quinta-feira, 5 de novembro de 2015

A Prespetiva Holística Da Dislexia



Análise Histórica Da Dislexia

Atualmente há um movimento para acabar com o preconceito da dislexia por estar erradamente associada à incapacidade intelectual.

Foi identificada pela primeira vez por Oswald Berkhan em 1881, mas o termo "dislexia" só foi reconhecido em 1887 por um oftalmologista de Stuttgart de nacionalidade alemã chamado Rudolf que definiu o termo dislexia como uma dificuldade na gestão das palavras. Diagnosticou um transtorno numa jovem que apresentava grande dificuldade na aprendizagem da leitura e da escrita mas era detentora de habilidades intelectuais normais em todas as outras caraterísticas. Em 1896, um médico britânico natural de Seaford chamado W. Pringle Morgan publicou em Inglaterra no British Medical Journal, intitulado "Congenital Word Blindness" uma descrição de uma desordem específica na aprendizagem e na leitura. O artigo descreve o caso de um menino de 14 anos de idade que não havia aprendido a ler mas demonstrava uma inteligência normal, atendendo que realizava todas as atividades de uma criança normal do mesmo nível etário.

Durante as décadas de 1890 e no início do ano de 1900 James Hinshelwood oftalmologista escocês descrevendo caso similares publicados numa série de artigos em jornais médicos. Um dos primeiros investigadores a estudar a dislexia foi Samuel T. Orton um neurologista que em 1925 analisou um caso de um menino que não conseguia ler, mas apresentava sintomas semelhantes de algumas vítimas de traumatismo. Este investigador estudou as dificuldades de leitura e concluiu que havia uma síndrome que não se encontrava correlacionado com os traumatismos neurológicos que provocava dificuldades na aprendizagem da leitura. Orton chamou esta condição por strephosymbolia que significa símbolos trocados. Para descrever a sua teoria sobre os indivíduos possuidores de dislexia realizou uma observação na dificuldade da leitura que aparentemente não se encontrava relacionada com as dificuldades estritamente visuais. Ele acreditava que essa era a causa necessária para uma falha da laterização do cérebro.

Novos estudos póstumos na década de 1980 e 1990 sobre a hipótese referente à especialização dos hemisférios cerebrais definida por Orton foi alvo de uma investigação que estabelece o lado esquerdo da estrutura planum temporale considerada uma região cerebral associada ao processamento da linguagem ser fisicamente maior do que a região direita do cérebro de indivíduos não disléxicos. As pessoas disléxicas apresentam nestas regiões uma simetria ou um ligeiro aumento do lado direito do cérebro.



Atualmente os Investigadores estão estudando aprofundadamente a correlação neurológica com a genética associada às dificuldades de leitura.




Definição de Dislexia

A Dislexia é uma perturbação na aprendizagem da leitura associada a um coeficiente de inteligência normal, mas com ausência de perturbações sensoriais e neurológicas. Esta perturbação ou dificuldade de aprendizagem afeta diretamente a leitura e a escrita.

Dislexia = Dis (dificuldade; separação) + lexia (léxico; palavra) = Dificuldade com as palavras.

A Dislexia é uma perturbação na aprendizagem que tanto pode ocorrer com as palavras ou com os números em que se define por discalculia. Esta perturbação na aprendizagem existe mesmo na presença de uma boa educação adequada e apropriada ao individuo. Não tem nada a ver com os pais nem com os professores, nem com os métodos de ensino, simplesmente é uma dificuldade em que a criança ou adulto possui e que por sua vez necessita de ser identificada precocemente, para que de futuro possa fazer a respetiva correção e eliminação.

Alguns sinais de alerta são definidos na seguinte forma:

- Dificuldades na linguagem escrita e por vezes oral.

- Dificuldades na leitura e na compreensão das palavras e números.

- Problemas de atenção.

- Distração com maior facilidade.

