quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

O Vício Da Internet

Segundo PEREIRA, 2014; PEREIRA e PICCOLOTO, 2014 a dependência da internet é considerada uma nova psicopatologia de dependência não química, no qual o indivíduo apresenta uma dificuldade de controlo no seu uso, não conseguindo desvincular à rede informática.
De acordo com um estudo feito pela Universidade de Hong Kong, aproximadamente 39% da população mundial tem acesso à internet e cerca de 6% é viciado neste meio tecnológico. Estudos apontam 0,6% de indivíduos viciados em internet encontram-se na nação Chinesa, 1,8% na Suécia e 4,6% na Alemanha. Segundo LEMOS; ABREU; SOUGEY, 2014 esta divergência é possível devido à diferenciação oscilatória da faixa etária.
Nos EUA, especialistas afirmam que 6% a 10% dos cerca de 189 milhões de internautas são compulsivos, sendo a grande maioria jovens possuidores de um nível cultural médio com uma enorme disposição para o tempo livre. Os residentes de grandes cidades pressupostamente são possuidores de certos conhecimentos de informática com enorme acesso aos meios tecnológicos que se encontram à sua disposição.
Para Fortim (2013), a internet aparece como um espaço transicional onde se torna um vício dependente do indivíduo pela tecnologia. Existe uma variável emotiva que deturpa os verdadeiros sentimentos do usuário colmatado a um mundo virtual completamente diferente da vida real. Estes viciados sofrem e buscam uma excitação permanente devido à ausência do convívio social.
O acesso à internet determina comportamentos compulsivos originados num mundo virtual onde haja busca de prazer por um hobbie que funciona como alívio de carga emocional. A sensação de conforto e de controlo sobre os relacionamentos virtuais provavelmente não são aceites numa realidade exposta de toda a verdade. Normalmente, os usuários acreditam manter o controlo da interação virtual, porém a vida offline não têm o mesmo efeito devido à grande problemática de fatos dependentes da vida real que se transfere para o mundo virtual.
A internet possibilita o exibicionismo de uma diferente personalidade que muitas vezes desenvolve-se numa experiência de traços ocultos ou reprimidos de diferentes ações comportamentais utilizadas.
Outra característica a ser avaliada poderá ser compreendida numa perspetiva de cartase social em assumir outra personalidade, sem julgamentos ou juízes de valor. A utilização da internet por pessoas tímidas poderá criar comportamentos agressivos e sexualizados manifestados por trás de uma tecnologia.

Sintomas
Segundo Ballone; Moura (2008) a adição à Internet refere-se à dificuldade de controlar o seu uso através de impulsos ocasionados por desvios comportamentais bem clarificados neste tipo de transtorno. Os dependentes da internet dispendem demasiado tempo e frequência no seu uso. A frustração de não conseguir controlar o tempo online permite não controlar o cansaço, a irritabilidade e a instabilidade comportamental. O planeamento do seu uso prolonga-se num determinado período de tempo. O processo de socialização leva à quebra das relações pessoais pelo uso excessivo deste meio tecnológico.
Os usuários compulsivos expressam sentimentos controversos de alívio, de irritação e por fim de tensão quando o indivíduo se mantêm offline. Estudos apontam para fenómenos de ansiedade, de medo e de prazer onde prevalecem sentimentos de culpa e de vergonha pela falta do próprio processo de socialização do indivíduo.
Na eventualidade do indivíduo não se apresentar conectado; ou achar que ficou menos tempo online do que realmente permaneceu, leva a uma preocupação instantânea em admitir que é um ser viciado em internet.
Consoante o pensamento negativo que surge, podem ser encontradas neste tipo de vício mudanças comportamentais e emocionais.

 Comorbidades
A existência de um transtorno relacionado com a ansiedade poderá levar a comportamentos obsessivos e compulsivos associados ao vício de internet. Os distúrbios de ansiedade são caraterizados pelo medo persistente de contatos sociais ou aparições em público, vivenciado por pessoas tímidas ou com fobia social, nos quais podem levar a um aumento de stress, de depressão e por fim ao esgotamento emocional. Perante este quadro social as pessoas evitam esta realidade e recorrem à internet à procura da sua autosatisfação.
O internauta que se apresenta por transtornos sociais apresenta sensações mais stressantes e ansiosas ao nível dos relacionamentos reais quando comparados aos relacionamentos virtuais, nos quais permitem ações mais eficientes e seguras. Muitas vezes a fobia social, o medo do contato direto com o próximo leva a estigmatismos dos padrões socioculturais que diminuem a relação do real, garantindo assim interações mais satisfatórias no mundo virtual.

Diagnóstico
O uso compulsivo da Internet é um problema onde existe fatores predisponentes para uma personalidade que justifica a aquisição de um determinado desvio comportamental. Existe outra questão a ser considerada na internet, uma fonte de lazer ou de informação que se transforma num vício. As mudanças paradigmáticas para o uso da Internet provoca uma transformação social na vida de uma pessoa pelo dispêndio de um grande número de horas online, em busca da sua própria autoexcitação.
Baseados nos mesmos critérios para diagnosticar os dependentes químicos, os critérios estabelecidos para o diagnóstico de viciados à internet dependem do transtorno de adição à Internet que ainda precisa ser estudado para ser reconhecido nas classificações oficiais das próprias patologias. Apenas o Jogo patológico dentro das dependências sem a utilização do uso da substância é considerada uma doença reconhecida. É importante lembrar que a compulsão por internet se desenvolve principalmente em indivíduos mais isolados e acima de tudo que não desejam o convívio físico, pois a internet compensa todo o processo de socialização.
Segundo DIAS; RABELO, 2014 os critérios propostos para o diagnóstico desta patologia baseiam-se num modelo adaptado para o Jogo Patológico.
  
 Tratamento
O uso da internet é imprescindível na vida das pessoas quer para atividades acadêmicas, laborais, de informação e de lazer, na eventualidade do limite do aceitável for ultrapassado, poderá eventualmente chegar a um nível patológico no qual deve buscar auxílio. O tratamento visa auxiliar a pessoa a retomar o controlo sobre a sua vida condicionada às suas escolhas e ao dispêndio de tempo, de forma a não proibir o acesso à internet. O objetivo do tratamento é identificar e fazer com que a pessoa supere o desenvolvimento da dependência. A terapia cognitiva e comportamental é indicada nesse tipo de tratamento, pois é a primeira opção para muito dos distúrbios e controlo por impulsos. Segundo LEMOS, 2014 HODGINS 2008; MATUSIEWICZ, 2010 este modelo necessita da colaboração simultânea entre o paciente e o terapeuta para que as emoções, os pensamentos e as ações não interfiram no processo de tratamento. Segundo Lemos (2014), alguns autores sugerem estratégias para o vício na internet, como por exemplo usar moderadamente; a auto-observação para não utilizar a internet como escape ou compensação da sua organização temporal  desenvolvida em atividades offline de prevenção de recaídas. Outras técnicas são sugeridas por Young, 2009 na descoberta de padrões de utilização da internet como forma de quebrar tabus, sugerindo uma nova forma de usuário que convença associar-se a uma terapia.
A transgressão compulsiva consiste em três fases, sendo a primeira para educar o paciente para mecanismos que alivie os efeitos da internet. Na segunda fase, realiza uma investigação dos fatores desencadeantes para a compulsão seguindo uma análise comportamental do paciente para atividades alternativas. Por último, a fase de prevenção ou de recaída incentiva o uso moderado da internet para outro método de tratamento definido por eletroacupuntura, na qual se encontra associada à transgressão compulsiva em que se demonstra resultados satisfatórios. Segundo LEMOS, 2014  a eletroacupuntura se encontra relacionada com o aumento da velocidade de discriminação cerebral que leva ao aumento da mobilização de recursos durante o processamento da informação cerebral.
A compulsão por internet poderá ser considerada como uma nova manifestação psicopatológica que necessita opções de tratamento baseadas em evidências. O intuito encontra-se voltado para a psicoeducação uma mudança paradigmática de hábitos sociais em que leva o paciente a uma abstinência tecnológica.

