Ao observar a tragédia de Pedrógão, sinto uma grande revolta com todas as entidades governativas que infelizmente nos governam. A questão Pedrógão é uma questão que combina uma tragédia com negligência de um Estado excessivamente burocrático, corrupto, esquecido das suas verdadeiras obrigações e por fim determinados políticos realizam uma ação teatral, com intenção de se livrar das suas infelizes incompetências. Ao avaliar as consequências tardiamente desta grande tragédia, desastre ecológico, exige uma grande reflexão de todos nós sobre a função do Estado, sua atuação nula e mal antecipada das medidas florestais que nunca foram aprovadas nem discutidas em Assembleia da Républica , que na minha humilde opinião, já é considerado um grave pressuposto de má gestão política.
A realidade é que todos nós pagamos impostos, que deviam ser bem empregues numa boa gestão de recursos humanos e tecnológicos, de forma a favorecer uma saudavél democracia com enorme qualidade de bens e serviços que os próprios cidadãos têem direito. Infelizmente a realidade não é aquela que devíamos ter, simplesmente votamos em governantes que se esquecem dos seus verdadeiros deveres de Estado, para depois virem para os meios de comunicação chorar de forma teatral e falar das pessoas que sofrerem, esquecendo-se de apurar as verdadeiras responsabilidades ou falhas de um sistema de proteção civil negligente, que custou 485 milhões de euros ao erário público.
Todos os anos ocorrem fogos , no qual os nossos heróicos bombeiros com pouco recursos, chegam ao ridículo de irem de transportes públicos apagarem fogos e para o cúmulo da sátira ganharem 1,75 por hora. Perante este quadro situacional, em que todas as tecnoestruturas do Estado falham, quer ao nível da contratação dos recursos materiais ou de equipamentos mais viáveis para uma melhor solução de apagar fogos, que evidentemente poderia ser uma das missões que deveria ficar a cargo da Força Aérea Portuguesa, em vez do Estado comprar submarinos ou caças F16 de milhões euros. Evidentemente poderiam equipar a força Aérea Portuguesa para uma força de intervenção rápida de apagar fogos com grande eficácia, dada à excelente formação dos pilotos portugueses. Infelizmente a realidade dos políticos é favorecer os amigos ou os camaradas em concursos públicos muito duvidosos, de forma a favorecer as suas ricas empresas, à custa dos impostos dos honestos cidadãos.
Não podemos pagar convenientemente um salário digno a um bombeiro, os seus transportes e a sua alimentação, mas podemos favorecer o amigo a ganhar um determinado concurso para pagar fogos a 35 000 euros por hora. Aqui está o verdadeiro problema da nossa política atual, favorecer quem não devia ser favorecido, prejudicar o pobre cidadão que perde os seus bens a sua própria família, jogar com a própria comunicação social, para confundir quem tem culpa nesta real tragédia de chupar o dinheiro público .
A realidade infelizmente encontra-se sem culpados, sem leis, sem controlo, tudo quer simplesmente protagonismo político numa podridão permanente, esquecendo-se das mortes e das desgraças dos outros.
A crítica permanente não resolve nada sobre as florestas Portuguesas, mas basta ter um palmo e meio de testa, para quem tenha uma certa visão holística do problema, para avaliar uma conjuntura do todo, no qual podemos concluir o seguinte:
- É necessário o ordenamento da floresta, segundo um plano diretor geral independente, onde haja responsabilização por parte dos proprietários neste processo. O Estado tem a verdadeira obrigação de ordenar as florestas Portuguesas com acessibilidades e meios tecnológicos, utilizando os drones com função de vigilância para uma prevenção mais primária de fogos,
- É necessário durante o verão, os militares que não fazem nenhum nos quartéis irem para o campo de ação florestal , com os seus generais, em vez estarem em festas no bem bom ou a dar comendas a quem não produz nada,
- É necessário equipar convenientemente os bombeiros, desde a sua formação técnica , física e académica, e por fim tecnológica,
- É necessário obrigar o proprietário limpar o seu espaço ou alertar as Juntas de Freguesia ou Câmaras Municipais a desempenharem esta função, caso não haja disponibilidade financeira,
- É necessário os engenheiros florestais trabalharem transdisciplinarmente com as entidades locais , governativas, académicas de forma possam integrar e resolver todos os problemas da floresta Portuguesa,
- É necessário expropriar terra, se for preciso para resolver determinados problemas específicos da floresta, desde quebrar barreiras físicas, aplanar, plantar, replantar etc,
- É necessário fiscalizar todos o processo numa tecnoestrutura ascendente, de forma haja de fato evolução preventiva de todo o processo florestal,
- É necessário criar postos hídricos devidamente sinalizados, de forma toda a gente possam saber a sua localização,
- É necessário haver planos de fuga, sinalética, organização geral da proteção civil num centro nevrálgico sob a forma de comando único, de forma possa avaliar todo o campo de ação num só voz de comando,
- É necessário realizar parcerias ou protocolos com os bombeiros Espanhóis que se encontram mais próximo da fronteira,
- É necessário criar uma logística de salvação para que possa assistir convenientemente as vítimas, as populações, idosos, crianças, etc,
- É necessário acabar com os lobbies das madeiras,
- É necessário que os deputados trabalhem convenientemente sobre estas matérias na própria Assembleia da Républica, porque todos os anos acontece o mesmo cenário e ninguém faz nada ou fica sempre no esquecimento quando chega a estação do Inverno.
- É necessário renovar as carreiras dos guardas florestais, dando as condições necessárias para as suas diversas funções,
- É necessário por o mundo académico a trabalhar nas florestas, de forma haja cientifícidade na resolução dos problemas, reduzindo os gastos exorbitantes e as puras negligências.
Não podemos continuar assim todos os anos, espero que este simples alerta faça refletir alguém no poder político, que tenha a verdadeira coragem e intenção de mudar o sistema para melhor, de forma de futuro possa evitar novas tragédias.
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