terça-feira, 29 de dezembro de 2015

A Regeneração Histórica Da Ordem De Malta


Em 1798, Napoleão devido à sua possessão doentia de conquista europeia estrategicamente conquista a ilha de Malta durante uma expedição pelo Egito, através de um pedido realizado aos cavaleiros da ordem por um porto de abrigo, de forma pudesse reabastecer os seus navios em segurança na região de Valetta, e que surpreendentemente o grão-mestre Ferdinand Von Hompesch não soube antecipar nem precaver-se deste surpreso ataque ,promovido por este grande Imperador Francês. Este acontecimento representou uma afronta e uma humilhação aos restantes cavaleiros da ordem que se dispuseram defender a sua soberania até à sua morte.

A ordem continuou com a sua humilde existência, compatuando com determinados governos para uma eventual retoma de poder. O imperador da Rússia doou-lhes o maior abrigo de Cavaleiros Hospitalários em São Petersburgo, o que marcou o início da tradição russa dos Cavaleiros Hospitalares e posteriormente houve um reconhecimento pelas Ordens Imperiais Russas. Em agradecimento por este humilde gesto, os cavaleiros depuseram Ferdinand von Hompesch e posteriormente elegeram o imperador Paulo I como grão-mestre. Após o seu assassinato em 1801, fora sucedido por Giovanni Battista Tommasi em Roma que mais tarde viera restaurar o Catolicismo Romano na própria ordem.

No início da década de 1800 a ordem encontrava-se enfraquecida devido à perda de poder totalitário de priores em toda a Europa. Apenas um pequena percentagem dos lucros chegavam às fontes tradicionais da Europa, sendo as restantes oriundas do Priorado Russo até à  data de 1810, cuja responsabilidade é em grande parte atribuída ao governo da ordem composta essencialmente por tenentes e não por grão-mestres,  entre as datas compreendidas cronologicamente entre 1805 a 1879. Posteriormente o Papa Leão XIII decide restaurar o título de um grão-mestre na ordem chamado Giovanni  Santa Croce que fora um líder da Soberana Ordem Militar de Malta, sucedendo Alessandro Borgia como seu tenente em 1871, e em seguida foi escolhido como o 74 Príncipe e Grão-Mestre em 1879, por uma decisão aprovada pelo papa Leão XIII em 28 de março daquele ano. No ano 1834 em diante foi o primeiro da Ordem Grão-Mestre depois de setenta anos de tenentes,  uma existência ridícula de um título que havia terminado. Posteriormente veio tornar-se embaixador permanentemente em Roma e detentor de direitos extraterritoriais no ano de 1889 em diante. Durante o seu mandato, Ceschi iniciou a criação de associações de leigos nacionais da ordem constituídos por cavaleiros que não tinham direito de voto na própria Ordem. Esta medida representou uma reviravolta no destino da ordem que mais tarde se tornaria uma organização humanitária e cerimonial. Em 1834, a ordem é reativada e estabeleceu uma nova sede em Roma que passou a ser designada como Ordem Militar Soberana de Malta.

O Protestantismo Da Ordem

A Ordem de São João chegou à Alemanha durante os séculos XII e XIII, onde fundou um grão-priorado. Em 1530 uma seção do grão-priorado, a Bailia de Brandeburgo aderiu à reforma protestante, sob a proteção dos marqueses de Brandeburgo, que se tornariam reis da Prússia. A Bailia manteve relações amigáveis com a Ordem Soberana de Malta. Em 1811 foi suprimida pelo príncipe da Prússia que posteriormente fundou a Ordem Real Prussiana de São João como uma Ordem de Mérito. Em 1852, a ordem recuperou o nome de Bailia de Brandeburgo e se tornou uma nobre ordem da Prússia.

Em 1918, após a queda da monarquia foi separada do Estado e recuperou a sua independência. A Johanitter Orden está presente em diversos países europeus, além da América ,Canadá, Estados Unidos, Colômbia, e Venezuela e África do Sul trabalhando em simultâneo com a Alemanha na manutenção de hospitais e asilos. Atualmente se encontra dividida em nove associações regionais, que incluem mais de 200 associações locais, distritais e regionais na Alemanha.

