidades governativas, juntas freguesia, câmaras municipais, autarquias, câmaras de comércio e outras de forma haja oportunidades de mercado de trabalho aos alunos que pretendem o mais rapidamente possível iniciar a sua vida ativa.
A intensificação do combate ao insucesso e abandono escolar através da diversificação e flexibilização dos programas curriculares criados para alunos com dificuldades de ensino aprendizagem ou com necessidades educativas especiais de forma haja uma operacionalização mais adequada para uma melhor escolarização.
A promoção de sinergias operacionais entre educação especial e apoio educativo será realizada através da partilha de recursos e conhecimentos científicos o que provavelmente auxiliará ambos os regimes para uma política inclusiva de departamento de serviços especializados em escolas, integradas por equipas multidisciplinares de docentes e não docentes que por sua vez deverão ser inseridas na área da educação especial em quadros de unidades orgânicas pertencentes ao sistema educativo de forma criar as condições necessárias para a sua concretização, estabilização e operacionalização.
A certificação simples poderá eventualmente ser uma nova oportunidade estratégica para a diminuição sistemática e sustentada do insucesso e abandono escolar de forma a criar as condições de aprendizagens com qualidade, para que sejam valorizadas de futuro por competências que venham a ser reconhecidas pelo centro de emprego, de forma que o aluno tenha oportunidade em ingressar no mercado do trabalho ao atingir a sua maioridade de idade aos 18 anos.

