segunda-feira, 18 de abril de 2016

A CONSTRUÇÃO DE UM CAMPO DE TÉNIS

O sonho de qualquer jogador ou praticante de ténis é ter um campo particular na sua residência no qual exige algumas regras essenciais:
-Escolha do espaço
-Escolha do tipo de superfície
       - Construção
 - Fundações
- Camada Intermédia
       - Capa
        - Cobertura em duas camadas
         - Conservação

Na escolha do espaço deverá ter em conta dois aspetos fundamentais:
- O campo deverá estar orientado para Norte-Sul segundo a Rosa dos Ventos,no qual o maior eixo terá de ter em conta à trajetória solar paralela à rede. Os jogadores praticamente nunca ficarão ofuscados com a luz solar ou artificial.
 O Terreno exige um conjunto de caraterísticas apresentadas na seguinte forma:
- Escolher um terreno tão plano quanto possível a fim de evitar grandes obras de terraplanagem
- Evitar a proximidade das árvores de forma evitar a queda das flores e de folhas que muitas vezes obrigam a várias limpezas durante o dia,
- O campo deve estar o mais longe possível de um curso de água para evitar as infiltrações



 A escolha do tipo de superfície depende da conservação e manutenção do campo, por exemplo um piso de relva é um campo agradável de se jogar para certos jogadores, mas o seu custo de manutenção é excessivamente elevado porque exige uma conservação constante. A sua construção exige um conjunto de caraterísticas específicas nomeadamente:
- Nivelamento do terreno associado a uma drenagem
- Espalhar uma camada de 15 a 20 cm de terra vegetal selecionada e aconselhada pelo Trufs Research Institute localizado em Bingley
- Instalar no solo um complexo de rega interna ou externa incluindo várias bocas de saída de pressão de água.
- Espalhar uma nova camada de 15 a 20 cm de terra vegetal de forma a nivelar o piso
- Deixar durante 10 dias o solo em repouso de forma espalhar seguidamente os adubos mais apropriados para a relva crescer
- Gradagem do campo de forma semear os grãos
- Aparar a relva quando atinge a altura de 5 cm
- Esperar dois anos durante os quais é preciso regar o campo no mínimo 3 vezes por semana durante o período de crescimento da relva
- Aparar regularmente a relva e de seguida passar com o cilindro.    

