quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

TREINO INTEGRADO FÍSICO NO PROCESSO METODOLÓGICO DA TÉCNICA DO TÉNIS

Existe a opção dos treinadores inserirem no treino integrado em campo como um complemento do exercício físico. É uma opção que permite dividir o grupo de atletas de forma permanecer em campo menos jogadores, na eventualidade do treinador necessitar de um trabalho mais individualizado com os atletas que se apresentam com maiores dificuldades psicomotoras. Diz-se também que o trabalho terá uma maior transferência para os gestos técnicos em campo, mas isso é algo que ainda não se encontra cientificamente provado. Se o treinador escolher esta opção, tem de considerar uma série de regras para trabalhar de forma mais consistente. A ordem dos exercícios propostos pelo treinador será determinante, pois não se pode permitir que no ténis haja fadiga física ou neuromuscular do atleta antes de um trabalho específico onde se exija uma velocidade de precisão com maior antecipação. Perante este quadro situacional será necessário exercícios que envolvam no ténis uma capacidade motora de coordenação ou de concentração complexa exigida em qualquer situação de dificuldade imposta pela própria tarefa.
Os atletas que se encontram num processo de ensino aprendizagem para um novo paradigma de treino é  determinante para uma ação de conhecimentos práticos e científicos a serem aplicados pelo próprio treinador. Por exemplo, no gesto técnico da direita em situação de corrida, não existe nenhum padrão metodológico que exija muitas repetições padronizadas.
Os treinadores orientam os jogadores para uma velocidade de coordenação em função do seu apoio dependente, que leva à perda de velocidade no tempo. Não faz sentido um treinador realizar um circuito de força com alguma resistência antes de um exercício que seja realizado com o gesto técnico de direita em situação de corrida, que poderá criar uma fadiga ao nível do fuso neuromuscular do próprio atleta.Deverá ser realizado antes dos exercícios mais relacionados com a componente técnica e orientada para a capacidade da velocidade, de forma a não forçar as outras capacidades motoras. Realizar antes do trabalho da força um conjunto de exercícios que envolva a flexibilidade e a coordenação numa sequência que promova uma maior incidência na resistência muscular. Para uma melhor otimização de todas as capacidades psicomotoras serão necessárias uma melhor performance da técnica de jogo em alta competição no qual os treinadores deverão ter em conta os seguintes itens:
- Período Preparatório Geral
 No início é realizado por um conjunto de exercícios de fitness de baixa intensidade que por sua vez poderá integrar diversos jogos lúdicos. Este condicionamento deverá ser realizado num período tempo compreendido entre uma a duas semanas que podem ser prolongados por mais algum tempo.
- Período pré-competitivo
A apresentação de uma semana sem torneios, os treinadores podem iniciar com os atletas um programa pré-competitivo. Neste quadro situacional a força de trabalho realizada pelos atletas deverá ser trabalhada em termos de volume e intensidade numa base de manutenção diária. O atleta aumenta o trabalho preventivo da resistência específica pertencente a uma determinada capacidade aeróbica. O treino aeróbico aplica-se somente em situações relacionadas com o período competitivo, no qual a capacidade da força não se encontra desenvolvida na eventualidade do treinador continuar a treinar a velocidade, com redução da carga de trabalho, de forma a criar um trabalho preventivo para a capacidade de resistência aeróbica em modo regenerativo, num formato de corrida contínua.
A divisão da época apresenta-se pelos seguintes períodos:
- Período preparatório geral (PPG), também chamado de pré-temporada, Pré-concorrencial, Competitivo
- Período preparatório geral
É o período em que o jogador tem um período sem competição cujo objetivo é uma melhoria da condição física que incidirá essencialmente sobre um trabalho de força máxima desenvolvido numa temporada competitiva. Os treinadores não podem planear programas metodológicos de treino com mais de duas semanas. Um profissional não tem mais de cinco semanas para treinar uma época competitiva, mas o ideal é realizà-lo num período compreendido entre as  8 a 10 semanas para um  escalão júnior.
Estudos em tempo real de jogo, especialmente em partidas realizadas em pisos de relva cujo tempo de trabalho é uma percentagem muito baixa em relação ao somatório do tempo total de jogo em situações de:
- Jogos em piso de relva em motricidade compreendida entre os 7 a 10 minutos
- Jogos em piso duro duram até 14 minutos
- Jogos em campos de argila atinge um máximo de tempo de 20 minutos.
Estes são tempos de trabalho muito baixos segundo os estudos realizados com a análise de ácido láctico após os jogos, em que nunca se alcança uma média ponderada superior 2 mmol / l de sangue. 
Um jogador pode chegar a 15 mmol / l de sangue e um corredor de 400 sangue ml ou 400 mV a 24 mmol / l. Este quadro situacional indica que o jogador utiliza apenas a sua forma alática livre de ácido láctico e aeróbica utilizando oxigénio para produzir a energia muscular com muito pouco ácido láctico.