 Conclusão
A dependência da internet é um assunto contemporâneo nos âmbitos da psicologia e da saúde. Existem poucos estudos científicos que colaboram no seu preciso diagnóstico. A sua forma de manifestação é baseado em caraterísticas psicológicas essenciais ao seu tratamento. Para elaboração deste conhecimento é necessário buscar informações em pesquisas científicas para quantificar os vícios no mundo digital. Estes estudos conseguiram comprovar um determinado distúrbio que afeta o universo da adolescência que se encontram numa fase de descoberta da sua personalidade numa busca de identidade social. O fato de ser comprovado um maior vício à rede de jovens não descarta a possibilidade de que essa psicopatologia também afete o universo dos adultos e idosos. O acesso desse meio por interação ou por comunicação é livre e tem de ser alcançado num elevado número de usuários em que se apercebe da sua dependência geral nas pessoas que são praticamente escravizadas por uma ferramenta tecnológica. Além disso, a facilidade de se adquirir aparelhos que permitem o acesso à rede fazem com que as pessoas não deixem de ficar online. 
Apesar da internet ser uma fonte informativa de assuntos políticos, financeiros, culturais, entre outros, percebe-se que o maior tempo destinado ao seu uso, é dedicado às redes sociais e aplicativos, como Facebook, Twitter, Tinder, Whatsapp, Isso pode ser justificado pelo fato das pessoas que utilizam compulsivamente a internet não terem controlo na sua utilização em que não conseguem ficar desconectadas ao universo virtual. 
As pessoas viciadas são compulsivamente afetadas pela internet porque ficam mais tempo conectadas à rede por ser uma busca de evasão da realidade onde se encontra, uma forma de encontrar prazer, satisfação, distração e alívio dos problemas do dia-a-dia. Existem outras caraterísticas psicológicas apresentadas por essas pessoas que corroboram na utilização excessiva da internet como um meio de comunicação. Elas encontram uma forma diferente de expressão da sua personalidade no mundo digital, uma vez que na vida real se consideram infoexcluídas da própria sociedade.
Existe uma questão pessoal que provavelmente poderá ser a resposta de se ficar muito tempo online, porque os próprios viciados à rede acabam excluindo-se do mundo real pela dificuldade de interagir em ambientes sociais, profissionais e até mesmo familiares.
Neste universo virtual não restam dúvidas de que há benefícios proporcionados pelos avanços tecnológicos, porém é discutíveis os avanços benéficos da própria sociedade. Pessoas que desenvolveram a dependência pela internet, muito provavelmente não vêem nesse uso excessivo de rede como uma forma prejudicial não só ao nível de convívio social, mas também para o funcionamento fisiológico do seu organismo.
Os viciados em internet apesar de não perceberem dos problemas no ciclo do sono, da vigília e na própria alimentação que pode dificultar no processo de aprendizagem e da memorização. As pessoas também podem desenvolver outros distúrbios como excesso de peso que leva à própria obesidade, por conseguirem alimentar apenas estando online ou até mesmo ter um emagrecimento excessivo por ficar muito tempo conectados enquanto não se alimentem. 
As pessoas que utilizam compulsivamente a internet podem-se desenvolver distúrbios como Transtorno de Ansiedade Generalizada, Transtorno de Ansiedade Social e Transtorno Obsessivo Compulsivo que são prejudiciais para o convívio social e para saúde mental destas próprias pessoas. Dependendo da gravidade da situação aliado a um tratamento psiquiátrico de viciados compulsivos na internet em que se exige um determinado tratamento, possivelmente trará benefícios comportamentais quando realizados por psicólogos ou psicanalistas.

Christopher brandão 2016

quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

cineantropologia: A Motricidade Na Doença Mitocondrial

cineantropologia: A Motricidade Na Doença Mitocondrial: As dúvidas, os questionamentos e as inquietações são algumas situações que decorre ao longo das sessões práticas psicomotoras, dando de...

A Motricidade Na Doença Mitocondrial



As dúvidas, os questionamentos e as inquietações são algumas situações que decorre ao longo das sessões práticas psicomotoras, dando desta forma um melhor contributo à doença da aluna, com novos conhecimentos e experiências adquiridas. Enquanto aprendiz depreende muitas destas situações, através do enriquecimento do seu reportório psicomotor essencial à sua vida cotidiana. Os exercícios psicomotores realizados em contextos diferenciados são essenciais às tarefas escolares e domésticas, do seu dia-a-dia. A motricidade faz parte de todo o desenvolvimento humano, e muitas das vezes, é esquecida como uma aquisição fundamental no processo de ensino e aprendizagem. Piaget menciona “ a motricidade intervém a todos os níveis das funções cognitivas da perceção aos próprios esquemas. Todos os mecanismos cognitivos repousam na motricidade” (cit.in Sérgio, 2000, p.95). Um domínio de um maior grau de liberdade de movimento biomecânico restrito é condicionado à sua doença de origem mitocondrial que influencia a sua expressão corporal. 
As ações expressas pelo corpo produzem movimento biomecânico através da criação de diversas atividades motrizes. Ao longo das sessões práticas são desenvolvidas motricidade em diversas aprendizagens tornando-se cada vez mais percetível aos diferentes contextos espaciais. 
A falta de motricidade terá consequências no progresso da evolução psicomotora da aluna. É fundamental uma motricidade evolutiva que melhore os padrões motores essenciais. Tentámos compreender a influência da motricidade no desenvolvimento do bem-estar da aluna em contexto escolar. Ao nível das capacidades motoras será necessário um trabalho específico de psicomotridade que funcione como um facilitador equilibrado. Não podemos esquecer que existem outras áreas que auxiliem o processo de ensino-aprendizagem de forma a potenciar ao máximo as suas restritas capacidades motoras, essenciais à melhoria da coordenação motora. Será necessário uma estimulação que desenvolva o restrito desenvolvimento psicomotor da aluna para modelos de aprendizagem construtivista, atendendo à sua doença de origem multicondrial que por sua vez produz vários outros tipos doenças. O trabalho transdisciplinar é uma provável solução para o seu contexto de evolução.
Ao longo do tempo é necessário ter em conta alguns procedimentos que balizam o trabalho dos professores ao nível da observação, da planificação, da reflexão, e por fim uma avaliação familiar, individualizada e clínica. O funcionamento do programa psicomotor adequado ao morfotipo da aluna será normalizado para uma totalidade de procedimentos necessários para uma boa prática psicomotora. A análise de todos os seus campos será necessária para uma boa reflexão sobre o impacto das melhores práticas psicomotoras. Ao compararmos a situação atual com o ano anterior é possível verificar uma evolução prática positiva que promove melhorias nas aprendizagens mais socializadas. Algumas estratégias serão utilizadas em diferentes práticas psicomotoras aplicadas em diferentes contextos escolares. As reflexões práticas orientadas para um determinado desenvolvimento específico de motricidade adaptada a um novo estilo de vida saudável será compatível às novas aprendizagens escolares. 
A estimulação das capacidades motoras são trabalhadas ao nível da coordenação motora geral para uma coordenação motora mais fina, segundo uma prática avaliada por observação direta em cada sessão.
A motricidade manifestada pela aluna em contexto escolar foi evolutiva para níveis simples para mais complexos. Segundo Le Boulch (2001) “a criança desde o nascimento apresenta potencialidades para desenvolver-se, mas que elas não dependem só da maturação dos processos orgânicos, senão também do intercâmbio com o outrem e que isto é da maior importância na primeira infância” (p.5). É através de um conjunto de desafios que a aluna ultrapassa os diversos estímulos desenvolvidos pelos sentidos no seu espaço cineantropológico que por sua vez integra uma aprendizagem com os outros indivíduos, permitindo assim, uma melhor autonomia na sua motricidade individual. A motricidade terá de dar obrigatoriamente um conjunto de respostas de forma a transformar os movimentos restritos em melhores qualidades físicas e motoras essenciais às atividades humanas. O desenvolvimento motor é realizado através de estímulos que reagem ao meio por movimentos reflexos. Para uma melhor adaptação às variações de aprendizagem quer por imitação de gestos quer por movimentos de aprendizagem por tentativa e erro, provavelmente a aluna poderá adquirir uma melhoria restrita da sua liberdade biomecânica para se movimentar. A exploração do movimento com prazer só faz sentido se permitir uma estimulação das capacidades físico-motoras e coordenativas para aprendizagens mais vocacionadas para a descoberta. Na eventualidade de não se desenvolver as habilidades motoras mais básicas para uma forma mais específica de desenvolvimento global em atividades motoras de forma a proporcionar em primeiro lugar um melhor funcionamento corporal, através de instrumentos que permitem de futuro uma melhor integração inclusiva da aluna na sociedade. A exploração do espaço requer uma reaprendizagem das capacidades de equilíbrio e de postura essenciais à locomoção e ao deslocamento. Um dos requisitos essenciais para uma melhoria da integração inclusiva da aluna em contexto escolar, será obviamente um trabalho de perícia e manipulação de objetos fundamentais à sua comunicação não-verbal. O principal objetivo da motricidade é contribuir para o desenvolvimento do corpo e da mente de uma forma coerente, através de uma educação pelo movimento. Segundo Samulski (cit. in. Neto, 2003), “Por educação do movimento entende a formação da personalidade através de processos de aprendizagem motora” (p. 227). É através do movimento que a aluna absorve e contata com o mundo exterior e toma consciência da sua própria doença que faz parte da sua vida. Através da experiência adquirida ou adaptada ao movimento explora o seu espaço cineantropológico que a rodeia. Ao nível do domínio do seu corpo tem conhecimento da sua capacidade de produção de movimentos biomecânicos dependentes das novas aquisições psicomotoras que se desenvolvem por uma comunicação própria da sua personalidade. Os primeiros contatos com a doença são importantíssimos para compreender qualquer potencial de aprendizagem que a aluna venha a adquirir. Segundo Dulce Santos (2005) serão nestes anos que desenvolveremos as habilidades fundamentais para a sobrevivência do ser humano, onde se aprende “a ficar de pé, a caminhar, a correr, a rastejar, a saltar e a falar” (p. 11). Para estas aquisições obriga uma padronização dos movimentos de modo a aperfeiçoar os reajustamentos motores que se encontram ligadas ao desenvolvimento da motricidade. A aluna irá desenvolver novas experiências em situações de contato com o meio, criando um quadro de referências de perícia e manipulação de objetos lúdicos que poderá ser uma solução de melhoria de todo o seu processo de socialização com outros colegas, pela participação em diferentes tipos de jogos lúdicos apresentam-se por formas de desenvolvimento da sua própria motricidade. Relativamente ao combate dos seus hábitos sedentários será necessário um processo de integração por experimentação em atividades motoras que nos últimos tempos são notórias as suas próprias mudanças sociais. O movimento no espaço desenvolve-se pela ação em atividades de exploração que exigem uma experiência em jogos espontâneos cada vez mais limitados. O bom desenvolvimento necessita de jogo e atividade física de forma a evoluir o seu corpo restrito em novos reportórios psicomotores necessários para fomentar hábitos de vida saudável para uma vida ativa. Não pretendemos que a aluna tenha um um reportório lúdico pobre, daí realçar a importância da motivação para a exploração do seu corpo restrito em diferentes situações e em diferentes espaços. Segundo Pessanha, (2003, p. 151) “ a atividade lúdica surge como uma manifestação frequente e espontânea no comportamento infantil, parecendo ser uma atitude natural e indispensável ao seu desenvolvimento”. Para um melhor desenvolvimento da motricidade adolescente será necessário colmatar os problemas da aluna que se têm vindo a desenvolver ao longo do tempo. É fundamental preservar a cultura lúdica através do jogo, interagindo com outros colegas, de forma evitar o sedentarismo e as atividades ligadas às novas tecnologias. Desta forma, a escola desde logo deve ter uma crescente preocupação em fomentar o movimento criativo, dando a oportunidade à experimentação, à adaptação através da exploração do corpo pelo movimento em espaços apropriados e disponibilizando diversos materiais para que a aluna possa ter a liberdade de promoção de uma aprendizagem ativa que exprima a sua expressão corporal numa dinâmica de criatividade. As atividades de exploração do espaço físico são particularmente importantes para o desenvolvimento das representações cognitivas essenciais ao envolvimento de um sistema de organização coordenada, baseada num quadro de referências psicomotor. Por outro lado, há que oferecer à aluna momentos de jogo com regras, entre outros, pois estes possibilitam o contacto com o mundo exterior através da exploração que exige uma maior adaptação aos diferentes contextos escolares. A própria autoestima melhora a percepção com a atividade física permitindo assim uma melhor interação social. Devemos proporcionar desde muito cedo momentos de motricidade lúdica através de jogos que estimulam a perceção da aluna ao meio. A comunicação é fundamental para aquisição de outras novas aprendizagens de conhecimento através da exploração dos diferentes espaços.

Christopher, Brandão 2016 

sábado, 16 de janeiro de 2016

A Irreverência Na Vida

Ao reavermos determinadas pessoas que tanto gostamos, numa determinada época que marcou a nossa juventude, com os seus atos e com as suas próprias ações, numa eterna loucura permanente. Avaliamos uma certa plenitude de um tempo que passa,  mas também que se afirma num juízo final de um passado louco condenado por um futuro sem tréguas, orientado para um presente cada vez mais exigente, das consequências dos nossos atos, que se traduz numa fatura frustante a nível  social, familiar e profissional. Uma sociedade mais selvatica, que não perdoa as loucuras do passado de um indivíduo, mas permanentemente julga o presente ,numa angústia permanente a cada momento que passa ao longo da vida. A vida pela experiência empírica ensina-nos muitas vezes, o verdadeiro significado da nossa conduta humana, mas quando tentamos afirmar aquilo que desejamos, consolidamos uma filosofia, orientada por um caminho dúbio de pecado virado para uma exigência egoísta luxuriana.
Ninguém é perfeito no seu julgamento final, mas o verdadeiro caminho da vida,  determina sempre a verdadeira justiça divina, em corrigir os nossos passos firmes, à medida que nós afirmamos com o tempo a nossa própria  maturidade. A história da nossa vida é uma história de passos firmes que muitas vezes pagamos pelas realidades que criamos. O ciclo de vida humano é  sempre o mesmo, a única  diferença foi sempre mantida ao longo da huminadade pela competitividade social  darwiana que se evidência ao longo do tempo pela nossa existência tecnológica  .
Há quem diga que nós somos marcados por um destino, que muitas vezes não queremos encarar uma verdadeira  dinâmica de maturidade construtiva familiar,perante um quadro de referências desenhado e modelado por uma matriz de amizades criadas ao longo da nossa vida profissional e social.
A nossa responsabilidade humana é um direito de afirmação pessoal que determina a nossa fé em vencer  o gigante destino, que muitas vezes  prostitui a nossa alma. O jogo do prazer é uma roleta russa, que muitas vezes obriga-nos a presentear o nascimento de um novo ser,  que supreendentemente choca-nos no momento que aparece, porque o medo da responsabilidade leva-nos a julgar os nossos atos de satisfação perante um vulto feminino que simplesmente ajudou-nos a conceber mutuamente os nossos próprios instintos libinosos. O efeito de conquista na sua digna inocência pura em ser mãe,  palavra unívoca egoísta de trazer ao mundo, um maravilhoso ser, perante um ato de macheza de afirmação freudiana em querer satisfazer a libido do nosso próprio corpo. A alteração comportamental da nossa vida, exige uma responsabilidade afetiva permanente de sermos um pai presente ou ausente que auxilia ou renega na construção de uma nova identidade do inocente progenitor que sempre cresce, sem nós apercebermos da existência do caminho linear de evelhecimento.
A história repete-se em todas as gerações, em todas famílias, perante o momento de conquista feminina que se afirma pelo seu valor reprodutivo, em prol de uma constituição de família muitas vezes utópica na sua construção ao longo do tempo de um amor puro. O materialismo, a luxúria, o pecado deturpa-nos em prol de uma busca de excitação permanente de satisfação perante todos aqueles que nos rodeiam. Esquecemos injustamente  o outro lado da nossa cara metade que luta contra a maré, fora do seu lar que liberta o seu pensamento, por uma saudade da sua origem, da sua identidade cultural a que obriga a um preço de permanência no seu espaço cineantropológico. A fonte do pensamento alimenta-nos,mas muitas vezes cega-nos nas nossas consequências julgadas em praça pública, por factos reais evidenciados das nossas verdadeiras condutas humanas . A realidade de fundo é difícil de ser encarada por um preço elevado das nossas próprias afirmações, quando perdemos alguém que amámos, manisfestamos a nossa propotencia de não queremos evoluir de forma mútua, de não queremos compreender o próximo pela nossa arrogância que de futuro pagamos infelizmente uma fatura bastante elevada. Para esquecermos a verdeira dimensão de coragem, enfrentamos os nossos verdadeiros problemas, fugimos dos nossos dilemas permanentes, para reativar os nossos atos e contradições sob a forma de desvios comportamentais. Alimentamos a nossa alma num consumismo de bens de pouca necessidade, mas socialmente reconhecidos, prevalecem na nossa sociedade como um meio miorelaxante ansiolitica de afirmação social de status quo de libertinagem da nossa  própria personalidade , por meios ilícitos de excessos, de tabaco, de álcool e de droga que descarta o indivíduo para estados momentâneos de prazer e por fim de frustração, pela simples procura da sua auto satisfação para um determinado valor reprodutivo,condicionada à escolha feliz ou infeliz e aleatória do vulto feminino que desejamos.
Ninguém tem o direito de julgar nem de avaliar , nem quantificar os seus verdadeiros factos produzidos pela sua própria vida, mas contra factos não  há  argumentos  que justificam se podemos ajudar o próximo a crescer na sua personalidade jurídica. A forma de procurar a felicidade eterna é uma missão telepatica,  que muitas vezes torna-se difícil na sua procura teóloga, porque a verdadeira dimensão de espiritualidade humana só depende da nossa vontade em evoluir a nível metafísico . A mudança paradigmática só  depende de nós próprios,  porque mudar é o primeiro passo firme para admitimos o que nós  somos,mas para sermos diferentes, devemos reconhecer as nossas falhas derivadas das consequências dos nossos próprios atos.  Reconhecer perante nós o verdadeiro caminho de mudança é o caminho certo de evolução da nossa própria conduta humana.

Christopher Brandão 2016

quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

Avaliação Da Dislexia Em Contexto Escolar

A Dislexia é uma perturbação na aprendizagem específica etiologicamente associada às alterações neurodesenvolvimentais, neurobiológicas e neuropsicológicas.
 Os alunos com dislexia apresentam um conjunto significativo de alterações ao nível da leitura e da escrita que podem conduzir a dificuldades no processo de ensino e aprendizagem. Estas alterações caraterizam-se pela presença de várias incorreções durante a leitura de palavras que se apresentam por dificuldades nos processos de descodificação fonológica e processamento lexical, que por sua vez influência a baixa velocidade de leitura de acordo com o nível etário adequado. As dificuldades dos alunos com dislexia na compreensão da leitura gera muitos erros ortográficos devido a dificuldades de estruturação frásica associada à organização de ideias.

Sinais De Alerta Da Dislexia
Dada à natureza de desenvolvimento da perturbação de aprendizagem específica, os alunos possuidores de dislexia apresentam um conjunto significativo de sinais e sintomas durante a infância e no início da sua escolaridade. Para que os professores e respetivos encarregados de educação possam identificar as possíveis dificuldades que surgem ao longo do percurso de vida escolar dos respetivos alunos serão apresentados alguns sinais de alerta de dislexia infantil em contexto escolar. Na eventualidade de identificar vários destes sinais de alerta, que se manifestam em dificuldades significativas desenvolvidas em processos de leitura e de escrita, posteriormente será necessário um encaminhamento do aluno para uma avaliação familiar, individualizada, escolar, médica especializada por uma equipa transdisciplinar de técnicos neuropsicólogos ou psicomotores, professores, psicólogos, médicos com enorme experiência neste campo de atividade.

Os Sinais De Alerta Da Dislexia Durante A Infância
No estado da infância, o atraso no desenvolvimento da linguagem existe na eventualidade do indivíduo de baixo nível etário apresentar-se por uma comunicação primária tardia de construção de palavras fora do normal ou por uma construção de frases mais tardia do que o tempo previsto. Se o aluno apresenta alguns problemas ao nível da linguagem durante o seu desenvolvimento comunicativo, nomeadamente dificuldades em pronunciar determinados sons ou fonemas, podemos concluir que este se apresenta por uma linguagem abebezada, para além do tempo normal. Por ter dificuldades ao nível da tarefa das rimas silábicas existem dificuldades de memorização e de acompanhamento de canções infantis e lenga lengas. Podemos concluir que este se apresenta por sinais que revelam dificuldades ao nível das tarefas de consciência fonológica relacionado com as rimas, com as lenga lengas e por fim com a segmentação.

Sinais De Alerta Da Dislexia Em Idade Escolar
 O aluno com dificuldades na leitura e na escrita apresenta-se por um estado de lentidão na aprendizagem cognitiva e na memorização das letras que seriamente prejudica a automatização dos próprios processos de leitura e de escrita. As dificuldades na consciência fonológica apresenta-se por uma segmentação fonémica manipulativa de origem puramente fonológica. A velocidade de leitura encontra-se abaixo das expetativas do professor conforme o nível etário e de escolaridade que se encontra o aluno. Muitas vezes a sua leitura é silabada devido à enorme lentidão de conversão do grafema para fonema. As diversas dificuldades de descodificação das palavras com inúmeras alterações, revelam dificuldades nos processos de descodificação do grafema para fonema ao nível da automatização da leitura de palavras. As dificuldades na compreensão e interpretação de textos lidos é devido ao baixo desempenho na leitura. Muitas vezes a situação é normalizada ao nível da sua compreensão quando os textos são lidos pelos adultos.
Na escrita realizada pelo aluno possuidor de dislexia surgem muitos erros ortográficos, trocas fonológicas ou lexicais em todo o tipo de palavras. Quanto à regularidade e frequência de lacunas acentuadas na organização e estruturação das ideias realizadas ao nível da sua construção frásica sobre o texto lido. A demora de demasiado tempo na realização dos trabalhos de casa que deveriam ser realizados numa hora rende em tempo útil 10 minutos. Utiliza estratégias, truques e desculpas para não ler, por não ter qualquer prazer pela própria leitura. Distrai-se com bastante facilidade perante qualquer estímulo externo, dando a noção que se encontra a sonhar acordado por curtos períodos de atenção. Os resultados escolares são contraproducentes com a sua capacidade cognitiva. Apresentam picos de aprendizagem instáveis, nuns dias parecem assimilar e compreender todos os conteúdos curriculares e noutros parecem ter esquecido o que tinham aprendido anteriormente. Os alunos apresentam melhores resultados nas avaliações orais do que escritas e muitas vezes apresentam dificuldades na aprendizagem de uma língua estrangeira como o caso do Inglês. Não gostam de ir à escola ou de realizar atividades escolares.

Citérios De Diagnóstico Da Dislexia
Numa avaliação da dislexia deve-se analisar toda a história familiar, médica, escolar do aluno de forma quantificar os seguintes fatores:
- Maior prevalência de dislexia ou dificuldades de aprendizagem entre os elementos familiares
- Fatores hereditários
- Uma avaliação individualizada ao aluno de forma compreender os problemas do passado, do presente e do futuro
 Uma avaliação escolar posteriormente quantificada na totalidade da informação formal e informal é essencial para a análise da performance realizada durante o percurso escolar do aluno.
Por fim uma avaliação médica é necessária para detetar a existência de um potencial problema que possa explicar as dificuldades na leitura e na escrita por uma avaliação clínica sobre as funções neurocognitivas relacionadas com os períodos críticos ótimos de aprendizagem e desenvolvimento da própria leitura e escrita, que por sua vez, se encontram condicionadas a outros fatores relevantes.
A dislexia é o resultado das alterações neurobiológicas cerebrais que codifica e representa o processamento de toda a informação linguística. Manifesta-se por alterações no domínio do processamento fonológico relacionados com outros domínios neurolinguísticos e neuropsicológicos que conduzem a um conjunto significativo de alterações ao nível da leitura e da escrita. Ao nível da leitura nota-se no aluno confusões ao nível de grafemas cuja correspondência fonética é próxima e idêntica ou aproximada. Surgem frequentes inversões, omissões, adições, e substituições de letras e sílabas. Na leitura de texto existe uma acentuada dificuldade na precisão e fluência significativa da leitura abaixo das expetativas do nível etário adequado ao nível de escolaridade do aluno disléxico. Existem déficits na compreensão da leitura que poderá estar comprometida por uma via fonológica e uma via lexical caraterizadas pelos subtipos de dislexia.
Na escrita surgem inúmeros erros ortográficos devido a dificuldades na descodificação do fonema para grafema devido a défices acentuados na construção frásica ao nível da organização das ideias no texto que muitas vezes encontram-se associadas a uma caligrafia irregular.

Principais Manifestações Da Dislexia Na Leitura E Escrita
As principais manifestações da dislexia na leitura e na escrita apresenta-se por um atraso na aquisição e automatização das competências necessárias para a própria leitura e escrita. As dificuldades acentuadas no processamento fonológico, nomeadamente na consciência fonológica, codificação fonológica e por fim na recuperação dos códigos fonológicos de nomeação rápida. A precisão, a correção e a influência da velocidade de leitura significativamente abaixo do inesperado para a idade e para o nível escolar que o aluno se apresenta. A dificuldade na leitura de palavras especificamente nas irregulares são pouco frequentes, nomeadamente na aquisição das pseudopalavras. As dificuldades imediatas na memória verbal dificulta o trabalho de operacionalização ao nível da leitura silabada, decifradora, hesitante que por sua vez conduz a bastantas incorreções que levam às próprias falhas dos alunos disléxicos.
O aluno com dislexia omite, adiciona letras ou sílabas, por exemplo ex famosa-cama, casaco-casa, livro-livo, batata-bata, biblioteca-boteca etc. Tem dificuldades na descodificação de letras ou sílabas com trocas fonológicas e lexicais o-u, p-t, b-v, s-ss-ç, s-z, f-t, m-n, f-v, g-j, ch-x, x/ch-j, z-j, nh-lh-ch, ão-am, ão-ou-on, au-ao, ai-la,per-pre, etc. Apesar ser pouco frequente poderá ocorrer alguma confusão entre letras com grafia similar, mas com diferente orientação no espaço: b-d,d-p, b-q, n-u. Na situação de leitura poderá ocorrer uma substituição de palavras por outras de estrutura similar, porem com significado diferente saltou-salvou, cúbico-bicudo e substituição de palavras inteiras por outras semanticamente próximas cão-gato, bonito-lindo, carro-automóvel.
As dificuldades na compreensão dos textos lidos devido ao baixo desempenho na leitura, atendendo à presença de muitos erros ortográficos, erros fonológicos e erros nas palavras grafo-fonémicas irregulares. Na escrita podem surgir palavras unidas ou separadas, repetição de letras ou de sílabas, colocação de letras ou sílabas antes e depois do lugar correto. As dificuldades em exprimir as suas ideias em conhecimento de palavras leva a muitas das dificuldades na escrita de composição que se encontra associada à organização das ideias no texto. Na escrita, o aluno com dislexia utiliza um vocabulário bastante restrito que se apresenta por uma qualidade de caligrafia deficitária expressa por uma letra rasurada, disforme e irregular.
Não é necessário que estejam presentes todos estes indicadores em simultâneo para que seja diagnosticada uma dislexia. Estes indicadores devem apenas alertar para a possibilidade de um possível diagnóstico de dislexia, já que é preciso compreender a natureza destas alterações.
Segundo vários autores, não é aconselhável efetuar um diagnóstico de dislexia muito antes do final do 2ºano de escolaridade. Perante este quadro situacional deverá ter pelo menos um a dois anos de aprendizagem escolar, pois as dificuldades na fase inicial de aprendizagem da leitura e da escrita é anterior ao nível etário dos 7 anos podem ser banais pela sua frequência. Poderá ser explicado pelo fator imaturidade que se identifica por um ligeiro atraso no desenvolvimento destas próprias competências. Apesar do diagnóstico definitivo, pode-se esperar por uma intervenção nas áreas identificadas como deficitárias ao nível da leitura, da escrita, da fonologia, da neurocognitivo, etc, deverá ser iniciada o mais cedo possível ainda durante o período pré-escolar.
O processo de avaliação da dislexia é complexo, pois envolve uma avaliação transdisciplinar de funções neurocognitivas e neurolinguísticas de forma a determinar a natureza etiológica das dificuldades apresentadas pelo aluno para além de um diagnóstico diferencial de exclusão e inclusão de outras possíveis comorbilidades, pelo que é indispensável recorrer à avaliação com profissionais experientes em neuropsicologia.

Critérios De Diagnóstico Da Perturbação Da Aprendizagem Específica
O uso interventivo da capacidade técnica direcionada para as dificuldades de aprendizagem depende da presença de um dos sintomas que persiste durante 6 meses. A leitura imprecisa de palavras únicas lidas incorretamente pelo aluno num tom alto, depende da lentidão do esforço que realiza hesitantemente. Muitas vezes, o aluno possuidor de dislexia tem maior dificuldade em pronunciar as palavras no texto com precisão por não compreender a sequência das relações derivadas por inferências de significados mais profundos daquilo que é lido. A dificuldade em compreender o significado do que lê ou em soletrar, adicionar, omitir e até substituir por vogais ou consoantes. Na expressão escrita utiliza uma organização paupérrima de parágrafos expressa em ideias com pouca clareza, por cometer múltiplos erros gramaticais ou de pontuação dentro das frases. As dificuldades em dominar a racionalidade dos números pelo cálculo, leva a uma fraca compreensão da matemática ao nível das associações numéricas. Perde-se no meio aritmético devido trocar procedimentos e operações que levam à dificuldade do raciocínio lógico em aplicar conceitos, factos e procedimentos essenciais para resolver problemas quantitativos.
As capacidades de conhecimento são afetadas de forma substancial abaixo das expectativas da idade cronológica do individuo que causam interferência significativa no desempenho do ensino e aprendizagem ocupacional ou em atividades da vida cotidiana.
A aplicação individual de escalas estandardizadas de avaliação clínica para indivíduos com um nível etário de 17 anos ou mais velhos será necessário uma história documental sobre as dificuldades de aprendizagem derivadas por incapacidades que eventualmente poderão ser substituídas por uma avaliação estandardizada.
As dificuldades de aprendizagem começa durante os anos escolares, mas podem não se manifestar completamente, até que as exigências dessas capacidades de conhecimento excedam as capacidades cognitivas limitadas dos alunos. A aplicação de testes cronometrados de leitura e de escrita desenvolvida em relatórios extensos e complexos com prazos apertados e cargas escolares excessivamente exigentes poderá será uma via de análise concreta do quadro situacional em que se encontra o aluno.
As dificuldades de aprendizagem não são bem explícitas por incapacidade intelectual, acuidade visual ou auditiva não corrigida, outras perturbações mentais ou neurológicas, adversidade psicossocial e por fim falta de proficiência na língua derivada por instrução escolar desajustada.
Perante estes diagnósticos que deverão ser preenchidos numa base de síntese clínica e histórica, essencial ao desenvolvimento das avaliações familiares, individuais, escolares e médicas.
A codificação deverá especificar todos os domínios de conhecimento e subcapacidades que se encontram comprometidos no aluno e em cada um deles deverá ser codificado individualmente de acordo com as seguintes especificações:
- Com défice de leitura Dislexia
- Precisão da leitura de palavras
- Ritmo ou fluência da leitura
- Compreensão da leitura
A Dislexia é um termo alternativo usado para referir um padrão de dificuldade de aprendizagem que se carateriza por problemas de reconhecimento preciso ou fluente de palavras, de descodificação e capacidades pobres de soletração. Se o termo de dislexia é usado para especificar este padrão específico de dificuldade é também importante especificar quaisquer dificuldades adicionais que estejam presentes, tais como dificuldades na compreensão da leitura ou do raciocínio lógico com:
- Déficit na Expressão escrita:
- Precisão ortográfica
- Precisão gramatical e de pontuação
- Clareza ou organização da expressão escrita
 - Déficit na matemática (discalculia):
- Sentido numérico
- Memorização de fatos aritméticos
- Cálculo preciso ou fluente
- Raciocínio dedutivo
A discalculia é um termo alternativo usado para referir um padrão de dificuldades caraterizado por problemas no processamento da informação numérica relacionados com a aprendizagem de fatos aritméticos necessários para a realização de cálculos precisos e fluentes. Se o termo de discalculia é usado para especificar este padrão específico de dificuldade matemática, é também fundamental especificar quaisquer dificuldades que estejam presentes em dificuldades no raciocínio matemático dedutivo com precisão no raciocínio linguístico.

Alterações Emocionais Na Dislexia
As repercussões negativas da dislexia são por vezes consideráveis quer ao nível do sucesso escolar quer ao nível comportamental dependente do estado emocional do aluno. O que importa é reconhecer e evitar na melhor medida possível as perturbações de gravidade variável. Devido ao repetido insucesso escolar traduzido num fracasso permanente em autosuperar as suas próprias dificuldades, o aluno disléxico tem uma personalidade tristonha e apresenta-se inseguro com uma baixa autoestima. Outras vezes pode demonstrar alguns comportamentos disruptivos com resistência às atividades escolares por desmotivação. A frustração causada pelos anos de esforço sem êxito e a permanente comparação com os restantes alunos muitas vezes poderá gerar complexos de inferioridade.
As alterações emocionais nos alunos com dislexia surgem como uma reação secundária aos problemas de rendimento escolar. Os alunos com dislexia tendem a exibir um quadro situacional com diversas diversidades que variam de aluno para aluno cujas reações mais caraterísticas são:
- Reduzida motivação e empenho pelas atividades que implicam mobilização de competências de leitura e de escrita que por sua vez aumenta as suas dificuldades no processo de ensino e de aprendizagem
- Sintomatologia ansiosa perante situações de avaliação ou perante as atividades que impliquem leitura e escrita
- Sentimento de tristeza e de autoculpalização podendo apresentar uma atitude depressiva diante as dificuldades e adversidades dos problemas que surgem
- Uma reduzida autoestima e autoconceito de conhecimento
- Um sentimento de insegurança e de vergonha derivado do resultado do seu sucessivo fracasso
- Um sentimento de incapacidade, de inferioridade e de frustração por não conseguir superar as dificuldades e estar sucessivamente comparados com os outros colegas ou familiares
- Problemas comportamentais caraterizados por comportamentos de oposição e desobediência perante as figuras de autoridade como exemplo, pais, professores, etc, hiperatividade, déficit atencional.

- Outros problemas poderão igualmente ocorrer com o surgimento das dificuldades na aprendizagem em contexto escolar nomeadamente enurese noturna, perturbação do sono, sintomas psicossomáticos, etc
A Prevalência Da Dislexia
Em Portugal num estudo recente foram identificadas 5,4% dos sujeitos em idade escolar.
Outros estudos referem que aproximadamente 30% a 40% dos irmãos de alunos disléxicos apresentam a mesma perturbação. Entre gémeos monozigóticos as percentagens de concordância aumentam à volta dos 70%. Um aluno cujo pai seja disléxico apresenta um risco 8 vezes superior à população em geral.
Alguns estudos reportam igualmente a presença de diferenças na prevalência da dislexia entre o sexo masculino e feminino cujo sexo masculino tende apresentar uma maior prevalência comparativamente com o sexo feminino.

Disortografia
Disortografia é considerado uma perturbação na aprendizagem específica em que o aluno apresenta défice na expressão escrita. É uma perturbação que afeta as aptidões da expressão escrita, em particular a precisão, a correção ortográfica, a organização e estruturação das frases, bem como as regras gramaticais e morfosintáticas.
Os alunos com disortografia apresentam:
- Uma dificuldade em executar os processos cognitivos subjacentes à composição de textos
- Dificuldades na planificação do texto ao nível da organização e expressão dos seus pensamentos ou conhecimentos segundo as regras ortográficas. A falta de clareza na produção escrita de ideias.
- Organização pobre dos parágrafos
- Múltiplos erros gramaticais ou na pontuação das frases.
- Uma dificuldade nos processos de descodificação fonema grafema que se traduzem num conjunto alargado e específico de erros ortográficos, por exemplo a adição, a omissão e a substituição de letra ou consoantes
- Uma caligrafia irregular pouco homogénea, rasurada, com letras pouco diferenciadas e desproporcionais. Este critério de caligrafia irregular não é obrigatório para que esteja presente. Para se poder considerar um diagnóstico de perturbação de aprendizagem específica na expressão escrita será necessário o domínio de novos critérios.
A prevalência da disortografia é bastante menos frequente do que a dislexia, sobretudo quando se analisa as outras perturbações de aprendizagem específica. Os alunos possuidores de disortografia apesar de se apresentarem com um bom funcionamento cognitivo e uma leitura normativa, evidenciam por um conjunto significativo de déficits relacionados com a capacidade de composição de textos escritos, erros gramaticais ou de pontuação essencial na elaboração das frases. A organização pobre dos parágrafos e múltiplos erros ortográficos é considerado uma pista possível de haver uma disortografia sem que esteja presente uma dislexia.

Disgrafia
A disgrafia é uma alteração funcional na componente motora do ato de escrever, que afeta a qualidade da escrita. Os alunos com disgrafia apresentam uma caligrafia deficitária ao nível do traço e no formato das letras apresentando uma forma irregular e disforme da própria escrita.

Caraterísticas Sintomatológicas
Algumas caraterísticas sintomatológicas da disgrafia apresentam-se por:
- Postura gráfica incorreta
- Forma incorreta de assegurar o lápis e dificuldades psicomotoras ao nível da sua preensão e pressão
- Letras desligadas ou sobrepostas e ilegíveis
- Desorganização das formas das letras de tamanho muito pequeno ou muito grande na escrita alongada ou comprida.
- Inclinação ao nível da linha da escrita nomeadamente avaliar a direção da escrita oscilando para cima para baixo ou inclinação ao nível da própria letra e palavra com má orientação espacial.
- Traçado exageradamente grosso ou demasiado suave
- Espaçamento irregular entre as letras ou palavras que podem aparecer desligadas ou sobrepostas

A Hiperatividade Com Déficit De Atenção
A investigação científica da existência de uma relação co-mórbida entre a dislexia e a perturbação de hiperatividade com défice de atenção na prática clínica. Os diversos estudos empíricos demonstram que 15 % a 40 % dos alunos com dislexia apresentam critérios de có-morbilidade relacionados com uma perturbação de hiperatividade associada ao défice de atenção. Perante este quadro situacional torna-se fundamental efetuar uma avaliação de diagnóstico diferencial entre a avaliação familiar, individual, escolar, médica no âmbito da dislexia ou da perturbação de hiperatividade associada ao défice de atenção.
A perturbação de hiperatividade associada ao défice de atenção poderá ser considerada uma perturbação disruptiva comportamental de base neurobiológica, onde se encontra implicados diversos fatores neurológicos e neuropsicológicos que provocam no aluno alterações atencionais de impulsividade devido a uma grande atividade motora.
As alterações comportamentais decorrentes da perturbação da hiperatividade associada ao défice de atenção ocorrem em vários contextos que vão desde a casa, à escola, etc., e provocam um défice clinicamente significativo a nível social e escolar. Os alunos com perturbação hiperativa derivada do déficit de atenção podem revelar uma grande dificuldade em manter a atenção necessária em tarefas e por fim distraem-se facilmente perante estímulos irrelevantes, saltando frequentemente de atividade em atividade sem finalizar nenhuma delas, o que demonstra uma constante e excessiva irrequietude provocada por uma comunicação oral em excesso, devido às dificuldades em esperar pela sua vez ou em inibir o seu próprio comportamento.

