quinta-feira, 27 de dezembro de 2018

A consciencialização Tenística




A ação comportamental consciente e inconsciente dos atletas competitivos permite uma análise comparativa de alguns fenómenos transversais de uma equipa multidisciplinar, que tenta compreender as suas próprias linguagens performativas, independentemente dos seus estados emocionais. 

Para o combate da fadiga em situações de grande esforço técnico-táctico de jogo é necessário que haja a preservação da saúde mental do atleta que por sua vez exige uma certa rusticidade para evitar a frustração permanente. Mediante contextos de desempenho eficaz, um dos fatores de referência que mais se operacionaliza nos treinos são as competências performativas e psicomotoras. 

Um conjunto de sessões de treino exigem por parte dos treinadores uma evolução actualizada de conhecimentos, que por sua vez devem ter a consciência do balanço geral dos benefícios e dos custos da modalidade. 

A importância da nutrição desportiva na adaptação ao treino tem obrigatoriamente de incluir a gestão hídrica. 

A alavanca do conhecimento psicológico permite uma melhor comunicação ao nível de um modelo diferenciado de instrumentos que sejam capazes distinguir os campos do coaching e da psicologia humana. O coaching define-se por uma ferramenta sem limites, enquanto a psicologia incide o seu campo no comportamento humano. 

A existência de facilitadores diferenciados ao nível da consciencialização do controlo psicológico, evita determinados descontroles emocionais durante o jogo, que deverão ser treinados durante as sessões de treino pelo atleta, de forma haja um melhor equilíbrio comportamental ao nível da liderança competitiva. Perante este quadro situacional será necessária uma adaptação relativamente às questões éticas contextualizadas em processos metodológicos de treino competitivo, de forma haja uma melhor assimilação das competências necessárias ao nível do controlo voluntário individual. A situação de jogo na final USA OPEN 2018 em que a atleta Naomi Osaka derrotou a número um do ténis feminino, Serena Williams, e se tornou na primeira atleta de origem japonesa a conquistar o US Open, uma das maiores competições do Grand Slam. Apesar da vitória histórica para a jovem de 20 anos, as atenções concentraram-se para a atleta derrotada, a experiente Serena Willams que acusou o árbitro Português Carlos Ramos de ser “um ladrão”, que só lhe tirou pontos por coaching por receber instruções do treinador durante a partida, por ela ser mulher afirmou: “Perder um jogo por dizer “ladrão” e “mentiroso” não é justo. Quantos homens o fazem? Há muitos homens que já disseram muitas coisas por aí. É porque sou uma mulher e isso não é correto”. Após ter enfrentado o árbitro e danificado a raquete durante o jogo, as suas expectativas foram injustas no sentido de não  valorizar a capacidade de espírito de sacrifício, através de características diferenciadas para a melhoria da capacidade de auto-superação, baseado num compromisso de honra derivado de valores e crenças. A pressão negativa para superação exige uma determinada competência de esforço que muitas vezes os atletas transferem para um contexto competitivo, onde a concentração deve prevalecer sobre a frustração. Perante este quadro situacional é necessário que haja um foco de controlo para uma questão adversa psicológica, aplicando uma resposta imediata em prol da otimização das melhores performances de atuação ao nível de uma gestão eficaz das competências técnicas e táticas. 

A mentalidade dos atletas de top para a regulação da autoconsciência exige um determinado treino diário para cenários críticos, que permita uma melhor gestão emocional das competências orientadas para um melhor controlo estratégico da técnica. 

Através do planeamento, os treinadores terão maiores probabilidades de sucesso na construção de modelos operacionalizados em função dos períodos sensíveis ou das ações técnico táticas baseadas nas capacidades motoras, mais especificamente na coordenação bilateral. 

A intervenção psicológica de uma equipa multidisciplinar poderá funcionar como uma zona de desafio de período ótimo de desenvolvimento psicomotor, que seja capaz de evitar períodos críticos sensíveis, permitindo assim uma subida de competências, de forma a simplificar todo o processo de padronização, em função de uma variação de estímulos necessários às melhores performances biomecânicas dos gestos técnicos específicos à  modalidade. 

A construção de um modelo de sucesso terá maior probabilidade de atingir uma maior liderança, na eventualidade ser operacionalizada por uma equipa transdisciplinar que seja capaz de solucionar os problemas da massificação orientados com uma maior visão holística para especialização das performances de alto rendimento. 