- Problemas de lateralidade em que se confunde a esquerda com a direita.

- O indivíduo não vê o seu meio à sua volta.

- O indivíduo muitas vezes tropeça, cai com frequência, bate nas mesas ou ombreiras das portas.

- O indivíduo não acerta na bola ou é mau nas atividades que requerem destreza manual

- A escrita do aluno não tem precisão é irregular

- A troca de letras com sons idênticos. Por ex: f/v; p/b; p/t; v/z; b/d......

- O indivíduo pode escrever letras em espelho.

-O indivíduo na leitura salta palavras ou linhas.

- O indivíduo não lê a palavra, simplesmente lê por memória. Por ex: livraria/livro; batata/bata.

Estas são algumas situações que requerem atenção quer da parte dos pais quer por parte dos professores. Os professores devem chamar atenção dos pais para que estes possam ser alertados dos problemas dos seus filhos de forma possam ser encaminhados de futuro para uma avaliação realizada por um especialista que faça a correção desta situação.



Os professores devem procurar minimizar esta situação através:

- Da colocação do aluno numa carteira mais próxima de si para poder vigiar a sua atenção e detetar mais precocemente as suas dificuldades.

- Da eliminação de possíveis focos de distração como afastar os colegas, os amigos, os barulhos, os objetos que distraiam o aluno como o caso das janelas ou das portas, etc.

- Do ensino do aluno em organizar os cadernos, os dossiês com cores, com separadores, etc.

- De um reforço positivo e não negativo para que ele não se sinta marginalizado.

- Do aumento do tempo durante as provas.

- Da leitura das provas e das perguntas ao aluno.

Nota: Quer os pais quer os professores devem verificar se existe alguma dificuldade visual ou auditiva que possa estar na origem das dificuldades de aprendizagem.



A dislexia é uma dificuldade na área da leitura, da escrita e da soletração que pode também ser acompanhada por outras dificuldades, como exemplo, na distinção entre a esquerda e a direita, na percepção de dimensões ao nível das distâncias, dos espaços, dos tamanhos, dos valores, na realização de operações aritméticas definidas por discalculia e no funcionamento da memória de curta duração. Costuma a ser identificada nas salas de aula durante a alfabetização, sendo comum uma desfasagem na aprendizagem inicial. Não é considerada uma doença, mas uma formação diferenciada do encéfalo que acarreta problemas que afetam a aprendizagem escolar através das dificuldades de decodificação de códigos que lhe são enviados durante os estudos.




Classificação

O novo dicionário internacional de saúde mental (DSM V) definiu especificidades para a dislexia para outros termos mais precisos, como a discalculia e a disfasia que especificam determinadas patologias ou dificuldades psicomotoras.

A dislexia pode coexistir ou mesmo confundir-se com caraterísticas pertencentes a vários fatores relacionados com a dificuldade de aprendizagem, tais como o déficit de atenção/hiperatividade, dispraxia, discalculia ou disgrafia. Contudo a dislexia e as desordens do déficit de atenção com a hiperatividade não se encontram relacionados com os problemas de desenvolvimento psicomotor.



Tipos De Classificação De Dislexia

A genética, as hormonas durante a gravidez, a influência familiar, o sistema educacional, a socialização, o idioma e a cultura encontram-se relacionados com a dislexia. Pode ser classificada em várias formas, dependendo da abordagem profissional e dos testes usados no seu diagnóstico que vão desde os testes fonoaudiológicos, pedagógicos, psicológicos, neurológicos. Geralmente o diagnóstico é feito por uma equipa multidisciplinar. Uma das possíveis classificações em tipos definem-se em:

Dislexia disfonética- Dificuldades de percepção auditiva na análise e síntese de fonemas, dificuldades temporais, nas perceções da sucessão e da duração na troca de fonemas e grafemas por outros similares. Dificuldades no reconhecimento e na leitura de palavras que não têem significado como também alterações na ordem das letras e sílabas, omissões e acréscimos de maior dificuldade na escrita do que na leitura e substituição de palavras por sinônimos;

Dislexia diseidética: Dificuldade na percepção visual, na percepção gestáltica percepção do todo, com maior percepção da soma das partes. Análise de síntese de fonemas como ler sílaba por sílaba sem conseguir a síntese das palavras misturando e fragmentando as palavras, fazendo a troca por fonemas similares com maior dificuldade para a leitura do que para a escrita.

