quarta-feira, 18 de novembro de 2015

ANÁLISE DO ALUNO COM DISTROFIA MUSCULAR DUCHENNE EM AMBIENTE ESCOLAR


O objetivo dos exercícios realizados com o aluno consiste em retardar ao máximo as suas melhores capacidades psicomotoras aproveitando o avanço das neurociências, de forma a compreender todo o processo de reconstrução das suas estruturas biomecânicas mais motrizes. A psicomotricidade tem oportunidade de examinar a correlação neurobiológica do comportamento humano contribuindo significativamente para o desenvolvimento de um campo de pesquisa psicomotor que combina várias estratégias experimentais das várias ciências que vão desde da psicologia à fisioterapia associada à ginástica hipopressiva provavelmente contribuirá para a estabilização da melhor parte motora do aluno, criando assim uma melhor motivação orientada para a sua autonomia, através dos seus próprios meios de acessibilidade e de mobilidade. A importância da maturação cognitiva é essencial para a adaptação biológica do organismo referente ao seu espaço cineantropológico. É caraterizado pela sua ação progressiva de corticalização de funções filogenéticas essenciais ao seu desenvolvimento funcional. O processo evolutivo da atividade psicomotora ajustado às atividades do dia-a-dia possibilita uma maior autonomia perante o seu espaço através de um conjunto de dinâmicas de exercícios interativos provoca a oportunidade necessária de desenvolvimento de graus de liberdade adaptados à sua morfologia biomecânica por níveis de organização biológica e neurológica. A criação de um repertório motor específico e adequado à patologia do aluno poderá eventualmente ser manifestada através de uma metodologia sequenciada de exercícios psicomotores que visam interpretar o quadro situacional atual do aluno para que haja uma melhor aplicação de medidas preventivas mais eficazes às melhores respostas ,a todas as situações problemáticas que irão surgindo com o estado de evolução da sua própria doença.
Ao contemplar o panorama atual das ciências que explica o homem pela sua problemática de identificação, através da interseção de outras ciências pelas suas fronteiras permite avaliar no seu contexto os limites e as restrições por medidas mais eficazes de evolução positiva ou de retardamento das suas funcionalidades que se encontram em pior estado de inércia ou de imobilização. Nenhuma ciência basta por si só, para compreender a patologia do aluno é necessário uma transdisciplinaridade de ciências que possam explicar e interpretar a realidade das consequências originárias pela distrofia muscular de Duchenne a que obrigam a modificar e adaptar o aluno a várias metodologias de abordagem científica de forma a dar a melhor resposta possível ao seu real contexto situacional. Para explicar a construção de um modelo eficaz mais próximo da realidade será necessário uma visão holística de todos os problemas que afetam o aluno na sua função biomecânica mais operacional ao nível psicomotor.
Novas oportunidades de correlação neurobiológicas relativas ao comportamento adaptativo possam contribuir significativamente para um melhor desenvolvimento do seu bem-estar, criando a motivação necessária para a busca da sua própria autonomia. A importância da estabilização de alguns padrões motores alterados não devem prejudicar a memória, a atenção, a linguagem, a motivação, a emoção e a consciência das suas próprias limitações. Apesar dos avanços serem mínimos e progressivos o objetivo crucial das abordagens e metodologias é contribuir para felicidade de conquista de alguns objetivos definidos entre o aluno e o técnico em relação a algumas habilidades essenciais ao combate da hipocinésica. Um ponto-chave de avaliação será ao nível da sua funcionalidade de forma a permitir a construção de um reportório motor específico limitado que seja capaz de dar a possível resposta necessária às suas situações educativas, tarefas domésticas e de higiene pessoal através da melhoria restringida da sua mobilidade e acessibilidade. As questões mais importantes dependem de um trabalho ao nível da sua funcionalidade adaptada à sua operacionalidade.
 A ciência da psicomotricidade têm contribuído para uma nova compreensão sobre a função organizacional do aluno auxiliada pela ciência da ergonomia.