A flexibilidade do planeamento nos diferentes escalões e níveis etários permite um desenvolvimento linear de uma matriz orientada para as capacidades motoras, segundo um modelo de desenvolvimento baseado numa metodologia de treino mental associada à componente tecno-táctica, que deverá ter origem nos gestos técnicos fundamentais do jogo propriamente dito, mais especificamente nas situações do serviço e resposta serviço, de forma a devolver a bola em profundidade.

Christopher Brandão, 27 Dezembro 2018


quinta-feira, 20 de dezembro de 2018

A Trilogia Competitiva Do Sucesso Tenístico



Numa dimensão estratégica de uma equipa técnica multidisciplinar orientada  para a formação de um atleta competitivo, será necessário diferenciar conhecimentos científicos, de forma a prevenir a pressão psicológica em atletas que se encontram em determinados contextos decisivos de jogo, nomeadamente a perda de pontos, onde é necessária uma maior força mental que combata o efeito de iceberg.

A importância do foco interactivo do atleta de alta competição, exige uma busca permanente de excitação do seu próprio coping resources motor. 

A necessidade da criação de um design metodológico de treino, que permita o crescimento e o desenvolvimento das capacidades psicomotoras do atleta de alta competição orientada para uma postura de autoconfiança. 

Será necessário um conhecimento científico vocacionado para uma gestão psicológica focada em reportórios psicomotores adquiridos pelos atletas ao longo da vida. 

O efeito de iceberg depende essencialmente da interação das relações humanas mais próximas do atleta, que visa essencialmente aliviar os focos de tensão. Perante este quadro situacional, os treinadores devem ter uma compreensão mais holística de todos os problemas que surgem ou fazem parte do treino de alta de competição, não excluindo os problemas sociais e familiares derivados em contextos extrínsecos. 

O histórico currículo desportivo do atleta de alta competição Bjorn Borg é um exemplo de rusticidade absoluta competitiva em campo e desastrosa na sua vida social e familiar.

Björn Borg nasceu em Estocolmo e cresceu na cidade de Södertälje, na Suécia. Durante dez anos (1973 a 1983 ganhou 56 torneios), somando cerca de 100 milhões de dólares em prémios e contratos de publicidade. 

Em 1974, com apenas dezassete anos, Borg vence o Torneio de Roland-Garros, tornando-se o mais jovem atleta do mundo a conquistar um torneio do Grand Slam. Também este atleta distinguia-se  pelo seu morfotipo físico poderoso. 

Ganhou cinco vezes o Torneio de Wimbledon (1976,1977, 1978,1979, 1980), seis vezes o Torneio de Roland-Garros (1974, 1975, 1978, 1979, 1980, 1981). No ano de 1979 a 1980 terminou a temporada como número um do ranking mundial. 

Na Taça Davis, Borg ainda detém o recorde da competição mais longa de uma série de vitórias em variante de singulares, onde ganhou 33 jogos na famosa Taça Davis entre maio do ano 1973 e Junho do ano 1980. Na competição, Borg perdeu apenas três jogos em 40 partidas jogadas em singulares, em 21 confrontos que disputou, ajudando a Suécia a ganhar o título em 1975. Em 2014, Borg foi considerado pela revista Ténis um dos 10 tenistas que transformaram a realidade da modalidade pelo seu estilo de jogo contemporâneo. Alguns entusiastas da modalidade, consideram Bjorn Borg o pioneiro no uso do gesto técnico top spin no seu jogo de ténis, devido ao sucesso que alcançou em golpear todas as bolas com este tipo de efeito. Apesar do sueco não ter sido o primeiro a usar esse gesto técnico eficaz, foi ele quem instituiu a época do top spin na modalidade no seu tempo. 

Anunciou o abandono dia 23 de Janeiro de 1983, através de um jornal sueco chamado “Kvallposten” onde afirmou: “Não consigo dar 100% e se não consigo fazer isso, não é justo continuar, deixou a competição prematuramente aos 26 anos com a célebre frase:” Se queres chegar ao topo, o ténis tem de ser divertido, e eu já não sinto isso. É por isso que desisto.” Aos 26 anos, Björn Borg meteu um ponto final na sua carreira tenística. 