Dislexia visual: Deficiência na percepção visual e na coordenação visuomotora com dificuldade no processamento cognitivo das imagens;

Dislexia auditiva: Deficiência na percepção e memória auditiva associada à fonética, com dificuldade no processamento cognitivo dos sons e das sílabas;

Dislexia mista: Combinação de mais de um tipo de dislexia.



Nesta classificação a discalculia que se encontra relacionada com a dificuldade aritmética poderá ser uma classificação distinta e não pode ser considerada um subtipo de dislexia.



Nova definição de dislexia por área de dificuldade

Dislexia foi dividida em 6 diagnósticos de aprendizagem de desordem de acordo com a sua especificidade define-se por:

- Desordem na leitura de palavras;

- Desordem na fluência de leitura;

- Desordem na compreensão da leitura;

- Desordem na expressão escrita;

- Desordem no cálculo matemática;



- Desordem na resolução do problema de matemática.




Lesão em qualquer área do cérebro responsável pela compreensão da linguagem pode causar dislexia.

Giro angular

Giro supramarginal

Área de Broca

Área de Wernicke



Córtex auditivo primário



Classificação De Base Derivada Na Causa:

A dislexia pode:

- Ser primária ou genética.

A disfunção do lado esquerdo do cérebro persiste até a idade adulta, pode ser de origem hereditária e atinge a leitura, a escrita e por fim acentua-se mais em indivíduos do sexo masculino;

- Ser Secundária ou de desenvolvimento:

Pode ser causada por hormonas, má nutrição, negligência e abusos infantis. Diminui com a idade;

- Ser causada tardiamente por um trauma:

Causada por lesões nas áreas cerebrais responsáveis pela compreensão da linguagem o que é raro em alunos. Esta classificação enquadra-se na dislexia adquirida. A partir do ano 2012 foi incluída oficialmente nos manuais da Saúde, citados em Português, Espanhol e Inglês recebendo neste idioma a denominação de Acquired Dislexia.



Definição psicolinguística

Segundo Jean Dubois a dislexia é considerada um defeito na aprendizagem da leitura caraterizado por dificuldades na correspondência entre símbolos gráficos mal reconhecidos e interpretados apresentando muitas vezes por fonemas mal identificados.

O linguísta só se interessa pela discriminação fonética, pelo reconhecimento dos signos gráficos e pelo processo de transformação dos signos escritos em signos verbais, logo, para a Linguística a dislexia não se trata de uma doença, simplesmente pode ser considerada um defeito no processo de ensino-aprendizagem da leitura, sendo assim classificada como uma síndrome de origem linguística.

A dislexia como dificuldade de aprendizagem é verificada na educação escolar como um um distúrbio na leitura e na escrita que ocorre durante a educação infantil e no ensino. Em geral, o aluno tem dificuldade em aprender a ler e a escrever mesmo quando possuiu um quociente de inteligência (QI) acima da média.







Causas

Apesar de não haver um consenso dos cientistas sobre as causas da dislexia, pesquisas recentes apontam fortes evidências neurológicas associadas às causas genéticas derivadas em parte por fatores congênitos desenvolvidos durante o útero. Uma das possíveis causas é a exposição do feto a doses excessivas de testosterona durante a gestação, o que explica a maior incidência da dislexia em pessoas do sexo masculino, pois os fetos do sexo feminino tendem a ser abortados com o excesso de testosterona.