Para construção de um campo de terra batida é necessário determinar quatro cantos do campo, além de decapar todo o terreno a uma profundidade de 30 a 40 cm.
O nivelamento será um meio que constituirá o fundo da infraestrutura do campo e a sua aterraplanagem deverá ser realizada com ajuda de um pesado cilindro de forma evitar o abatimento do terreno.
Na eventualidade do solo ser permeável à infiltração das águas da chuva efectuar-se-à na forma mais natural, sem ser necessário recorrer à drenagem. Se o solo for impermeável ou apresentar uma permeabilidade lenta será indispensável uma drenagem artificial. É necessário um fundo nivelado com uma ligeira inclinação no sentido da largura do terreno com uma inclinação aproximada de 5 a 7 mm por metro quadrado. A sua função de drenagem no fundo do campo é realizada através de tubos de P.V.C especificamente concedidos para a drenagem dos solos, com um diâmetro de 50 mm providos de fendas distanciadas num intervalo aproximado de 5 a 8 m inclinados a um ângulo compreendido entre os 15 a 20 graus em relação ao eixo maior do terreno. Num dos lados mais longo do campo será necessário cavar um regueiro com uma inclinação aproximada de 7 a 10 mm por metro quadrado. Abaixo da parte baixa dos drenos transversais deve-se colocar um colector em P.V.C com um diâmetro de 75 mm que ficará ligado aos drenos transversais. As transferências das águas recolhidas deverá ser direcionada para um esgoto ou para uma fossa. É fundamental tapar os drenos localizados no fundo com uma camada aproximada de 8 a 10 cm de produtos filtrantes, tais como a areia de rio e todo o género de saibro constituído pela melhor turfa.
Após o terminus da drenagem coloca-se em seguida uma camada permeável que suporta toda a superfície do jogo, aplicando uma capa de tijolo moído de origem calcária.
Nas fundações do campo deverão ser escolhidos materiais duros e não gelíveis como pedras, tijolos, betão partido, escórias de hulha queimada aos pedaços, etc.
A espessura varia num intervalo aproximado de 10 a 20 cm com auxílio de um cilindro de motor pesado após o calcamento.
A camada intermédia é constituída por uma escória de hulha queimada joeirada de 6 a 20 mm de pozolana. A camada tem uma espessura aproximada de 8 a 12 cm após o calcamento. O bloqueamento é obtido por meio de um cilindro bastante pesado para ser constantemente regado. Por fim os técnicos devem realizar 8 a 10 passagens de cada vez.
O melhor material para a capa de um campo de ténis será obviamente o calcário duro e esmagado. A sua espessura é à volta de 4 a 5 cm, depois do calcamento ser realizado numa espessura compreendida entre os 6 a 7 cm, deverá ser colocado da seguinte forma:
- Colocar estacas no terreno a fim de quadricular no seu ponto superior de forma a definir a superfície definitiva do campo orientada para uma inclinação máxima de 5mm por metro quadrado. As estacas encontram-se cravadas de três em três ou de quatro em quatro metros numa forma de quadrado para proceder ao enchimento do depósito material posto entre as estacas durante o decorrer das obras. Os técnicos devem tomar precauções para evitar o detoriamento de cada camada consolidada que se pretende estabelecer uma capa, recorrendo a vias de deslocação realizadas em tábuas de madeira onde os carrinhos de mão poderão deslocar-se com as suas rodas pneumáticas, e espalhar todo material necessário de forma manual, recorrendo à utilização de uma pá, cria-se uma faixa de cerca de 0,50 m de largura. Para não pisar o solo durante o nivelamento da superfície que se realiza com um ancinho de forma facilitar os trabalhos dos técnicos que devem orientar-se por um arame esticado entre as estacas. A capa que se encontra estendida por toda a superfície do campo deverá ser alisada com auxílio de um cilindro pesado que se desloca por toda a superfície no sentido do comprimento e da largura. O grau de humidade deverá permanecer num valor elevado de forma que o calcário não se agarre ao cilindro mantendo-se húmido ao aplainar a superfície, com o objetivo fazer desaparecer os recalcos que se encontram entre as linhas. O aplainamento permitirá regular uniformemente toda a superfície do campo na sua forma definitiva.
A plaina é constituída por uma tábua com uma medida de 1,20 de largura por 1,50 de comprimento, no qual ao meio se encontra uma pega fixa de espessura de 30 mm, aplicando um corte em beisel. Recomenda-se um afixador de uma Lâmina de serra a ser utilizada que por sua vez ultrapassará uma ripa com cerca de 2 mm.
É necessário regar toda a superfície de forma repetir todas as operações de cilindragem, aplainamento, rega, três ou quatro vezes, até à obtenção de uma superfície perfeitamente plana,bem regulada e controlada para espalhar com uma pá uma delgada camada de areia colorida à razão de um litro por metro quadrado. De seguida regar abundantemente, mas não em excesso de forma evitar a formação de poças de água e seguidamente passar a rede e o ancinho. Trata-se de uma simples tábua de 1,50 de comprimento com uma pega ao meio no qual encontra-se fixada a uma rede com 1 m de largura associado a uma parte de uma rede de ténis usada.
Por fim os técnicos devem cilindrar o campo antes de espalhar uma segunda camada de areia vermelha. Esta operação é repetida três ou quatro vezes com a passagem da rede e do ancinho no ato da rega associada à utilização da cilindragem. É necessário espalhar a terceira camada de areia reduzindo a quantidade para meio litro por metro quadrado.
Perante este quadro situacional podemos concluir que as quantidades dos materiais necessários para a construção de tijolo moído são de 36X 18m na seguinte forma:
- Camada de fundação constituída por hulha não separada a 80 cm3 a 100 cm3.
- Camada intermédia constituída por escórias de hulha queimada a 40 m3 a 50 m3
- Capa em calcário esmagado numa quantidade de 50 a 60 toneladas
- Areia colorida 1,5 a 2 toneladas de tijolo moído.
Para traçar as linhas, utiliza-se tinta branca a óleo, e procede-se da seguinte forma:
- Estender dois fios afastados 5 cm um do outro a fim de definir a largura das faixas a traçar:
- Varrer o espaço entre fios para arrancar a areia vermelha na superfície, antes de aplicar a tinta, recomenda-se que se aplique uma subcamada de óleo de linho. Este traçado pode igualmente realizar com o auxílio de faixas de plástico que são pregadas diretamente na capa com utilização de pregos.


