quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

A importância da Avaliação Psicomotora na Leitura e na Escrita



A escola ainda mantém o caráter mecanicista instalado no próprio sistema educativo, ignorando a psicomotricidade no ensino fundamental. Os professores encontram-se preocupados com a boa leitura e a boa escrita, muitas vezes não sabem como resolver as dificuldades apresentadas por alguns alunos, simplesmente rotulam-nos como portadores de distúrbios de aprendizagem. Na realidade, muitas dessas dificuldades poderiam ser resolvidas pela própria escola e até poderiam ser evitadas precocemente, se houvesse um olhar mais atento e qualificado dos agentes educativos, mais sensibilizados para o desenvolvimento psicomotor.
Alguns alunos apresentam dificuldades de aprendizagem, por não realizarem movimentos adequados, o que não significa em termos de educação psicomotora, que os movimentos automatizados sejam os melhores executados na sua padronização. O maior interesse das ações psicomotoras encontra-se na ação cognitiva, que atua sobre o corpo humano como uma referência espacio temporal, para posteriormente interagir como um instrumento de poder totalitário com a mente. Atendendo à constante busca de desafios e descobertas essenciais à  aprendizagem do corpo, este desenvolve determinados instrumentos de poder que muitas vezes atrapalha a mente com a sua própria motricidade.  
 Durante o processo de aquisição de conhecimento, a alfabetização acontece nos anos iniciais de desenvolvimento psicomotor do indivíduo, com base no desenvolvimento cognitivo do aluno, será necessário uma boa organização corporal, para uma boa aprendizagem de conceitos essenciais à alfabetização. Esta organização poderá ser um ponto de partida para a descoberta das suas diversas potencialidades de ação, perante novas situações problemáticas que acontecem ao nível educativo.
A solução e a resolução de problemas relacionados com as dificuldades de aprendizagem, muitas vezes, se encontram associadas às fracas capacidades psicomotoras de um individuo. 

A aprendizagem da leitura e da escrita exige habilidades tais como:

– Dominância manual já estabelecida,

– Conhecimento numérico necessário para saber quantas sílabas formam uma palavra;

– Movimentação dos olhos da esquerda para a direita na posição mais adequada para escrita;

– Discriminação de sons relacionados com a perceção auditiva,

– Adequação da escrita às dimensões do papel, ao nível da proporção das letras,

– Pronúncia adequada das letras, sílabas e palavras,

– Noção de linearidade através da sucessiva disposição das letras e das palavras,

– Capacidade de decompor as palavras em sílabas e letras,

– Possibilidade de reunir letras e sílabas para formar palavras e por sua vez formar as frases, os paragráfos e os respetivos períodos.

Independentemente do contexto pouco estimulado pela linguagem verbal, e as dificuldades apresentadas pela inversão ou troca de letras em textos mal escritos, implica uma interação da escrita associada à má leitura. As dificuldades apresentadas pelos fatores psicomotores referentes ao equilíbrio, ao esquema corporal, à lateralidade e às especificidades percetivas do indivíduo, dependem essencialmente da má estruturação do  raciocínio lógico dedutivo a nível simbólico. 
A assimilação das boas aprendizagens escolares, incide essencialmente numa avaliação puramente psicomotora, no sentido de se reforçar o desenvolvimento eclético dos alunos, através da aplicação de várias medidas preventivas, que sejam capazes de solucionar algumas lacunas dos programas individualizados estabelecidos nas diversas áreas escolares. O trabalho integrado entre os professores, os orientadores, os coordenadores e por fim pelos professores de educação física, geralmente fica àquem das decisões aplicadas ao nível das avaliações escolares. O objetivo de contribuir para a superação destas dificuldades, de forma a favorecer o desenvolvimento psicomotor dos alunos, através de uma ampliação dos seus próprios conhecimentos em diferentes áreas multitransdiciplinares. Perante este quadro situacional, um deficit de aprendizagem prejudica seriamente a motricidade de um determinado individuo que se encontra em processo de alfabetização.
O processo da aprendizagem linguística poderá ser influenciada por uma série de dificuldades ao nível da aquisição da leitura e da escrita, derivadas por várias causas de ordem emocional e estrutural. Existem alguns pré-requisitos que são necessários para que o aluno possa atingir uma maturidade necessária para compreender todo o processo de alfabetização de uma boa aprendizagem da leitura e da escrita. Será necessário uma avaliação diagnóstica derivada de um conjunto de capacidades e habilidades que sejam capazes detetar determinadas aptidões individualizadas, mas para isso será necessário saber quais são os pré-requisitos psicomotores necessários para que o aluno possa aprender a ler e a escrever corretamentente.
Os pré- requisitos dependem essencialmente dos fatores psicomotores que se manifestam através de uma Bateria de Testes Psicomotores  na seguinte forma:

