segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

A Perspetiva Histórica Da Dislexia


A palavra “Dislexia” deriva do Grego, o prefixo “dys”, que significa dificuldade e “lexis” palavra escrita.
Em 1887, o termo “Dislexia” foi usado pela primeira vez na cidade de Berlim pelo oftalmologista alemão que descreveu um caso de um paciente adulto, após ter tido um acidente vascular cerebral perdeu a sua capacidade de leitura, apesar de ter mantido o sentido da visão, da linguagem e da inteligência.
Em 1896, o pediatra inglês Pringle-Morgan usou o termo “Cegueira Verbal Congénita” para descrever o caso de um jovem de 14 anos possuidor de um quociente de inteligência elevado que por sua vez, apresentava uma incapacidade para a linguagem escrita.
Em 1917, o oftalmologista escocês Hinshelwood publicou uma monografia sobre esta perturbação. A designação de Cegueira Verbal deveria ser reservada para os casos mais severos, no qual propôs o termo de Dislexia Congénita para casos mais leves.
Nos anos 20, o conceito de disfunção cerebral mínima veio afetar a categorização das crianças com problemas de aprendizagem. A dislexia foi incluída num amplo conjunto de perturbações relacionadas com o desenvolvimento, denominadas dificuldades de aprendizagem. Este conjunto de perturbações incluía a dislexia, a hiperatividade, o défice de atenção, as perturbações cognitivas, as preceptivas e por fim as psicomotoras. Este conceito globalizante de dificuldades de aprendizagem criou sérios obstáculos à investigação sobre a etiologia, o diagnóstico, a prevenção terapêutica não só em relação à dislexia, mas também em relação a todas as outras perturbações de desenvolvimento.
Em 1937, o neurologista americano Samuel Orton desenvolveu um trabalho de grande relevância tendo em conta às suas investigações terem sido apresentadas em perspetivas inovadoras. Inicialmente pensou-se que esta dificuldade seria causada por um problema derivado no sistema visual.
Os sinais mais evidentes na dislexia manifestava-se na escrita por substituições de letras, de erros de sequência, sendo utilizado o termo “Estrefossimbolia”. Posteriormente apercebeu-se da relação entre a dislexia e a linguagem oral que passou a utilizar a designação de “Alexia do Desenvolvimento” que se preconizou numa necessidade de intervenção terapêutica individualizada, estruturada e orientada para um sistema sequencial acumulativo.
Em 1949, em homenagem a Orton, foi fundada a “Orton Dyslexia Association” precursora da atual Internacional Dyslexia Association. Esta associação tem dado um enorme contributo para a investigação e divulgação de novos conhecimentos científicos.
Nos anos 30 e 40 surge novas perspetivas neurológicas para as áreas educacionais e sociais. As dificuldades ao nível da leitura passaram a ser compreendidas numa perspetiva social, e não num quadro médico ou clínico.
Nos finais dos anos 40 e 50 o “Instituto de Cegos para as Palavras” localizado na cidade de Copenhaga, começou a estudar um modo mais sistemático das causas da dislexia de forma a implementar programas reeducativos. Hallgren B. no ano de 1950 realizou vários estudos sobre as famílias com dificuldades de leitura e de escrita no qual criou o conceito de dislexia constitucional.
Nos anos 60 sob a influência das correntes psicodinâmicas e pedagógicas ativas, foram minimizados os aspetos biológicos da dislexia. As dificuldades de leitura foram atribuídas à imaturidade, atendendo aos problemas emocionais, afetivos e pedagógicos constituíram num todo, mais um obstáculo não só à investigação, mas também à implementação de programas reeducativos eficientes.
Nos anos 70 os psicolinguistas, identificaram uma estreita relação entre a linguagem escrita e a linguagem falada. A hipótese da existência de um défice linguístico ao nível do processamento fonológico começou a ser investigado. Os resultados dos diversos estudos mostraram que as crianças com dislexia relevavam dificuldades de relação do nome com as letras associadas aos seus sons, sendo um pré-requisito fundamental para a descodificação das palavras escritas.
Em 1992, Hulme e Snowling definiram a dislexia como uma parte contínua das perturbações da linguagem caraterizada por um défice no processamento verbal ao nível sonoro.
Nas últimas décadas, os estudos realizados com as modernas tecnologias de imagem, de ressonância magnética funcional, (fMRI) permitiram observar o funcionamento cerebral durante as atividades de leitura. Os resultados destes estudos vieram proporcionar uma prova visível e incontornável da existência de uma perturbação da leitura e da escrita definida por dislexia e disortografia.

A perturbação poderá ter origem numa génese neurobiológica causada por um défice fonológico derivado ao funcionamento das zonas cerebrais intervenientes nas atividades de leitura. Os resultados apresentados pela neurocientista Sally Shaywitz da Universidade de Yale, com o tema “Overcoming Dyslexia” no ano 2003, têm sido bastante consistentes nas suas investigações, como também outros cientistas, como Bradley, Bryant, Uta Frith, Hulme, Snowling, Torleiv Hoien, Lundberg. Um conjunto de estudos neuroanatómicos, neurocognitivos e genéticos verificam a existência da dislexia a partir de uma situação inexplicável. Alguns professores, médicos e psicólogos continuam a negar a sua existência. Esta situação incompreensível tem dificultado a divulgação do conhecimento científico e prejudicado seriamente as crianças disléxicas em situação escolar impossibilitando-as de receberem uma intervenção educativa especializada ajustadas às suas necessidades educativas especiais. A dislexia mereceu a atenção necessária da comunidade científica, bem como, a sua definição tem sido uma questão recorrente.
Em 1968 a Federação Mundial de Neurologia decidiu pela adoção do termo de dislexia do desenvolvimento no qual elaborou a seguinte definição:
“Uma perturbação que se manifesta por dificuldades na aprendizagem da leitura, apesar das crianças serem ensinadas com métodos de ensino convencionais, por possuírem uma inteligência normal, com oportunidades socioculturais adequadas. Os problemas são causados por défices cognitivos básicos que são frequentemente de origem constitucional”.
Para a grande maioria dos agentes educativos, esta definição corresponde a uma experiência de conhecimentos que se apresenta por critérios inclusivos. A ausência de critérios inclusivos tem repercussões negativas a dois níveis:

- A nível prático limita a sua utilização, pois dificulta o diagnóstico e a consequente implementação de programas reeducativos.

