A história da iniciativa autonómica açoriana iniciou-se numa excursão de 72 jovens micalenses desembarcados no barco D. Maria por um dos rebocadores pertencentes à casa Bensaúde, na cidade de Angra do Heroísmo, de forma poderem participar nas festas populares de S João, entre fogueiras e touradas.
Uma receção histórica com direito a ruidosos foguetes,e uma excelente peça teatral no teatro Angrense promovida pela tuna micalense a favor do Asilo de infância desvalida de angra, nasceu um compromisso de honra de retribuição de visita a S Miguel, na época festiva religiosa ,mais importante, Festa do Senhor Santo Cristo Dos Milagres.
Perante este compromisso de honra de retribuição entre cavalheiros, finalmente chegou o tal dia 16 por volta da madrugada atracou na doca de Ponta Delgada o paquete Funchal com 14 passageiros terceirenses em que aguardavam uma comitiva de micalenses que se encontravam na ponte do clemente, entre arcos e bandeiras, com os brasões das três principais capitais açorianas.
Entre esta comitiva de senhoras e cavalheiros, destacamos também os representantes da imprensa local e a Tuna Micalense, a corporação dos Bombeiros voluntários, e as filarmónicas Rival das Musas e União Fraternal, encheram o local previsto para o desembarque das destacadas personalidades da sociedade terceirense que por sua vez integrava os ilustres jornalistas António Miguel da Silveira Moniz, redactor da Gazeta de Notícias, Jacob Abohbot, redator do semanário Evolução, e Alfredo Luís Campos representante do novo periódico "S.Miguel e Terceira".
O semanário literário, noticioso e artístico permitiu a criação de relações de destaque entre personalidades das cidades de Angra do Heroísmo e Ponta Delgada, próximo da data em que a fábrica de Tabacos Angrense anunciava uma nova marca de cigarros especiais de nome Confraternidade Açoriana.
Naquela famosa manhã já avançada a cidade de Ponta Delgada entra em grande alvoroço de animação por entre ruas, praças e cafés e restaurantes com a chegada de véspera da corveta Duque Da Terceira permitiu encher a cidade com os seus marinheiros.
Dado ao crescente fluxo de população proveniente dos vários pontos da ilha S.Miguel para cidade de Ponta delgada no meio da tarde do dia 17, o jornal diário Dos Açores anuncia um telegrama enviado da capital terceirense:
Angra, 17, ás 11h45m.
Apesar da proibição da autoridade marítima, o S. Francisco Moniz de Sá Côrte Real, saiu hoje, pelas 3 horas da manhã, só, num pequeno bote de papel, que pertencia ao patrão-mor deste porto, com direcção a esta ilha.
Pede-se auxílio.
correspondente
E o jornal destinado a andar de mão em mão,anotava abaixo em duas linhas perante a ansiedade despertada:
Foi mandado aprontar o vaporzinho D.Amélia, para ir à sua procura.
No fundo tratava-se de uma pequena embarcação de passageiros e de carga conhecida por vaivém e que por sua vez realizava um percurso marítimo entre o Nordeste,Povoação e Vila do Porto.
A anunciada partida imediata deveu-se a um telegrama do comerciante terceirense João Correia Machado para o seu amigo José Arruda, conhecido e respeitado empregado da casa Bensaúde, que logo removeu todas as dificuldades tranquilizando o aflito correspondente:
Machado-Angra- contratei o D. Amélia. vai partir. O tempo está esplêndido. O vento é oeste brando .
(continua)
Christopher Brandão 2015
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