quarta-feira, 1 de abril de 2015

A DETEÇÃO E RASTREIO DE UMA DISGRAFIA MOTORA EM CONTEXTO ESCOLAR NO PROCESSO ENSINO-APRENDIZAGEM



Neste artigo iremos dar importância ao rastreio da disgrafia motora e seus transtornos em contexto escolar no processo de ensino-aprendizagem do aluno.
Um dos principais objetivos será detetar sinais de alerta de disgrafia no aluno, através de um método descritivo, exploratório, de corte transversal  que por sua vez será avaliado através de um Inventário disgráfico analítico adaptado, de forma reconhecermos as dificuldades da escrita através da dinâmica dos seus grafismos.
 Da amostra da escrita apresentada pelo aluno aparecem diversos tipos de indicativos de disgrafia, sendo o indicador mais relevante ao nível do traço da linha ascendente, descendente e por fim flutuante. Ao correlacionarmos os indicadores ao nível das palavras que por sua vez apresentaram diferenças significativas na maioria delas. Entre os sinais prováveis de alerta de dislexia por existência de ocorrências de erros ortográficos e gramaticais poderá ser um grande indicador de suspeita de uma disortografia. Considerando o grande número de sinais de alerta para disgrafia encontrados no aluno em situação escolar, torna-se pertinente o rastreio para uma intervenção precoce que seja realizada.
De acordo com as expressões escritas pelo aluno, determinado pelos fatores da idade cronológica, inteligência, e escolaridade, todos estes muitas vezes encaminham para uma disgrafia. Esta por sua vez poderá ser classificada em dois tipos:
- A perceptiva em que o aluno não consegue fazer a relação entre o sistema simbólico e as grafias que representam ao nível de sons, palavras e frases.
- A disgrafia motora muitas vezes define-se por discaligrafia em que o aluno consegue falar e ler, mas encontra dificuldades na coordenação psicomotora ao nível da motricidade fina para escrever as letras, palavras e números, ou seja, visualiza a figura gráfica, mas não consegue realizar os movimentos para a escrita.
Existem classificações relativas à sintomatologia disléxica. A existência de outros tipos de classificação, que incluem os fatores envolvidos na etiologia da disgrafia que se encontra em desenvolvimento ou numa fase primária originária num tipo funcional ou de maturação. A disgrafia sintomática ou secundária é condicionada por uma componente pedagógica, neurológica ou sensorial.
A disgrafia motora não afeta a simbolização da escrita, mas sim a forma das letras e sua qualidade de escrita. Etiologicamente, a disgrafia deve-se a fatores maturacionais, emocionais, pedagógicos ou mistos. Em termos maturacionais poderá eventualmente existir alterações no desenvolvimento psicomotor do aluno que de futuro poderá afetar a lateralização em prol de uma eficiência psicomotora, ou do esquema corporal ao nível das funções preceptivo-motoras que de futuro influenciará a expressão gráfica da linguagem.
Em termos emocionais os conflitos e as tensões psicológicas podem surgir distorções percetuais, com imprecisões de traço que poderá estar relacionado a distúrbios de atenção por parte do aluno ao nível da motricidade fina de acordo com o seu nível etário.
Na área pedagógica, a metodologia de ensino inadequada poderá alterar a caligrafia através de um modo de instrução rígida, inflexível e forçada nas primeiras etapas do processo de ensino- aprendizagem. O estabelecimento de objetivos inalcançáveis na etapa de desenvolvimento psicomotor do aluno que por sua vez envolvem uma exigência ao nível da qualidade e rapidez excessiva. A inépcia na identificação de dificuldades psicomotoras no aluno, ao nível da gestão e orientação postural através de exercícios apropriados, de forma possa a prevenir e a remediar as suas próprias dificuldades.
Em termos de fatores diferenciados, destaca-se no aluno o grafismo e a postura que por sua vez afetam a escrita, e usualmente encontram-se relacionados com as alterações na representação do esquema corporal e no desequilíbrio afetivo.
Perante este quadro situacional, verifica-se que a falha para atingir a competência de uma boa escrita durante os anos, em idade escolar, muitas vezes tem efeitos negativos a longo prazo, tanto no que diz respeito ao sucesso escolar como na sua autoestima.
O controlo motor fino, a integração bilateral visuomotora, o planeamento motor no quadro de perícias e manipulações da mão de forma melhorar a propriocepção, a percepção visual e a atenção sustentada pela consciência sensorial dos dedos, são algumas das habilidades fundamentais para a motricidade fina das componentes responsáveis pelo ato de escrever. Assim, a má caligrafia poderá eventualmente estar relacionada a fatores intrínsecos, que se referem à capacidade do aluno de produzir uma caligrafia real derivado por fatores extrínsecos que por sua se encontram relacionados com as componentes mais específicas do seu espaço cineantropológico ou da sua biomecânica mais específica à motricidade fina.
Neste contexto, o objetivo fundamental será rastrear sinais de alerta para a disgrafia através de metodologias e estratégias confiáveis para uma melhor intervenção precoce, visto que uma perturbação neste domínio causa impacto no desenvolvimento escolar, emocional e social do próprio aluno.
Trata-se de uma estratégia descritiva, exploratória baseada num estudo transversal individualizado e específico ao próprio aluno.
