sexta-feira, 12 de abril de 2024

A Metodologia Do Jovem Talento Tenístico



A força reativa poderá ser realizada por saltos pliométricos ou trabalho com bolas medicinais, em escalões etários compreendidos entre as idades dos 8 aos 12 anos de idade. O número de horas diárias despendidas durante um treino tem uma enorme importância na autonomia do atleta, que por sua vez deverá complementar a sua preparação física, através de microciclos distribuídos ao longo de um determinado espaço de tempo. Para que haja uma maior produtividade ao nível do trabalho dinâmico da capacidade motora da força explosiva, será necessária uma planificação metodológica realizada de forma estratégica durante a fase pubertária, que depende essencialmente das orientações técnicas e táticas previamente comunicadas pelos treinadores. O processo de ensino aprendizagem de novas abordagens metodológicas de treino, deverá ser previamente exemplificado, à medida que os treinadores introduzem exercícios psicomotores mais analíticos. Para que haja uma melhor compreensão por parte dos atletas sobre o modelo de jogo a ser implementado pelos treinadores, deverá existir uma linguagem performativa demostrativa, para posteriormente ser assimilada por uma componente de prática mais padronizada. As principais instruções relacionadas com os principais gestos técnicos específicos à modalidade, devem ser transmitidos por meio de frases simples, através de curtos feedbacks positivos. As unidades específicas de treino, exigem por parte dos atletas altamente competitivos, bastante trabalho de padronização de situações aleatórias, que por sua vez são executadas por meio de multicombinações de gestos técnicos e táticos, para que haja uma melhor assimilação de modelos de jogos cada vez mais competitivos. Os exercícios técnicos a longo prazo, permite uma melhor correção do erro da performance, consoante a melhor opção de busca do gesto técnico mais adequado a uma determinada situação de jogo. O reportório psicomotor previamente adquirido por parte do atleta em diversas sessões de treino, depende essencialmente do modelo metodológico a ser introduzido por parte do treinador, o que exige um trabalho mais específico da capacidade da força, de forma que a carga seja distribuída homogeneamente ao longo do tempo. Posteriormente, deverá ser treinada na sua forma mais intersistêmica de força máxima.

A coordenação motora dos apoios, deverá ser trabalhada sinergicamente com a flexibilidade, após ser assimilada por um automatismo biomecânico acionado pelo próprio gesto técnico. Durante as sessões de treino, o treinador deverá realizar uma análise holística das diferentes áreas fortes e fracas do atleta, de forma possa ser complementada por uma análise globalizada de outros gestos técnicos.

O modelo de jogo competitivo depende essencialmente de uma avaliação sistêmica prévia do quadro situacional mais adaptado ao melhor ângulo de batimento de bola, que deverá ser realizada por uma análise estatística intuitiva, sobre o cálculo balístico a ser calculado sobre o arco da trajetória da bola. A estratégia centrada num determinado foco de visão do atleta sobre uma determinada área específica do campo, depende essencialmente da sua posição de preparação ao gesto técnico a ser introduzido em relação ao próprio sistema ofensivo de jogo. A escolha do gesto técnico mais adequado para um determinado batimento de bola, depende da orientação motriz do atleta no campo. A preparação biomecânica do gesto técnico em fase de aceleração, exige um cálculo de balística adaptada a uma certa lateralidade, que posteriormente deve ser operacionalizada consoante o tipo de trajetória de bola paralela ou ao longo, que se pretende colocar num determinado alvo no campo.

Ao nível do treino mental é necessário criar objetivos crescentes, dos mais simples para os mais complexos, de forma haja um melhor controlo das emoções dos atletas mais competitivos. Existe um conjunto de fatores que devem ser previamente estabelecidos através de uma negociação, de forma haja um acordo mútuo entre treinador e o respetivo atleta sobre dos vários objetivos que devem ser conquistados numa determinada época desportiva. Muitas vezes, o jovem atleta encontra-se num estado de descontrolo morfológico, devido ao surgimento do salto pubertário, que por sua vez influência o trabalho de mudança de direção do corpo e dos apoios. Na globalidade, toda ação biomecânica dos gestos técnicos, relativamente aos diversos tipos de serviços, exigem múltiplas respostas táticas, onde a potência e a aceleração ao nível do batimento de bola seja um fator de crucial importância para concretização de pontos. Os batimentos de bola dependem essencialmente dos níveis de intensidade e de agilidade a serem trabalhados simultaneamente com a coordenação motora. Uma boa evolução do serviço, permite combinar os diversos gestos técnicos, para que haja uma maior probabilidade de concretização na primeira bola a ser jogada durante o jogo propriamente dito. As bolas profundas mais curtas, exigem um maior trabalho mental de maior profundidade psicológica para que o atleta atinja uma maturidade emocional suficientemente estável.

A importância da superação para ultrapassar a frustração em determinados contextos de jogo competitivo, permite minimizar uma maior quantidade de erros técnicos e táticos, na eventualidade do jovem atleta optar por um esquema de jogo mais ofensivo. A componente da força geral, associada à flexibilidade e à coordenação, permite no seu conjunto um melhor trabalho dos apoios, consoante o planeamento em termos individuais ou coletivos propostos pelos treinadores ou equipas técnicas.

A preparação física tenística desenvolve-se através das capacidades motoras da coordenação e da flexibilidade, utilizando em determinados casos a força isométrica, que por sua vez deve respeitar determinados princípios competitivos, desde que sejam flexíveis ao nível da planificação da metodologia do treino.