Critérios De Diagnóstico Da Perturbação De Hiperatividade Associada Ao Déficit De Atenção
 Um padrão persistente de desatenção ou de hiperatividade impulsiva interfere com funcionamento ou desenvolvimento da desatenção.
A desatenção apresenta sintomas que persistem pelo menos durante 6 meses num grau inconsciente de desenvolvimento que por sua vez produz um impato negativo direto nas atividades sociais, escolares e ocupacionais. Os seus sintomas não são apenas uma manifestação de comportamentos de oposição que se interrelaciona por um desafio de hostilidade ou de falhas relacionadas em tarefas ou instruções. Para adolescentes mais velhos e adultos com um nível etário superior de 17 anos são necessários pelo menos 5 sintomas.
A frequente falha em prestar atenção suficiente aos pormenores em que o aluno comete erros por descuido nas tarefas escolares, no trabalho ou em outras atividades.
O aluno apresenta dificuldades frequentes em manter atenção no desempenho de tarefas ou atividades de forma manter-se concentrado durante as aulas, ou em conversas e por fim numa leitura prolongada. Parece frequente não ouvir quando se fala diretamente com ele, parece estar com o pensamento noutro assunto com uma distração óbvia. Não segue as instruções dadas de uma maneira geral não finaliza os trabalhos escolares, encargos, ou deveres no local de trabalho. Inicia as tarefas, mas rapidamente perde a concentração que é mais facilmente desviado para outros assuntos. Frequentemente tem dificuldades em organizar tarefas e atividades na sua gestão de ordem sequencial de manutenção de materiais. O trabalho confuso e desorganizado formaliza-se numa pobre gestão de tempo em cumprir prazos que frequentemente, evita, ou não gosta envolver-se em tarefas que requere um esforço mental mantido a longo prazo em trabalhos escolares ou de casa. Para adolescentes mais velhos e adultos preparar relatórios completares, formulários e rever textos longos é frequente perder-se objetos necessários para tarefas ou atividades em causa nomeadamente materiais escolares como os lápis, os livros, as ferramentas, as carteiras, as chaves, os documentos, os óculos e telemóveis.

Hiperatividade E Impulsividade
Os sintomas de hiperatividade e impulsividade devem persistir pelo menos durante 6 meses num grau inconsciente ao nível do desenvolvimento psicomotor. Apresenta-se por um impacto negativo direto nas atividades sociais, escolares e ocupacionais. Os sintomas não são apenas uma manifestação de comportamentos de oposição, de desafio, de hostilidade ou de falhas na compreensão de tarefas ou instruções. Para adolescentes mais velhos com mais de 17 anos e adultos são necessários pelo menos 5 sintomas:
- Frequentemente, agita ou bate com as mãos e os pés ou remexe-se quando está sentado
- Frequentemente levanta-se em situações em que se espera que esteja sentado por exemplo levanta-se do seu lugar na sala de aula, no escritório ou noutro local de trabalho ou noutras situações que requerem a sua permanência sentado.
- Frequentemente corre ou salta em situações inadequadas em fazê-lo em adolescentes ou adultos pode limitar-se a sentir-se irrequieto
- Frequentemente é incapaz de jogar ou envolver-se com tranquilidade em atividades de lazer
- Frequentemente em motricidade, agindo com se estivesse ligado a um motor por exemplo sente-se desconfortável ou é incapaz de estar quieto por períodos extensos, como em restaurantes, encontros, pode ser experiências por outros como estando impaciente ou com dificuldade em acompanhar.
 A precipitação das respostas antes que as perguntas tenham acabado é um exemplo completo das frases dos alunos que não conseguem esperar pela sua vez de entrada na conversa. Se tem dificuldades frequentes em esperar pela sua vez, por exemplo enquanto espera na fila ou interrompe ou interfere nas atividades dos outros intromete-se nas conversas, jogos ou atividades que até pode começar a usar as coisas das outras pessoas sem pedir ou receber permissão e por fim intrometer-se ou assumir o controlo das ações que os outros vão realizar. Vários sintomas de desatenção ou hiperatividade impulsiva surgiram antes dos 12 anos de idade. Os sintomas de desatenção ou hiperatividade impulsiva se encontra presente em 2 ou mais contextos, por exemplo na escola, na casa, no trabalho, nos amigos, na família e noutras atividades. Existem provas evidentes de que os sintomas interferem ou reduzem a qualidade de funcionamento social, escolar e ocupacional. Não ocorrem exclusivamente durante o curso de esquizofrenia ou de outra perturbação psicótica em que não são mais bem explicados por outra perturbação mental, por exemplo a perturbação do humor, a perturbação da ansiedade, a perturbação dissociativa, a perturbação da personalidade ou abstinência de substâncias.
A dislexia é uma perturbação de base neurobiológica caraterizada por uma dificuldade na correção compreensiva da leitura devido a uma fraca competência ortográfica. Estas dificuldades nos processos de leitura e de escrita resultam num défice na componente fonológica da linguagem, que é inesperada em relação às restantes competências cognitivas derivadas das consequências das condições educativas.
A perturbação de hiperatividade associada ao défice de atenção é considerada uma perturbação neurodesenvolvimental manifestada por um padrão de desatenção ou de hiperatividade impulsiva que ocorre mais frequentemente num modo mais severo do que tipicamente observado noutras pessoas com níveis de desenvolvimento semelhantes. Trata-se de um problema generalizado de falta de autocontrolo com repercussões no desenvolvimento da capacidade de aprendizagem de ajustamento social.
Segundo Gilger, Pennington, & Defires, 1992, Shaywitz, Fletcher, & Shaywitz, 1955, willcut&Pennington, 2000, a investigação científica conhecida por uma prática clínica associada à estreita relação entre estas perturbações com a hiperatividade cujo défice de atenção mais frequente na dislexia definem-se por co-morbida. Secundariamente a discalculia consiste numa perturbação ao nível do cálculo. Diversos estudos tem demonstrado que 15 a 40% dos alunos apresentam critérios de co-morbilidade com perturbação de hiperatividade associada ao déficit de atenção. Assim, torna-se igualmente importante proceder uma avaliação diferencial relacionada com uma perturbação de hiperatividade associada ao déficit de atenção na eventualidade existir sintomas associados à desatenção, à hiperatividade ou impulsividade perante um processo de avaliação clínica de um aluno possuidor de dislexia.

Christopher Brandão, 2016



quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

Exercícios Para o Tratamento Da Distrofia Muscular De Duchenne Em Contexto Escolar

    Este documento orientador tem o objetivo de auxiliar os professores a lidarem com os alunos possuidores de Distrofia Muscular de Duchenne.  O acompanhamento a longo prazo de qualquer  tratamento realizado com o aluno, deverá ser orientado por uma equipa de técnicos multitransdisciplinares de diversas áreas, que por sua vez organizará a coordenação de todo o conhecimento necessário e adequado ao quadro de evolução da própria doença.

 Muitos alunos portadores de Distrofia Muscular de Duchenne  não realizam a fisioterapia necessária para o seu bem-estar e muitos pais não têem o conhecimento necessário para gerir ou auxiliar as dificuldades dos seus próprios filhos.  Toda a informação exposta tem a necessidade de um acompanhamento técnico que por sua vez se encontra disponível em diversos sites.
                              A Motricidade Muscular Da Distrofia Muscular Duchenne
 O músculo esquelético  produz a motricidade necessária para o desenvolvimento do movimento biomecânico humano, quer em situação dinâmica quer em situação estática, nomeadamente a posição da postura bípede do indivíduo possuidor de distrofia muscular Duchenne. A capacidade de coordenação é essencial à motricidade do aluno para que possa realizar uma diversidade de movimentos necessários às suas tarefas diárias. Cada músculo é composto por um grande número de fibras. O número e a proporção de cada tipo fibra em cada músculo depende essencialmente da produção da força produzida num determinado movimento biomecânico. Os músculos apresentam estruturas inseridas e fixadas nos ossos, por partes designadas de tendões e ligamentos. Quando o músculo realiza uma determinada contração concêntrica, estática ou dinâmica desencadeia um determinado movimento biomecânico produzido pelas alavancas constituídas pelas estruturas ósseas e musculares. A Distrofia Muscular de Duchenne afeta as fibras musculares que por sua vez são substituídas por gordura que restringe a sua função muscular. A velocidade varia mais precocemente ao longo do tempo e desencadeia alterações corporais que dependem cada vez mais do estado de evolução da própria doença muscular.