A frieza que o marcava em cada jogo rendeu-lhe o apelido de "Iceborg". Em contexto familiar desastroso possuiu dois casamentos desfeitos com a tenista romena Mariana Simionescu e a top model sueca Jannike Bjoerling. Em 1992, Borg foi ainda condenado a pagar em processo de tribunal, uma pensão de 20 mil dólares por mês à sua ex-mulher a cantora italiana Loredana Bertè que o acusou de destruir a sua carreira profissional. O casal manteve um casamento durante quatro anos. Criou um desastre financeiro no valor de 30 milhões de dólares em negócios mal geridos, que levaram o ícone a uma tentativa de suicídio, onde tomou vinte cápsulas do hipnótico Rohypnol em Fevereiro do ano de 1989 na cidade de Milão. 

A idiossincrasia do seu estilo de vida faz reflectir qualquer treinador, da importância da flexibilidade necessária do seu planeamento metodológico de treino que seja capaz de encontrar a melhor solução eficaz, à medida de cada problema emocional que surja. 

A procura de um padrão de vida desportivo estável depende essencialmente do enquadramento social, onde muitas vezes a desinformação e o facilitismo, não provoca o espírito de sacrifício necessário para adquirir a força de vontade de vencer ou manter-se durante muito tempo no topo da alta competição. A avaliação do treinador, segundo os meios tecnológicos, tenta criar um quadro favorável contra os contra-ciclos que vão surgindo ao longo da vida do atleta competitivo. 

Para evitar a vulnerabilidade emocional será necessário dar uma maior importância da formação académica do treinador, que por sua vez quantifica uma melhor análise comportamental, contextualizada em ambiente familiar, onde será necessário criar uma zona de desafio de treino  mental antecipado que permita despoletar um determinado espírito de sacrifício ao atleta para a vitória.

A prevenção primária do comportamento emocional, depende essencialmente da eficácia da gestão de conflitos, através da melhoria da auto estima do atleta competitivo, muitas vezes devido à sua fama, recebem quantias milionárias, onde sofrem uma pressão diária dos mass média, derivada do próprio mercantilismo desportivo, que muitas vezes ultrapassam os valores mais éticos e morais do desporto. A pressão parental, muitas vezes afeta as performances competitivas dos atletas, como exemplo, temos o caso histórico e biográfico do tenista Agassi. 

Andre Kirk Agassi ex-tenista profissional norte-americano nasceu em Las Vegas a 29 de abril de 1970. Ganhou oito títulos do Grand Slam e é um dos históricos dos oito tenistas ter vencido todos os quatro torneios do Grand Slam ( Andre Agassi 1999, Roger Federer 2009, Rafael Nadal 2010, e Novak Djokovic 2016), conquistaram a glória tenística da era moderna em  diferentes superfícies. Remotamente Roland Garros era disputado no saibro, mas as outras competições de Grand Slam  ocorriam sempre em piso de relva. Muitas personalidades consideram-no entre os melhores tenistas de todos os tempos e o melhor na devolução da resposta ao serviço, ou (service returner) da história. Agassi anunciou a sua retirada após a sua participação no Us Open 2006. Jogou a sua última partida no ATP Tour no dia 2 de Setembro de 2006, quando perdeu na 3º ronda do US Open contra o alemão Boris Becker por 5-7/7-6/4-6/5-7. Despediu-se em lágrimas e perante uma enorme multidão que o aplaudia de pé. Agassi teve como maior adversário de sempre o jogador norte-americano Pete Sampras.  Alcançou o topo do ranking após vencer o Austrália Open do ano 1995 numa posição que ocupou durante 30 semanas na sua carreira tenística profissional. 
No ano 2014, Agassi foi considerado pela Revista Ténis um dos 10 tenistas que transformaram a realidade do ténis da sua época. Segundo a afirmação descrita numa famosa revista tenística: "Diante de uma geração de grandes servidores, que se destacavam em pisos cada vez mais rápidos, Agassi trouxe a verdadeira esperança aos que pretendiam jogar em profundidade no campo, mesmo em superfícies rápidas. Jogando com raquetes de maior cabeça do que o convencional ( oversize), fundamentou no seu estilo de jogo nas melhores devoluções de resposta ao serviço aplicando potentes batidas de fundo e de preferência pegando a bola numa trajectória ascendente, com constantes trocas de direção para dificultar os seus adversários. Além disso manteve-se durante algum tempo em participação competitiva, o que permitiu a popularização da modalidade na década de 1990, ditando as tendências de moda, através do seu estilo de cabelos compridos, com pólos extravagantes  multicoloridos. 