- Ao nível do enquadramento legal, o reconhecimento da dislexia como um défice cognitivo básico ou um défice cognitivo-linguístico, sem critérios precisos de inclusão, dificulta a categorização dos alunos disléxicos prejudicando a adoção das medidas reeducativas mais adequadas.
Em 1994, o manual diagnóstico e estatístico das doenças mentais enquadra pela primeira vez a dislexia ao nível das perturbações da aprendizagem e utiliza a denominação de perturbação da leitura e da escrita estabelecida pelos seguintes critérios de diagnóstico:
- O rendimento na leitura e na escrita é medido através de provas normalizadas. Situa-se substancialmente abaixo do nível esperado para a idade do sujeito cujo quociente de inteligência e de escolaridade seja adequado ao seu nível etário.
- A perturbação interfere significativamente com o rendimento escolar, ou em atividades da vida quotidiana que requerem aptidões de leitura e de escrita.
- Se existe um défice sensorial essencial às dificuldades mas que sejam excessivas.
- A utilização de critérios de discrepância em relação ao nível cognitivo é contestada por diversos autores.
Segundo Fletcher 1994, defende um diagnóstico de dislexia que requer uma discrepância entre o quociente de inteligência e o nível de leitura. Se existem dois grupos distintos de maus leitores, em que um grupo apresenta maus leitores inteligentes com dislexia e outro grupo de maus leitores com funcionamento intelectual deficitário de baixo nível de quociente de inteligência cujo resultados de diversos estudos têm mostrado que o défice ao nível fonológico e ortográfico não difere nos dois grupos, sendo portanto independente do quociente de inteligência.
Em 2000, Hoien e Lundberg apresentaram a seguinte definição de dislexia: “Dislexia é uma perturbação em certas funções da linguagem que são importantes para a utilização do princípio alfabético essencial na descodificação das palavras. Esta perturbação surge inicialmente como uma dificuldade na descodificação automática das palavras no processo de leitura. A perturbação também se manifesta numa pobre capacidade de escrita. A perturbação disléxica é geralmente determinada ao nível da transmissão familiar no qual existe uma probabilidade de uma predisposição genética. Outra característica da dislexia é a sua persistência ao longo da vida. Embora a capacidade de leitura possa atingir um nível aceitável de dificuldades ortográficas sentida pelos alunos disléxicos que se mantêm estável na maioria dos casos. A realização de testes de competências fonológicas permite verificar se esta incapacidade persiste no aluno, ao longo da sua vida adulta.
De uma maneira mais simples, define-se a dislexia como uma perturbação persistente na descodificação da linguagem escrita que tem a sua origem num défice do sistema fonológico.
A dislexia é uma dificuldade significativa na descodificação das palavras e na escrita que tem a sua origem num défice do sistema fonológico. Para Fletcher e Siegel a definição tem uma base de critérios de discrepância definidas em pessoas disléxicas, independentemente da sua capacidade intelectual. Há pessoas com elevados níveis intelectuais que têm dislexia, tal como há pessoas menos dotadas que não têm quaisquer dificuldades em adquirir boas competências de descodificação. Os estudantes com baixas capacidades cognitivas, défices sensoriais, ou perturbações emocionais, também podem vir ter dislexia, nestes casos os défices extras irão exacerbar num problema de leitura.
Em 2002, Uta Frith, apresenta uma perspetiva em consideração ao contexto cultural em que se refere ao critério das manifestações sintomáticas, que por si só, não parece ser um critério adequado para definir a dislexia ao longo da vida.

Os comportamentos se modificam ao longo do tempo, também os sintomas da dislexia melhoram com as aprendizagens e as intervenções compensatórias, apesar do défice fonológico esteja subjacente em persistir ao longo da vida. Segundo Uta Frith 2000 define a seguinte definição:
“Dislexia é uma desordem neuro-desenvolvimental, que existe desde o nascimento com diferentes manifestações ao longo do desenvolvimento”. Os conhecimentos acumulados nos diversos estudos sobre dislexia indicam que a dislexia não é uma perturbação que aparece em idade escolar e que desaparece na vida adulta. Não é uma preocupação exclusiva da infância, é um problema que se tem de carregar por toda a vida.
Em 2003, a Associação Internacional de Dislexia, em colaboração com os investigadores do National Institute of Child Health and Human Development, desenvolveu uma definição concreta da seguinte forma:

Dislexia é uma incapacidade específica de aprendizagem, de origem neurobiológica. É caraterizada por dificuldades na correção e na fluência da leitura de palavras por baixa competência leitora e ortográfica. Estas dificuldades resultam de um défice fonológico, inesperado, em relação às outras capacidades cognitivas e às condições educativas. Secundariamente podem surgir dificuldades de compreensão de leitura por falta de experiência promove um reduzido desenvolvimento do vocabulário e dos conhecimentos gerais.
Esta definição vem evidenciar que a principal caraterística da dislexia são as dificuldades ao nível da leitura e da ortografia sendo dificuldades originadas por um défice fonológico, estando intactas em todas as outras competências cognitivas.
Começa a emergir um consenso em relação a uma definição mais abrangente de dislexia como uma perturbação neurodesenvolvimental de origem biológica, com impacto no processamento da linguagem, que envolvem uma série de manifestações clínicas. Existem provas da existência de uma base genética e cerebral evidente que se manifesta para além dos problemas da linguagem escrita.
A influência dos fatores ambientais é muito importante, há contextos em que a perturbação quase não transparece, enquanto noutros é geradora de grande sofrimento. Existe uma grande variabilidade intra e inter-individual da dislexia que se situa numa continuidade de dificuldades que vão desde as mais ténues até às mais severas.
O modelo de distribuição da dislexia tem por base estudos realizados em populações escolares que demostram um modelo da curva normal onde existe uma correlação entre a população disléxica e não disléxica. Segundo este modelo, tal como acontece com muitas outras doenças, como a hipertensão e a obesidade, não é possível estabelecer limites precisos. A dislexia é ilimitada nas dificuldades de leitura com diferentes graus de severidade.

Christopher Brandão, 2016

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

A Evolução Histórica Do Jogo De Ténis


A evolução da biomecânica atual do ténis é originária do ano 1874. A sua base tenística fundamenta-se nos jogos de parada realizados durante a Idade Média.
Em Itália no século XI existiu dois tipos de jogo com bola em que se aplica o termo jogo de «Palone». A atividade de lazer relacionado com uma grande bola revestida de coiro ou de madeira que se batia através da ação biomecânica do antebraço. O jogo com bola pequena pode – se considerar o percursor do ténis atual.
O jogo da palheta numa fase inicial era utilizada com a palma da mão. Devido às dores provocadas pelo material que constituía a bola obrigou a uma proteção de cabedal, cujas faces eram muitas vezes reforçadas por uma rede. Na Itália, o jogo do «soco na bola» atingiu uma enorme popularidade enquanto nos outros países românicos optava-se por uma bola mais pequena.
Em Espanha houve uma evolução de um jogo designado por pelota, que prevaleceu até hoje como desporto nacional do País Basco. Para a sua prática utiliza-se uma bola dura que é lançada contra a parede e com o auxílio de um instrumento em forma de bico curvo poderá ser devolvida antes de bater no chão. De forma idêntica ao ténis, este tipo de jogo inclui a variante de singulares e de pares.          
 Na França mais especificamente no século XIV, o tempo da galantaria do sexo masculino, contra uma educação mais rude comparativamente aos outros países da Europa, nasceu o conceito de galant homme que tem origem numa relação de princípios produzidos pelo jogo como uma oportunidade de exibicionismo na sociedade, através das suas potencialidades físicas, sem dar impressão de grosseria social. Diz-se que semelhante exercício tem origem nas manifestações amorosas desenvolvidas nos salões nobres e nos banhos públicos. Logicamente este jogo adquiriu uma dinâmica de rápida difusão na sociedade francesa onde naquela época a versão italiana foi introduzida.
No séc XVIII desapareceu o jogo no salão (de dança), tanto na França como na Europa central e ocidental.

O jogo definido por palmada, todavia, não conseguiu a sua difusão ao ar livre devido às condições climatéricas de baixa temperatura, ao contrário nos outros países românicos que se edificarem em massificação em recintos cobertos. Semelhantes construções de uma maneira geral, apresentam medidas padrão de 30 metros de comprimento, 10 de largura e 7 de altura. A sala encontrava-se divida em duas metades por uma corda cujo piso era coberto de azulejo.
A validade do lançamento com bola obrigava a um batimento na parte mais inclinada do tecto que seguidamente tinha de tabelar na parede até não ser mais possível batê-la. Antes utilizava-se a raquete como um instrumento curvo de madeira de pega curta.
No século XVI utilizava-se uma moldura de madeira unida por fitas de coiro ou de tripa.
Estas supostas raquetes eram fabricadas em madeira de freixo, ou tília, de tal forma entrelaçada apresentava uma face áspera e outra lisa.
O jogo da palmada, nunca chegou a ser um jogo do povo, mas das elites e da alta sociedade, atendendo ser uma atividade que exigia no máximo 4 participantes e além de exigir um recinto específico que impunha elevados custos ao nível dos recursos materiais que impedia o seu desenvolvimento popular, dado às circunstâncias da sociedade daquele tempo.
Relativamente ao processo de contagem existem divergências de opiniões, a explicação da origem da pontuação do ténis por alguns investigadores que consideram a mais verosímil, no qual Schnell considera na sua terminologia derivada da palavra journée que significa «dia» ou «luta» num contexto de jogo competitivo. Numa divisão do dia em 24 horas permitiu a divisão do ténis em 24 jogos no qual cada jogo correspondia a uma hora e cada hora corresponde a 60 minutos. A divisão do jogo de ténis em 4 partes jogando um ponto que equivalia 15 pontos. Depois do somatório dos pontos chegar ao 45 -45, o vencedor teria de conquistar um duplo ponto para vencer o jogo, o que muitas vezes dependia do acaso.
A preferência pelo número quarenta, em vez do 45 é explicada pelo fato de mais pontos, para além da pontuação 45. Na eventualidade de igualdade optava-se pelos 40-40, no qual os próximos pontos valiam 10 cada um. No eventualidade existir a renovação do empate (50-50), regressava-se aos 40. Para simplificar igualdade em vez de se utilizar a pontuação de 45 contava-se 40. Na mesma situação sucede com o número 24, enquanto igualmente era necessário 2 jogos de diferença em competição, contava-se em caso de igualdade 22-22 para trás. Devido à falta de tempo, ou talvez para dar possibilidade a uma desforra, sucessivamente, o despique foi reduzido de 12 para 6 jogos.
 A forma de contagem em relação à contagem do ténis atual parece ser semelhante à do «jogo de palmada». Na cultura dos povos latinos o número 15 foi eleito como unidade de contagem de pontos na modalidade, no qual o somatório tem uma sequência de 30 pontos e de seguida passa para 40 e não para 45. Na eventualidade de igualdade, depois do penúltimo ponto, (40-40) são precisos conquistar mais dois para se vencer o jogo.

