O Espaço Cineantropológico um Paradoxo De Valor ?
O espaço
contribuiu para a formação pessoal, social, ética, técnica e científica dos
investigadores, idenpendentemente do seu grau académico que se encontram
inseridos. A consciencialização por parte dos investigadores ao nível dos
valores científicos relativos à sua área é de primordial importância para a
aprendizagem das metas científicas propostas. As opções de investigação
condicionam o conhecimento produzido pelos investigadores dando uma utilidade
pública dos bens tangíveis adquiridos. Os orientadores conhecem bem as
situações de grande conflito interno com que muitos investigadores se debatem
sobre os reflexos dos seus resultados científicos relativos a uma determinada
área científica. Esta sensação de inutilidade não é estranha relativamente ao
espaço geográfico se for encarado como disciplina talvez possuirá potencialidades
científicas e educativas que muitas vezes não são exploradas na sua real valorização.
A interação do espaço físico e geográfico com o ambiente constitui uma linhagem
de estudo direcionada para a multidisciplinaridade das várias abordagens
possíveis de estudar as localizações humanas. Apesar de realçar aspetos
fundamentais do conhecimento não se deve sobrevalorizar qualquer espaço para
reforçar a sua fronteira entre as ciências sociais, humanas e naturais relativas à interdisciplinaridade
das grandes investigações atuais sobre a evolução humana.A dimensão espacial não deve ser desinserida no contexto
da evolução humana porque sem espaço não há desenvolvimento dos fatores que
interagem com as populações e as sociedades no seu todo. Podemos associar em
categorias distintas nomeadamente;- Alterações significativas nos recursos materiais
tecnológicos e bens tangíveis transmíssiveis às gerações futuras,- Alterações ao nível das ações comportamentais e dos
modus vivendi e operandi que provocam grandes transformações sociológicas das
próprias populações num determinado espaço físico,- Alterações na morfologia espacial e dos metódos de
conhecimento geográfico em prol da evolução humana,As alterações diversificam-se de uma forma aleatória e
muito crescente numa dinâmica cineantropológica evolutiva em prol da adaptação
e desenvolvimento que são os instrumentos fundamentais para a mutuação genética
e que por sua vez permitem uma nova dinâmica espacial dos povos e uma maior
transmissão de cultura e informação. No seu todo este processo conduz à
diversificação genética populacional que são fontes de uma intensificação
informativa efetuada pelo transfert da tecnologia associada ao deslocamento das
populações. A origem da tecnologia surgiu de uma mudança crucial da evolução
que conduziu ao pensamento casual e à capacidade de realizar instrumentos que
possam interagir com o espaço físico e geográfico. A relação entre a utilização
de instrumentos com o pensamento casual associado à linguagem foi fundamental
para a evolução e poderá ser um problema hipercomplexo interessante para a sua
desmistificação. Um destes elementos poderá ter servido para arrastar os outros
elementos. A tecnologia é essencialmente de natureza padronizada, complexa e
repetitiva que exige um domínio manual apurado na sua forma em associar os
diversos componentes.
A questão do
tamanho cerebral leva-nos a outra alteração significativa que ocorreu num
momento do percurso evolutivo cineantropológico originário dos nossos
antepassados e muito semelhantes ao dos símios. Os cérebros grandes exigem
maiores crânios permitindo assim uma maior vantagem na luta pela sobrevivência,
de tal forma haja uma grande pressão evolutiva para o crescimento cerebral
tanto quanto possível. A dimensão cerebral é cada vez maior e permite uma maior
assimilação de conhecimento derivado por um melhor processo de
ensino-aprendizagem na aquisição de cultura e tecnologia quer rudimentar quer
tecnológica ao longo do tempo.Podemos afirmar que o progresso da tecnologia foi lento,
as lascas de sílex utilizadas como lâminas datam apenas de há 100 000 anos. Os
artefatos de ossos de chifres e marfins eram transformados em artefatos
especificamente afiados como o caso das lanças e arpões. Há cerca de 20 000
anos os artefatos do Paleolítico superior sugerem uma possível divisão laboral
na produção de instrumentos mais hipercomplexos. As lâminas distintas de lascas
eram então comuns, assim como os instrumentos de origem de compósitos eram
importantes para a sua utilização e manufaturação de vários materiais
realizados em osso. Estas técnicas exigiam um enorme espaço temporal para serem
dominadas.
