A ação comportamental consciente e inconsciente dos atletas competitivos permite uma análise comparativa de alguns fenómenos transversais de uma equipa multidisciplinar, que tenta compreender as suas próprias linguagens performativas, independentemente dos seus estados emocionais.
Para o combate da fadiga em situações de grande esforço técnico-táctico de jogo é necessário que haja a preservação da saúde mental do atleta que por sua vez exige uma certa rusticidade para evitar a frustração permanente. Mediante contextos de desempenho eficaz, um dos fatores de referência que mais se operacionaliza nos treinos são as competências performativas e psicomotoras.
Um conjunto de sessões de treino exigem por parte dos treinadores uma evolução actualizada de conhecimentos, que por sua vez devem ter a consciência do balanço geral dos benefícios e dos custos da modalidade.
A importância da nutrição desportiva na adaptação ao treino tem obrigatoriamente de incluir a gestão hídrica.
A alavanca do conhecimento psicológico permite uma melhor comunicação ao nível de um modelo diferenciado de instrumentos que sejam capazes distinguir os campos do coaching e da psicologia humana. O coaching define-se por uma ferramenta sem limites, enquanto a psicologia incide o seu campo no comportamento humano.
A existência de facilitadores diferenciados ao nível da consciencialização do controlo psicológico, evita determinados descontroles emocionais durante o jogo, que deverão ser treinados durante as sessões de treino pelo atleta, de forma haja um melhor equilíbrio comportamental ao nível da liderança competitiva. Perante este quadro situacional será necessária uma adaptação relativamente às questões éticas contextualizadas em processos metodológicos de treino competitivo, de forma haja uma melhor assimilação das competências necessárias ao nível do controlo voluntário individual. A situação de jogo na final USA OPEN 2018 em que a atleta Naomi Osaka derrotou a número um do ténis feminino, Serena Williams, e se tornou na primeira atleta de origem japonesa a conquistar o US Open, uma das maiores competições do Grand Slam. Apesar da vitória histórica para a jovem de 20 anos, as atenções concentraram-se para a atleta derrotada, a experiente Serena Willams que acusou o árbitro Português Carlos Ramos de ser “um ladrão”, que só lhe tirou pontos por coaching por receber instruções do treinador durante a partida, por ela ser mulher afirmou: “Perder um jogo por dizer “ladrão” e “mentiroso” não é justo. Quantos homens o fazem? Há muitos homens que já disseram muitas coisas por aí. É porque sou uma mulher e isso não é correto”. Após ter enfrentado o árbitro e danificado a raquete durante o jogo, as suas expectativas foram injustas no sentido de não valorizar a capacidade de espírito de sacrifício, através de características diferenciadas para a melhoria da capacidade de auto-superação, baseado num compromisso de honra derivado de valores e crenças. A pressão negativa para superação exige uma determinada competência de esforço que muitas vezes os atletas transferem para um contexto competitivo, onde a concentração deve prevalecer sobre a frustração. Perante este quadro situacional é necessário que haja um foco de controlo para uma questão adversa psicológica, aplicando uma resposta imediata em prol da otimização das melhores performances de atuação ao nível de uma gestão eficaz das competências técnicas e táticas.
A mentalidade dos atletas de top para a regulação da autoconsciência exige um determinado treino diário para cenários críticos, que permita uma melhor gestão emocional das competências orientadas para um melhor controlo estratégico da técnica.
Através do planeamento, os treinadores terão maiores probabilidades de sucesso na construção de modelos operacionalizados em função dos períodos sensíveis ou das ações técnico táticas baseadas nas capacidades motoras, mais especificamente na coordenação bilateral.
A intervenção psicológica de uma equipa multidisciplinar poderá funcionar como uma zona de desafio de período ótimo de desenvolvimento psicomotor, que seja capaz de evitar períodos críticos sensíveis, permitindo assim uma subida de competências, de forma a simplificar todo o processo de padronização, em função de uma variação de estímulos necessários às melhores performances biomecânicas dos gestos técnicos específicos à modalidade.
A construção de um modelo de sucesso terá maior probabilidade de atingir uma maior liderança, na eventualidade ser operacionalizada por uma equipa transdisciplinar que seja capaz de solucionar os problemas da massificação orientados com uma maior visão holística para especialização das performances de alto rendimento.
A flexibilidade do planeamento nos diferentes escalões e níveis etários permite um desenvolvimento linear de uma matriz orientada para as capacidades motoras, segundo um modelo de desenvolvimento baseado numa metodologia de treino mental associada à componente tecno-táctica, que deverá ter origem nos gestos técnicos fundamentais do jogo propriamente dito, mais especificamente nas situações do serviço e resposta serviço, de forma a devolver a bola em profundidade.
Christopher Brandão, 27 Dezembro 2018
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