 Ao nível das habilidades cognitivas não se esgotam primariamente embora sejam um bom indicador de sucesso nas escolas. Existem muitos alunos que possuem elevadas dificuldades ao nível cognitivo mas por se apresentarem motivados a se esforçarem conseguem obter resultados acima do inesperado. Existem alunos mesmos inteligentes ficam aquém das expetativas para transitar de ano. Quantas e quantas vezes os professores observam e analisam a inteligência do aluno que não se esforça para nada. São considerados alunos que são capazes de aprender em outro contexto porque são inteligentes, mas na escola em que se encontram inseridos apresentam uma avaliação fraca ao nível do seu desempenho. O fato de um aluno inteligente não obter sucesso escolar faz antever que está a canalizar a sua energia para atividades extra escolares que traduzem uma falta de expetativa e de trabalho. Perante este quadro situacional no sentido de alteração comportamental das suas competências pessoais e sociais que favoreçam o aluno em contexto de sala de aula e que em última análise os motive a não faltar, a estarem atentos e por fim a estudar mais de forma aumentar os seus índices de concentração. Para muitos alunos será necessário modificar o seu paradigma relativo ao seu percurso de vida, pois muitos insucessos repetitivos durante o seu percurso escolar muitas vezes podem significar um conjunto de situações problemáticas que podem derivar para a delinquência juvenil. Os alunos com dificuldades cognitivas constituem uma população juvenil escolar que merece toda atenção, de forma evitar a sua desistência no qual os professores, a família e por fim a própria sociedade não devem atribuir a culpa necessária ao aluno sobre o seu juízo de valor em julgar o seu próprio insucesso escolar. É evidente que uma grande parte da responsabilidade do seu percurso escolar depende exclusivamente dele, pois o afastamento em relação ao sistema educativo poderá ser primariamente combatido e prevenido se os agentes educativos e restantes profissionais funcionarem como uma oportunidade de esperança na alteração comportamental psicoeducativa do seu percurso de vida.
Nos anos 2011/2012/2013, os Açores registaram em todos os ciclos do ensino básico e no ensino secundário as maiores taxas de retenção do país
- No ano letivo de 2012/2013, em cada cinco alunos, um não aprovou o 4ºano de escolaridade e a retenção no 2ºciclo atingiu os 17%. No 3º ciclo e no secundário, em cada 4 alunos, um ficou retido. Neste mesmo ano, 10% dos alunos que frequentavam o 1ºciclo já deveriam estar nos ciclos seguintes, e na faixa etária dos 15 aos 17 anos de idade, 38% dos alunos matriculados ainda estavam a frequentar o ensino secundário,
- Em 2011, o concelho da Lagoa apresentou o valor mais elevado da taxa de abandono, seguido à Ribeira Grande e Santa Cruz da Graciosa com valores acima dos 3% em que a maioria dos concelhos apresentou um valor superior a 2%,
- Apesar dos Açores serem uma região de Portugal que possuiu uma estrutura demográfica mais juvenil, continua a ter um dos mais baixos níveis de escolarização associado a uma das mais elevadas taxas de abandono precoce na educação,
- O orçamento total da educação nos Açores cresceu cerca de 13,4% de 2004 a 2014 atingindo o valor mais alto em 2010,
- A região Autónoma dos Açores tem como objetivo prioritário, em 2014 a 2020, a redução da taxa de abandono precoce na educação escolar.
Este é um desafio para todos os agentes educativos que devem operacionalizar com medidas positivas de motivação aos alunos que desejam sair da escola com uma provável certificação simples laboral certificada pelo centro de emprego de forma possa de futuro ingressar no mercado de trabalho pela prática de aprendizagem dos seus conteúdos programáticos relacionados com atividade que desejam realizar para adquirir o gosto pela aprendizagem, o gosto por questionar aquilo que é aprendido em reflexões derivadas das consequências e implicações práticas baseadas em conteúdos teóricos.
Um professor dinâmico que demostra gosto pelo ensino e que por sua vez dá utilidade prática ao conhecimento de forma demonstrar aos alunos que o processo ensino aprendizagem é motivante e interessante para a suas carreiras profissionais.
Cabe aos professores a difícil tarefa de instruir aos alunos para estratégias metodológicas que não só facilitem a aprendizagem como também fomentem o gosto de aprender as novidades do conhecimento criativo e inovador.
A certificação simples visa dar resposta às necessidades educativas dos alunos possuidores de dificuldades de aprendizagem decorrentes de limitações ou incapacidades psicomotoras em que se manifestam de modo prolongado e sistemático de todo o processo de aprendizagem individual com participação experimental escolar, laboral, familiar e comunitária. Por sua vez engloba um conjunto de medidas diversificadas orientadas para promoção do sucesso educativo vocacionado para atividade laboral de forma a prevenir comportamentos de risco através da prevenção primária do abandono escolar.
Os alunos com dificuldades educativas especiais de forma possam adquirir uma certificação simples reconhecida pelo centro de emprego dando uma melhor oportunidade a estes a ingressarem ao mercado de trabalho poderá ser uma potencial medida de combate ao insucesso e abandono escolar que depende essencialmente da criação de condições com qualidade de relevância social nas aprendizagens que por sua vez são encaminhadas de acordo com a responsabilidade e a inclusão social no sistema educativo.
As opções pretendidas com a certificação simples quanto aos seus objetivos e à sua organização do seu papel na educação que se estrutura com base no reconhecimento do direito de todos à educação independentemente das condições físicas, sociais, linguísticas ou outras e no direito de todos à igualdade de oportunidades no acesso e no sucesso educativo escolar em que neste quadro situacional específico deverá ser orientado para uma área vocacional laboral da escolha do aluno no qual a escola possa eventualmente dar resposta ou solução. Deverá ser transversal a todo o sistema educativo integrando-se numa forma coerente e harmoniosa nos limites impostos pela especificidade das limitações adaptadas aos alunos na sua especificidade em realizar tarefas simples. A criação de um modelo social de participação laboral derivado para uma perspetiva de intervenção centrada no exercício do dever de cidadania para a vida ativa e laboral. Será necessário a criação de condições adequadas ao processo educativo que deverá solucionar toda a problemática de requisitos básicos que solucionam a grande maioria das dificuldades de aprendizagem dos alunos.

 christopher brandao 2015


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