segunda-feira, 11 de novembro de 2019

A Dimensão Futura Do Alto Rendimento Tenístico Juvenil


Os treinadores têem como objectivo o alto rendimento orientado para um nível etário compreendido entre os 12 e os 14 anos. Devem prosseguir um percurso competitivo específico em cada atleta, desde que tenham aptidão e talento para a modalidade em causa. Cada caso, é um caso específico a uma determinada realidade, que por sua vez exige determinadas características morfológicas e psicomotoras que obedeça a determinados princípios de metodologia de treino gerais e específicos harmonizadores, desde que concretize todos os elementos técnico-tácticos e físicos de uma forma sequenciada a longo prazo.

O sucesso inicia-se em idade juvenil, aproximadamente por volta dos 14 anos de idade, onde se trabalha os aspectos mais específicos do ténis, consoante os objectivos gerais, específicos e intermédios, propostos pela equipa multidisciplinar ou pelo treinador. É necessário uma base de confiança entre o atleta e o treinador, de forma ambos encontrem uma visão holística credível, sobre o árduo trabalho a ser realizado durante o percurso tenístico do atleta.

A importância da maximização da técnica durante o nível etário dos 14 anos, terá obviamente uma maior probabilidade estatística do atleta atingir mais precocemente o alto rendimento. O desenvolvimento da capacidade da força explosiva potencia uma maior energia para a produção da motricidade coordenativa necessária aos gestos técnicos automatizados, para o desenvolvimento da alta competição, onde o atleta passa a ter uma maior probabilidade de ganhar mais pontos durante as suas próprias competições.

Durante o processo inicial, não se deve dar grande valor aos resultados desportivos a longo prazo em escalões mais baixos, devido à  falta de maturidade de alguns padrões motores que necessitem tempo a serem concretizados, por não estarem assimilados nestas idades mais jovens. O desenvolvimento dos princípios decisivos para o alto rendimento depende essencialmente das capacidades motoras a serem desenvolvidas durante um intervalo cronológico de tempo compreendido entre um nível etário dos 12 e os  14 anos de idade.

 Nos escalões mais jovens, o sucesso e o fracasso geralmente são uma ilusão no presente, atendendo ao nível de maturidade do atleta só poderá  ser desenvolvido de futuro a longo prazo durante o seu percurso profissional. O somatório das variáveis que condicionam o sucesso do alto rendimento dependem essencialmente do controle  emocional ajustado à componente táctica, através da padronização dos gestos técnicos assimilados ao longo da  experiência profissional do atleta, adquirida posteriormente em ambiente competitivo .Os factores determinantes para o alto rendimento apresentam-se por características morfológicas equilibradas do atleta,  quando associadas a sprints ajustados à força reactiva, permite que haja uma potencialização sinergética do trabalho em apoio aberto, tão  necessária ao desenvolvimento biomecânico da amplitude angular produzida energéticamente em arremesso.

O nível etário compreendido entre os 8 e os 9 anos de idade, permite uma melhor assimilação dos pontos críticos ótimos essenciais ao desenvolvimento dos padrões motores dos atletas, onde devem ser trabalhados em actividades lúdicas grupais, previamente estabelecidas e planificadas em  metodologias de treino a longo prazo, em que muitas vezes existem contra tempos normais para se alcançar o maior sucesso, num determinado macrociclo metodológico competitivo.

O trabalho das capacidades motoras até aos 12 anos, devem estar assimilados em todos os atletas de alto rendimento que estejam enquadrados num programa motor bem padronizado e bem planificado da sua própria performance. Deverão ser treinados de forma multifacetada, dando a importância necessária à instrumentalização da modalidade, durante o processo da educação desportiva que se encontra inserido no atleta.

A questão da derrota nos escalões mais baixos, não deverá ser dada uma grande importância para a conceção do alto rendimento, o mais importante é dar valor à auto-superação das dificuldades presentes. A avaliação do processo, traduz um determinado foco para que o treinador controle as variáveis internas e externas que permitem o próprio sucesso do atleta.

