A coordenação é a capacidade motora que promove a habilidade psicomotora mais importante no tênis competitivo, apesar do treino da capacidade da força nos últimos anos possa ter destacado pela sua importância, ao nível da grande potência dos variados gestos técnicos, atualmente desferidos no ténis de alta competição. A movimentação dos apoios denominados por um trabalho de footwork, traduz uma realidade diferenciada, que continua sendo a fronteira que separa os jogadores de top do ranking ATP dos demais. A coordenação pode ser definida como uma habilidade simples ou complexa de se movimentar, parar ou mudar de direção em prol de uma motricidade aleatória ou sequenciada através de um timing correto de preparação biomecânica do corpo, para uma melhor execução de um gesto técnico.
Relativamente ao planeamento de uma metodologia de treino baseada num conjunto de exercícios orientados para o treino da capacidade da coordenação, deve-se reproduzir padrões psicomotores de movimentos biomecânicos similares aos que são executados durante o jogo, num princípio baseado na especificidade. A qualidade de uma sessão de treino, tem como objetivo final de demonstrar determinados padrões de movimentação standard que são utilizados pelos jogadores profissionais, com a intenção de demonstrar alguns exemplos de exercícios que podem ser executados, permitindo assim um rendimento da performance, consoante a eficiência dos padrões utilizados de base que muitas vezes são sincronizados em 3 passos fundamentais, para uma boa movimentação dos apoios no campo tênis, nomeadamente:
-Split step que consiste em criar um momento correto de abaixar o corpo pela ação da flexão dos joelhos que por sua vez provoca um determinado ground reaction da zona plantígrada dos pés, empurrando um dos apoios na direção da bola. O timing das impulsões é essencial e deve acontecer antes do adversário realizar o contato com a bola. Os passos laterais desenvolvem a consciência cinestésica essencial, enquanto os passos cruzados recuperaram após o golpear da bola com um gesto técnico, estando o atleta o mais perto possível da linha de fundo. O passo transversal ajuda o jogador na velocidade da lateralidade e na rapidez, onde a componente chave de uma habilidade defensiva se encontra dependente do aumento da capacidade de mudança de direção bastante eficaz para distâncias curtas.
O jogador deve recuperar rapidamente ao centro do campo após uma batida de uma bola aberta, onde é considerado um dos movimentos biomecânicos mais importante, atendendo que exige um enorme grau coordenativo, onde é necessário combinar os movimentos simples e complexos. O membro inferior numa situação de movimento em abdução durante o gesto técnico de direita, o jogador desacelera o movimento rebatendo o corpo para uma mudança de direção, geralmente recorre a um passo cruzado que posteriormente leva à descida do seu centro de gravidade em direção ao membro superior esquerdo, de forma a finalizar com um passo lateral que permita a recuperação plena do jogador ao centro do campo, para que esteja preparado para o próximo batimento de bola. Este é considerado um movimento básico de padrão assumido por norma pelos atletas profissionais, cuja a eficiência economiza passos e aumenta a velocidade de deslocamento do atleta, na eventualidade do jogo ser competitivo, é necessário que o atleta tenha a intenção de se deslocar mais para o centro do campo através de uma ação realizada por uma motricidade de passos laterais, economizando 4 a 5 passos para a sua recuperação, gastando assim menos energia e ganhando mais tempo para uma certa eficácia cinesiológica baseado numa menor economia de esforço de jogo.
Perante todo o quadro situacional mencionado anteriormente, existe um conjunto de 3 exercícios fundamentais para o desenvolvimento dos apoios do footwork, nomeadamente exercícios que podem desenvolver a capacidade motora da coordenação e da força ao nível da musculatura necessária, para que o tenista aprimore a sua capacidade de recuperação em jogo deverá realizar uma metodologia de treino em várias sessões de:
-Movimentação em 8
Colocar 2 cones a uma distância entre 3 a 5 metros. Iniciar pelo cone da frente considerado o primeiro, onde se deve movimentar com passos laterais, sem encostar um membro superior no outro membro durante o exercício, dando a volta por trás do cone oposto. Repetir o exercício dando a volta por trás do primeiro cone. Continue até completar o número necessário de repetições de forma a certificar a manutenção da posição postural flexionada a partir da articulação dos joelhos e do quadril.
- Movimentação em V
Colocar 3 cones formando um triângulo a uma distância de 3 a 4metros entre os cones para o jogador começar atrás de um cone, de forma a realizar um split setp a correr, dando a volta ao cone que se encontra à direita. Retornar ao cone inicial de forma realizar outro split step de forma correr no cone que se encontra mais à sua esquerda. O jogador deve continuar até completar o número necessário de repetições de forma a certificar se a sua postura mantém flexionada com a flexão das articulações dos joelhos e do quadril.
- Passo cruzado no T
Usando a área de serviço o jogador deve iniciar a corrida na linha do T de forma haja uma corrida lateral até à linha de simples, como se fosse executar uma espécie de rebatida. Deve pisar a linha e retornar cruzando o primeiro passo e utilizando um segundo passo lateral, tentando chegar novamente à linha do T. Deve continuar até completar o número necessário de repetições necessárias de forma a certificar–se de sua manutenção postural flexionada das articulações dos joelhos e quadril. Deve começar a treinar de um lado, por exemplo da direita e seguidamente treinar o outro apoio. Após dominar a técnica, deve repetir o exercício fazendo uma recuperação ativa com passos cruzados dentro das linhas da área do serviço.
Christopher Brandão, 2019
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