• Equilíbrio reúne um conjunto de aptidões estáticas (sem movimento) e dinâmicas (com movimento), abrangendo um controle postural essencial ao desenvolvimento das aquisições da locomoção,

• Lateralidade traduz-se pelo estabelecimento da dominância lateral da mão, do olho e do membro inferior, do mesmo lado do corpo. Não devemos confundir lateralidade com um domínio de um lado do corpo em relação ao outro, ao nível da força e da precisão, em que o conceito de esquerda e de direita não traduza o domínio de um dos lados do corpo em relação ao outro. São comuns ocorrerem problemas ao nível da orientação espacial, atendendo à dificuldade de discriminação e diferenciação entre um dos lados do corpo dominante em relação às possíveis dificuldades apresentadas pelo aluno. A incapacidade de seguir uma determinada direção gráfica na escrita, determina uma posição da mão que poderá ser orientada de futuro da esquerda para direita e de cima para baixo,

• Esquema corporal através do qual o aluno toma consciência do seu corpo enquanto escreve,  atendendo que não coordena bem os seus próprios movimentos, por apresentar enormes dificuldades na caligrafia, provavelmente apresenta um mau trabalhado de descodificação.  Muitas vezes poderá surgir  dores no braço, com as possíveis dificuldades do aluno de se expressar por intermédio de uma boa escrita, poderá eventualmente ser derivada de uma má posição postural da mão . 

• Estruturação Espacial consiste na capacidade de compreensão do indivíduo em relação ao seu corpo, relativamente à posição dos objetos perante o espaço. As possíveis dificuldades apresentadas pelas posições das letras pode gerar confusões entre as letras b com d, p com q, chegando mesmo a inverter as sílabas, as palavras e os próprios números. Escrever em espelho poderá ser uma das dificuldades mais apresentadas durante a realização de cópias de texto. Acontecem erros escritos ao nível do cálculo matemático, porque o próprio aluno não compreende a ordem sequencial das palavras, da noção de fileiras, colunas, agrupamentos, formas geométricas, ordem, dezenas, unidades e mapas. Ao nível de referência espacial a não disposição dos números em fileiras, retas ou misturando-os, gera determinadas confusões nos alunos sobre a direita, a esquerda, de frente , de atrás, de alto e baixo. A progressão de grandeza e classificação produz um determinado critério de seriação, que por sua vez leva à própria desorientação de cálculos pré- estabelecidos anteriormente.

• Estruturação temporal apresenta-se por uma linguagem inseparável do ritmo, atendendo que as palavras obedecem a uma ordem temporal sequencial sonora têmporo-espacial essencial às frases através de uma sucessão de palavras . Muitas vezes, o aluno não consegue discriminar os sons semelhantes das letras, por não possuir um determinado ritmo de leitura e nem ter uma entoação necessária para uma voz correta ao nível da pontuação. O distúrbio do ritmo das possíveis dificuldades na leitura e na escrita ao nível da duração e sucessão, não se encontram assimiladas por parte dos alunos com dificuldades psicomotoras.

