terça-feira, 15 de dezembro de 2015

A Importância Da Psicomotricidade Escolar



O presente artigo apresenta as atividades desenvolvidas ao nível da reabilitação psicomotora de algumas competências e capacidades de um determinado aluno diferenciado. A articulação dos seus diversos contextos de vida exige uma análise de observação direta orientada para um acompanhamento psicomotor mais terapêutico que melhor beneficie o seu reportório motor.
A Psicomotricidade é uma disciplina educativa, reeducativa e terapêutica que se destaca pela interação entre a motricidade, o cognitivo e a afetividade, de forma facilitar uma abordagem mais transdisciplinar do contexto psicomotor do aluno diferenciado.
Uma visão holística da ciência da psicomotricidade interage de uma forma mais ampla sobre o indivíduo biológico que ultrapassa as metamorfoses dos processos sociais, históricos, culturais para fins cineantropológicos. 
A dimensão de hipercomplexidade emocional se manifesta pela prática das atividades psicomotoras que favorecem a melhoria do movimento biomecânico em todas as etapas do ciclo de vida de um ser humano. Tem o seu enquadramento teórico e institucional ao nível do contexto da saúde. A formação da estruturação do esquema corporal facilita a orientação espacial em relação à sua evolução motora. A intervenção diagnosticada muitas vezes incide numa perturbação do padrão motor do andar e do equilíbrio associada a um nível comportamental a ser trabalhado ao nível das emoções, no sentido de se melhorar o processo de socialização do aluno diferenciado influenciado pelas suas próprias dificuldades.
Um historial patológico de diversas origens, muitas vezes provoca distúrbios ao nível da motricidade.
Os sistemas relacionados com os movimentos coordenados dependem da função de um resultado que se manifesta por uma intenção reflexa de automatismos produzidos por movimentos involuntários. Os distúrbios das praxias definem primariamente os sistemas de perdas derivadas por alterações do ato voluntário do movimento, provavelmente relacionadas com o sistema nervoso central. Muitas vezes são desenvolvidos patologias nos alunos diferenciados portadores de determinados distúrbios que por sua vez se manifestam na sua própria motricidade.
Neste quadro situacional podemos estabelecer uma psicopatologia diferencial com denominação de distúrbios relacionados com as praxias de evolução designados por dispraxia ou apraxia. As praxias originam um distúrbio infantil que se distingue por três variedades: 
- Apraxia sensório-cinética que se carateriza pela alteração da síntese sensório-motora relacionada com a automatização do gesto sem distúrbios na representação do ato. 
- Apracto-somato-gnosia espacial é caraterizada por uma desorganização do esquema corporal com o próprio espaço. 
- Apraxia de formulação simbólica carateriza-se por uma desorganização da atividade simbólica através da compreensão da linguagem. 
A finalidade destas variedades estabelecem hierarquias de gravidade nos diferentes tipos de distúrbios.
A ação educativa é fundamentada para o movimento natural consciente e espontâneo que tem a finalidade de normalizar, completar ou aperfeiçoar a conduta global da reeducação psicomotora dos alunos diferenciados desde os seus estados de infância até à fase da idade adulta. Pode ser desenvolvida através de um caráter profilático ou terapêutico.
A terapia psicomotora é realizada através de um programa de exercícios que envolvem atividades motoras, visuo-motoras e emocionais. De forma a sentirem-se felizes e seguros ao nível da sua personalidade terão de melhorar o seu desenvolvimento corporal através de uma aprendizagem afetiva social virada para uma melhor integração das suas estruturas psicomotoras. A melhoria do padrão motor do andar depende da melhor automatização do seu esquema corporal relacionada com a lateralização de direita e esquerda. A partir de uma linguagem não-verbal pode-se instruir numa primeira fase por desmonstração o conceito de noção do seu próprio corpo através da definição da direita e esquerda.
O corpo motor ou estático ocupa necessariamente um espaço orientado para um processo de adaptação dos alunos diferenciados em ambiente escolar. A orientação espácio temporal corresponde à organização cognitiva ligada à consciência, à memória e por fim às experiências vividas do seus próprios corpos diferenciados pelos seus próprios sentidos. A noção do corpo baseia-se num referencial desenvolvido numa adaptação dos alunos diferenciados ao seu espaço cineantropológico. É considerado um espelho afetivo-somático de uma imagem adquirida pela própria identidade sobre o mundo dos objetos que os rodeiam. No seu corpo diferenciado, o esquema corporal constrói-se através de uma tomada de decisão de consciência evolutiva sobre os seus elementos que funcionam como um puzzle motor de reconstrução de novos gestos biomecânicos. O limite corporal estruturado para qualquer situação exige uma elaboração prática motora cada vez mais evolutiva para a sua reconstrução. Existe uma prática global inconsciente do esquema corporal desenvolvida ultimamente por uma imagem de representação deles próprios. O conceito corporal define-se por um conhecimento cognitivo sobre as partes mais restritas em termos funcionais de que fazem parte o seu esquema corporal. Uma vez reguladas a posição muscular das diferentes partes do corpo, o esquema corporal torna-se inconsciente quando se modifica ao longo do tempo. A lateralidade é considerada uma bússola de orientação do corpo ao nível do espaço. Realiza-se de forma desigual em cada um dos lados e por sua vez é manifestada nos alunos diferenciados ao longo do seu desenvolvimento psicomotor através das suas experiências adquiridas. Poderá ser o início da discriminação entre a parte esquerda com a direita cuja percepção dos lados direitos e esquerdos dão uma maior noção do lado mais solicitado. Devido às suas patologias, os alunos não distinguem os dois lados do corpo num determinado momento, mas compreendem que existem dois membros superiores que se encontram um em cada lado do seu corpo, embora ignore o lado direito do corpo em relação ao esquerdo. É essencial correlacionar o seu reajustamento de aprendizagem motora com o sentido da visão. Através dos sentidos têem a noção das suas extremidades do corpo de direita e de esquerda associada à sua localização. Sabem com precisão quais são as partes direitas e esquerdas do seu corpo, mas possui alguma dificuldade na realização de atividades psicomotoras relacionadas com a fase de preensão. Para adquirir uma boa noção de lateralidade terá de ser trabalhada ao nível da orientação espacial em relação aos objetos que os rodeia. Alguns investigadores preferem tratar a questão da lateralidade como uma parte de orientação espacial e não como parte do conhecimento corporal. 
As potencialidades de atuação sobre as suas partes biomecânicas mais vulneráveis são realizadas por um trabalho de compensação dos graus de liberdade desenvolvidos em aparelhos e objetos de psicomotricidade.
Os exercícios de coordenação óculo-manual têm como finalidade o domínio e a melhoria do campo visual associado à motricidade fina das mãos definida cineantropologicamente por micromotricidade, que por sua vez é essencial para o processo de ensino aprendizagem da Alfabetização.

Christopher Brandão 2015




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