A importância de um projecto credível depende essencialmente da variável confiança, o que permite um ambiente positivo necessário ao sucesso da equipa desportiva, que se encontra por trás de uma carreira profissional do atleta altamente competitivo.

Na gestão dos focos dos projectos devem ir ao encontro das necessidades do atleta e não dos objectivos muitas vezes irrealistas traçados previamente pelos treinadores ou pais mal informados.
A componente táctica, física e mental consiste numa visão de base ao top especializado do atleta ao longo do tempo, o que permite estimular as alterações no processo de ensino aprendizagem da modalidade, para respostas mais eficazes de jogo propriamente dito .

A táctica de jogo estruturada, permite uma melhoria dos movimentos de antecipação, de forma o jogador possa ter um melhor reportório de soluções perante situações aleatórias, que vão surgindo durante o jogo, que por sua vez são adquiridas através de uma filosofia de conquista de ponto a ponto até à vitória.

A parte mental do atleta depende da motivação estimulada pelo treinador e respectiva família, com objectivos previamente estabelecidos, independente dos resultados que vão surgindo, obrigatoriamente vão aumentando as respectivas responsabilidades do atleta perante estes mesmos resultados.

A importância do trabalho mental é fundamental para o processo de ensino aprendizagem tenístico, ao nível da padronização  da técnica, da táctica e da preparação física .

Todos os desportos podem ser importantes para o desenvolvimento da modalidade do ténis, mas quanto mais cedo o individuo iniciar-se na actividade, maior probabilidade tem de adquirir a sensibilidade necessária para o manuseamento da raquete, respeitando as componentes tácticas previamente estabelecidas em sessões de treino.

A gestão do stadium state permite o equilíbrio nos vértices das relações triangulares, entre treinador, família e atleta, onde é fundamental o desenvolvimento mental e psicomotor da gestão de carreira profissional do próprio atleta.

Existe uma correlação entre ultrapassar obstáculos com o próprio sofrimento suportado pelo atleta  em lidar com o sucesso, cuja a relação depende da maturação dos neurónios, que são considerados a unidade mais básica da estrutura do cérebro e do sistema nervoso. A membrana exterior de um neurónio, tem a forma de vários ramos extensos chamados dendrites, que recebem a informação de outros neurónios, e por sua vez possuem uma estrutura que se chama axônio, que por sua vez tem a missão de enviar a informação a outros neurónios. O espaço entre as dendrites de um neurónio e o terminal axonal de outro é o que se designa por fenda sináptica.

Os sinais são transportados através das sinapses, por uma variedade de substâncias químicas que são designadas por neurotransmissores. O córtex cerebral é um tecido fino composto essencialmente por uma rede de neurónios densamente interligados, em que nenhum neurónio está a mais do que algumas sinapses de distância de qualquer outro neurónio.

Os neurónios recebem continuamente impulsos das sinapses pelas célula dendríticas vindos de milhares de outras células. Os impulsos geram ondas de corrente eléctrica excitatória ou inibitória, cada uma num sentido oposto. Através do corpo da célula, até a uma zona chamada a zona de disparo, onde se inicia o axônio. É aí que as correntes atravessam a membrana celular para o espaço extra celular, em que a diferença de voltagem que se forma na membrana determina se o neurónio dispara ou não.

Os neurónios caracterizam-se pelos processos que conduzem impulsos nervosos para o corpo e do corpo para a célula nervosa. Os impulsos nervosos são reacções físico-químicas que se verificam nas superfícies dos neurónios, em que os seus processos desencadeiam as aprendizagens psicomotoras e lúdicas. A inteligência emocional cria situações que identificam o sucesso em determinadas áreas humanas, através da desmistificação da linguagem corporal  manifestada de forma não verbal.