• Praxia Global tem por definição realizar uma capacidade de movimentação voluntária pré-estabelecida de uma forma em que se alcança um determinado objetivo. As possíveis dificuldades em movimentar-se, determina uma certa dificuldade no desenvolvimento da coordenação visuomotora. Os movimentos esteticamente rudimentares podem provocar movimentos bruscos, derivados de uma dificuldade de relacionamento interpessoal.

• Praxia Fina compreende todas as tarefas motoras finas, onde se associa a função da coordenação dos movimentos dos olhos, durante a fixação da atenção, através de uma ação manipuladora de objetos. Além de abranger as funções derivadas das atividades preensivas e manipulativas mais finas e mais complexas, existem possíveis dificuldades em que os alunos sofrem transtornos ao nível da coordenação dinâmica manual por apresentarem problemas visuomotores . As inúmeras dificuldades de desenhar, recortar, escrever, ou seja todos os movimentos que exijam precisão ao nível da coordenação, encontra-se associada entre olho e a mão.

• Perceção Visual manifestada pelo sentido da visão e audição, é considerado um pré-requisito muito importante para a aprendizagem da leitura e da escrita. As possíveis dificuldades em trocar as letras que diferem de pequenos detalhes, por exemplo o e e, f e t, c e e, h e b, a e o, em determinadas palavras podem ser sujeitas a confusões. Por exemplo a troca da palavra preto em vez de prato poderá eventualmente geral uma confusão ao aluno, atendendo que não percebe os detalhes internos das palavras.

• Perceção Tátil consiste na capacidade de perceber através da sensação quinestésica da pele. Os alunos apresentam dificuldades em desenhos gráficos, atendendo à má desorganização do caderno, o que demonstra muitas vezes uma má vontade, por apresentarem sintomas de  medo de errar em determinadas atividades. As possíveis dificuldades de movimentos com pouca precisão gera uma má caligrafia, 

• Perceção Auditiva é de fundamental importância para a leitura e a escrita. Quando falamos, emitimos sequências de sons que serão repetidos quando escritos. As possíveis dificuldades de discriminação, são derivadas do esquecimento do som que as letras representam, por exemplo F por V; B ou J (foi por voi, ou joi), ou então P por B, em que o aluno substitui ponte por bonte; CH por J, ou V chapa por japa, D por B, ou T dado por bado ou tado; T por D (tatu por dadu), S por Z (sonho por zonho), C por G (cartaz por gartaz).
Na avaliação escolar, familiar, individualizada, psicológica,médica e diagnóstica sobre o processo de ensino e aprendizagem do aluno, deverá ser aplicada por uma bateria psicomotora essencial para adotação de medidas mais preventivas para superação das dificuldades de aprendizagem. Primariamente deverá haver um projeto pedagógico escolar inserido num processo multidisciplinar de funcionalidade operante, que seja  capaz de auxiliar os professores titulares a colmatar os possíveis deficits de aprendizagens dos alunos com dificuldades psicomotoras. A avaliação não deve neutralizar, mais sim potencializar uma análise crítica do quadro situacional  das condutas e posturas a serem adotadas a nível escolar.
A Psicomotricidade prevalece em todas as atividades que desenvolve a motricidade no domínio do conhecimento do próprio corpo. Será um fator essencial e indispensável ao desenvolvimento global e uniforme do aluno, que dependa da aprendizagem funcional do seu processo cognitivo, através de uma educação psicomotora.
 O desenvolvimento do esquema corporal, da lateralidade, da estruturação espacial, da orientação temporal e pré-escrita são utilizados com frequência, e por sua vez são elementos básicos fundamentais para aprendizagem do indivíduo que integra os fatos culturais relacionados como o seu próprio desenvolvimento pessoal. As falhas no desenvolvimento motor poderá também ocorrer na aquisição da linguagem verbal e escrita, em que ato antecipa a palavra, e a fala é utilizada como uma ferramenta psicológica estruturada. 
A psicomotricidade poderá dar oportunidades aos alunos a utilizar o movimento para atingir as suas aquisições mais elaboradas, independentemente das suas condições de desenvolvimento serem essenciais ao aumento do seu reportório motor.
Atualmente, a sociedade do conhecimento e da informação exige uma maior velocidade de processamento da atividade intelectual, prescindindo cada vez menos da atividade motora, cujo as consequências de futuro a  longo do prazo poderá influenciar todo o processo educativo.
Os diferentes especialistas de diferentes áreas, têem ultimamente insistido sobre a importância do capital psicomotor, essencial ao desenvolvimento nos primeiros anos de vida, atendendo que é neste período de tempo que o ser humano apresenta um ótimo momento para as aquisições mais significativas das aprendizagens. Os desafios e as conquistas apresentam uma dinâmica construtiva  ao nível do desenvolvimento das próprias aprendizagens dos alunos, através de um reportório psicomotor essencial ao seu desenvolvimento emocional e cognitivo.