Hoje possuiu cerca de 30.000 voluntários e 15.000 funcionários pagos a tempo inteiro ou a tempo parcial e respetivos membros envolvidos. Acerca de 1,4 milhões de pessoas apoiam o JUH como forma de sustento financeiro dos membros . Os  Johanniters são portadores do DZI selo. Na ala jovem do Johanniter-Unfall-Hilfe e juventude Johanniter existem mais de 8.000 crianças e jovens que participam no voluntariado. A juventude Johanniter funciona como um grupo de trabalho de Juventude Evangélica que faz parte do movimento europeu em rede.
 Desde 23 de novembro de 2013 Arnold de Rümker é o presidente da assistência acidente Johanniter . Os presidentes Honorários são Hans-Peter von Kirchbach e Wilhelm Graf v. Schwerin v. Schwanfeld. Federal do doutor Jörg Oberfeld.

Tarefas Da Johanniter

Johanniter-Unfall-Hilfe e(JUH) compromete-se a realizar a caridade cristã. Atualmente é um trabalho desafiante para Ordem Hospitaleira para uma época de crise e dificuldades que tanto atinge as pessoas. Ajudar o próximo é o motivo central da Johanniter.

As responsabilidades de auxílio em situações de acidente incluem:

- Educação ativa em primeiros socorros para condução iniciantes, empresas, etc., bem como na formação especializada na terceira idade em enfermagem e serviços de emergência pessoal.

- Emergência de Serviços em que a JUH opera na Alemanha tem cerca de 210 estações de salvamento com ambulâncias ou veículos de emergência médica. Além disso, em Rostock Mecklenburg-Vorpommern, a fundação Reichelsheim (Hessen) apresenta serviços de operações de helicópteros para o transporte intensivo.

- Saneamento e segurança para grandes eventos de cultura ou de desporto são assisitidos essencialmente por voluntários e membros da médica corps. Os serviços de emergência  são reduzidos ou dispensados ​​em situações de síncope, de hipoglicemia e cortes.

- Salvamento em águas

- Pesquisa e resgate em montanha mais especificamente eventos em áreas pequenas ou em áreas de conservação da paisagem, da praia, mas em grande parte serve para proteger os turistas utilizando as unidades médicas.

- A proteção civil tem a tarefa de lidar as consequências de grandes catástrofes. As tarefas de proteção civil são explorados principalmente por voluntários. Por exemplo, todas as equipas de cães de salvamento são operados por voluntários. O JUH também tem uma rede de equipas para atendimento de emergência psicossocial, equipas de intervenção em situações de crise e equipas de cuidados posteriores.

-  Serviços sociais que cuidam de crianças e jovens em ambiente escolar e médico apresentando também serviços a pessoas com necessidades educativas especiais e idosos. Também a organização é possuidora de creches e lares com serviços ao domicílio que vai desde a entrega de refeições sobre rodas. Em 2005, a organização se encontra envolvido no cuidado de pacientes com demência e grupos de oferta de apoio aos respetivos familiares.

Ao nível da ajuda externa a Johanniter trabalha em 30 países do mundo dando assistência médica em situações de acidente no mercado interno. As tarefas centrais da Johanniter Internacional consiste na assistência médica de emergência após catástrofes, assistência no restabelecimento da vida cotidiana civil em zonas de crise, através do desenvolvimento de serviços de saúde, de educação médica, luta contra doenças e epidemias infeciosas e assistência ortopédica a pessoas com necessidades especiais e feridos em situação de guerra. O seu campo de trabalho é sobre os cuidados primários de pessoas em situações de catástrofe e regiões mais desfavorecidas do planeta.

A associação Johanniter registada e reconhecida pelo direito privado na aceptação do código civil sem fins lucrativos à assistência ao acidente.

O JUH é uma associação comercial de serviço social pertencente à Igreja Evangélica Alemã que presta voluntariado na sociedade civil segundo os princípios determinados pela primeira Convenção de Genebra pelo Artigo 26 decretado a partir do dia 12 De Agosto de 1949. Neste contexto, o seu estatuto jurídico encontra-se vigente na jurisprudência que rege a Cruz Vermelha Alemã e outras sociedades de ajuda voluntária ao abrigo da Convenção de Genebra  regulamentada para a Cruz Vermelha. Tem afiliações independentes nos Países Baixos, Suécia, Finlândia, França, Hungria, e Suíça.