Tinha uma relação conflituosa com o pai onde canalizava a sua energia no campo apresentando um jogo agressivo. Foi casado com a atriz Brooke Shields entre o ano de 1997 a 1999. É casado desde 2001 com a ex-tenista alemã vencedora de 22 títulos de Grand Slam , Steffi Graf, com quem tem 2 filhos, Jaden e Jaz. 

A flexibilidade do planeamento metodológico de treino, deve possuir objetivos pré-estabelecidos nos inícios das épocas, de forma a incluir o contexto familiar em benefício da boa estabilidade emocional do atleta de alta competição. Independente de uma avaliação de desempenho das competências de todos intervenientes desportivos e familiares que fazem parte da equipa transdisciplinar, será fundamental que haja um triângulo relacional equilibrado entre pais, treinador e atleta, que eventualmente poderá ser facilitada por um organograma de gestão de conflitos de futuro, em função de melhores resultados desportivos. 

A importância do conhecimento científico no desenvolvimento da boa educação desportiva, permite uma melhor qualidade de investimento na metodologia de treino, criando melhores expectativas competitivas de futuro. 

A importância das relações institucionais ao nível da gestão comunicacional das diversas tecnoestruturas propostas, será necessário um plano estratégico unívoco, com objetivos previamente estabelecidos, de forma a prevenir primariamente conflitos, permitindo assim aos treinadores assumir as suas responsabilidades dos seus próprios erros, dando uma melhor resposta competitiva cada vez mais adaptada a cada quadro situacional problemático que surja. 

É necessário um conjunto de competências necessárias para um bom desempenho do papel ativo do treinador na educação desportiva do atleta ao longo da sua carreira profissional, com base nas suas boas capacidades de liderança ao nível da gestão comunicacional e performativa. 

Ao nível da valorização dos afetos em diferentes níveis etários, a motivação intrínseca e extrínseca, poderá eventualmente condicionar o sucesso do atleta, criando de certa forma uma identidade de referência com o treinador, que por sua vez se encontra dependente de uma trilogia hemostàsica entre pais e atleta.

Christopher Brandão ,19 Dezembro 2018

quarta-feira, 19 de dezembro de 2018

À Procura Do Divino

A felicidade procura-se numa dimensão metafísica ao longo da vida, na eventualidade do ser humano saber orientar-se por um documento sagrado designado por Bíblia.
A metamorfose das várias épocas, definiu-se por uma prática civilizacional evolutiva, para uma dimensão mais contemporânea, construída à  custa de um processo de globalização, que permitiu ao homem optar por um caminho luxurioso, pela ação do pecado. O sofrimento nasce do próprio pensamento ativo do sujeito, que simplesmente consome a sua energia na sua pura cobiça de querer cada vez mais bens sumptuosos, como afirmação de poder totalitário social. 
O desejo imortal para a compreensão do caminho da verdade, está  na purificação da alma. A consciencialização do bem provavelmente será um paradoxo de valor na sociedade atual.
A reflexão não exige a promíscua necessidade de ostentação, simplesmente procura a real explicação do sofrimento absoluto pelo divino. 
Talvez a palavra de Deus seja sagrada em si própria, num contexto humanizante, consegue-se adquirir um plano estratégico misericordioso da sapiência do bem, adquirido por um processo de ensino aprendizagem de acumulação de vários  somatórios de valores educativos e religiosos. Talvez um dia os humanos possam compreender o significado da condescendência na sua pura consciência. É inefável encontrar Deus, na  sua purificação espiritual filtrada pelo próprio perdão do pecador, à medida que se liberta  dia após dia da tentação da carne, por um simples ato energético de prazer corporal.
A  própria história humana não é capaz de se justificar a si própria pelo caminho da verdade, simplesmente contorna o seu destino bem-aventurado, na eventualidade de não encontrar o bem que justifique a sua verdadeira identidade. Encontrar Deus na sua doutrina, exige um dos pensamentos mais reflexivo da natureza humana, sobre o conhecimento da jurisprudência Sagrada, composta pelos factos históricos  mais exemplares da bíblia que justique  o verdadeiro destino da felicidade eterna.
 
Christopher BRANDÃO 21 fevereiro 2019