Christopher Brandão, 2017

segunda-feira, 2 de janeiro de 2017

O Que Lá Vai Lá Vai



Hoje estou nostálgico de uma forma diferente de encarar 2017. O ano 2016, foi um ano diferente, intenso, forte, muita coisa aconteceu no mundo, nas nossas vidas, talvez houve muitas mudanças terríveis, derivadas de um jogo ou de uma gestão de atos e de fatos, que nos causa impressão sobre a nossa performance, perante a vida em sociedade globalizada.
Para muitas pessoas, mudar de objetivos, de emprego, de casa, de país, poderá fazer parte de um plano contínuo, traçado há mais tempo do que havíamos previsto.
Mas afinal, como termina as contas do mundo? Erradas, precisando de acertar energias positivas ou talvez descansar para corrigir as negativas, porque 2017 não vai ser diferente do que 2016, talvez a sua animação seja momentânea, explosiva, mas antes demais, será necessário que esteja preparado para o melhor, mas essencialmente prepare-se sempre para o pior, indepentemente de ser ou não ser mais um ano, temos muita lição de casa para realizar, para aprender, e acautelar-se para os maus acontecimentos que se aproximam.
Fazendo a minha analíse de final de ano, espero que ajude na sua inspiração em realizar um melhor plano de libertação dos seus pensamentos e das suas reflexões, impróprias ao meu consumo das minhas humildes ideias sobre a vida, talvez necessite de ter um inimigo de si próprio, para fazer brilhar a sua estrela da sorte , e de prever o que vai colher no futuro. Não olhe para o passado como aluno, porque terá de ser um dia professor do seu próprio futuro.
Deixar de fazer coisas boas, na minha opinião é tão mau como pecar, não deixe de ver os seus resultados a falarem por si próprio, talvez seja a hora de dar o grito da afirmação da sua própria confirmação, de ser bom, de ser ótimo, de ser excelente ou de ser excecional, dependa mais do seu caráter, do seu valor, da sua personalidade de querer aprender mais do que os outros, no momento em que tomar uma verdadeira decisão, relativamente a qualquer outra coisa, talvez seja o momento ideal, em seguir o seu próprio caminho, pelos seus próprios desejos e motivações, que considere mais importante para a sua própria vida.
Chega o dia em que terá de rasgar uma página da sua vida, porque será uma das melhores sensações do mundo, de se libertar do seu verdadeiro significado, e finalmente, poderá ter descoberto a verdadeira solução, tirada de tantas outras opções interessantes da sua própria cartola, do que fazer magia daquela promissora página, que anteriormente havia simplesmente rasgado. Na compreensão da nossa conduta de vida, se encaramos o processo de aprendizagem de erros como normal, poderá eventualmente ser um preço bastante elevado a pagar, se ultrapassamos os diferentes obstáculos da vida, por um processo de libertinagem selvática de atos e pensamentos mal avaliados.
Perante a nossa missão de encarar o próximo ano de uma forma positiva, consoante os nossos atos e as nossas contradições, talvez se tiramos o melhor partido do futuro, seja a melhor lição de vida, na eventualidade de conhecermos a melhor realidade do presente , .


Christopher Brandão, 2017