Nos primeiros anos, o ténis jogava-se essencialmente na linha de fundo, sendo o serviço executado por baixo. A evolução do estilo de jogo de cada atleta, mais especificamente em jogos onde prevalecia ações psicomotoras de bolas atlas utilizadas nos gestos técnicos dos smashs e do serviço, bem como em ações biomecânicas de movimentos executados em fases de ataque, permitiu que o ténis ganhasse uma dinâmica de diversidade e versatilidade.
A evolução do jogo para um ataque à rede por parte do jogador permitiu desenvolver acções técnicas mais rápidas designadas por passing-shot permitindo imprimir uma maior velocidade da bola. A transferência do jogo de fundo para rede determinou a sua própria conceção evolutiva do ténis.    
Os irmãos Doherty influenciaram de maneira decisiva a evolução táctica do ténis.
Entre os anos de 1897 a 1907 houve um expoente máximo de evolução ténistica ao nível técnico e táctico. Podemos avaliar o jogo dos irmãos Doherty como um jogo clássico na arte do impacto da bola com a raquete, associado ao sistema de ataque de descida à rede eficaz, no qual a sua defesa sobressaía na devolução de bola, com aplicação do gesto técnico de esquerda. Em comparação ao atual nível de jogo, o jogo dos irmãos Doherty apresentava um ponto fraco na tática da modalidade na variante singular como em pares ao nível da sua transição para rede era só concluída a meio do campo. Tendo em conta que o crossing –ball ainda não era conhecido, em que a aceleração do batimento e de preparação apresentava-se com algumas deficiências tácticas.
  