Será necessário realizar um levantamento de dados em formato de entrevista aberta em contexto escolar, familiar, e de seguida individualizado de forma tentarmos identificar a origem do problema. Posteriormente, em sessões realizadas de futuro será solicitado ao aluno a produção de uma redação temática à escolha de forma a verificarmos a sua produção textual, analisando todas as características específicas de acordo com o inventário disgráfico analítico adaptado à problemática deste, após de se reconhecer as dificuldades da escrita através do traço do grafismo das letras irreconhecíveis, dos grafismos que permitem a confusão de letras, das angulações, das letras retocadas, dos padrões anormais de letras, da linha ascendente, descendente e flutuante.
A aplicação deverá ser realizada no próprio ambiente escolar de forma podermos quantificar a quantidade de erros, a avaliação da letra, e por fim o grafismo.
Ao observamos o traço do aluno representado por ocorrências de letra ilegível, letras retocadas, e padrões anormais das letras, suas angulações e por fim as suas linhas ascendente, descendente, flutuante geralmente são de ocorrência mais frequente. Também é necessário verificar sinais de alerta para ocorrências de outros distúrbios no processo de ensino-aprendizagem, como a dislexia específica a um vocabulário restrito a uma escrita muito reduzida da amostra avaliada. Muitas vezes apareceram alguns sintomas de disortografia em que o aluno apresenta ocorrências na reiteração e na aglutinação. O transtorno do deficit de atenção ao nível do desenvolvimento da coordenação provavelmente é derivado pela dificuldade de planeamento do traço.
Analisando os sinais de alerta da disgrafia em ambiente escolar, o que se pretende avaliar no aluno são as ocorrências à exposição presente. Esta restrição consiste particularmente numa busca de indícios que sejam capaz detetar no aluno uma possível disgrafia através de várias avaliações e diagnósticos. Parte-se do pressuposto de que a disgrafia, assim como qualquer outro distúrbio de aprendizagem envolve uma ampla variável de fatores e, assim, para um diagnóstico mais consistente é aconselhável o envolvimento transdisciplinar de diferentes profissionais nas diferentes áreas de atuação.
 Os indicadores de disgrafia no aluno, constata-se a prevalência de menor precisão e velocidade em habilidades ortográficas, que podem ser a fonte das diferenças do tipo de escrita.
A relação dos indicativos de disgrafia ao nível de ocorrências de outros distúrbios no processo de ensino- aprendizagem, constata-se que a dislexia muitas vezes é menos prevalente, uma vez que aparece menos na amostra da escrita do aluno. Não é incomum encontrar ambos os distúrbios dislexia e disgrafia no aluno, mas destaca-se problemas com a escrita que por sua vez podem revelar alterações que envolvem a coordenação, distúrbios primários de linguagem, deficits visuo-espaciais, problemas de atenção e de memória ao nível de sequenciamento.
 Um exemplar de um texto disgráfico mostra todas as ocorrências de letras irreconhecíveis; grafismos que permitem a confusão de letras, angulações, letras retocadas, padrões anormais de letras, linha ascendente, descendente, flutuante.
 Nota-se que a alta prevalência de indicativos disgráficos ocorrentes encontram-se correlacionados com um menor desempenho do aluno em relação à coordenação motora fina, e às funções sensoriais de percepção.
  Estas dificuldades podem causar impacto significativo no desempenho escolar, prejudicando o desenvolvimento da linguagem escrita e causando disgrafia.
Ao identificarmos sinais de alerta de disgrafia em que os indicadores indicam desorganização geral na folha, característica da falta de orientação espacial e de desorganização do texto, pois provavelmente este aluno não conserva a margem da folha, parando muito antes ou ultrapassando a mesma. Na capacidade de organização verifica-se no aluno dificuldades organizacionais no maior número de desarranjo espacial. Esta diferença significativa na análise de alguns traços de letra ilegível, angulações, padrões anormais de letras e letras retocadas. Perante este quadro situacional, as informações dadas em entrevistas pelo encarregado de educação sobre os problemas que o aluno menciona poderão dar as pistas de deteção de disgrafia.
Quanto à relação do indicativo de disgrafia ou de outros problemas ao nível de ensino aprendizagem, é necessário constatar características que sugerem ocorrência mais prevalente da dislexia pelo fato de muitas os técnicos em psicomotricidade terem de verificar por meio de testes e avaliações padronizadas do seu desempenho da atividade escrita em relação à sua função motora de praxia fina.

Perante este quadro situacional, os resultados após serem analisados, muitas demostraram uma alta prevalência de indicadores de disgrafia no aluno com provável ocorrência de outros distúrbios no processo de ensino- aprendizagem por meio de uma abordagem simplificada de instrumentos de triagem. Conclui-se qua a melhoria do aluno ao nível de dificuldades de execução da escrita seja orientando em contexto familiar, escolar consoante o diagnóstico da avaliação inicial da etiologia a ser aplicada, consoante as estratégias oportunas e adequadas no momento da falha do aluno para de futuro possam ser corrigidas e assimiladas para melhor e correta execução.

christopher brandão 2015

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