 O desenvolvimento psicomotor depende da maturidade e do desenvolvimento da neurobiologia cognitiva do aluno. Atualmente a grande maioria dos investigadores das áreas da psicomotricidade e da cineantropologia valoriza o tratamento da informação transdisciplinar em contexto real que muitas vezes recorre à farmacologia para contribuir essencialmente para o bem-estar físico e psíquico do aluno. O desenvolvimento neurocognitivo depende do interface dinâmico e complexo da maturidade de determinados parâmetros conduzidos em diferentes graus de liberdade de adequação espácio temporal associadas à sensitividade das aferências ambientais das diferentes funções cerebrais. Segundo Mesulam a informação sensorial passa por uma elaboração associativa extensa na modulação motora assimilada e incorporada na cognição através da memória. Este processo ocorre ao longo de um núcleo sináptico hierárquico que inclui o córtex cerebral sensorial primário, zonas unimodais, zonas heteromodais, áreas límbicas e paralímbicas. A organização sináptica resultante permite em cada evento sensorial resultados múltiplos cognitivos e comportamentais. A tarefa do sistema nervoso é configurar o processo de informação sensorial que por sua vez se vincula às respostas adaptativas mais relacionadas com as experiências psicomotoras mais significativas. Do ponto de vista cognitivo, as novas estruturas de construção nos diferentes estágios de desenvolvimento adapta uma resposta ao organismo através de estimulações ou solicitações essenciais à adaptação do espaço real que o aluno se encontra envolvido. A partir da interação entre o aluno e o espaço desencadeia-se as assimilações e acomodações necessárias que muitas vezes terminam em equilibrações da sua postura limitada que tendem à conservação das estruturas essenciais ao desenvolvimento da sua motricidade.
O aluno com Distrofia Muscular de Duchenne (DMD) submetido ao exercício segue um padrão relacionado com a preensão palmar dando maior grau de aplicabilidade. A cinesiologia faz parte deste tratamento com objetivo manter a força muscular, a amplitude articular, a capacidade vital e por conseguinte favorecer a qualidade de vida do aluno. Através da cinesioterapia desenvolve-se a parte motora mais ativa que se preconiza no retardamento das suas melhores capacidades motoras, evitando a perda total de algumas funções motoras. O tratamento deve ser o mais cauteloso possível de forma a não fadigar o aluno. O exercício resistido tem a intenção de capacitar o aluno num determinado domínio dos seus graus de liberdade produzidos pelos movimentos biomecânicos possíveis, com base no equilíbrio e na coordenação, de forma a retardar a fraqueza muscular e corrigir as posturas incorretas, de forma a prevenir os encurtamentos precoces para além de maximizar o sistema cardiorrespiratório. Os exercícios ativos livres e resistidos devem ser realizados com poucas repetições com a intenção de manter a funcionalidade e retardar as deformidades físicas. Embora não se tenha encontrado a cura para Distrofia Muscular Duchenne, a doença não pode ser considerada intratável segundo as pesquisas demonstram, os alunos conseguem ter aumento da força muscular através de outros métodos de aplicabilidade que comprovam os benefícios destas condutas. Existe a relação entre a fase da doença e o ganho de força muscular através da aplicação do exercício resistido que se traduz em resultados mais benéficos ao seu quadro situacional especifico. Os exercícios resistidos podem gerar um aumento da força muscular em certos grupos musculares mais solicitados. São propostos exercícios ativos solicitando contrações de um grupo muscular reduzido durante a execução dos movimentos realizados pela gravidade do peso do seu segmento que atua como resistência de um determinado grupo muscular. O exercício concêntrico pode ser benéfico para manter a força e o torque muscular. Alguns parâmetros vêem sendo largamente utilizados no tratamento de pacientes com distrofias através da mensuração da força muscular com amplitude de movimento articular que permite o seu desempenho funcional. O objetivo tem o intuito de observar quantitativamente a variação da força muscular em relação à preensão manual após o treino com aplicação de exercícios resistidos. Vislumbrando a evolução da doença associadas às propostas terapêuticas através dos exercícios resistidos que atuam nas deficiências da força muscular que por sua vez influenciam