No ano de 1910, num espaço de curta duração temporal surgiram mais dois tipos de jogos cujo sucesso foi evoluindo ao longo do tempo. O tenista australiano Brooks tentou com os seus lifts que são ações que provocam efeitos de bola em que perturbam o batimento da bola durante a produção dos gestos técnicos realizados pelos seus adversários. Estas variantes nas batidas laterais eram demasiadas lentas atendendo às batidas defensivas que se traduziam em pontos fracos.
O norte-americano sendo o pioneiro na descida à rede possuía um serviço canhão, atendendo que lançava a melhor bola a uma maior altura permitia um batimento com maior potência atendendo à sua estatura mediana.
No primeiro período evolutivo de ténis houve a necessidade de se jogar em todo o campo, através de uma combinação de deslocamentos de descida à rede a partir de ações desenvolvidas no fundo do corte. As variações do jogo proporciona um aumento do ritmo, no qual o jogador Tilden foi considerado o melhor tenista de todos os tempos na sua época. Este jogador utilizava todas as variações possíveis criadas pelos seus efeitos de bola. Associados aos diversos sistemas tácticos de jogo, tendo sido pioneiro em utilizar o corte longo com máximo aproveitamento do ressalto da bola, também dominava a velocidade do efeito de bola que contribui com os seus conhecimentos práticos para manuais e filmes essenciais para o desenvolvimento científico da modalidade. Durante a sua época compreendida num intervalo temporal compreendido entre 1920 e 1926 foi considerado pelos especialistas como um símbolo americano do run and rush. Considerado um jogador com caraterísticas táticas de atacante que procura acumular pontos, aproveitando os diferentes processos técnico-táticos. Por outro lado aumentou o ritmo de jogo, essencialmente no ataque enquanto Cochet era especialista na receção imediata, tanto no ataque como na defesa cujo batimento antecipativo imprimia uma maior velocidade de aceleração. A sua forma de batimento antecipativo sobressaía pela sua eficácia na resposta ao serviço potente, atendendo à sua posição de espera adiantada em relação ao serviço, permitia uma enorme vantagem sobre a linha de fundo. Esta situação dimínuia o tempo de reação ao batimento da bola mas em compensação reduzia o ângulo de ressalto, devido ao intervalo de tempo de resposta ser mais curto. Uma situação de serviço potente, em que a bola ressalta no quadrado de serviço apenas 1 a 2 metros da linha de fundo concebe ao servidador uma oportunidade de receber uma resposta ao serviço junto à rede.
O tenista inglês Fred Perry afirma: «a juventude deve alicerçar os fundamentos da sua técnica na velha escola. Mas apenas os fundamentos. Uma vez conseguida esta situação orientada para novas versões de batimento antecipado da bola. Acredito que tal método de batimento rápido poderá consolidar-se com o tempo e ocupar o espaço concedido à velha escola pelos manuais.»
No final deste período evolutivo predominava um tipo de jogo em que se aproveitava todos os princípios técnicos e tácticos ofensivos, visando um maior ganho de pontos.
No ano de 1940, houve um reforço atacante, no qual o desenvolvimento da semelhante forma de jogo desenvolvido durante este período foi considerado essencialmente pela geração mais velha, como ortodoxa e sem vantagem nenhuma em termos de cobertura total do campo. A observação associada aos feedbacks dos treinadores: «Desce ao campo, bate com força; corre em direção à rede e tenta apanhar a bola, quer saltando, quer torcendo, devolvendo de qualquer maneira para além da rede», caracteriza a atual forma de jogo.
A diversidade de variantes produziu pouco a pouco a evolução do ténis contemporâneo. O desenvolvimento ascendente permitiu a criação de uma tecnoestrutura organizativa ao nível do clube, da associação, da federação e por fim a internacionalização do ténis proveniente do produto das competições nacionais e internacionais permitiu a sua popularização expansiva a nível mundial. A evolução técnico-táctica do jogo, provavelmente se encontra relacionado com a sua difusão e promoção. Os jogadores do ATP Tour demonstram sempre em competições novidades psicomotoras e tecno-táticas que levaram ao aperfeiçoamento e desenvolvimento da modalidade. A evolução tenística demonstra uma certa flexibilidade ao nível da técnica que por sua vez, proporciona diversos estilos de jogo dependentes do talento, do morfotipo, e do reportório psicomotor adquirido pelo atleta durante o seu ciclo desportivo, consoante cultura de cada país em que se promove a modalidade. O enquadramento psicomotor de cada atleta demonstra a sua eficácia ao nível das suas capacidades motoras da força, da flexibilidade, da velocidade, da resistência, da coordenação que determina a sua ação comportamental tecno-táctica durante o jogo. O produto da técnica e da tática individual se constrói numa base padronizada de uma determinada metodologia de treino fomentada na antecipação do jogo. Só o conhecimento das regras básicas permitirá o desenvolvimento do estilo pessoal do atleta, dependente da eficácia da sua biomecânica ser essencial à optimização dos movimentos produzidos para as melhores performances em diferentes contextos aleatórios de jogo. A assimilação das regras básicas e gerais permitirá uma melhor adaptação às caraterísticas individuais de jogo.
O princípio elementar do ténis consiste na bola ser trocada sobre um obstáculo com auxílio de uma raqueta. A bola tem de cair num campo limitado e ser devolvida antes de bater a segunda vez na superfície.
Atualmente o ténis opta-se por um ataque rápido cujo objetivo incide conjuntamente com o serviço, de forma atingir uma posição de deslocamento mais rápida para a rede. Atualmente deve-se atacar com o serviço desde que haja garantias de êxito. Bolas frouxas ou mal colocadas não são propícias à ação do ataque, por isso é aconselhável aguardar uma posição mais favorável de se aproximar à rede, para que depois haja um batimento longo bem preparado. Para que a táctica resulte é necessário que o atleta domine bem as diversas formas de batimento de bola.
O serviço é um batimento decisivo no ataque, enquanto o volley e o smash são dois processos de conquista de pontos na descida à rede. O serviço biomecanicamente executa-se com maior rotação do corpo. A trajetória da curva da bola é mais lenta do que o batimento tenso e dá mais tempo ao adversário ao nível do contra-ataque. Temos que ter em conta as mudanças de direção resultantes do ressalto da bola, para que um jogador seja possuidor de um serviço potente com subida à rede, é preferível ganhar ao primeiro ponto ao adversário. A boa técnica do serviço poderá ser decisiva para uma vitória final, numa partida ou num set, assim como a resposta ao serviço é determinante para atual forma de jogo. A evolução do jogo de ténis na sua metodologia de treino deverá incidir essencialmente na interação do serviço e da resposta ao serviço que será o ponto de evolução fundamental da dinâmica do jogo atual.
A utilização dos drives da direita e da esquerda associada à resposta ao serviço poderá evoluir para um estilo de jogo tático que se reveste de uma grande transcendência de batimentos intermédios de preparação do próprio sistema de ataque à rede. Atendendo a este quadro situacional o gesto técnico da direita e da esquerda merecem uma atenção secundária no ténis moderno.
A técnica do gesto técnico do Lob quando bem aplicada concede-nos um importante batimento defensivo com muitas possibilidades de criar mudanças tácticas decisivas de jogo. Atualmente as diferentes formas de batimento dos gestos técnicos fundamentais do serviço, da resposta ao serviço, da direita, da esquerda, do volley, do smash e do lob exige um reportório diversificado por parte do atleta. Qualquer uma dessas formas de batimento quando bem executadas contra um adversário do mesmo nível competitivo poderá constituir uma enorme vantagem tenística. Esta técnica de batimento de bola poderá ser exemplificada em contexto de jogo, nomeadamente na final do jogo singulares masculinos do Torneio de Wembley de 1959 que foi ganho por Olmedo de nacionalidade norte-americana contra o tenista australiano Rod Laver, pelos parciais 6-4, 6-3, 6-4. Bastou a Olmedo ter êxito na técnica do serviço 3 vezes em relação ao adversário, a partir de uma vantagem de 5-4 foi suficiente para quebrar para ganhar seguidamente por 6-4. No segundo set com o parcial 4-3 conseguiu durante o serviço de Laver, fazer 5-3 na resposta ao serviço acabando por vencer por 6-3 no serviço imediato. Na terceira partida Laver controlava a situação de jogo, servia primeiro com um resultado a seu favor de 4-3. Após uma igualdade de jogos de 4-4 houve novamente um rompimento que permitiu a Olmedo chegar aos parciais 5-4 completando com o seu serviço a partida de jogo. Perante esta situação e com o desenrolar do jogo competitivo, demonstra claramente como o ténis evoluiu ao nível mundial numa dinâmica de potência relacionada com o gesto técnico do serviço contra ao adversário que comprovou a sua vitória no final do encontro. Em conclusão podemos ver que os dois jogadores demonstraram um idêntico poder de serviço. Referente à situação de jogo na rede Laver foi mais versátil por utilizar um volley enviesado enquanto para Olmedo a contrapartida decisiva incidia mais na defesa. A sua maior eficácia dos seus batimentos de devolução era utilizado o passing-shot que fez com que Laver tivesse que lutar muito mais para conquistar o serviço. Em diversas situações Olmedo teve de sair de situações de jogo extramente difíceis de defesa de forma conquistar pontos em situações vitoriosas de ataque. O jogo diversificado de defesa resultou numa táctica atacante poderosa.
Através dos comentários após o jogo de Laver em Wembley afirma a valorização do adversário Alex Olmedo que demonstrou ser um jogador muito maduro com um sistema ofensivo de volleys bastantes controlados. Os seus batimentos no fundo do court não tinha nada de extraordinário, mas eram suficientemente eficazes para não o comprometer quando não se encontrava próximo da rede. Para derrotar Olmedo, Laver tinha de chegar primeiro à rede e além disso precisava de servir pelo menos com igual potência. O serviço de Olmedo era difícil de devolver, só se podia mandar a bola para perto do adversário. Laver chegou à conclusão que Olmedo deteve o domínio do jogo pelo fato de se encontrar em permanente deslocamento, o que obrigou a antecipar os seus batimentos, tendo em consequência os seus erros derivados dos seus atos psicomotores precipitados.
Se tivessem atuado sobre a terra batida, em vez de relva sobressaía a uma velocidade de jogo diferente mais especificamente a velocidade da bola em situação de serviço. Efetivamente a velocidade da bola sobre a relva aumenta em relação à superfície de terra batida.
Nos jogos realizados em campos vulgares provavelmente podemos captar muitas bolas e devolvê-las, o que nunca seria possível sobre uma superfície de relva. Deste quadro situacional resulta igualmente o aumento das hipóteses de vitória em situações de jogo de ataque. Só tem sucesso o jogador que possua uma performance atacante.
Analisando o desenvolvimento tenístico nas últimas décadas conclui-se que atualmente se joga de maneira muito diferente de há 40 anos. Um jogador só descia à rede quando conseguia forjar as boas condições de ataque na linha de fundo. Atualmente podem criar situações de ataque imediatamente após o serviço. Um bom serviço e um bom jogo de rede são tão básicos como o domínio dos batimentos dos gestos técnicos do lob e do slice durante o jogo perante um sistema de ataque ofensivo ao adversário. Em caso de igualdade de capacidades psicomotoras e coordenativas dos atacantes, um dos jogadores sobressairá, se possuir um melhor jogo de fundo, com caraterísticas mais defensivas. O jogo de fundo de court e o jogo de ataque transformou-se num jogo transitório de defesa e ataque em simultâneo. O domínio da técnica adquire-se pela forma de atuação do batimento básico e elementar. Numa situação primária temos que executar o batimento do gesto técnico de direita e de esquerda antes de chegarmos aos gestos técnicos secundários do volley e do smash.
Além disso, a atual forma de jogar exige uma condição psicomotora muito maior do que antigamente. A corrida constante à rede depois da realização do gesto técnico do serviço com deslocamento exige um determinado ritmo e controle de bola perante a sua trajetória, em termos de balística, exige um sistema aéreo com maiores habilidades psicomotoras e coordenativas. Neste período de desenvolvimento há que avaliar numa fase posterior, um estilo de jogo que seja comprometido pelo empenho competitivo de um determinado ritmo. Um jogador de ténis deverá ter um conjunto de capacidades psicomotoras e coordenativas de forma haja uma maior rapidez, uma maior força, e maior estatura física para atingir os princípios básicos estabelecidos no jogo. As inovações técnicas e tácticas haverá sempre opiniões precipitadas que exigem um paradigma nas regras, de forma o ténis não se tornar monótono e desinteressante. De futuro fala-se na redução da área de serviço para diminuir a eficácia do gesto técnico, mas esta situação contraria o seu próprio desenvolvimento, pois desta forma poderá restringir as nuances técnicas e táticas. Como é do conhecimento geral o reportório técnico dura pouco com a própria evolução do jogo em que se cria um novo paradigma. O aumento do ritmo de jogo tornar-se-à um fator primordial de evolução do atleta.
O aperfeiçoamento das condições psicomotoras possibilitará o aumento das capacidades motoras e coordenativas no qual a construção tática dependerá da evolução da técnica. Relativamente à área técnica a melhoria do jogo deverá refletir-se fundamentalmente na maior eficácia do serviço e na resposta quer no gesto técnico de direita ou da esquerda.
A força ascendente associado às condições necessárias de segurança poderá aumentar a eficácia rítmica do segundo serviço.
Nos batimentos normais, constatam-se as potencialidades de acertar na bola no momento exato de impato depois do ressalto. Uma melhor ação biomecânica da resposta ao serviço depende das potencialidades que incidem principalmente no batimento relativamente à posição do atacante, contra um adversário que se encontra próximo da rede. Através do batimento agressivo consegue-se o aumento da velocidade da bola com a redução do tempo de batida. A importância da economia de esforço em relação ao espaço de batimento no qual o adversário poderá ter reduzidas hipóteses na avaliação da situação de jogo que provavelmente poderá dificultar a antecipação dos seus próprios movimentos.
Com a evolução do material que constituem as raquetes permitiu influenciar o próprio ritmo do jogo. Como exemplo, encontramos uma prova relativa à raquete de metal das décadas passadas que permitiu uma maior elasticidade em relação às raquetes de madeira normais, imprimindo à bola uma maior velocidade, com o menos dispêndio de energia. Por outro lado, a raquete impõe um batimento exatamente ao centro, para isso basta uma ligeira oscilação para provocar um desvio padrão da trajetória da balística da bola. Este é o factor que poderá explicar a razão deste tipo de raquete ter desaparecido do mercado. O futuro dos materiais da grafite, do kelvar, do carbono são cada vez mais influenciáveis  no ritmo de jogo.
Todas as variantes da modalidade, visa essencialmente o aumento das capacidades psicomotoras, para o êxito da evolução técnica e tática. O ritmo acelerado do jogo exige uma condição física elevada associada a biomecânica ajustada a uma velocidade de movimentação, que depende das qualidades cognitivas do indivíduo, manifestadas na sua atenção, antecipação e por fim reação.
 Torna-se necessário de futuro uma aplicação de uma metodologia de treino científico, de forma os treinadores possam desenvolver as melhores capacidades psicomotoras dos atletas mais jovens ao longo da sua carreira desportiva.


