A incineração é a queima do lixo em fornos e usinas próprias. Apresenta a vantagem de reduzir bastante o volume de resíduos, além disso, destrói os microrganismos patológicos que causam doenças originárias do lixo hospitalar e industrial. Após a queima, resta um material que pode ser encaminhado para aterros sanitários ou mesmo reciclado. É recomendada a sua reutilização racionalizada relativamente aos materiais queimados, que muitas vezes, são utilizados na confeção da borracha, da cerâmica e do próprio artesanato.
Na incineração é possível uma redução inicial do volume inicial de resíduos até cerca de 90%, através da combustão realizada a temperaturas que se elevam a mais de 900°C. Ultimamente, tem vindo a ser implementado em zonas de grande produção de lixo, no entanto certos resíduos libertam gases tóxicos ao serem queimados, são extramente prejudiciais à saúde pública. Perante este quadro situacional, para evitar a poluição do ar, será necessário instalar filtros e equipamentos tecnológicos especiais que torna um processo de elevado custo. Trata-se de um sistema útil na eliminação de resíduos combustíveis, não tendo vantagens em relação aos outros materiais, como por exemplo vidros, metais e plásticos que devido ao seu elevado teor em água, a matéria orgânica que a constitui é de cerca de 36% dos RSU, em que possui um baixo poder calorífico que não é aconselhavél incinerar sob o ponto de vista energético.
Análise do interior de um forno de incineração
No interior de um forno de inceração, os seus próprios processo de processamento resultam em produtos finais que promovem a energia térmica que por sua vez é transformada em energia elétrica ou vapor. As águas residuais, os gases, as cinzas e por fim as escórias associadas aos gases resultantes da incineração, têm de sofrer um determinado tratamento à posteriori, uma vez que são constítuidos por compostos de substâncias consideradas tóxicas, como o caso do chumbo, do cádmio, do mercúrio, do crómio, do arsénio, do cobalto e outros metais pesados, como o ácido clorídrico, os óxidos de azoto e os dióxidos de enxofre, de dioxinas e furanos, por fim os clorobenzenos, os clorofenóis e PCBs.
Uma incineradora gera também emissões de dióxido de carbono, que por sua vez é considerado um agente causador do efeito estufa. Como parte do processo, existe um elevado custo ao nível de equipamentos necessários para limpeza de gases, tais como precipitadores ciclônicos de partículas, precipitadores eletrostáticos e lavadores de gases. O efluente gerado pelo arrefecimento das escórias derivado pela lavagem dos gases, também terá de sofrer um tratamento adequado de acordo com a legislação da União Europeia, por ser considerado um resíduo perigoso. Ao nível da queima dos resíduos é possível aproveitar a energia térmica gerada, transformando-a em energia elétrica, que provavelmente poderá ser posteriormente comprada por uma empresa de eletricidade. Por todos estes motivos e havendo um enorme interesse político por parte de alguns Presidentes da Câmara, na valorização do resíduo consideram infelizmente a incineração com um negócio rentavél para alguns interesses económicos da região. A reciclagem dos vários produtos e a produção de novos produtos orgânicos provavelmente podem ser uma solução viável na criação de adubos para lavoura, o que não for reciclado poderá ser tratado imediatamente para uma deposição em aterro controlado.
Coincineração
A coincineração é um processo de tratamento de resíduos que consiste numa queima em fornos industriais, conjuntamente com os combustíveis tradicionais. Os resíduos são assim valorizados energeticamente, pois substituem parte do combustível usado no forno a ser trabalhado em elevadas temperaturas nas indústrias vidreiras, siderúrgicas e cimenteiras que posteriormente podem ser usados para o tratamento de resíduos.
A coincineração em cimenteiras
Os fornos de cimento são os mais utilizados, por permitirem atingir temperaturas bastantes elevadas, aproximadamente 2000°C na chama do queimador principal e cerca de 1450°C no clínquer.
Quando os resíduos contêm substâncias ambientalmente perigosas, tais como compostos aromáticos ou metais, a coincineração em fornos de cimento pode evitar a contaminação do ambiente de forma segura. No caso dos compostos orgânicos contendo átomos de carbono ou azoto, as temperaturas bastantes elevadas ao longo tempo de permanência no forno encontram-se num intervalo compreendido entre os 5 a 7 segundos dos grandes fornos de cimento, que por sua vez irão provocar a destruição destas próprias moléculas, originado compostos inócuos, como o anidrido carbónico.
Para maior informação dos senhores Presidentes Da Câmara, os silicatos de cálcio constituem o clinker, que é um constituinte que prevalece em grande quantidade no cimento realizado em Portland localizado numa cidade Norte Americana, bem como a maioria dos metais são incorporados na estrutura vítrea, formando a sua forma em alta temperatura, ficando assim inibidos de serem lixiviados pela água. A exceção dos metais voláteis como o mercúrio, o cádmio e tálio, por não serem fixados, não podem apresentar concentrações elevadas nos resíduos a coincinerar.
Os aniões de enxofre, de cloro e de flúor combinam-se com o cálcio da pedra formando compostos estáveis, evitando assim as emissões dos respetivos ácidos.
As emissões perigosas
Quando a coincineração começou a ser usada nos EUA na década de 1980, os resíduos eram misturados e triturados conjuntamente com a pedra. O aquecimento era muito lento, o que originava a progressiva libertação dos compostos orgânicos voláteis, antes de atingirem os pontos mais quentes do forno. A poluição realizada era enorme e alguns fornos mesmo trabalhando apenas com combustíveis normais podiam permitir a formação de dioxinas que são compostos que ocorriam em fornos, onde o despoeiramento dos gases se fazia à custa das altas temperaturas, provocando alterações na estrutura molecular da TCDD, considerada uma das mais tóxicas das dioxinas.
Atualmente a coincineração dos resíduos mais perigosos é realizada por injeção na zona da queima, o que permite uma destruição com maior eficiência superior das tradicionais. O arrefecimento dos gases antes da sua chegada aos filtros, permite atingir níveis mais baixos de emissão de dioxinas, independentemente do tipo de combustível utilizado.
A coincineração feita em boas práticas industriais é atualmente um processo mais seguro de valorização económica de resíduos industriais em fim de linha, praticado há muitos anos em numerosos países Europeus. As análises mostram que as incineradoras podem ser consideradas armas de destruição massiva, provocando vários efeitos negativos à saúde pública e ecológica.
Por este meio, venho alertar a alguns Presidentes de Câmara e respetivos cidadãos as causas que algumas pessoas são contra a inceradora, atendendo ao quadro situacional apresentado e ao seu alto custo da obra, mesmo que seja com fundos europeus, há outras maneiras de realizar o tratamento dos lixos tóxicos, utilizando recursos materiais e tecnológicos mais baratos e mais eficazes que defendem o ambiente e a saúde pública das populações , criando e respeitando a respetiva sustentabilidade económica e ecológica da própria Ilha de S.Miguel .