 Este tipo de campo ainda pouco conhecido encontra-se bastante difundido em diversos países da Europa. Os xistos vermelhos são materiais extraídos de certos terrenos cujo processo de combustão encontra-se terminado. Os campos realizados em xistos vermelhos são muito permeáveis e flexíveis e permitem um aumento das horas de utilização durante uma certa temporada, o que é muito interessante para certas regiões. A sua preparação é delicada e exige muitos cuidados específicos a ser realizados segundo um processo metodológico bem definido por uma equipa bastante transdisciplinar.
Depois da colocação da drenagem, os técnicos devem estender a fundação numa espessura de 15 a 25 cm, com materiais locais, filtrantes não gelíveis tais como pedras, tijolos ou xistos vermelhos.
  
Ao colocarmos sobre a base da fundação uma camada tampão com xistos vermelhos que servirá para bloquear a capa de cada camada superficial para evitar todo o abatimento exterior, devido à forma achatada dos grãos. A segunda camada é constituída por uma mistura especial de xistos vermelhos definida por granulometria. Seguidamente os técnicos devem espalhar a camada de tijolo moído.
Reparação e a conservação anual destes campos incide essencialmente na capa calcária constituída por xistos vermelhos.

Trabalhos a realizar no início da época:
- Agadanhar o campo com uma grade ligeira em comprimento e em largura de 4 a 5 cm de espessura de forma atingir a camada de escória de hulha
- Deixar repousar durante alguns dias
- Nivelar com um ancinho
- Cilindrar por meio de um cilindro pesado
- Aplainar novamente tendo em conta um bom nivelamento do campo,
- Regar abundantemente,
- Repetir todas estas operações incluindo a passagem da rede e do ancinho
- Realizar o traçado das Linhas

Podemos proceder à reparação apenas de dois a dois anos ou de três a três anos, consoante a composição do calcário da capa e da condição da estação do inverno passado não tenha sido demasiado rigoroso ao nível de baixas temperaturas.
Nestas situações, o começo da estação serão as únicas operações a efetuar são o aplainamento, a marcação dos traços, cilindragem, a rega, a colocação de areia vermelha sem excesso e a passagem da rede e do respetivo ancinho.
Para manter o campo em bom estado é recomendável regá-lo de manhã, passar o cilindro sempre que pareça necessário, tendo por objetivo conservar no solo a humidade necessária que confere a coesão da superfície através de um tratamento com cloreto de cálcio.

As condições climatéricas muitas vezes não permitem a prática do ténis ao ar livre. Muitas vezes as partidas de ténis têem de ser interrompidas por causa da chuva ou do vento. Perante estas situações os pisos de terra batida encontram-se bastante vulneráveis. Um enorme temporal poderá tornar inutilizável o campo durante horas ou mesmo durante um dia. Pelo contrário, um campo de piso duro ou sintético é menos vulnerável à chuva porque pode secar mais rapidamente. Poderá ser uma justificação essencial na escolha da superfície do jogo.
Uma solução eficaz para colmatar as más condições climatéricas será necessário a criação de infraestruturas desportivas cobertas para a modalidade de forma haja tempo útil de prática durante as estações mais chuvosas e nevosas.
Os espaços cobertos podem receber todo o tipo de superfícies, as mais utilizadas no ténis indoor são os pisos de terra batida, sintéticos e rápidos.

Christopher Brandão, 2016




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