Pessoas que possuem dislexia são bastante criativos e possuem uma área do cérebro mais desenvolvida do que pessoas que não possuem esta síndrome, e geralmente por este motivo tem mais facilidade em atividades ligadas à solução de problemas de mecânica e desporto.




Sinais e sintomas

O problema na maioria dos casos não é trocar as letras, mas sim de identificar adequadamente os sinais gráficos com as letras ou outros códigos que caraterizam um texto. A dislexia mais frequente é caraterizada por dificuldades na aprendizagem da decodificação das palavras. As pessoas disléxicas apresentam dificuldades na associação do som à letra orientando-se por um princípio de alfabetização. Costumam também trocar letras, por exemplo, b com d, ou mesmo escrevê-las na ordem inversa, por exemplo, "ovóv" para vovó. Deste modo, são considerados sintomas de dislexia relativos à leitura e à escrita pelos seguintes erros derivados:

- Às confusões na proximidade especial;

- Á confusão das letras assimétricas;

-Á confusão por rotação e Inversão de sílabas;

- Á confusão por proximidade articulatória e distúrbios na fala;

- Á confusão por proximidade articulatória;

- Por omissão de grafemas;

- Por omissão de sílabas.

- Por acumulação e persistência nos erros de soletração ao ler a ortografia ao escrever

- Á confusão entre letras, sílabas ou palavras com poucas diferenças na forma de escrever: a-o; c-o; e-c; f-t; h-n; i-j; m-n; v-u; etc;

- Por confusão entre letras, sílabas ou palavras com formato similar, mas diferente direção: b-d; b-p; d-b; d-p; d-q; n-u; w-m; a-e;

- Por confusão entre letras que possuem um ponto de articulação comum cujo sons são acusticamente próximos: d-t; j-x;c-g;m-b-p; v-f;

- Por inversões parciais ou totais das sílabas ou palavras: me-em; sol-los; som-mos; sal-las; pal-pla.

Perturbações relacionadas

Outras perturbações da aprendizagem que frequentemente acompanham os disléxicos:

- Alterações na memória;

-Alterações na memória em séries e sequências;

- Desorientações de direita e esquerda;

- Linguagem escrita;

- Dificuldades em matemática;

- Confusão com relação às tarefas escolares;

- Pobreza de vocabulário;

- Escassez de conhecimentos prévios da memória de longo prazo

Devem ser excluídas do diagnóstico, o transtorno da leitura em alunos com deficiência mental, com escolarização escassa ou inadequada que possuem déficits auditivos ou visuais.

Estudos constataram algumas características frequentes em alunos com dislexia nomeadamente:

- Atraso no desenvolvimento motor nas fases do engatinhar, do sentar e do andar;

- Atraso ou deficiência na aquisição da fala;

- Dificuldade para compreender o que está ouvindo;

- Distúrbios no sono;

- Enurese noturna como os casos de urinar na cama;



- Suscetibilidade às alergias e às infeções;




Diagnóstico

É comum que os disléxicos tenham uma história de frustrações, sofrimentos, humilhações e sentimentos de inferioridade no meio escolar à custa da maior dificuldade de aprendizagem que se encontra relacionada com a linguagem ao nível da leitura, da escrita e da ortografia. Pode ser inicialmente diagnosticada por um técnico especialista através de um diagnóstico realizado por um professor com formação na área de Letras e com habilitação pedagógica possa vir a realizar uma medição da velocidade da leitura do aluno utilizando uma ficha de observação com as seguintes questões a serem prontamente respondidas :

O aluno movimenta os lábios ou murmura ao ler?

O aluno movimenta a cabeça ao longo da linha?

Sua leitura silenciosa é mais rápida que a oral ou mantém o mesmo ritmo de velocidade?

O aluno segue a linha com o dedo?

O aluno faz excessivas fixações do olho ao longo da linha impressa?

O aluno demonstra excessiva tensão ao ler?