Um dos mistérios da evolução humana é saber o porquê dos
nossos cérebros serem enormes. Estes órgãos enormes e hipercomplexos utilizam
muita energia mesmo durante a fase do sono. Qualquer cérebro de maior dimensão
exige alimentos de elevado teor calórico do tipo em que se obtém, por exemplo a
carne dos cadáveres das presas abatidas pelos leões que esmagavam os ossos para
comer a sua metafíse fértil.Segundo Deacon (1997); Dunbar (1996) quase todas as
teorias convencionais assumem o grande cérebro como uma adaptação ou uma
vantagem dos humanos em produzir relações sociais complexas baseadas no crescimento
interactivo grupal que por sua vez permitiu o fabrico de utensílios. O cérebro
em cada segundo consegue processar 100 milhões de bits de informações e de
mensagens adquiridas pelos sentidos. No tronco encefálico existe uma rede de
nervos designado por formação reticular que atua como uma espécie de centro de
controlo de tráfego em que monitoriza milhões de mensagens que lá chegam. Este
consegue separar as mensagens principais das restantes pelo córtex cerebral. Em
cada segundo esta pequena rede de nervos só permite no máximo algumas centenas de
mensagens que penetrem na mente e no consciente. As células cerebrais chaves
designam-se por neurónios que por sua vez estão separadas por sinapses por
diminutos espaços de 25 milionésimos de milímetro. Estes espaços são cruzados
por substâncias químicas definidas por neurotransmissores, 30 das quais são
conhecidas, mas o cérebro pode possuir muitas outras ainda desconhecidas. Estes
sinais químicos são recebidos pela terminação nervosa do neurónio por uma malha
de diminutos filamentos designados dentritos. Os sinais transmitidos para a
outra terminação nervosa do neurónio são efetuadas através de uma fibra nervosa
chamada axónio. Os neurónios são estimulados por sinais eléctricos que cruzem
em espaços que muitas vezes são químicos. A transmissão dos sinais nervosos é
de natureza electroquímica. Cada impulso tem a mesma força, mas a intensidade do
sinal depende da frequência dos impulsos.Não é exato saber quais são exatamente as estruturas que sofrem
transformações fisiológicas cerebrais que ocorrem durante o processo de
ensino-aprendizagem. A experiência sugere que à medida que aprendemos na fase
inicial da vida humana obtemos melhores conexões de interneurónios que libertam
mais substâncias químicas e por sua vez cruzam com os espaços dos
interneurónios. A aplicação continuada das conexões fortalece e reforça a
aprendizagem. Segundo o neurocirugião Robert J. White (1994) afirma que o
cérebro humano evolui mais do que qualquer animal o que contradiz a razão dos
fatos. A destreza manual exigiu transformações sensoriais e motrizes no cérebro
ao longo do tempo. O cérebro moderno humano provavelmente deverá ter evoluído
em reação de uma capacidade integrada na manipulação e utilização de
instrumentos. É mais lógico reconhecer a existência de um intelecto superior
responsavél pelo desenvolvimento da relação entre o cérebro e o cognitivo provavelmente
poderá desmistificar a compreensão da metafísica humana.Analisando a evolução humana a nível mundial podemos
observar que a dinâmica cineantropólogica é instrumentalizada pela adaptação e
desenvolvimento de determinadas variáveis sociobiomorfohumanas. A evolução
humana teve de se adaptar de tal forma que a informação atual é mais credível
aos investigadores por ser muito diversificada manuseável e útil dos que nos
tempos remotos. Em segundo lugar resulta de uma observação global e universal
das variáveis em constante transformação do conhecimento produzido diariamente
pelos investigadores nos seus laboratórios. Tal fato advém de uma série de
experiências condicionadas ao modo com que os investigadores analisam o seu
espaço científico e como os envolve na aplicação de metodologias científicas
baseadas numa fase inicial num conjunto de questões que pretendem dar respostas
mais verídicas possíveis. Tais vivências podem ser aproveitadas não só pelo
orientador como também pelos investigadores que pretendem respostas convincentes
às suas questões e anseios. É importante desenvolver atitudes e competências
necessárias para uma apreciação crítica da informação e das provas que os
investigadores detêm ao seu dispor, tendo em atenção ao conhecimento estudado do
homem quanto à sua distribuição relativa às grandes diferenças ao nível do
desenvolvimento e da adaptação humana. O espaço físico e
geográfico poderá desenvolver-se como ciência cineantropológica nos universos
de investigação, ao nível dos estudos logitudinais ligados aos problemas
evolutivos humanos. Neste quadro situacional é possível definir um conjunto de
variáveis para o espaço físico e geográfico num contexto de evolução humana ao