Christopher Brandão,2016    

terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

A História Da Evolução Técnica E Táctica Do Ténis

No ano de 1874 foi o início do ténis contemporâneo. Podemos desde já avaliar três períodos essenciais:
- A evolução do jogo na linha do fundo até à transição do jogo de defesa ao ataque
- As variações e o aumento do ritmo de jogo
- Reforço do jogo atacante a partir do ano 1940
No intervalo de tempo compreendido entre as datas de 9 a 19 de julho do ano 1977, participaram vinte e um jogadores no campeonato de Wimbledon no qual foi vencedor William Gore que bateu o seu adversário William Marshall pelos parciais 6-1, 6-2, 6-4, na presença de 200 espectadores.
A Associação de Ténis dos Estados Unidos (The United States Lawn Ténnis Association) foi fundada em 1881 e no final deste ano organizaram os primeiros campeonatos de ténis em Newport e Rhode Island na variante de singulares e de pares masculinos.
Os primeiros singulares femininos em Wimbledon tiveram lugar em 1884, mas só em 1887 foram introduzidos os campeonatos no Estados Unidos da Ámerica Norte. Os pares masculinos também começaram oficialmente em Wimbledon em 1884, enquanto os pares mistos e femininos só foram introduzidos oficialmente no ano de 1913.
Os primeiros campeonatos franceses tiveram lugar em 1891, mas estavam abertos exclusivamente aos membros dos clubes franceses e só se tornaram um acontecimento internacional no ano de 1925. Os campeonatos australianos, fourth leg do Grand Slam, foram inaugurados no ano 1905. Em Portugal os primeiros campeonatos efetuaram-se no ano de 1925.
O Ténis foi introduzido nos primeiros Jogos Olímpicos da era moderna, realizado em Atenas no ano1896. Tendo expandido internacionalmente nos seus primeiros anos de vida, o ténis teve no ano 1883, o primeiro encontro entre a Grã-Bretanha e os Estados Unidos. No ano seguinte foi a vez de três pioneiros americanos a participar nos campeonatos de Wimbledon.
A internacionalização do ténis permitiu a fundação da Taça Davis, o principal evento internacional jogado por equipas tenísticas de várias nações. No ano de 1900, o Estados Unidos Da América Norte venceram facilmente à Grã- Bretanha em Boston, Massachusetts, e ganharam o seu primeiro troféu. O capitão vencedor foi Dwight F.Davis que apresentou o troféu.     
Em Março de 1913, foi constítuida a Federação Internacional de Ténis que veio confirmar a importância deste desporto a nível mundial.    
A grande maioria dos seus doze membros fundadores eram de origem europeia, incluindo a atual Rússia, mas dela faziam parte a África do Sul e alguns países da Oceania. Num curto espaço de tempo o ténis adquiriu uma grande popularidade como atividade de lazer e de recreação.
 No ano de 1992 foi introduzido pela primeira vez o seeding que consiste na distribuição de jogadores nos campeonatos americanos permitindo assim, um acontecimento histórico no ténis. Dois anos mais tarde foi utilizado pela primeira vez no torneio de Wimbledon.
Em 1922 foi também uma data especial na história do All-England Club que se tranferiu para a atuais instalações na Church Road. Em segundo lugar, os campeonatos de 1922 foram os primeiros a decorrer numa fase de eliminatórias designadas por Knock-Out.
Desde a inauguração dos campeonatos em 1877, os jogos haviam sido jogados numa base de desafio que consistia na manutenção do título do jogador vencedor que só precisava de jogar um encontro para manter o seu título de campeão.
O jogador que desafiava era apurado em resultado de um torneio por eliminatórias. As lendas como William Renshaw, Reggie e Laurie Doherty e Tony Wilding tornam-se campeões de longa duração no qual tornava-se muito díficil em destronà-los. Na década de 70 os irmãos Renshaw demonstraram um estilo de jogo que originou polémicas entre os jogadores ingleses mais conservadores na técnica de jogo mais clássica da modalidade, o que gerou um conjunto de protestos que obrigaram à proibição da evolução do próprio  jogo. Atendendo ao quadro situacional daquela época relativamente à altura original da rede apresentava-se ao centro por uma medida inglesa standard de 4 pés, o que equivale um 1,22m, tornando-se impossível a passagem de um gesto técnico de maior potência. Na sequência desta situação, as medidas da rede ao nível dos seus extremos tinham 1,06m; e no centro 0,91 m que por sua vez acabaram por ser reduzidas para as medidas atuais.  
 O jogador lendário Renshaw manteve o título durante seis anos consecutivos.
A abolição deste sistema de desafio permitiu uma nova sucessão de novos jogadores no ténis mundial. Nos primeiros anos se destacaram quatro jogadores franceses, Jean Bototra, Henri Cochet, René Lacoste e por fim Jaques Brugnon dominaram o ténis na sua época, tanto no seu país como em Wimbledon, no qual estes ficaram conhecidos no seu tempo como os quatros mosqueteiros. Entre eles ganharam os singulares masculinos em Wimbledon seis vezes nos primeiros oito anos, depois da abolição do sistema de desafio, o seu domínio foi interrompido no final dos anos 30, quando a Grã-bretanha produziu o seu heroi Fred Perry que foi o último campeão britânico de singulares masculinos no seu tempo em Wimbledon.
Em 1938, o americano Donald Budge foi o primeiro a vencer o Grand Slam, as suas vitórias nos quatro torneios principais num ano, Wimbledon, USA Open, Australia Open, Roland Garros. Só houve um outro jogador de nacionalidade Australiana chamado Rod Laver que conseguiu conquistar quatro títulos num intervalo temporal compreendido entre os anos de 1962 a 1969.
O Ténis Feminino também teve as suas lendas ao longo destes anos, nomeadamente Lottie Dod, foi a campeã mais jovem a ganhar Wimbledon com a idade de 15 anos, dominou a modalidade nos primeiros tempos e mais tarde tornar-se-ia uma notavél campeã de golfe. A tenista Suzanne Lenglen de nacionalidade francesa foi uma grande campeã feminina na sua época em que os quatro mosqueteiros referidos anteriormente dominavam no seu tempo  o ténis masculino. O espaço temporal compreendido entre as duas guerras mundiais, o ténis feminino foi dominado por Helen Wills- Moody originária do Estados Unidos da Ámerica Do Norte que ganhou o título de wimbledon por oito vezes, um recorde notavél para aquele tempo.
Depois da Grande Guerra, Maureen Connoly, afetuosamente conhecida por «Little Mo», foi a primeira mulher a vencer um Grand Slam no ano de 1953.
A tenista Magaret Court foi outra mulher que ganhou os quatro títulos na mesma época.
Embora Martina Navratilova tenha possuído quatro títulos não os ganhou no mesmo ano. A tenista Billie Jean King conseguiu um recorde invejável de vinte títulos em Wimbledom, mas nunca conseguiu realizar a proeza do Grand Slam.
Entre os anos 50 e 60 muitos dos grandes jogadores abandonaram o tenis amador para ingressarem no ténis profissional de tours que mais tarde vieram a ser estabelecidos.
A profissionalização do ténis tornou-se uma moda devido ao marketing desportivo patrocinado pelos seus patrocinadores, no qual a marca Rothmans foi pioneira em patrocinar um torneio em Beckenham localizado em Kent.
No ano 1963 surge os primeiros interesses comerciais ao nível do marketing desportivo de marcas comerciais que patrocinarem jogos de ténis, nomeadamente os Opens de Grand Slam, mais especificamente o torneio de Wimbledon.
 Em pouco tempo, o Ténis tornou-se um atividade com uma enorme dimensão enconómica até aos tempos atuais.
No ano de 1968, os campeonatos do Hard Court em Bournemouth foi apresentado o primeiro Open de Ténis. No mesmo ano, o tenista Rod Laver regressou a Wimbledon como tenista profissional no qual foi vencedor do seu quarto título.
Em 1926 era utilizado um sistema de sets de longa duração no qual a tenista Suzanne Lenglen, e outros tornaram-se tenistas profissionais.
Em 1970 foi utilizado pela primeira vez nos jogos de ténis um sistema designado por tie – break que foi uma forma de reduzir o tempo de disputa de pontos em sets mais numerosos e prolongados devido às transmissões televisivas.        
Nunca mais veremos em Wimbledon pontuações de sets como 22-24, 1-6, 16-14, 6-3, 11-9 em singulares masculinos no qual o tenista Pancho Gonzalez derrotou o seu adversário Charlie Pasarell no ano de 1969.
Durante muito tempo os tenistas americanos e australianos dominaram tanto as competições masculinas e femininas, mas na década de 70 surgiu a oportunidade dos europeus ascenderem ao raking mundial desta modalidade em ambos os sexos.
Numa fase inicial, a Taça Davis como todos os outros grandes Torneios eram jogados em formato de desafio que mais tarde adoptou – se um sistema de eliminatórias a partir do ano de 1973.
Desde então surgiram novas nações tenísticas como o caso da Roménia, a Checoslováquia e a Suécia que se tornaram grandes rivais dos Estados Unidos e da Austràlia.
As estrelas do ténis como o tenista Romeno Ilie Nastase, o sueco Bjorn Borg, o checoslavaco Ivan Lendl e por fim o alemão federal Boris Becker rivalizaram com os tenistas americanos Jimmy Connors e Jhon McEncore.
O recorde de vitórias do tenista sueco Bjorn Borg na categoria de singulares masculinos em Wimbledom em cinco torneios consecutivos serà muito díficil de ser batido no futuro próximo, enquanto no ténis feminino a jogadora Martina Navratilova ganhou o título de senhoras em seis anos consecutivos de uma forma geral ganhou wimbledom oito vezes consecutivas.    
No passado, o ténis era jogado em superfície de relva, hoje em dia existe uma diversidade de superfícies, apesar de se manter a sua terminologia em língua inglesa de Lawn tennis que traduzido à letra indica-nos ténis jogado em relva. A diversidade de superfícies artificiais, de turfa, de terra batida, ou de cimento, permitiu a expansão da modalidade que por sua vez poderá ser jogado em pavilhões cobertos com superficies em madeira ou cimento que poderá ser revestido por um tapete artificial de relva sintética.
A especialização de alguns tenistas num determinado tipo de superfície, não se pode por em causa o valor do talento do jogador Checo Ivan Lendl que poderá ser considerado um dos melhores jogadores da sua época e que nunca venceu o torneio de Wimbledon.