O aluno efetua excessivos retrocessos da vista ao ler?

Para um exame mais preciso da tensão da leitura e o número de vezes a mesma frase é observada, pode o professor posicionar-se atrás do aluno e utilizar um espelho para verificar os movimentos de tensão frequente que vai e vem dos olhos do aluno enquanto ele lê e escreve.



Exercícios em que o aluno deve completar certas palavras omitidas no texto podem ser utilizados para determinar o nível de compreensão da leitura.

Tratamento



O tratamento mais eficiente é multitransdisciplinar que consiste em ajudar o portador de dislexia a desenvolver mecanismos alternativos de leitura, de escrita e de compreensão. A intervenção na dislexia tem sido feita principalmente por meio de dois métodos de alfabetização, o multissensorial e o fônico. Enquanto o método multissensorial mais indicado para as crianças mais velhas que já possuem um historial de insucesso escolar, o método fônico é indicado para crianças mais jovens preferencialmente pode ser introduzido logo no início da alfabetização.



Apesar de não existir cura para a dislexia, a ciência já tem algumas respostas adequadas ao tipo de problema associado às atividades normais. Especialistas garantem que o cérebro tem enorme capacidade de se reorganizar para colmatar esta deficiência. Para os pais, o importante é estar ciente de que a criança pode ser inteligente mesmo sem ler e escrever bem.

Escolas especiais

Usar múltiplas estratégias e estímulos através de cores, de movimento, de sons, de formas poderá ser uma solução escolhida, como o diálogo sobre o que foi e como foi lido de forma a dividir as sílabas e as frases com intenção de facilitar a aprendizagem da linguagem do aluno.



Em Portugal, a maioria das escolas tem aulas especiais de apoio para crianças com dislexia, embora haja muitas vezes dificuldades em identificar a doença. Ainda não existe o apoio adequado às crianças e adolescentes com dislexia, algumas têm conhecimento do seu problema, mas o seu baixo rendimento não permite a melhor solução que muitas vezes se encontram associados a distúrbios neurológicos

Professores Psicomotricidade

Atualmente diversas tecnologias estão disponíveis para melhorar e atender às necessidades individuais, educacionais como o caso dos meios tecnológicos, computadores, ipad, e outros que ensinam a ler e a escrever melhor.



Para atender às necessidades dos alunos com dislexias é importante que a escola tenha professores qualificados nas áreas de psicomotricidade. Os professores precisam conhecer a fonologia aplicada à alfabetização e ter conhecimentos linguísticos e metalinguísticos aplicados aos processos de leitura e escrita. Professores de psicomotricidade poderão dar resposta e apoio pedagógico a alunos possuidores de dislexia.

Aprendizagem de palavras difíceis

Os padrões de movimentos dos olhos são fundamentais para a leitura eficiente. São as fixações dos movimentos oculares que garantem que o leitor possa extrair informações visuais do texto. No entanto, algumas palavras são fixadas por um tempo maior do que outras. Todos os alunos têem dificuldades diferenciadas na aprendizagem de diferentes palavras, pois existem muitos fatores que influenciam a facilidade ou a dificuldade no reconhecimento das palavras.

Entre os fatores mais importantes para escrever uma palavra correta dependem essencialmente:

- Do tamanho da palavra;

- Da presença de hiatos, ditongos, dígrafos e trígrafos;

- Da familiaridade com a palavra;

- Da frequência que é usada;

- Da idade que foi aprendida;

- Da repetição do uso dessa palavra;

- Do significado dessa palavra;

- Do contexto que é utilizada;

- Da similaridade entre a forma escrita e a forma falada;

- Da interação dessa palavra com as outras.

Assim, qualquer um desses fatores podem influenciar a dificuldade ou facilidade que um aluno possui em compreender o significado de uma palavra nova ou escrevê-la e pronunciá-la corretamente.





Christopher Brandão 4 Novembro 2015

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