As Contraturas Musculares
    Os músculos encontram-se interligados aos ossos pelos tendões, enquanto os ligamentos são constituídos por tecidos que envolvem as articulações e se inserem nos ossos através das suas inserções e fixações, que por sua vez produzem e controlam os diversos movimentos pelos seus graus de liberdade biomecânicos produzidos pelas alavancas articulares osteomusculares. Quando os músculos se tornam enfraquecidos não são solicitados, ficam encurtados pela inércia dos ligamentos e tendões. Isto significa que a articulação fica rígida ao nível das extremidades das suas alavancas biomecânicas osteomusculares em que uma fica maior do que a outra, cujo resultado apresenta uma deformidade numa posição fixa.
    Se  a articulação torna-se rígida e inflexível prejudica seriamente a sua funcionalidade muscular devido ao músculo tornar-se cada vez mais fraco por falta de produção de motricidade. Na eventualidade da distrofia muscular Duchenne evoluir ao nível de contraturas frequentes nas articulações dos tornozelos, dos joelhos e dos quadris que se carateriza pela posição do andar na ponta dos pés derivado de um alargamento de uma curvatura produzida na articulação do joelho, de forma a manter o equilíbrio da marcha.
Antes do aparecimento das contraturas  é essencial o aluno iniciar a sua fisioterapia logo que possível, pois a aplicação de exercícios psicofisioterapêuticos será mais fácil ao nível da prevenção psicomotora, do que no tratamento das contraturas que se agravam cada vez mais ao longo do tempo, quando o aluno permanece mais tempo sentado.
À medida que a fraqueza é crescente prevalece maiores dificuldades no padrão do andar e no vestir. Existem técnicas psicoterapêuticas que podem ajudar o aluno a manter a sua motricidade dentro de um limite possível, de forma possa criar a sua autonomia necessária, sem causar stress e evitando assim o déficit psicomotor ao nível educativo e recreativo.
 As investigações para um tratamento específico incide essencialmente nas articulações que não devem estar rígidas nem deformadas devido ao surgimento de contraturas, de forma a manter os músculos fortalecidos por um maior tempo possível.
Fisioterapia
 A  fisioterapia traduz um tratamento através da aplicação de exercícios físicos por massagem, hidroterapia e por fim exercícios hipopressivos. Tem um papel importante para manter a sua função muscular na sua melhor eficácia cujos alvos principais são:
1) Fornecer uma avaliação psicomotora do aluno para que possa contribuir de futuro com novas informações para novas medidas psicofisioterapêuticas
2) Minimizar o desenvolvimento de contraturas através da aplicação de exercícios passivos psicomotores durante as sessões de psicomotricidade;
3) Manter a força muscular nos exercícios psicomotores realizados;
4) Prolongar a mobilidade e a sua funcionalidade por meio de ortoses, coletes previamente prescritos por especialistas em escolioses.
 O tratamento fisiopsicoterapêutico deverá ser realizado por um profissional especializado, mas alguns exercícios simples podem ser realizados no domicilio. Para obter melhores resultados, é preciso fazer determinados exercícios de forma regular, que devem fazer parte da vida normal do doente. Este boletim descreve os exercícios fundamentais que podem ser orientados pelos professores ou pais que cuidam dos alunos com distrofia muscular Duchenne. É preciso definir estratégias metodológicas transdisciplinarmente com os técnicos que trabalham com o aluno possuidor de distrofia Duchenne de forma este possa seguir as instruções necessárias para a melhor
prática destes exercícios.
Exercícios De Alongamento Passivo
 É uma técnica simples usada para alongar os músculos que se encontram tensos ou encurtados. Os exercícios de alongamento passivo realiza-se de uma forma lenta e energética de modo a conseguir o máximo de extensão, essencial à manutenção da posição articular durante 30 segundos. O aluno deve estar completamente relaxado e por sua vez deve-se instruí-lo a não realizar qualquer movimento brusco, nem a resistir a qualquer exercício de enorme intensidade. Se o movimento realiza-se com demasiada rapidez pode acontecer que o aluno faça resistência ou se assuste. Os exercícios de alongamento não devem provocar dor, mas uma sensação de estiramento suave que deve ser mantida por um determinado tempo de forma evitar a lesão da articulação e dos músculos, na eventualidade seguirem rigorosamente as instruções orientadas pelos respetivos técnicos. Devem ser realizados com firmeza de modo não agressivo. Alguns alunos apercebem da firmeza da pessoa que se encontra a realizar os exercícios e posteriormente interrompe-os frequentemente com receio. Deste modo desenvolvem-se as contraturas irreversíveis que causam maior desconforto. Para benefício do aluno é fundamental continuar a realizá-los, tendo sempre em conta o nível de firmeza associada à componente afetiva. Apesar de ser indiferente à hora em que se realizam os exercícios, é necessário fixar-se uma rotina padronizada para que não sejam esquecidos. Os movimentos devem ser executados todos os dias de preferência, após um banho quente e relaxante. Embora alguns alunos protestem um pouco, mas uma vez estabelecida a rotina os alunos ganham confiança e geralmente param de contestar.
a rotina os alunos ganham confiança e geralmente param de contestar.
Os Tornozelos
    O aluno deve estar deitado de costas na posição decúbito dorsal completamente relaxado. O técnico que realiza os exercícios deve-se encontrar de lado de forma  colocar uma mão sobre a planta do pé com os dedos firmes virados para o calcanhar. O técnico não deve forçar o polegar com os outros dedos, entretanto, a outra mão deve manter o joelho esticado de forma suave e firme, com intenção de executar um ângulo reto de 900 graus realizado pela trajetória do pé orientada para o plano anatómico frontal do técnico, de forma evitar a flexão da articulação do joelho. Na eventualidade do aluno encontrar alguma resistência ou tração, deve-se manter na posição por uns momentos de forma aumentar gradualmente o movimento biomecânico da articulação do pé para obtenção de um ganho de mais alguns graus, mantendo assim uma nova posição durante uns 30 segundos como apresenta a figura
        O movimento deve ser repetido pelo menos 20 vezes em cada pé. O técnico deverá ter o cuidado de verificar se o aluno realiza este movimento na sua totalidade de forma evitar a execução parcial do movimento dos dedos.



Os Joelhos
   Os joelhos apresentam contraturas mínimas até que o aluno passe a utilizar a cadeira de rodas. É importante prevenir as contraturas na articulação do joelho, atendendo que prejudicam intensivamente o padrão da marcha. Para alongar os joelhos, o aluno deve encontrar-se na mesma posição do exercício anterior. Na figura 2, o técnico agarra firmemente com uma mão no tornozelo do aluno de forma de execução idêntica ao exercício anterior e por fim utiliza a outra mão que exerce uma determinada força sobre a articulação coxa-femoral localizada mesmo acima do joelho.
 De forma semelhante ao exercício anterior o pé move-se para cima, enquanto o tornozelo fica levantado de modo a realizar a extensão do joelho. A outra forma de esticar os joelhos será permanecer o aluno deitado de barriga (decúbito ventral) para baixo, com a utilização de uma almofada sobre as coxas e não sob os joelhos, como apresenta na Figura 3. Este quadro situacional faz com que o peso do membro inferior e do pé realizem a extensão até ao joelho. Na eventualidade de se encontrar numa posição deitada de bruços poderá ser uma forma mais simples do aluno realizar o exercício. Poderá ser um exemplo a realizar com os membros inferiores fora da cama, enquanto o indivíduo assiste a um programa de televisão.

Os Quadris
   Os quadris são controlados por alguns dos mais poderosos músculos do corpo. Os dois grupos musculares que elevam ou fletem a coxa  são designados por flexores do quadril. Os abdutores do quadril tem uma maior tendência para apresentar uma contratura, que por sua vez tem uma maior ação externa nos movimentos de abdução e de lateralidade. Existem 3 formas de alongar os músculos flexores do quadril, através de exercícios que devem ser realizados 10 vezes em cada lado ,na seguinte forma:

1) O aluno fica deitado numa posição lateral com os membros inferiores esticados. O técnico que realiza os exercícios coloca-se atrás dele e põe uma mão sobre o quadril de modo a fixar o corpo e por fim utiliza a outra mão sob a coxa do mesmo lado. O exercício aplicado sobre o quadril deve ser realizado por um movimento que puxa para trás o membro inferior através de uma trajetória orientada ao próprio corpo do técnico, de forma poder esticá-lo lateralmente.
     Se o técnico optar por este método deve certificar a fixação do quadril na eventualidade de utilizar o seu joelho como suporte. Este alongamento deverá ser repetido no outro quadril.
2) Nesta situação o aluno é colocado de barriga para baixo de forma o técnico apoie uma mão sobre as nádegas enquanto a outra mão assenta sob a coxa acima do joelho, levantando- a para cima e mantendo todo o membro inferior esticado.
3) Desta forma, o aluno fica de barriga para cima. O membro inferior oposto não vai ser alongado, mas será fletida até ao peito de forma manter-se firme. Se for possível, deve-se manter o aluno na mesma posição de forma o técnico possa por uma mão sobre a coxa do lado que vai alongar, orientando o movimento acima do joelho de forma empurra-lo sucessivamente para baixo. Os  outros músculos do quadril que se interconectam com a região posterior e inferior das costas ao membro inferior, ajudam  a controlar o ângulo da pélvis e provavelmente podem afetar a curvatura da coluna. A tensão destes músculos pode ser observado no padrão do andar, na eventualidade do aluno virar o pé para dentro do corpo. Para alongar estes músculos, o aluno deve-se encontrar numa posição deitado de costas, no qual o técnico orienta os exercícios de lateralidade com os seus membros inferiores. O aluno eleva o membro inferior que não vai ser fletido de modo que não impeça os movimentos do outro membro inferior. O membro inferior que não vai ser exercitado desloca-se num sentido descendente até à linha média do corpo em relação ao outro membro. A articulação do joelho deve -se encontrar fletida. Este exercício deve ser repetido 10 vezes em cada membro inferior .
                                         As Articulações Dos Cotovelos e Punhos
    Nos estágios iniciais e intermediários da Distrofia Muscular de Duchenne é raro que estas articulações tenham algum comprometimento. Entretanto quando o aluno ficar mais tempo na cadeira de rodas é importante iniciar o alongamento destas articulações para evitar a sua rigidez articular. Todos os exercícios devem ser realizados 10 vezes em cada lado.
    a) O braço do técnico fixa-se firmemente com uma mão no braço do aluno com a palma virada para cima. Depois alonga-se suavemente o cotovelo para baixo.  
    b) Os movimentos de pronação e de supinação do membro superior, embora não sejam muito amplos, são fundamentais, porque permitem levar a mão à boca ou alcançar objetos com maior facilidade. Para preservar estes movimentos é necessário suster o braço, situação idêntica à do exercício anterior, com uma única diferença, da outra mão do aluno seja realizada com os dedos esticados. O técnico deve girar de modo que a palma da mão fique orientado para cima ou para baixo mantendo desta forma o ombro fixo.
 c) O punho é estirado agarrando o antebraço do aluno com uma mão. Coloque a palma da sua outra mão do técnico contra a palma da mão do aluno de forma empurrar o punho para trás. O técnico deverá procurar manter os dedos esticados do aluno, pois, se estiver com o punho fechado poderá eventualmente desaparecer a ação do alongamento dos tendões.
Ombros
    Quando o aluno se encontrar numa situação de se vestir é importante fazer o movimento completo do ombro com elevação do braço acima da cabeça de forma procurar manter o ombro paralelo à cabeça.
Ortoses noturnas
    Como o nome sugere são acessórios utilizados à noite para ajudar na prevenção das contraturas. Elas podem ser feitos de vários materiais. É necessário serem utilizadas nos tornozelos e que sejam feitos de forma confortável de baixo peso com medida ajustada. Investigações mostram que o uso de ortoses noturnas associado aos exercícios de alongamento será a forma mais eficaz de retardar o desenvolvimento de contraturas. Não substituem os exercícios de alongamento mas são úteis antes do surgimento de contraturas.
Correções Posturais
    Por causa da fraqueza muscular os portadores de distrofia Duchenne passam a adotar posições viciadas como apresenta na fig. 8. É extremamente importante que se procure corrigir estas alterações posturais.
                                                                     A Posição De Sentado
    Quando estiver sentado os pés devem ficar num ângulo de 90º com a cadeira. O assento da cadeira deve ser firme e não demasiadamente largo. As costas da cadeira devem ser firmes e planas, mas confortáveis, inclinadas no máximo a 10º do ângulo reto de 900. A profundidade do assento deve ser equivalente ao tamanho da nádega de modo que o aluno não fique sentado com  parte da nádega. Os braços da cadeira deve estar a uma altura que permite que o aluno descanse os cotovelos, sem que ter de encolher os ombros. Por vezes as almofadas são necessárias para melhorar a adaptação da cadeira.  Quando sentado, o aluno deve distribuir o peso entre ambas as nádegas. Muitas vezes é necessário um conjunto de almofadas para ser colocadas entre os joelhos de forma manter a posição. A escolha correta da cadeira é essencial para o bem-estar do aluno, tendo em conta que este deverá adaptar-se às diversas fases de evolução da doença. A atenção precoce destes cuidados contribui preventivamente as contraturas e determinados desvios de coluna nomeadamente a escoliose.
    É importante movimentar o joelho em linha reta da melhor maneira possível tendo o cuidado de observar o aluno que não se encontra inclinando para trás.
    Este exercício pode ser realizado com maior intensidade se o membro inferior for mantida e estendida até a uma contagem de 10 vezes. O aluno deverá repetir 20 vezes a ação com um descanso de 30 segundos em cada tentativa realizada.
    Tendo conseguido atingir  estes objetivos, o exercício poderá ser realizado posteriormente com a colocação de um  peso, como exemplo um saco de 1Kg de arroz ou de açúcar. É muito importante ressalvar que os exercícios contra a uma resistência ou peso não devem ser feitos na eventualidade do aluno não ser capaz de fletir completamente o joelho. 
Deitado de Lado
  O aluno deita-se de lado podendo colocar uma almofada atrás das costas dele de forma a dar mais suporte caso seja necessário. Com os membros inferiores juntos e esticados, levantar um membro inferior para cima e para trás, afastando-se o mais possível do membro inferior que fica sobre a cama.  Deve-se repetir 10 vezes este exercício que pode ser complexificado quando o membro inferior se encontrar mais afastada, mantendo-se assim até à contagem do técnico até cinco. Posteriormente, o aluno vira-se para o outro lado e repete o mesmo exercício com o outro membro inferior com as mesmas 10 repetições.
Deitado de Bruços
    a) Primeiro um membro inferior e depois o outro membro inferior é elevado acima da altura do quadril. Deve-se dar atenção dada ao membro inferior que se eleva de forma evitar a rotação do corpo. Deve-se repetir o exercício 10 vezes.
    b) Na mesma posição, elevar cada membro superior para cima, com a articulação do cotovelo completamente esticada e repetir 10 vezes cada exercício para cada membro inferior.


Deitado de costas
    Tentar sentar sem usar os membros superiores que por sua vez devem encontrar fletidos atrás do tórax. O queixo deve estar dobrado de modo que pareça que o aluno rolou para cima. Repetir o exercício 5 vezes. Há duas maneiras de realizar este exercício nomeadamente:
   - Com membros inferiores e superiores que podem ser assegurados de forma auxiliar o aluno, mas deve-se ter certeza que o aluno execute o exercício com o máximo esforço que pode, em que o técnico não puxe o corpo apenas para cima.
- Pode iniciar-se o exercício sem o aluno estar completamente deitado, colocando as almofadas por trás das costas e da cabeça.
Sentado no chão ou numa superfície dura
       Apoiado sobre as mãos o aluno vai tentar elevar as nádegas do solo. Quando não conseguir, colocar uns livros sob as mãos . Este exercício deve repetir-se 5 vezes.
Exercícios de Resistência Global
    Os exercícios anteriores tem como finalidade reforçar alguns grupos musculares, especialmente os músculos dos quadris e dos joelhos. No entanto, nos movimentos do dia-a-dia, usamos combinações de músculos que trabalham ao mesmo tempo, por exemplo, quando andamos ou nos sentamos. Frequentemente fazemos movimentos de rotação ou giratórios. Os exercícios são especialmente úteis para os músculos dos membros inferiores e superiores. A resistência que se oferece não deve impedir que o aluno realize os movimentos completos
                                                                       Membros Inferiores
    Neste exercício, levanta-se o membro inferior e empurra-se o ombro para o lado oposto. O técnico pede ao aluno que empurre o seu membro inferior para voltar a ficar em extensão. O joelho deve-se manter sempre em extensão. Repetir o exercício 10 vezes em cada membro inferior.
Membros Superiores
    Manter cruzado o membro superior do aluno, como se fosse tocar na orelha do lado oposto. Pede-se ao aluno que empurre o seu membro inferior para fora e para baixo, de modo a voltà-lo para junto do corpo. Repetir 10 vezes em cada em membro superior. 
    Os exercícios devem ser feitos todos os dias sem criar ansiedade ao aluno. É importante manter a sua confiança, realizando os exercícios lúdicos como se fosse um jogo em que o técnico regista os resultados obtidos. Além destes exercícios, a atividade física em geral e o desporto podem ajudar a manter a forma física por um maior tempo possível. A hidroterapia em piscina aquecida é a atividade ideal. É também útil a equoterapia na eventualidade do aluno ainda possuir força suficiente para andar a cavalo ou andar de bicicleta.
O Excesso De Exercícios
    Não existe receitas exatas para ansiedades naturais. Os exercícios de treino nunca devem ser realizados até ao ponto de fadiga. É bastante improvável que o técnico possa induzir ao aluno a fazer exercícios em excesso. Os exercícios sugeridos devem ser considerados apropriados e com maior facilidade de realização. Existem outras maneiras de se conseguir o mesmo objetivo à medida que a doença progride, devem ser realizados mais suavemente consoante a avaliação técnica realizada diariamente ou em cada dia de sessão psicomotora. 
A rotina deverá ser flexível na realização dos exercícios e deverá ser adaptado à atividade de cada aluno conforme o seu contexto familiar

Exercícios Respiratórios
    Quando inspiramos a caixa torácica alarga-se de forma o ar penetrar nos pulmões ocupando um determinado espaço extra criado. Quando expiramos os músculos relaxam e a elasticidade do pulmão empurra o ar para fora. Os músculos expiratórios são usados quando forçamos o ar para fora em situações de tosse. Os músculos respiratórios são afetados em fases mais avançadas da doença.

O Treino dos Músculos Inspiratórios
        O treino pode ser realizado com equipamentos simples e baratos. É uma maneira simples de incentivar as respirações profundas e geralmente os alunos apreciam a utilização destes dispositivos.
                                                                A Respiração Profunda
      O aluno deve estar comodamente semi sentado, sob a cabeça e os ombros. Os joelhos devem ficar fletidos.  O técnico deve colocar as mãos de tal forma que os dedos fiquem virados para as costas de forma suave mas firme. Deverá apertar a parte mais inferior da caixa torácica, considerada a parte mais baixa do peito. Pede-se ao aluno que encha ao máximo o peito de ar de forma empurrar as costelas e as mãos do ajudante. Deverá tentar manter o ar nos pulmões durante vários segundos. E repetir o exercício 10 vezes.
Drenagem Postural
    Muitos alunos não conseguem eliminar as secreções respiratórias, essencialmente quando se encontram resfriados. A drenagem postural é de utilidade extrema e realiza-se por um conjunto de almofadas duras ou com cobertores. Coloca-se de barriga para baixo o aluno sob o conjunto de almofadas de modo que o peito fique inclinado para baixo num ângulo de 45º .
 O aluno  deve permanecer nesta posição cerca de 10 a 20 minutos. Durante esse tempo, pede-se para respirar profundamente. Deverá o aluno realizar um intervalo entre cada respiração de forma não ficar com tonturas. 
    Esta posição baixa da cabeça é inadequada para indivíduos mais velhos. A posição pode ser usada com o aluno deitado de lado mas com apoio de um travesseiro.
Tosse Estimulada
    Também é útil para eliminar as secreções pulmonares. Pode fazer-se enquanto faz-se  a drenagem postural, ou então com o aluno sentado numa posição inclinada para a frente. Orienta-se o aluno para que respire profundamente algumas vezes para que depois tussa. Esta situação ajuda a eliminar as secreções mais espessas desde a parte mais profunda dos pulmões até à garganta, para serem cuspidas. Depois de ter tossido 2 ou 3 vezes, deve descansar e respirar normalmente por algum tempo. Deve repetir-se várias vezes, intercalando períodos de respiração profunda. Se um dos pais ou ajudante apertar fortemente as costelas com as suas mãos, enquanto ele tosse ajudará no esforço do aluno. Este procedimento deve ser realizado após orientação de um fisioterapeuta.
Parada da Deambulação
    A parada da deambulação ocorre quando a fraqueza muscular progride mas pode ser precipitada em doenças debilitantes ou fraturas. Numa etapa inicial o aluno necessitará de auxílio para deambular grandes distâncias e manter a deambulação em casa. O uso de ortoses e cirurgias ortopédicas podem ser necessárias para prolongar a deambulação.

Christopher Brandão, 2016