longo do tempo.Os objetivos serão formulados no sentido de auxiliar os
investigadores a:- Desenvolver a compreensão e o interesse sobre o
conhecimento não só de espaços que lhes são próximos mas também dos espaços
longínquos,- Apreender uma grande variedade de condições existentes
sobre a superfície terrestre, local de desenvolvimento evolutivo humano nos
quais os indivíduos adaptaram, desenvolverem, modificaram o ambiente sob
influência das atividades sociais, políticas, cineantropológicas,
económicas,etc,- Delinear um quadro globalizante no qual possam situar
fenómenos evolutivos do passado até ao presente,- Percepcionar um modo mais completo do significado
humano quer na sua atividade desenvolvida num determinado espaço quer nas suas
interações cineantropológicas, - Desenvolver uma melhor compreensão acerca dos
mecanismos de organização espacial pertencente às atividades humanas,- Compreender os processos hipercomplexos que deram
origem à diversidade dos padrões psicomotores humanos segundo determinados padrões
espaciais da superfície terrestre e no modo como influenciaram as
transformações espaciais e cineantropológicas,- Ter uma crescente consciencialização acerca da
diferença de oportunidades e constrangimentos que afetam as diferentes
populações nos diferentes espaços sob diferentes condições económicas, sociais,
políticas e físicas,- Desenvolver uma melhor compreensão na natureza das
sociedades multiculturais e multiraciais,- Compreender no seu todo um conjunto de problemas,
sociais, económicos, políticos e ambientais numa dimensão espacial e geográfica
e refletir sobre estes problemas, produzindo juízos de valor devidamente
fundamentados na Ciência Cineantropológica,- Desenvolver um vasto leque de capacidades e
competências necessárias ao raciocínio espacial e geográfico igualmente úteis e
aplicáveis noutros quadros situacionais,- Atuar de modo mais interveniente no seu ambiente
enquanto indivíduos ou membros sociais.Estes objetivos traduzem claramente muitas das
preocupações do desenvolvimento humano perante um espaço físico e geográfico em
que os investigadores devem analisar toda a verdade dos fatos.
A reflexão de uma determinada postura investigativa e
epistemológica permite evitar distrações se quisermos proceder à sua apreciação
crítica das suas bases rigorosas. Os modelos evolutivos e pedagógicos que os
cosubstanciam enquadram-se em finalidades evolutivas que representam muitos dos
princípios básicos vulgarmente designados por evolução cineantropológica.As ideologias de que temos vindo apresentar, pretendem
sobretudo restabelecer uma ligação interativa entre a evolução humana com o
espaço físico através de ações cineantropológicas. Elas confrontam-se no
próprio seio da comunidade científica em determinados especialistas que propõem
o retorno às origens humanas de forma entendermos que a evolução humana é
fundamental para compreendermos o homem contemporâneo em termos de uma correta
informação sobre o mundo atual sem quaisquer dúvidas de que o espaço físico e
geográfico desempenha um papel fundamental na adaptação e no desenvolvimento
cineantropológico.A interpretação de mapas, entre outros, são básicos para
melhor compreensão do espaço físico e geográfico que muitas vezes auxiliam os
investigadores nas tomadas de decisão sobre as melhores teorias
motricomunicativas humanas.
É importante reconhecer a todos que investigam a evolução
humana num determinado espaço físico ou geográfico que se pode constituir uma
ferramenta essencial ou um meio de melhor compreensão, não só do mundo humano
mas também do quadro situacional onde este se encontra inserido na
cineantropologia.A melhor articulação entre espaço físico ou geográfico
associado à evolução humana permite uma melhor descoberta da verdade
científica. Esta situação poderá suscitar uma curiosidade científica que poderá
ser uma via alternativa estimulante na compreensão do desenvolvimento humano
através das ações cineantropológicas. Torna-se necessário uma descrição
detalhada das situações espaciais e geográficas que se concretize na descoberta
de soluções e respostas referentes aos problemas e interrogações que surgem. A
descrição das situações espaciais poderá ser um conjunto de enigmas no qual
estas questões levantadas pelos raciocínios dos investigadores possam
solucionar toda a problemática relacionada com a área cineantropológica.A investigação espacial e geográfica poderá ser um meio
de auxiliar as ciências para finalidades instrumentais motricomunicativas de
futuro, através dos desenvolvimentos das mentalidades abertas dos próprios
investigadores que futuramente irão investigar a ciência cineantropológica.
autor- Christopher Brandão 2014
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