Christopher Brandão, 2016


A ORGANIZAÇÃO HISTÓRICA DO TÉNIS



A tecno estrutura do Ténis Mundial organiza-se através da Federação Internacional que por sua vez agrupa todas as Associações de cada país. Era pressuposto a Federação Internacional dirigir o Ténis Mundial, mas na realidade foi perdendo a sua autoridade a partir do ano de 1968 com a origem do Ténis Open, houve uma abertura dos torneios oficiais aos jogadores profissionais que antes não podiam participar em torneios internacionais de França como Roland Garros e na Inglaterra em Wimbledon. Durante duas décadas os torneios de Grand Slam estiveram privados a alguns jogadores de destaque nomeadamente Ken Rosewall, Lewis Hoad, Rod Laver e outros, empenhados no circuito profissional organizado nas 5 zonas dos continentes.

Desde 1968 todas as provas encontram-se abertas, o que traduz maior profissionalismo de jogadores e jogadoras na sua especialização competitiva precoce.

A profissionalização do ténis associado ao mercantilismo desportivo dos seus promotores de todos os tipos de organizações privadas procuram muitas vezes o lucro e o êxito à custa dos bens e dos serviços desportivos que a modalidade proporciona em determinados torneios, mesmo nos mais tradicionais e históricos eventos desportivos.

O caso do World Team Tennis, mais conhecido pela designação de Intervilles organizou durante vários anos um campeonato no Estados Unidos Da América Do Norte, sem menor respeito pelos regulamentos do ténis que se encontrava em vigor naquela época, antes de se afundar definitivamente no ano de 1979, com enorme satisfação justificada pelos responsáveis do ténis tradicional.

O caso do World Championship tennis financiada pelo texano Lamar Hunt, homem de negócios relacionados com o petróleo organizava um circuito de Inverno como se fosse uma fase final em Dallas, em que se tornou clássico os torneios de exibição naquela época, proporcionando aos seus organizadores enormes lucros e audiências televisivas.

Para colmatar situações de conflito devido ao surgimento da enorme oferta de eventos e torneios que foram florescendo em toda a parte do globo. Atendendo a este quadro situacional foi criado uma associação profissional que visa organizar um conjunto normas e leis que defendem a alta competição afim de conciliar os interesses de todos profissionais que praticam esta modalidade de forma mais especializada e competitiva designada pelas iniciais (A.T.P) que tem uma missão de publicar regularmente uma classificação mundial anunciada pelos meios tecnológicos e que por sua vez tem uma função base de seleção jogadores para os quadros dos torneios, dos representantes, dos diretores de torneios e dos representantes da federação Internacional. Esta organização tem por missão organizar torneios de grandes somas económicas e que durante todo o ano comporta em cada semana, um ou dois, ou três torneios estando incluído desde 1979 o campeonato W.C.T, no qual foi instituído um sistema de pontos em função da fama do torneio e da sua quantia em dólares. No final do ano é estabelecida uma classificação final no qual os 8 primeiros classificam-se para o masters realizado no mês de janeiro.