as capacidades do equilíbrio relacionadas com as incapacidades associadas à mobilidade ou locomoção. Embora ainda não se apresenta restrições funcionais importantes relativamente à perda motora gradativa, a sua intervenção no exercício deve ser realizada com aplicação do alongamento estático passivo repetido duas vezes em cada grupo muscular com um tempo aproximado de 30 segundos de relaxamento associados a 30 segundos de aquecimento intercalado ao tempo de 3 a 5 minutos de mobilização articular. O treino do equilíbrio com acessórios associados ao treino de marcha com auxílio em posição de cadeira de rodas poderá ser desenvolvido numa perspetiva de somatognosia. Durante as sessões de psicomotricidade os exercícios resistidos e ativos livres segue um padrão motivacional das condutas psicomotoras mais adquiridas dando uma perspetiva global das suas restrições articulares. Todavia, os exercícios para preensão palmar são essenciais para o maior grau de aplicabilidade. Durante a força de preensão palmar os dedos encontram-se aduzidos, flexionados, assim como as eminências tênar e hipotênar da mão servirão de suporte de apoio. O polegar encontra-se flexionado e aduzido, opondo-se à oponência dos dedos. O movimento de preensão palmar é promovido pelos músculos flexor superficial e profundo dos dedos, dos interósseos e do 4º lumbrical. O movimento de contra pressão é realizado pelo músculo flexor longo do polegar, pelos músculos tênares, tais como oponente do polegar, adutor do polegar e flexor curto do polegar e hipotênares, como flexor curto do dedo mínimo. Estes agem como agonistas e contraem-se isotonicamente ao nível da motricidade fina. Como forma para mensurar quantitativamente a força muscular de preensão que o aluno consegue exercer no aparelho com determinada resistência através de um grau liberdade biomecânico mais leve e tolerável. O exercício realizado com o aparelho TRX poderá ser um meio mais eficaz de prática psicomotriz proposto. O aluno participativo e cooperativo em todas as atividades propostas terá que ter prazer em realizar as tarefas de uma forma mais lúdica. A caraterização do aluno de acordo com os marcos de evolução da doença torna-se um padrão chave na sua avaliação funcional. A posição do membro superior na execução do movimento de adução de ombro, rotação neutra com cotovelo mantido em 90º de flexão, antebraço em posição neutra, a articulação do punho compreendido entre 0º - 30º de flexão com um desvio padrão ulnar de 0º a 15ºgraus. O movimento de flexão palmar deverá ser realizado três vezes em cada mão sendo registrado o maior valor encontrado por média ponderada em cada membro. Em geral os exercícios concêntricos devem promover o menor dispêndio de energia na melhor execução dos movimentos quando comparados aos exercícios excêntricos, contudo, a grande dificuldade será ao nível da repetição máxima de forma a calcular o seu nível submáximo. A melhoria da autoestima do aluno deverá ser um fator crucial para a aquisição da autonomia adquirida pela acessibilidade a novos meios tecnológicos. Os exercícios excêntricos geralmente não são bem aceites pelo aluno, pois o aluno não consegue exercer a força para manter e sustentar a sua postura por tempo prolongado de uma determinada resistência atendendo à sua escoliose acentuada provocada pela própria doença. A força impulsionadora durante as ações musculares excêntricas podem afetar o metabolismo das estruturas tendíneas do tecido conjuntivo, além de criar um potencial risco de dano muscular a ocorrer durante esse tipo de contração, pois nesta ação o músculo se encontra em trabalho de força excêntrica e simultaneamente alongado. A força muscular foi obtida acima da linha média encontrada no início da terapia de psicomotricidade verifica-se que dentro deste curto espaço de tempo o aluno poderá aumentar a força de preensão manual. Nota-se que os exercícios resistidos são propostos de uma forma progressiva, entretanto deve-se dar uma especial atenção à preensão manual. Os exercícios resistidos devem ser realizados cautelosamente através de uma boa execução biomecânica que permite o aumento da força de preensão palmar bilateral melhorando a função motora do aluno. Em termos de confiança pessoal a aquisição da autonomia depende essencialmente da acessibilidade do espaço físico e social onde o aluno se encontra inserido.

 Christopher Brandão 2015 

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