As capacidades físicas associadas ao trabalho técnico e à potencia, permite uma maior velocidade de coordenação, com aplicação de maiores volumes de carga, desde que inicialmente sejam introduzidos uma maior capacidade de resistência.

Na componente tática será importante integrar a força reativa, reduzindo os feedbacks negativos na comunicação, à medida que o jovem atleta evolui na sua componente técnica. Será aconselhável dar maiores feedbacks prescritivos sobre a técnica de forma reduzir a comunicação por parte do treinador. Durante o treino, devemos aumentar a carga consoante o grau de evolução da performance do jovem atleta.

A importância do planeamento na execução do calendário competitivo, encontra-se dependente da gestão metodológica a ser implementada num determinado escalão, consoante o nível competitivo que se encontra o indivíduo num determinado momento.

A qualidade e a quantidade da carga a ser trabalhada, encontra-se condicionada a um tipo de objetivos a atingir durante um determinado tempo. É necessário quantificar de forma metodológica o treino, consoante o número de vezes que é realizado por semana e o número de horas que despendemos no trabalho da carga, aos atletas mais competitivos.

As transformações ou as adaptações técnicas, físicas e morfológicas são fundamentais para o desenvolvimento do fator confiança por parte do jovem atleta, através de um princípio de supercompensação. O principio da conjugação das capacidades físicas que mais influenciam a parte muscular mais solicitada para a modalidade, podem ser condicionadas por exercícios de ativação neuromuscular. O desenvolvimento da capacidade da força a ser realizada durante as sessões semanais, provoca uma determinada resistência à fadiga, que por sua vez serve de um bom indicador para o desenvolvimento da força máxima. Não devemos introduzir dois sistemas energéticos ao mesmo tempo, atendendo ao nível do trabalho coordenativo a ser realizado com uma maior intensidade no início do treino, o que traduz uma certa ausência de lactato. A fase em que se introduz a raquete, é necessário um trabalho de flexibilidade dinâmica que depende essencialmente da velocidade com que os treinadores trabalham os apoios dos jovens atletas mais competitivos. Relativamente ao trabalho semanal lácteo e anaeróbico específico, exige uma fase pré-competitiva de adaptação às componentes táticas, físicas e psicológicas, para que sejam posteriormente ajustadas ao período competitivo. Para a construção gradual evolutiva da performance do jovem atleta, que se encontra num estado bastante competitivo para atingir o seu pico de forma, é necessário trabalhar a confiança. Para que haja uma melhor coordenação do período competitivo, é necessário utilizar uma energia mais aláctica. Na dimensão energética láctica, existe um maior tempo de recuperação, com a introdução dos alongamentos em trabalho sinergético com a força reativa e resistente. A manutenção da velocidade de jogo num determinado período competitivo, necessita desenvolver diversos padrões táticos para diferentes adversários, para que haja um ajuste da morfologia corporal à componente física. A confiança para níveis mais altos de treino competitivo, deverá ser realizado nas camadas mais jovens, em períodos de tempo compreendidos entre as 12 e as 16 horas semanais, com sessões bidiárias, de forma haja a possibilidade do jovem atleta executar um treino físico autónomo. A introdução de um trabalho mais dinâmico e explosivo exige sempre uma vigilância parental.

Os treinos autónomos exigem determinadas componentes de pliometria unipedal, core explosivo, hamstrings com aplicação de energia elástica, força máxima com aplicação de uma componente propriocetiva, desenvolvimento da lateralidade com trabalho dos flexores da coxa, e por fim trabalho elástico com peso corporal e rotação externa ao nível da omoplata.

Os microciclos baseados em dias e semanas devem ser flexíveis por parte do treinador, de forma a definir os períodos transitórios, preparatório geral, preparatório específico, competitivo secundário e competitivo principal. O conceito de pré-época definido por Dimitrov, consiste em conjugar todas áreas de metodologia de treino ao nível do campo, manifestadas por um somatório de componentes táticas, físicas e mentais em constante progressão.

Ao nível da identificação do jovem talento, é necessário um trabalho de base de autoconfiança específica a uma determinada planificação proposta em calendário competitivo.

O papel global de todos os agentes desportivos é determinante sobre a gestão do stress, por parte dos jovens talentos, em que as expectativas são muito elevadas e o sucesso é bastante imediato ao nível dos resultados.

A dificuldade em lidar com o erro associado aos problemas emocionais derivados ao perfecionismo exigido por parte dos treinadores, provoca uma maior capacidade de foco num determinado aspeto. O espírito de sacrifício a longo prazo do jovem talento em diferentes quadros situacionais, exige diferentes imprevisões, atendendo à parte genética do indivíduo ser fundamental à automatização e à padronização. Um determinado foco exige uma determinada plasticidade cerebral, realizada à custa da maximização de esforço relativo ao desenvolvimento dos fatores psicomotores.

A habilidade de um jovem talento exige uma componente mental forte para elaboração de uma tática num determinado curto espaço de tempo, onde o somatório da técnica, da coordenação e por fim da parte física potencia o desenvolvimento do intervall training de jogo.

Um bom enquadramento ao nível da conjugação dos diversos aspetos metodológicos, obriga a ter sucesso num determinado valor de confiança. A previsão do futuro de um jovem talento, depende essencialmente da idade cronológica e biológica adaptada a uma determinada necessidade de desempenho biomecânico, que por sua vez se encontra dependente das decisões mais corretas de jogo.

A importância do contexto motivacional é essencial para captação dos jovens talentos à modalidade, de forma tenham o gosto e o espírito de sacrifício necessário à sua continuidade, de forma atingir um patamar mais competitivo da pirâmide desportiva.



Christopher Brandão, 2020

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