A Antiga Organização Das línguas Da Ordem

Superiormente a ordem era chefiada pelo grão-mestre possuidor de um título eclesiástico de cardeal e secular de príncipe. O grão-mestre era coadjuvado por sete "bailios conventuais". Cada bailio conventual, além de exercer uma função específica na administração central da ordem como comendador, marchal, almirante, etc, era o presidente ou governador de cada uma das grandes divisões territoriais  que se encontrava dividida. Cada uma dessas divisões era chamada língua ou nação. As línguas e os seus respetivos bailios conventuais eram definidas nas seguintes ordens:
I - Língua da Provença presidida pelo grão-comendador responsável pela superintendência dos celeiros e subdividia-se em:

Grão-priorado de Santo Egídio;

Grão-priorado de Toulouse;

Baliagem capitular de Manoasca;

II - Língua de Alvernia presidida pelo marechal responsável pelo comando das forças militares da Ordem e subdividia-se em:

Grão-priorado de Alvernia;

Baliagem de Daveset;

III - Língua da França presidida pelo hospitalário responsável pela administração do hospital da ordem. O bailio conventual desta língua também tinha o cargo de tesoureiro geral e subdividia-se em:

Grão-priorado da França;

Grão-priorado da Aquitânia;

Grão-priorado de Champanhe;

Baliagem capitular da Morea;

IV - Língua de Itália presidida pelo almirante responsável pelo comando das forças navais da Ordem e subdividia-se em:

Grão-priorado de Roma;

Grão-priorado da Lombardia;

Grão-priorado de Veneza;

Grão-priorado de Pisa;

Grão-priorado de Barleta;

Grão-priorado de Messina;

Grão-priorado de Cápua;

Baliagem capitular de Santa Eufémia;

Baliagem capitular de Santo Estevão;

Baliagem capitular da Trindade de Veneza;

Baliagem capitular de São João de Nápoles;

V - Língua de Aragão, Catalunha e Navarra presidida pelo grão-conservador responsável pela superintendência do fardamento dos soldados e subdividia-se em:

Grão-priorado da Castelânia de Amposta;

Grão-priorado da Catalunha;

Grão-priorado de Navarra;

Baliagem capitular de Maiorca;

Baliagem capitular de Caspe;

VI - Língua da Alemanha presidida pelo grão-balio responsável pela cidade antiga de Malta e pelo castelo de Gozo subdividia-se em:

Grão-priorado da Alemanha;

Grão-priorado da Boémia;

Grão-priorado da Hungria;

Grão-priorado da Dácia;

Baliagem capitular de Brandeburgo;

VII - Língua de Portugal, Castela e Leão presidida pelo grão-cancelário servindo de Secretário de Estado e coadjuvado por um vice-cancelário e subdividia-se em:

Grão-priorado do Crato;

Grão-priorado de Leão e Castela;

Baliagem de Leça;

Baliagem do Acre;

Baliagem de Lango;

Baliagem de Negroponte.

A Internacionalização Da Ordem Atual 

A Ordem Soberana e Militar de Malta não tem sua sede no país de mesmo nome, mas sim no minúsculo território de apenas 6 km² que consiste num prédio em Roma com o seu lindo jardim.

Atualmente, a Ordem de Malta é uma organização humanitária soberana internacional, reconhecida como entidade de direito internacional. A ordem dirige hospitais e centros de reabilitação. Possui 12.500 membros, 80.000 voluntários permanentes e 20.000 profissionais da saúde associados, incluindo médicos, enfermeiros, auxiliares e paramédicos. Seu objetivo é auxiliar os idosos, os deficientes, os refugiados, as crianças, os sem-teto e aqueles que se encontram em fase de doença terminal . Esta ordem encontra-se a par com a Ordem de São Lázaro, atuando em cinco continentes do mundo sem distinção de raça ou religião.

A ordem que possuía cavaleiros de diferentes nacionalidades, principalmente italiana, francesa, alemã, espanhola e portuguesa, fez de Malta o seu quartel-general, mudando seu nome efetivamente para Ordem Soberana Militar e Hospitalar de São João de Jerusalém, Rodes e Malta. A ordem permaneceu até 1800, data que a Grã-Bretanha invadiu Malta expulsando os respetivos cavaleiros que posteriormente se refugiaram em Itália e atualmente prevalecem.