Existe um calendário idêntico, embora diferenciado para as jogadoras. Após vários anos de luta, as jogadoras conseguiram efetivamente organizar uma competição quase tão bem dotada financeiramente como o ténis masculino. De início, o circuito feminino de inverno era patrocinado pela marca Avon que posteriormente passou a ser organizado para um masters pela marcaVirgina Slims com um grande prémio monetário. Com exceção dos grandes torneios como Roland-Garros, Wimbledom e Flushing Meadow, as jogadoras passaram a ter um calendário competitivo de provas exclusivamente feminino.

Christopher Brandão, 2016

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

A Origem Do Lawn Tennis

No século XV, em Inglaterra, já se conhecia o jogo do salão que tinha a designação de tennis. A palavra tennis tem um significado originário dos gritos da população inglesa a dizerem uma palavra de origem francesa tennez cujo significado traduz-se em atenção com pronúncia inglesa, que por sua vez deu origem à palavra ténis, originária no timing de batimento da bola durante o jogo.
Esta ideia foi reforçada por expressões francesas, que prevaleceram na terminologia do jogo atual.
No Reino Unido só o jogo de salão era famoso. Inúmeras vezes tentou-se passar este jogo para o ar livre. Notoriamente nos séc XVII e XVIII as variantes Field-Tennis, Real Tennis, Rackets, Squash e Fives deram contributos para o atual jogo. Um dos motivos da evolução do jogo deveu-se ao fato de se encontrar materiais de melhor qualidade para a bola. A constituição material da bola adaptada à palma da mão, era efetuada a partir de lino enrolado misturado e forrado com coiro. As propriedades de elasticidade da bola em superfícies de madeira ou pedra, como também em superfícies mistas de madeira e cortiça, surgiram mais tarde, enquanto uma das desvantagens era a perda de elasticidade em superfícies de relva. Podemos avaliar o interesse deste jogo em meados do séc XIX, com o surgimento da bola de borracha que proporcionaria novos desafios diversificados neste tipo de jogo. No ano de 1830 multiplicaram-se as inúmeras tentativas no Reino Unido, em encontrar uma solução para um novo sistema de jogo de parada e resposta.   
Em 1858 o major inglês Harry Gem, de profissão escrivão no tribunal de Birmingham, cria um design de um campo de ténis em piso de relva pertencente à propriedade d´Edgbaston onde se praticava um jogo com uma raqueta e uma bola muito idêntico ao jogo da palma comprida.
Em 1859 existem determinadas informações sobre um espanhol chamado J.B. Perera, e o major Harry Gem que tinha a profissão de secretário dos magistrados de Birmingham apresentaram uma nova versão de ténis ao ar livre num relvado envolvente à propriedade de Perera localizada em Ampton Road. Posteriormente e provavelmente em 1872 teriam jogado num relvado adjacente ao Hotel Manor House localizado Leamington Spa, com o Dr Frederick Haynes e o Dr Arthur Tomkins que foram os pioneiros a formar o primeiro clube de ténis ao ar livre, conhecido por Leamington Clube. Naquela época a modalidade não foi designada por ténis ao ar livre, mas por pelota ou Lawn Rackets.
Em 1863, o major inglês Walter Clopton Wingfield joga uma espécie de ténis na sua residência em Londres. Em 1872 o major Gem abre na sua residência o primeiro clube da história chamado Leamington Lawn Tennis Club.
Em Fevereiro de 1874, o major Winfield registou no serviço de patentes da cidade de Londres, mais especificamente na Câmara dos Ofícios, uma invenção que inclui os materiais necessários para a prática do seu jogo, em que se destaca a rede, as estacas, o martelo, a fita métrica, os sapatos de sola de borracha proveniente das Índias de forma a não danificar a relva, no qual as raquetas e as bolas em borracha eram também originários da Índia. O jogo da sua autoria designado por Sphairistiké cujo seu significado em grego traduz-se em algo realizado com arte ao nível do batimento da bola, ficou simplesmente registado, os instrumentos móveis e transportáveis conjuntamente com os marcos dos cantos, redes e cordas de vedação circundantes, que só mais tarde vieram ser substítuidas pelas linhas de marcação. No mesmo ano, o major Walter Clopton Wingfield tentou comercializar o jogo que designou como sphairistiké, publicando um livro de regras sob o título New and Improved Court for Playing the Ancient Game of Ténis cuja tradução será campo novo e melhorado para praticar o velho jogo de ténis. A dimensão do campo de Wingfield apresentava-se em formato de ampulheta sendo mais estreito na zona da rede.O jogo podia jogar-se na variante de singulares ou a pares. Para ganhar eram decisivos 15 pontos. O serviço realizava-se só de um lado definido-se como um ponto de serviço,cujo objetivo da bola era bater no campo oposto.Ganhava-se o ponto sempre que a bola não fosse devolvida, ou tocar a segunda vez no chão ou então na devolução de bola  que batesse na rede, ou fosse para fora. Só o jogador servidor podia ganhar pontos, mas tinha de ceder a bola ao adversário sempre que falhava. O campo de Winfield era ao contrário do campo de Leamington que se apresentava em formato retangular. Wingfield era parente direto de John wingfield o carcereiro inglês de Charles D´Orléans, neto de Carlos VI originário da França, considerado um grande jogador de ténis na sua época. Como informação adicional o busto do major Wingfield tem a inscrição de Fundador do Ténis que se encontra patente na Associação Britânica de Ténis.
O Major Wingfield comercializou o jogo que de futuro passou a designar por Lawn Tennis, cujo significado indica jogo de ténis na relva, cujo espaço físico ganhou a sua forma definitiva em dois anos.
A modalidade do ténis era considerado um jogo unisexo adequado para os ambos os sexos, atendendo à sua popularidade aumentou acentuadamente ao longo do tempo.
Atendendo às regras e às dimensões do campo apresentado por Wingfield deixava muito a desejar. Durante dois anos a invenção de wingfield foi acaloradamente discutida, depois de algumas alterações das regras. Em Março de 1875, o jogo foi finalmente inserido na competição e pela primeira vez utilizou-se o termo de Lawn – Tennis.
Houve então uma alteração nos regulamentos anteriores, passando a marcar duas áreas de serviço, além disso, a partir da linha de fundo devia realizar-se o serviço na diagonal para o lado contrário.
Nos finais de 1874, Dr James Dwight e F.R Sears jogaram os primeiros jogos de ténis nos Estados Unidos Da América. O Clube All-England Croquet Club foi fundado em 1868 e dois anos mais tarde abriu a sua sede em Worple Poad, Wimbledon. Este clube assimilou o jogo de Wingfield cuja popularidade ganhou terreno entre a alta sociedade americana como uma atividade de lazer e de recreação. Sob a influência de Marshall de profissão e de escrivão do Clube fundou-se uma comissão que reformulou as regras desta modalidade. Assim nasceu uma nova versão do ténis que perdurou até aos nossos dias e que por sua vez se expandiu pelo mundo com ligeiras alterações. Em 1875 o clube concordou em reservar parte da sua área para a prática do ténis e do badminton.Com as novas regras realizou-se no dia 9 de junho de 1877, em Wembley ,o primeiro campeonato Inglês. A forma do campo e do jogo de Winfield passou à história. O terreno passou a ter uma forma retangular cujas regras incluíam três pontos principais:
1- Comprimento do campo 26 jardas, largura 9 jardas no qual uma jarda corresponde a 0,9144m.
2- A contagem como Real-Tennis (variante britânica do jogo da palmada)
3- Duas bolas de serviço para o respetivo beneficiário.
Tudo indica que as medidas do campo foram tiradas do jogo da palmada. Scaino foi o autor mais antigo que escreveu um compêndio sobre os jogos com bola. A sua origem provavelmente poderá ter sido francesa, o país que desenvolveu o jogo do salão no qual o recinto tinha como dimensões normais de 30 metros de comprimento por 10 de largura. Existe também uma correlação entre as medidas do campo e da raquete em que se destaca:

- A linha lateral equivale a 26 jardas o que corresponde a 23,77 metros que equivale 34 vezes o comprimento da raquete associado a mais duas larguras.
-A linha de fundo para singulares equivale 9 jardas, o que corresponde a 8,23 metros, que equivale 12 vezes o comprimento da raquete
- A linha de fundo pares equivale 12 jardas o que corresponde a 10,97 metros, que por sua vez, equivale 16 vezes o comprimento da raquete
- A extensão da área de serviço equivale a 7 jardas o que corresponde a 6,40 metros que equivale a 9 vezes ,o comprimento da raquete mais uma largura
- A distância da linha de fundo à do serviço equivale a 6 jardas que corresponde 5,48 metros a que corresponde 8 vezes o comprimento da raquete
- A altura da rede corresponde a 0,9 jardas que equivale 0,91 metros, o que equivale 1 comprimento de raquete mais uma largura
- O comprimento da raquete 0,685 metros e de largura 0,236    
A rede do meio tem um comprimento de 11,90 é quase tão comprida como metade do campo 10,89; em que a distância da rede à área de serviço é de 6,40 m, é quase tão grande como a área de serviço, enquanto a linha transversal com 5,50 m, é tão longa como a distância da linha de fundo pertencente à área do serviço.
A colaboração dos principais clubes permitiu em 1880, aperfeiçoar um conjunto de regras mais eficazes. As bolas que batiam na rede na situação de jogo do bolar eram anuladas e as que roçavam na rede prosseguiam. As situações irregulares determinavam a validação da falta e dupla falta na situação do serviço.
  Passados poucos meses foi apresentado as regras padrão do ténis no final do ano de 1875, no qual foi inaugurado o primeiro clube de ténis americano localizado em Staten Island. Em 1877 realizou-se o primeiro torneio de wimbledon no qual Spencer Gore foi vencedor do jogo da palma comprida.
O All-England Croquet Club alterou o seu nome em 1877, para incorporar a palavra ténis, em 1882, a palavra «croquet» desapareceu para ser retomada em 1899, na época em que o clube assumiu o nome que hoje possuiu All-England Lawn Tennis and Croquet Club. Em 1878 foi a criação do primeiro grande clube francês em Dinard fundado pelos ingleses que atravessaram o canal da Mancha. Um ano depois nasce o Decimal Club considerado um pequeno clube parisiense. Em 1880 o ténis conquista a Côte D´Azur no qual inicia-se um período marcante da French Riviera. Em 1891 M.Briggs torna-se o primeiro campeão de França da Cruz Catelan. Em 1900 foi o nascimento da Taça Davis, inventada pelo americano Dwight F.Davies. Em 1913 nasce a Federação Internacional de Lawn Tennis. Em 1920 surge a Federação Francesa de Lawn Ténis e a inauguração do estádio Roland-Garros para receber o Challenge Round da Taça Davis destacando-se os 3 Mosqueteiros Lacoste, Borotra, Brugnon,Cochet.  
Em junho de 1977 a sua direção concordou em organizar um campeonato designado «Campeonatos de Ténis», que seria um marco histórico para a internacionalização do ténis considerado um dos acontecimentos mais importantes da história da modalidade a nível mundial, o Torneio Grand Slam de Wimbledon.

Christopher Brandão, 2016

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

A Origem Da Modalidade Do Ténis



O primórdio do ténis propriamente dito é diferenciado por um tempo aproximado de dois séculos de existência daquele que atualmente conhecemos. Na antiguidade jogava-se à bola com recurso da palma da mão que servia de instrumento de lançamento e de devolução ao seu adversário. Os povos Lídios, depois os Egípcios, os Gregos e seguidamente os Romanos utilizavam a palma da mão como instrumento de jogo com bola.

O primeiro jogo a ser praticado pelos Gauleses designava-se por palma comprida. Tratava-se de um jogo com recurso de mão desarmada em que um batedor utilizava uma espécie de raquete. Originário da Itália após a época do renascimento surgiu a raqueta constituída por um entrelaço de arames ajustados a uma armação de madeira ligada a um cabo.

Até ao final do século XVIII, o jogo da palma da mão obtém um autêntico sucesso em diversas cortes da Europa nomeadamente na França onde era o passatempo preferido da alta nobreza que frequentava a Casa Real.

A prática tenística realizada em recintos cobertos, é datada no século XI, quando se jogava um jogo designado Jeu de Paume muito praticado nos mosteiros franceses.

Este jogo bastante original na sua época, constitui a base do ténis real a ser praticado atualmente. Deduz-se que a primeira raquete de cordas terá sido introduzida no século XV por um padre italiano chamado António de Scalo que escreveu um tratado geral sobre uma globalidade de jogos que englobasse a bola, incluindo o ténis.

A partir do século XIV, a palma da mão foi adotado em Inglaterra, precisamente como nome de ténis. A palavra Ténis tem origem do remoto francês tennez, palavra pronunciada pelo servidor que pratica o jogo da palma para avisar o seu adversário da sua ação de jogo. A palavra ténis antes de se tornar definitivamente uma modalidade na sua origem ortográfica inglesa conheceu diversas evoluções exemplificadas por palavras que foram evoluindo ao longo do tempo por tenes, tennes, tennise, tenys.

O ténis foi mencionado no jornal inglês Sporting Magazine, em 1973, como um jogo praticado ao ar livre referido como field tennis (ténis ao ar livre). É improvavél que se trate do mesmo ténis mencionado num livro de jogos e desportos editado oito anos mais tarde.

O Tenis Real (Royal Tennis) era um jogo praticado pela aristocracia, enquanto o ténis ao ar livre (Lawn Tennis), popularizou-se durante o reinado da rainha Vitória, já era um jogo delineado para as classes médias. Deduz-se que o ténis ao ar livre seja uma adaptação do ténis real indoor.


Christopher Brandão 2016

terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

Lobbie bicéfalo uma utopia ou um fenómeno biencéfalo

Ao avaliarmos o artigo escrito no jornal Açoreano Oriental pelo académico senhor professor Doutor Noronha Rodrigues, docente da universidade dos Açores ,sobre o lobbie bicéfalo baseado  numa existência insular de um modelo de desenvolvimento, que determina um lobbie político  caraterizado por um controlo político partidário que não se coaduna com a política externa da União Europeia.  Se realmente existe, um tal lobbie para um determinado fim político, então qual a razão da defesa do interesse público em relação à coexistência deste próprio lobbie em manter-se ao longo do tempo?.
A causa existencial de um poder totalitário partidário é derivado de um lobbie ou de um voto popular orientado ou manietado para uma abordagem política que convence o eleitorado para uma política de estagnação de um desenvolvimento saudável das regiões insulanas ?.
A verdadeira massificação  produz-se à custa de um voto de promessa antecipada de uma pobreza de espírito culturalmente manipulada pelos políticos a uma grande maioria da população insulana . A falta de conhecimento determina  a ignorância de um povo que não  tem direito de decisão sobre a união europeia que simplesmente fragiliza a insularidade pelo desconhecimento ou ignorância. Atendendo à distância geográfica, não têem a noção governativa da região e  por sua vez, não zelam  o interesse público destas próprias regiões insulanas . O lobbie defende os seus próprios interesses acima da causa pública. Em conclusão, o lobbie bicéfalo será mesmo bicéfalo segundo mencionado pelo professor Noronha Rodrigues? Ou  será um produto de uma luta de interesses entre a insularidade contra a jurisprudência  criada pela União Europeia? . Será que compensa a sustentabilidade dos lobbies insulanos contra um paradoxo de valor das  normas e leis originários da própria união europeia?.
Eis a reflexão de futuro para um paradigma utópico  do lobbie bicéfalo a ser questionado por todos por uma biencefalia democrática que tanto exige uma interpretação objetiva  bem fundamentada pelo autor e que provavelmente  alerta para a dimensão do poder de decisão da insularidade em questão.
Christopher Brandão 2016