PREVENÇÃO DE LESÕES ( FLEXIBILIDADE)
É essencial para relaxar os músculos após um trabalho intenso em que o mesmo gesto é repetido padronizadamente várias vezes. Este quadro situacional impede o encurtamento muscular e permite manter todas as fibras juntas a 100% do seu percurso. É importante que o jogador esteja relaxado e focado apenas no estiramento. Se o atleta for bem-sucedido nesta capacidade o seu efeito de trabalho  biomecânico multiplica-se.
Grupos de recuperação
 Quando a frequência cardíaca cai para 135 pulsos / min.. aproximadamente a 1'30min para 3 minutos. Apresentação da frequência cardíaca em trabalho de 165 pulsações no mínimo e no máximo de 175-180 pulsações
Como podemos trabalhar estas situações?
 Com raquete, sem raquete, raquete e bola. O aquecimento de 3 a 5 minutos, correndo ao redor do campo até que os pulsos alcançam uma pulsação 155 puls. / Mín.
 3-5x (25 "lado a lado 25segundos repetindo para 30 segundos versus 30segundos repetindo para 35  segundos versus  35segundos livre
- RESISTÊNCIA
 Capacidade aeróbia em manter uma intensidade média durante um longo período de tempo.
Porquê trabalhar?
 Porque permite ao jogador um nível de energia capaz de vencer a resistência de jogo das partidas de longa duração. Melhora a recuperação pós-jogo e pós ponto e ajuda a melhorar o consumo de energia mais eficiente durante o jogo. Será mais conveniente trabalhar mais aerobicamente na eventualidade haja redução do nível de fadiga do atleta durante o jogo competitivo.
- Momento da temporada
Depende essencialmente do período geral preparatório  e do período competitivo no contexto fora de jogo durante um tempo compreendido de 2 ou 3 dias. A potência aeróbia é a capacidade de manter uma média de alta intensidade e de espera.
Porquê trabalhar?
  Porque permite que o jogador em jogadas intensas e duradouras não ficar fatigado, atendendo à melhoria do limiar anaeróbio durante um momento da temporada. Durante o período geral preparatório o jogador deverá pelo menos trabalhar uma semana sem adversários.
- Resistência específica
Capacidade de manter o desempenho no ténis através de esforços intensos e duradouros.
Porquê trabalhar?
Os atletas devem trabalhar pontos bastantes duráveis de 15 ou mais com aplicação de intensas trocas de bolas no qual o jogador deverá estar preparado de forma não estar esgotado para  não diminuir a sua precisão no tempo de treino mais especificamente na sua parte final
-FORÇA MÁXIMA
É a capacidade de levantar cargas próximas a 100% (40 a 100%). Muitas vezes os preparadores físicos realizam testes de 1RM para avaliar a força máxima de um exercício, para isso é necessário analisar o melhor objetivo que o treinador pretende trabalhar em relação à hipertrofia ou à potência muscular do seu atleta. É conveniente trabalhar a hipertrofia antes de definir o número de repetições ou simplesmente observar se o objetivo será demasiado fácil para o desenvolvimento psicomotor do atleta de alta competição.
Porquê trabalhar a força máxima?
Porque permite ao músculo de um determinado grupo muscular desenvolver fibras de alta resistência, por exemplo, o próprio peso corpo numa situação de arrancada, com mudança de direção mais rápida poderá eventualmente ser executada com menor esforço em relação à oposição de uma maior resistência máxima que o atleta produz. Para melhorar a força máxima que se incrementa paralelamente com a força de velocidade, podemos concluir que é mais rápido para as resistências mais ligeiras associadas à força de resistência complementarizada pela capacidade de coordenação motora.
Qual é a melhoria a ser realizada na força máxima no campo de ténis?
 O tenista terá uma maior motricidade e  maior facilidade de performance com o seu próprio peso  em situações de trocas de direção e arrancadas que serão mais rápidas e explosivas em relação à velocidade da bola que aumentará a velocidade do gesto técnico.
Qual o momento de treino?
Sempre depois de qualquer trabalho de qualidade que implique velocidade e precisão do tenista. Deverá ser realizada antes dos trabalhos em esforço.
Qual o momento da temporada?
 Toda a época, fora da competição em que os atletas treinam em maior percentagem de força máxima. Dentro da competição treinamos a uma menor percentagem de frequência máxima com velocidades de execução mais rápidas.
Como trabalhá-las?
 Em circuito de progressão vertical e de progressão horizontal
-Circuito de progressão vertical
Selecionar um conjunto de fatores nomeadamente:
- Número de vezes que o atleta repete o circuito entre 1 a 4 repetições
- Um número de exercícios no mínimo 5 a 20 repetições no máximo
- Número de repetições que também definirá em que  percentagem de força que o atleta se desloca no espaço físico, mais especificamente no campo de ténis
 - Selecionar os exercícios tendo atenção várias regras
Sempre que o treinador iniciar os exercícios que envolvem vários grupos musculares ou correntes que por sua vez envolvem tarefas de coordenação mais complexas. Primeiro os grandes músculos e em seguida os pequenos músculos. A recuperação entre exercícios aplicados entre os circuitos há que ter em conta o repouso do atleta entre as estações, com valores aproximados de 20 a 30 segundos e 1m 30 segundos a 2 minutos entre os circuitos.
