A Dimensão Do Espaço Geográfico Na Cineantropologia
A posição de encruzilhada em que se encontra a
Cineantropologia nos diversos ramos do conhecimento leva-nos a deduzir que
poderá ainda persistir uma dúvida importante sobre o espaço geográfico a ser
considerado como uma ciência original?.
Podemos refletir a sua orginalidade que reside
essencialmente em dois elementos de distinção:
- No tipo de questões que se coloca,
- No modo de pensar caraterístico do espaço físico e
geográfico, sem pondo em causa o seu conteúdo interdisciplinar desta ciência.
Muitos investigadores preocupam-se em formular questões
associativas sobre o espaços físicos e geográficos enquadrados numa investigação
cineantropológica de enormes proporções de um determinado quadro situacional de
evolução humana inserido num determinado contexto temporal. As distribuições
populacionais serão mais estruturadas em relação ao espaço físico, tal como as
suas evoluções inseridas num determinado contexto geográfico ao longo do tempo?.
A ambiguidade
desta pergunta é evidente devido ao seu significado ser abrangente ao nível da
distribuição e estrutura social de algumas culturas, como a dos Inuit na
América do Norte nas quais a ingestão da proteína animal não são típicas, mas
foram impostas a estes povos por um meio ambiente agreste e duro. Com o
surgimento da agricultura em condições climatéricas mais suaves houve um
período de adaptação de aprendizagem durante o qual as mulheres e os homens
adquiriram uma melhor compreensão da fauna vegetal e animal para a sua
domesticação. Quando os seres primitvos encontram espaços geográficos
acessíveis à sedentarização estes por sua vez adquirem um maior potencial de
conhecimento sobre a vida agrícola. Os investigadores ainda não descobrirem o
porquê das motivações dos primitivos modifacarem o seu estilo de vida.
Ninguém escolheu este novo estilo de vida por mudanças de
vagas sugeridas por Alvim Tofler (1980) que ocorrem em períodos longos e por
sua vez são o produto de milhares decisões individuais sobre as previsões
futuras das civilizações. Tais mudanças ocorrem aleatoriamente e aos poucos sem
que ninguém as deseje e normalmente sem que ninguém se aperceba o que està a
acontecendo numa determinada cultura ou nação. Na nossa perspetiva a revoluçao
agrária foi derivada de um produto de diversos tipos de cultura agrícolas que
se desenvolveram em diferentes espaços geográficos. Cada uma delas teve lugar
de um modo diferente diversificado ligado à fauna vegetal e aos métodos de
cultivo diferenciados. Uma das principais revoluções agrárias ocorreu na zona
«Crescente fértil» uma região geográfica que cobre o sul da Palestina, da
Síria, do Sul da Turquia, do Norte do Iraque e da parte ocidental do Irão. As
outras revoluções ocorreram no vale do rio Amarelo no Norte da China, no vale
do rio Yangtzé, ou no rio Azul localizado na China central, no México central,
no planalto Andino, entre a Colômbia e o Norte do Chile passando pelo Perú, e
em África a sul do Saara.
A região geográfica traduz-se num clima específico que
determina o tipo de fauna animal e vegetal de uma determinada localização.
Existe um fator comum de extrema importância em todas as revoluções agrárias
que se denomina por domesticação que por sua vez se traduz na manipulação das
plantas e animais por humanos. Só através da domesticação das espécies
selvagens permitiu-se uma verdadeira agricultura. A domesticação exige uma
seleção, um domínio e uma dependência das espécies mais desejáveis e úteis ao
homem ao nível da produtividade e de rendimento. No caso dos cereais, e das
espécies selváticas serem cultivadas em solos cuidadosamente preparados de
forma a receber as sementes derivadas das culturas anteriores e condicionadas
às caraterísticas do solo. A padronização deste processo obriga a novas
diversidades de maior produtividade de produtos alimentares, como o caso das
ovelhas que se reproproduziam criando maiores membros no qual a extracção da
sua lã e a da sua carne eram mais suculenta. A seleção e a manipulação são
fatores primordiais para a evolução de novas variedades de animais e de plantas
provocadas intencionalmente e geneticamente controlado pelo homem para a sua
domesticação e sedentarização, através da agricultura associada ao
desenvolvimento da civilização.
As remotas bases agrícolas são originárias da parte
ocidental da zona Crescente Fértil onde se dava o início do cultivo dos cereais
através de um modelo de sistema misto de culturas arverenses associadas à
criação de gado.
Mais do que a originalidade das questões dos objetivos
que se pretende desmistificar os problemas da ciência cineantropológica são
importantes para demonstrar a singularidade da resposta que justifica o estudo
do espaço físico e geográfico perante as restantes ciências. Independentemente
dos pressupostos subjacentes a cada uma das ciências perspetivadas numa
investigação anteriormente enunciadas, só é possível delinear por um processo
de raciocínio lógico encaminhado para uma analíse organizativa do espaço físico
e geográfico comportado pelas seguintes etapas:
1. Identificação
de uma dimensão espacial através da localização do homem e das suas estruturas
a ser implentadas cineantropologicamente;
2. Estudo
das causas de determinadas formas de organização espacial humana deacordo com o
seu espaço numa perspetiva evolutiva da cineantropologia ao longo do tempo,
3. Identificação
dos espaços e dos padrões evolutivos humanos diversificados de forma a serem
explicados por um conjunto de diversos fatores cineantropológicos.
