terça-feira, 27 de outubro de 2015
A Maternidade Frustrante
A história da humanidade está condicionada ao papel da mulher em relação à sua maternidade que sofreu várias metamorfoses de acordo com as necessidades e adaptações derivadas por exclusivos interesses sociais em cada época.
Principalmente no séc XIX a maternidade ganhou novos contextos. É neste contexto, que o bebê ganha especial privilégio na sociedade, atendendo à mudança de paradigma de valores sociais justificados pela psicopediatria permitiu dar maior relevância ao desenvolvimento psicomotor e afetivo da criança saudável.
A valorização da mulher como cuidadora do lar era considerado um modelo ideal a ser seguido para o fortalecimento da classe média machista que preconizava o conceito de individualismo familiar. É neste momento que se instaurou a apologia da super mulher considerada a heroica mãe que deveria viver exclusivamente em prol dos filhos e da família. Quem desviasse de tal comportamento estaria fugindo das leis sociais, criando assim, um sentimento de culpa nas mulheres mães que atualmente costumam carregar o seu peso nas suas próprias consciências quando necessitam de trabalhar e deixar os seus filhos em instituições educativas.
A fase da amamentação foi codificada em leis de trabalho impondo um determinado paradigma social na vida da mulher de forma a obrigá-la a um aprisionamento por um longo período de tempo necessário à exclusiva alimentação do seu filho ou filhos, com a intenção de estabelecer laços afetivos essenciais para o desenvolvimento do ciclo de vida de qualquer ser humano. Neste sentido é fácil compreender as frustrações vividas pelas mulheres contemporâneas por um preço da modernidade dos seus estilos de vida a que obrigam a um dever laboral cada vez mais competitivo e por vários motivos não conseguem ter tempo suficiente para a respetiva família.
As revoluções da sociedade contemporânea foi construído à custa da conformidade da mulher centrada numa perspetiva exclusiva de regime de competitividade. A psicanálise freudiana teve uma grande influência na manutenção do papel materno, uma vez que as metamorfoses kafkianas do bebê tornam-se uma fase decisiva para o seu desenvolvimento psicomotor.
De fato o que pôde ser observado na sociedade atual globalizada, é a existência de um conflito entre os sexos relativamente aos seus contextos sociais que se foram transformando conjuntamente para novos modelos familiares. Há necessidade de um forte investimento emocional na família para se chegar a uma novo paradigma social manifestada em famílias monoparentais heroicas concetualizadas no que é ser mãe ou pai e concomitantemente têem de realizar uma junção de outros papéis essenciais para uma nova dinâmica social de responsabilidade civil. A mulher concília a sua nova função maternal com as suas próprias atividades profissionais associadas ao seu dever de esposa. Devido à sua carreira profissional ser exigente ao nível da sua função ser cada vez mais especializada ao nível de experiência profissional parece ser contraditória e ambivalente para qualquer mulher que desempenhe o seu papel de mãe, com o seu status social e profissional poderá gerar diversos tipos de sentimentos envolvidos na sua função maternal, o que certamente provocará um custo elevado de outros papéis que muitas vezes podem gerar consequências desastrosas para os seus filhos. O conjunto de atitudes e valores da mãe em relação aos seus filhos sofre evidentemente uma forte influência do contexto socioeconómico e cultural da sociedade. Desta forma a concetualização parental de como cuidar os filhos tendem a acompanhar a evolução das crenças sociais sujeitas a mudanças históricas cada vez mais radicais do modelo de concetualização familiar mais adequado ao tempo real despendido na família.
Perante este quadro situacional que pode também ser considerado um reflexo derivado de um preço de liberalização dos mercados globalizados que provavelmente permitiu um fluxo maior de deslocamento de massas populacionais em função das suas vidas profissionais que reduzem os seus valores reprodutivos inibindo a criação de famílias.
Christopher Brandão 2015
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário