O objetivo dos exercícios realizados com o aluno consiste em
retardar ao máximo as suas melhores capacidades psicomotoras aproveitando o
avanço das neurociências, de forma a compreender todo o processo de reconstrução
das suas estruturas biomecânicas mais motrizes. A psicomotricidade tem
oportunidade de examinar a correlação neurobiológica do comportamento humano contribuindo
significativamente para o desenvolvimento de um campo de pesquisa psicomotor
que combina várias estratégias experimentais das várias ciências que vão desde da
psicologia à fisioterapia associada à ginástica hipopressiva provavelmente
contribuirá para a estabilização da melhor parte motora do aluno, criando assim
uma melhor motivação orientada para a sua autonomia, através dos seus próprios
meios de acessibilidade e de mobilidade. A importância da maturação cognitiva é
essencial para a adaptação biológica do organismo referente ao seu espaço
cineantropológico. É caraterizado pela sua ação progressiva de corticalização
de funções filogenéticas essenciais ao seu desenvolvimento funcional. O
processo evolutivo da atividade psicomotora ajustado às atividades do dia-a-dia
possibilita uma maior autonomia perante o seu espaço através de um conjunto de dinâmicas
de exercícios interativos provoca a oportunidade necessária de desenvolvimento de
graus de liberdade adaptados à sua morfologia biomecânica por níveis de
organização biológica e neurológica. A criação de um repertório motor
específico e adequado à patologia do aluno poderá eventualmente ser manifestada
através de uma metodologia sequenciada de exercícios psicomotores que visam
interpretar o quadro situacional atual do aluno para que haja uma melhor
aplicação de medidas preventivas mais eficazes às melhores respostas ,a todas
as situações problemáticas que irão surgindo com o estado de evolução da sua
própria doença.
Ao contemplar o panorama atual das ciências que explica o homem
pela sua problemática de identificação, através da interseção de outras
ciências pelas suas fronteiras permite avaliar no seu contexto os limites e as
restrições por medidas mais eficazes de evolução positiva ou de retardamento
das suas funcionalidades que se encontram em pior estado de inércia ou de imobilização.
Nenhuma ciência basta por si só, para compreender a patologia do aluno é necessário
uma transdisciplinaridade de ciências que possam explicar e interpretar a
realidade das consequências originárias pela distrofia muscular de Duchenne a
que obrigam a modificar e adaptar o aluno a várias metodologias de abordagem
científica de forma a dar a melhor resposta possível ao seu real contexto situacional.
Para explicar a construção de um modelo eficaz mais próximo da realidade será
necessário uma visão holística de todos os problemas que afetam o aluno na sua
função biomecânica mais operacional ao nível psicomotor.
Novas oportunidades de correlação neurobiológicas relativas ao
comportamento adaptativo possam contribuir significativamente para um melhor
desenvolvimento do seu bem-estar, criando a motivação necessária para a busca
da sua própria autonomia. A importância da estabilização de alguns padrões
motores alterados não devem prejudicar a memória, a atenção, a linguagem, a
motivação, a emoção e a consciência das suas próprias limitações. Apesar dos
avanços serem mínimos e progressivos o objetivo crucial das abordagens e
metodologias é contribuir para felicidade de conquista de alguns objetivos definidos
entre o aluno e o técnico em relação a algumas habilidades essenciais ao
combate da hipocinésica. Um ponto-chave de avaliação será ao nível da sua
funcionalidade de forma a permitir a construção de um reportório motor
específico limitado que seja capaz de dar a possível resposta necessária às
suas situações educativas, tarefas domésticas e de higiene pessoal através da
melhoria restringida da sua mobilidade e acessibilidade. As questões mais
importantes dependem de um trabalho ao nível da sua funcionalidade adaptada à
sua operacionalidade.
A ciência da
psicomotricidade têm contribuído para uma nova compreensão sobre a função organizacional
do aluno auxiliada pela ciência da ergonomia.
O desenvolvimento
psicomotor depende da maturidade e do desenvolvimento da neurobiologia
cognitiva do aluno. Atualmente a grande maioria dos investigadores das áreas da
psicomotricidade e da cineantropologia valoriza o tratamento da informação
transdisciplinar em contexto real que muitas vezes recorre à farmacologia para
contribuir essencialmente para o bem-estar físico e psíquico do aluno. O
desenvolvimento neurocognitivo depende do interface dinâmico e complexo da
maturidade de determinados parâmetros conduzidos em diferentes graus de
liberdade de adequação espácio temporal associadas à sensitividade das
aferências ambientais das diferentes funções cerebrais. Segundo Mesulam a
informação sensorial passa por uma elaboração associativa extensa na modulação
motora assimilada e incorporada na cognição através da memória. Este processo
ocorre ao longo de um núcleo sináptico hierárquico que inclui o córtex cerebral
sensorial primário, zonas unimodais, zonas heteromodais, áreas límbicas e
paralímbicas. A organização sináptica resultante permite em cada evento
sensorial resultados múltiplos cognitivos e comportamentais. A tarefa do
sistema nervoso é configurar o processo de informação sensorial que por sua vez
se vincula às respostas adaptativas mais relacionadas com as experiências
psicomotoras mais significativas. Do ponto de vista cognitivo, as novas
estruturas de construção nos diferentes estágios de desenvolvimento adapta uma
resposta ao organismo através de estimulações ou solicitações essenciais à
adaptação do espaço real que o aluno se encontra envolvido. A partir da interação
entre o aluno e o espaço desencadeia-se as assimilações e acomodações
necessárias que muitas vezes terminam em equilibrações da sua postura limitada
que tendem à conservação das estruturas essenciais ao desenvolvimento da sua
motricidade.
O aluno com Distrofia Muscular de Duchenne (DMD) submetido ao
exercício segue um padrão relacionado com a preensão palmar dando maior grau de
aplicabilidade. A cinesiologia faz parte deste tratamento com objetivo manter a
força muscular, a amplitude articular, a capacidade vital e por conseguinte
favorecer a qualidade de vida do aluno. Através da cinesioterapia desenvolve-se
a parte motora mais ativa que se preconiza no retardamento das suas melhores
capacidades motoras, evitando a perda total de algumas funções motoras. O
tratamento deve ser o mais cauteloso possível de forma a não fadigar o aluno. O
exercício resistido tem a intenção de capacitar o aluno num determinado domínio
dos seus graus de liberdade produzidos pelos movimentos biomecânicos possíveis,
com base no equilíbrio e na coordenação, de forma a retardar a fraqueza
muscular e corrigir as posturas incorretas, de forma a prevenir os
encurtamentos precoces para além de maximizar o sistema cardiorrespiratório. Os
exercícios ativos livres e resistidos devem ser realizados com poucas
repetições com a intenção de manter a funcionalidade e retardar as deformidades
físicas. Embora não se tenha encontrado a cura para Distrofia Muscular Duchenne,
a doença não pode ser considerada intratável segundo as pesquisas demonstram,
os alunos conseguem ter aumento da força muscular através de outros métodos de
aplicabilidade que comprovam os benefícios destas condutas. Existe a relação
entre a fase da doença e o ganho de força muscular através da aplicação do
exercício resistido que se traduz em resultados mais benéficos ao seu quadro
situacional especifico. Os exercícios resistidos podem gerar um aumento da
força muscular em certos grupos musculares mais solicitados. São propostos
exercícios ativos solicitando contrações de um grupo muscular reduzido durante
a execução dos movimentos realizados pela gravidade do peso do seu segmento que
atua como resistência de um determinado grupo muscular. O exercício concêntrico
pode ser benéfico para manter a força e o torque muscular. Alguns parâmetros vêem
sendo largamente utilizados no tratamento de pacientes com distrofias através
da mensuração da força muscular com amplitude de movimento articular que
permite o seu desempenho funcional. O objetivo tem o intuito de observar quantitativamente
a variação da força muscular em relação à preensão manual após o treino com
aplicação de exercícios resistidos. Vislumbrando a evolução da doença associadas
às propostas terapêuticas através dos exercícios resistidos que atuam nas deficiências
da força muscular que por sua vez influenciam as capacidades do equilíbrio
relacionadas com as incapacidades associadas à mobilidade ou locomoção. Embora
ainda não se apresenta restrições funcionais importantes relativamente à perda
motora gradativa, a sua intervenção no exercício deve ser realizada com
aplicação do alongamento estático passivo repetido duas vezes em cada grupo
muscular com um tempo aproximado de 30 segundos de relaxamento associados a 30
segundos de aquecimento intercalado ao tempo de 3 a 5 minutos de mobilização
articular. O treino do equilíbrio com acessórios associados ao treino de marcha
com auxílio em posição de cadeira de rodas poderá ser desenvolvido numa
perspetiva de somatognosia. Durante as sessões de psicomotricidade os
exercícios resistidos e ativos livres segue um padrão motivacional das condutas
psicomotoras mais adquiridas dando uma perspetiva global das suas restrições
articulares. Todavia, os exercícios para preensão palmar são essenciais para o
maior grau de aplicabilidade. Durante a força de preensão palmar os dedos
encontram-se aduzidos, flexionados, assim como as eminências tênar e hipotênar
da mão servirão de suporte de apoio. O polegar encontra-se flexionado e
aduzido, opondo-se à oponência dos dedos. O movimento de preensão palmar é
promovido pelos músculos flexor superficial e profundo dos dedos, dos
interósseos e do 4º lumbrical. O movimento de contra pressão é realizado pelo
músculo flexor longo do polegar, pelos músculos tênares, tais como oponente do
polegar, adutor do polegar e flexor curto do polegar e hipotênares, como flexor
curto do dedo mínimo. Estes agem como agonistas e contraem-se isotonicamente ao
nível da motricidade fina. Como forma para mensurar quantitativamente a força
muscular de preensão que o aluno consegue exercer no aparelho com determinada
resistência através de um grau liberdade biomecânico mais leve e tolerável. O
exercício realizado com o aparelho TRX poderá ser um meio mais eficaz de prática
psicomotriz proposto. O aluno participativo e cooperativo em todas as
atividades propostas terá que ter prazer em realizar as tarefas de uma forma
mais lúdica. A caraterização do aluno de acordo com os marcos de evolução da
doença torna-se um padrão chave na sua avaliação funcional. A posição do membro
superior na execução do movimento de adução de ombro, rotação neutra com
cotovelo mantido em 90º de flexão, antebraço em posição neutra, a articulação
do punho compreendido entre 0º - 30º de flexão com um desvio padrão ulnar de 0º
a 15ºgraus. O movimento de flexão palmar deverá ser realizado três vezes em
cada mão sendo registrado o maior valor encontrado por média ponderada em cada
membro. Em geral os exercícios concêntricos devem promover o menor dispêndio de
energia na melhor execução dos movimentos quando comparados aos exercícios
excêntricos, contudo, a grande dificuldade será ao nível da repetição máxima de
forma a calcular o seu nível submáximo. A melhoria da autoestima do aluno deverá
ser um fator crucial para a aquisição da autonomia adquirida pela
acessibilidade a novos meios tecnológicos. Os exercícios excêntricos geralmente
não são bem aceites pelo aluno, pois o aluno não consegue exercer a força para
manter e sustentar a sua postura por tempo prolongado de uma determinada resistência
atendendo à sua escoliose acentuada provocada pela própria doença. A força
impulsionadora durante as ações musculares excêntricas podem afetar o
metabolismo das estruturas tendíneas do tecido conjuntivo, além de criar um
potencial risco de dano muscular a ocorrer durante esse tipo de contração, pois
nesta ação o músculo se encontra em trabalho de força excêntrica e
simultaneamente alongado. A força muscular foi obtida acima da linha média
encontrada no início da terapia de psicomotricidade verifica-se que dentro
deste curto espaço de tempo o aluno poderá aumentar a força de preensão manual.
Nota-se que os exercícios resistidos são propostos de uma forma progressiva,
entretanto deve-se dar uma especial atenção à preensão manual. Os exercícios
resistidos devem ser realizados cautelosamente através de uma boa execução biomecânica
que permite o aumento da força de preensão palmar bilateral melhorando a função
motora do aluno. Em termos de confiança pessoal a aquisição da autonomia
depende essencialmente da acessibilidade do espaço físico e social onde o aluno
se encontra inserido.
Christopher Brandão 2015
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