A motivação é um tema complexo cujo conceito é diversificado por diversos autores. A diversidade de estudos sobre o tema exige uma perspetiva de uma determinada teoria que contribua para um ponto de vista mais abrangente do ser humano hipercomplexo.
O ser humano possui as suas motivações básicas de sobrevivência, como sexo, sono, fome e sede e por sua vez encontra-se numa permanente busca de excitação da sua qualidade de vida. A não satisfação das necessidades muitas vezes gera um clima de frustração, de agressividade, de desinteresse provocando uma enorme baixa da sua autoestima.
Segundo McDougall (1908), a motivação pode ser desencadeada por instintos genéticos compulsivos derivados por comportamentos irracionais que justificam toda a perceção cognitiva dos indivíduos. Por motivos sociais algumas categorias do conhecimento geram impulsos de sobrevivência.
As diversas teorias da motivação apresentada por Victor H. Vroom (1964) difere de Maslow e Herzberg. Segundo o autor que desenvolveu uma teoria que rejeita os conceitos pré-concebidos, mas reconhece as diferenças individuais. A sua teoria denominada Modelo Contingencial de Motivação ou Teoria da Expetativa trabalha a motivação diferenciada de indivíduos para determinados cargos.
Freederick Herzberg (1959) desenvolveu a teoria dos dois fatores de motivação relacionados com a higiene do trabalho que por sua vez são relevantes às necessidades de natureza animal. A motivação relacionada com os aspetos de trabalho são mais importantes ao nível das necessidades de crescimento. Douglas MCGregor (1960) apresentou a teoria X e Y perspetivando as duas visões holísticas e distintas do ser humano, uma negativa denominada teoria X e outra positiva denominada teoria Y.
Antes de estabelecer os motivos, deve-se conhecer os processos impulsivos necessários para desencadear comportamentos hereditários de um determinado meio ambiente.
A motivação é o resultado da interação do indivíduo com o meio e que difere quanto às suas tendências motivacionais dependentes do seu quadro situacional reestruturado e diversificado entre os indivíduos.
Nesta dinâmica Aguiar (2006, p.17) afirma que “nossos desejos provêm das nossas necessidades, ainda que não elejamos o que nos é necessário e, em última instância, podemos dizer o que pensar sobre nós mesmos significa pensar sobre nossas necessidades”.
A motivação é um princípio de vida ativo que determina o comportamento de realização de qualquer tipo de atividade. Poderá ser extrínseca quando é influenciada por fatores externos e poderá também a vir a ser intrínseca quando buscar o prazer da consciência de realização de uma determinada tarefa.
A palavra motivação é usada para explicar o porquê da ação das pessoas que agem de uma determinada maneira, ou seja, a causa da ação do próprio comportamento pelo próprio pensamento.
O estudo da motivação abarca também a busca da compreensão comportamental dos vários tipos de escolhas que são feitas, uma vez, que tais escolhas dependem da bibliografia de cada indivíduo.
Antes da Revolução Industrial não se motivava as pessoas ao trabalho, simplesmente aplicava-se punições para controlar as suas atitudes pelo fator medo. Estas punições podiam ser tanto de ordem psicológica, como cortes salariais, perturbação da condição física e da saúde do próprio trabalhador. As empresas sugiram antes da revolução industrial com uma motivação orientada para o comportamento humano, que por sua vez, exigia indivíduos especialistas em funções de regimes laborais diferenciados. O processo de instrumentalização de ferramentas eram necessários para o desenvolvimento de um determinado método motivacional empresarial.
O paradoxo de valor energético que eclode no interior do sujeito, depende essencialmente de um quadro situacional de sucesso que se evidencie pelo desempenho da aptidão individual da sua própria vontade. As suas vivências do mundo social muitas vezes são contraditórias nos seus simbolismos emocionais que são capazes de produzir sentidos mais subjetivos de escolha.
A afirmação do ato de escolha é considerada uma expressão ímpar, social e histórica do sujeito que se evidencia pelo produto da sua subjetividade. De acordo com Vygotski (1991), a escolha carateriza o comportamento porque promove a vontade. Analisando o discurso do autor que esclarece a compreensão do sujeito pelo seu contexto social, adquirido na sua forma mais singular de compreensão humana para uma determinada conceção. A escolha é fundamentada no processo de socialização ideológico das componentes mais distintas e inseparáveis do indivíduo.
Para compreendermos o processo de escolha precisamos buscar a impulsão necessária que justifique as causas de ação do indivíduo.
A motivação de escolha pode ser inserida a partir de informações, de reflexões e de vivências sobre determinadas questões de apropriação das necessidades de produção, que possibilite criar novos sentidos de vida, dentro de um contexto de orientação profissional.
Nesta perspetiva a motivação cria uma conceção de expetativas de reforço e de desejo orientadas para valores intrínsecos e extrínsecos de satisfação da alma para que haja um desenvolvimento de energias positivas. Para melhores metas a serem atingidas, a motivação poderá ser considerada a bússola de orientação do indivíduo de se apropriar das suas próprias vivências históricas.
As necessidades mobilizam diferentes estados de desejos vivênciadas em cada sujeito. As informações fornecidas por práticas vividas organizadas em estratégias metodológicas de forma o sujeito possa vir adquirir um processo de significação que satisfaça as suas próprias necessidades durante as atividades.
O indivíduo orienta as suas necessidades para certas escolhas com significado. É necessário ter a clareza de que o processo de constituição das necessidades seja o verdadeiro motivo de determinação complexa e contraditória do valor simbólico adquirido pelo sujeito.
Santos (1973, p.18) estabelece o conceito de orientação afirmando que “o processo de fazer o indivíduo descobrir e usar seus dotes naturais, e tomar ciência das fontes de treinamento disponíveis, de modo que possa viver e tirar o máximo proveito para si e para a sociedade”.
A maioria das pessoas apenas encara a reflexão das suas carreiras, como uma identificação de oportunidades de busca de excitação do seu poder totalitário. Ao proceder desta maneira, subordinam as suas personalidades para uma realidade aristotélica fornecida pelo meio ambiente e perdida pela condição de vida ativa desenvolvida por uma determinada realidade específica.
As oportunidades de carreira oferecidas pelas empresas determinam uma perspetiva egocêntrica do individuo que procura identificar o gosto, a satisfação e por fim a estimulação de um padrão de avaliação das melhores oportunidades de sucesso.
O processo de produção tem efeitos favoráveis e permanentes que muitas vezes podem ser introduzidos em programas de valorização de desenvolvimento de recursos humanos planeados para aumentar a motivação, sem prejudicar as respetivas organizações, de forma a facilitar o ajustamento de cargos de qualificação dos conhecimentos dos próprios indivíduos.
Christopher Brandão, 2015
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