A soberania da Ordem de Malta só foi reconhecida em 1966, mas não é reconhecida como um Estado, tendo o status de uma organização internacional equivalente ao da ONU ou da Cruz Vermelha. Sua população permanente é de apenas três pessoas, o "príncipe", o "grão-mestre" e o "chanceler". Todos os demais habitantes da Ordem de Malta possuem nacionalidade maltesa, mas também a nacionalidade do país onde nasceram geralmente de origem italiana. A soberania da ordem permite a sua autonomia expressa pelos próprios selos, na emissão dos seus próprios passaportes e por fim concede efetivamente a nacionalidade maltesa a todos os seus membros.

Atualmente, a Ordem de Malta mantém relações diplomáticas com o Vaticano e com 104 Estados , onde possui as suas respetivas embaixadas. Os representantes diplomáticos da Ordem são todos cidadãos malteses. A ordem ainda possui representação na ONU com missão de Observador Internacional. É filiada à Cruz Vermelha e a outras organizações internacionais e a sua forma de atuação e de organização é humanitária, quer a nível nacional e internacional, fundando hospitais e centros de reabilitação em diversos países, mais especificamente no Continente Africano.

A Ordem de Malta possuiu algumas caraterísticas de um Estado soberano, incluindo um hino, relações diplomáticas com diversos países e observador nas Nações Unidas, e ostenta a personalidade jurídica do Direito das pessoas. Alguns doutrinadores questionam a personalidade jurídica internacional da Ordem de Malta, no entanto a Ordem é um dos primeiros entes de Direito Internacional que se encontra em atividade até nossos dias. Sua presença em certas conferências internacionais promove o seu estatuto de entidade observadora. A ordem não costuma fazer parte em tratados multilaterais, e o Estado que porventura haja pactuado bilateralmente dentro das suas atribuições soberanas reconhecendo a  sua prórpia soberania.

O Prior do Crato e vigário-Geral da Diocese, Monsenhor Paulo Dias, recebeu do Presidente da Assembleia Portuguesa da Ordem Soberana Militar de Malta, Conde de Albuquerque Drº Augusto Athayde, a imposição Cruz pro piis meritis da Ordem Pro-Mérito melitense, com que foi agraciado no decorrer da cerimónia na Igreja de Santa Luzia em Lisboa, sede nacional da Assembleia Portuguesa dos Cavaleiros da Ordem de Malta.

A Eucarista foi presidida pelo Capelão Conventual Grã-Cruz ad honorem, D. Antonino, Bispo de Portalegre-Castelo Branco, e concelebrada pelo Núncio Apostólico D. Rino Passigato, pelo Cón. Senra Coelho, Mons. Paulo Dias e outros sacerdotes.

O Presidente da Assembleia da Ordem, Conde de Albuquerque, recebeu o juramento de vários novos confrades em presença do Embaixador da Ordem Soberana Militar de Malta em Portugal, Dr. Miguel de Polignac, e de Suas Altezas Reais, os Duques de Bragança, de um dos Presidentes de Honra da Assembleia, o Prof. Doutor Martim de Albuquerque, de vários Cavaleiros e Damas, entre eles o Cavaleiro Mariano Cabaço do Crato.

A ordem atualmente encontra-se em plena expansão em Portugal com a sua filosofia de servir o próximo pelo próximo através:

- O estabelecimento de relações diplomáticas entre a República Portuguesa e a Ordem Soberana Militar de Malta em 1951;

- A reinserção da Igreja de Santa Luzia e São Brás, na vida corrente e nas atividade de natureza espiritual da Assembleia Portuguesa, em 21 de Junho de 1958;

- A assinatura do Acordo de Cooperação Bilateral entre Portugal e a Ordem Soberana Militar de Malta, assinado em Maio de 1983;

- A visita de Estado de Sua Alteza Eminentíssima o Príncipe e Grão Mestre Fr. Andrew Bertie a Portugal em 1989;

- A visita de Estado de Sua Alteza Eminentíssima o Príncipe e Grão Mestre Fr. Matthew Festing a Portugal em 2011.

Em Portugal, a Cruz de Malta constitui a base da Ordem do Mérito do país , da humanidade, da fraternidade de ajudar quem mais necessita.

Christopher Brandão 2015





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