Este exemplo pretende apenas demonstrar que nenhuma
ciência como a Cineantropologia se preocupa em conhecer simultaneâmente aspetos
tão diversificados como:
1. Distribuição
dos fenómenos evolutivos do homem na superficie terrestre na tentativa de
proceder à sua localização rigorosa de processos cineantropológicos;
2. As
respetivas estruturas espaciais ou seja o conhecimento das suas variações
cineantropológicas e sua heterogeneidade de ações práxicas e motrizes
desenvolvidas na superficie terrestre;
3. As
causas da localização e a sua variação cineantropológica procuram explicação da
origem e da evolução do movimento humano.
Qualquer elemento da superfície terrestre que nos seja
dado a observar poderà ser localizado com precisão, sendo ainda possível
proceder a um registo da mesma localização. O verdadeiro raciocínio evolutivo
do homem é aquele que sem menosprezar a componente espacial vai mais longe na
tentativa de compreender o porquê do desenvolvimento cineantropológico perante um
espaço fisico?. Não basta saber onde é que as coisas se encontram, pois é mais
importante conhecer o porquê das realidades que lá estão e de que maneira se explica e se enquadra toda a cinemática humana.
Para a Cineantropologia ambas as etapas são importantes e
indispensáveis ao caminho da investigação no encontro de respostas elaboradas pelos
investigadores acerca da localização das estruturas e dos processos espaciais,
essencialmente as causas destes elementos que se distinguem claramente na
Ciência Cineantropológica de todas as outras ciências que definem a sua originalidade.
Muitas outras ciências se preocupam de igual forma com os fenómenos que acontecem
num determinado espaço físico e geográfico, o que muitas vezes coincide com as
estruturas dos fenómenos pertencentes aos próprios espaços da nossa história
que futuramente estarão por descobrir. O que a Cineantropologia possui de
original e que se traduz numa visão holística que se inter-relaciona nos
diferentes fenómenos físicos e humanos na superficie terrestre em que estes
ocorrem. Nesta perspetiva integradora independentemente na forma temporal em
que os investigadores foram encarando a própria superfície terrestre como um
espaço fisico ou geográfico evolutivo que funciona como fonte de pesquisa de
elementos que determinam a evolução humana através das distribuições
populacionais pelos espaços geográficos, procurando sobretudo saber o porquê
destas causas e destes efeitos.
Atualmente
qualquer abordagem espacial perspetivada na adaptação e desenvolvimento deve
necessariamente comportar uma componente explicativa dos elementos que permitem
localizar rigrosamente sobre a superficie terrestre os fenómenos, os elementos
ou as estruturas humanas que possam ser objeto de analíse de estudo. Qualquer
que seja a nossa postura face ao modelo conceptual e metodológico deduz-se seja
o mais adequado para a Cineantropologia. Hipoteticamente para que possa ser
estudado pelos investigadores que se preocupam com as interdependências entre o
homem e o seu espaço físico através das suas ações cineantropológicas tendo
como consequência o produto destas interações derivadas das causas do próprio
espaço envolvente.
Á posteori terão oportunidade de nos referimos mais
pormenorizadamente sobre os reflexos desta evolução humana perante um espaço
geográfico nos diferentes contextos que possam ser perspetivados de futuro.
3. Identificação
dos espaços e dos padrões evolutivos humanos diversificados de forma a serem
explicados por um conjunto de diversos fatores cineantropológicos.
1. Distribuição
dos fenómenos evolutivos do homem na superficie terrestre na tentativa de
proceder à sua localização rigorosa de processos cineantropológicos;
3. As
causas da localização e a sua variação cineantropológica procuram explicação da
origem e da evolução do movimento humano.
Para a Cineantropologia ambas as etapas são importantes e
indispensáveis ao caminho da investigação no encontro de respostas elaboradas pelos
investigadores acerca da localização das estruturas e dos processos espaciais,
essencialmente as causas destes elementos que se distinguem claramente na
Ciência Cineantropológica de todas as outras ciências que definem a sua originalidade.
Muitas outras ciências se preocupam de igual forma com os fenómenos que acontecem
num determinado espaço físico e geográfico, o que muitas vezes coincide com as
estruturas dos fenómenos pertencentes aos próprios espaços da nossa história
que futuramente estarão por descobrir. O que a Cineantropologia possui de
original e que se traduz numa visão holística que se inter-relaciona nos
diferentes fenómenos físicos e humanos na superficie terrestre em que estes
ocorrem. Nesta perspetiva integradora independentemente na forma temporal em
que os investigadores foram encarando a própria superfície terrestre como um
espaço fisico ou geográfico evolutivo que funciona como fonte de pesquisa de
elementos que determinam a evolução humana através das distribuições
populacionais pelos espaços geográficos, procurando sobretudo saber o porquê
destas causas e destes efeitos.
autor- Christopher Brandão 2014
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