O desenvolvimento psicomotor do jogador depende essencialmente da capacidade genética, de autoconfiança, de forma manter um dos pilares mais sólidos ao nível do controlo da raquete em situações de potência. A importância da biomecânica na execução dos gestos técnicos, depende essencialmente da base de sustentação do corpo em relação aos apoios, em diversas posições e situações de jogo aleatórias, que por sua vez devem proporcionar o ground reaction necessário para sustentação do corpo do atleta no solo, para produção de automatismos padronizados e assimilados  durante as unidades metodológicas de treino mais competitivas.

Um conjunto de exercícios de polimetria  permite uma melhoria das coordenações óculo- manual , óculo- pedonal  e unipedonal de forma haja uma melhoria na lateralização do atleta.

A questão da força explosiva numa dimensão técnico-táctica, exige um planeamento adequado para os melhores resultados possíveis, desde que se potencializam as capacidades motoras do atleta para um objectivo multifacetado, segundo modelos de jogo que o atleta consiga atingir os objectivos propostos.
A importância dos apoios devem ser focalizados pelos treinadores para a percepção do jogo, o mais cedo quanto possível, em níveis etários mais baixos, permitirá um melhor desenvolvimento dos pontos críticos ótimos dos próprios atletas.

O desenvolvimento da capacidade coordenativa exige modelos de maximização complexos de trabalhos executados pelos apoios, quer em situações que exigem componentes técnicas em posições abertas ou fechadas. As performances das capacidades inatas, exigem um clima positivo entre treinador, atleta e família.

 A importância do equilíbrio estático e dinâmico, permite melhorias nas acções biomecânicas para melhores intensidades de jogo.

Quanto maior for a idade cronológica do atleta, maior será a velocidade de jogo, consoante a melhoria da velocidade de percepção. A coordenação neuromuscular cria uma maior velocidade com menos esforço, na eventualidade do peso da raquete ser maior. A utilização dos dois membros inferiores associada à rotação do tronco, permitirá  a ação do open stance em situação da bola na passada ou numa situação de close stand sobre o peso da bola.

O somatório de elementos tácticos permite uma construção de uma realidade de jogo condicionada ao estilo de jogo trabalhado numa determinada preparação antecipada para o batimento da bola, onde a velocidade e a acelaração permite a energia eficaz para um processo dominante.
Os padrões de base são fundamentais para o desenvolvimento dos elementos tácticos e físicos onde se determina as áreas fracas e fortes do atleta, de forma a permitir uma definição mais específica das características de jogo a ser utilizadas durante o seu estilo.

O desenvolvimento da lateralidade é sabermos a parte dominante motora, onde é necessário um conjunto de exercícios de multilateralidade em situações de open stance, cujo o desenvolvimento do membro inferior de apoio se encontra associada à articulação do ombro, o que permite acções biomecânicas essenciais, para produzir a energia elástica necessária para um bom trabalho proprioceptivo.

A importância do controlo psicológico perante a pressão, exige uma enorme capacidade de espírito de sacrifício e de auto confiança, para superar as adversidades do jogo, que exigem um foco de concentração que ultrapasse todas as expectativas de jogo.
A autonomia e a confiança devem ser trabalhadas durante as sessões de treino com o treinador ou com a equipa multitransdisciplinar, de forma eliminar a pressão invisível.

Os Treinadores devem educar os pais para o melhor e pior dos resultados, de forma o atleta possa sentir-se confiante de futuro nos próximos desempenhos. Devem adaptar-se ao modo de comunicação de forma a resolver os problemas conjuntamente com os atletas, para ultrapassar o mais breve possível  os erros e as emoções negativas, criando um clima de positivo simbiótico de ajuda mútua à sua volta.

A gestão das expectativas ao nível do seu enquadramento exigem um determinado envolvimento, que poderá ser visível num sistema de comunicação não verbal, através de uma comunicação positiva por parte dos treinadores, basta haver um feedback positivo perante o atleta para mudar todo o clima de situação negativa, de forma ultrapassar todas as adversidades e ansiedades que surgem durante a época competitiva.

Christopher Brandão, 2019 
























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