-Circuito progressão horizontal
É mais útil no período preparatório, no qual o treinador tem como objetivo o desenvolvimento da força máxima no atleta. Perante este quadro situacional o treinador necessita selecionar:
- Número total de exercícios condicionado às capacidades físicas, ao índice de massa corporal, ao nível etário, às caraterísticas hereditárias, e por fim à motivação do atleta para o treino. É necessário que o treinador incremente um conjunto regras numa sequência ordenada de exercícios que deverá respeitar:
- O início da sessão, com exercícios que envolvem vários grupos musculares correntes em que envolvem tarefas de coordenação mais complexas,
- Primeiro grandes grupos musculares e em seguida os pequenos grupos musculares
- Número de repetições encontra-se compreendido entre os 5 a 10 repetições no máximo.
- Na percentagem máxima em que os atletas se encontram trabalhando intensivamente, é necessário selecionar o número de repetições e séries.
- O tempo de recuperação será maior nos atletas do que na progressão vertical
-   Força num estado de hipertrofia máxima dependente do tempo de recuperação entre o intervalo cronológico compreendido entre os 30 segundos a 1 minuto
-Força da potência total poderá ser concretizada entre 1 a 2 repetições
- Pliometria é a força de contração do músculo tão rapidamente quanto possível após um pré-estiramento das fibras. O tempo de apoio no solo deverá ser o menor possível
Porquê trabalhar?
Porque melhora a elasticidade muscular por explosão. O jogador irá melhorar a velocidade de explosão através da aplicação de mudanças de direção. O trabalho deverá ser realizado antes dos exercícios bastante fatigantes através de uma combinação de bolas curtas compreendidas num número de 4 ou 5 bolas no máximo
Momento da temporada
Toda a temporada, mas recomendamos uma boa base de treino de prevenção para articulações musculares de forma não sofrerem lesões. É recomendável não mais de 2 a 3 sessões por semana em pliometria em cada sessão, não mais do que 200 a 250 saltos para atletas e jogadores de alta competição e cerca de 100 saltos para praticantes amadores
- Força explosiva
É a capacidade de superar as cargas de baixa intensidade o mais rapidamente possível. Estas devem ser um pouco mais altas do que as cargas realizadas no período competitivo.
Porquê trabalhar?
 Para melhorar a velocidade do gesto técnico considerada uma componente de força restrita.
Momento da temporada
 Distante do período geral preparatório como o objetivo de treinar a força máxima e a força explosiva para a melhoria da sua performance.
- FORÇA VELOCIDADE
Capacidade de ultrapassar a carga o mais rapidamente quanto possível à da concorrência.
Porquê trabalhar?
 Para melhorar a velocidade do gesto técnico no momento da temporada pré-concorrencial e competitivo.Permite o mínimo possível de deslocamentos dos apoios com diferentes mudanças de direção
Porquê trabalhar?
Tempo de formação inicial é após o aquecimento sob a forma de controlos ou cubos durante o momento da temporada de um jogador com problemas de mobilidade num court lento caso contrário em toda a temporada exceto no período geral preparatório
Como trabalhar esta situação?
- Exercícios para o desenvolvimento da velocidade de circulação
- Circuitos, incluindo mudanças de direção podendo ser adicionado saltos pliométricos e duradouros compreendidos num intervalo de tempo entre 5 a 15 segundos
- Sempre no limite de velocidade que será de 100%, na eventualidade do jogador não parar, mas que o treinador pare o exercício e obrigue o atleta a repetir quantas vezes que for necessário.
-VELOCIDADE DE REAÇÃO
Tempo mínimo para responder a um estímulo auditivo, visual ou estimulação tátil. O treino realizado no campo pelo atleta que se encontra condicionado à disponibilidade de tempo. Melhorar a velocidade de antecipação com exercícios de intervenção em estado de choque, essencialmente em repouso, na posição de atenção para a concretização do gesto técnico. É necessário ter em conta ao tempo de formação no início do treino em qualquer momento.
COMO TRABALHAR?
- Exercícios de treino específico dependem da velocidade de reação através da diminuição da duração do estímulo. A velocidade dos impulsos nervosos essenciais para a frequência da passada é uma capacidade genética treinável. A importância do desenvolvimento das qualidades físicas essenciais às capacidades psicomotoras do atleta permite um melhor desenvolvimento multilateral para os escalões de alta competição. Para uma melhor performance da técnica de jogo será importante treinar o interval training durante o seu período ótimo competitivo.

Christopher Brandão 2015

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