As dúvidas, os questionamentos e as inquietações são algumas situações que decorre ao longo das sessões práticas psicomotoras, dando desta forma um melhor contributo à doença da aluna, com novos conhecimentos e experiências adquiridas. Enquanto aprendiz depreende muitas destas situações, através do enriquecimento do seu reportório psicomotor essencial à sua vida cotidiana. Os exercícios psicomotores realizados em contextos diferenciados são essenciais às tarefas escolares e domésticas, do seu dia-a-dia. A motricidade faz parte de todo o desenvolvimento humano, e muitas das vezes, é esquecida como uma aquisição fundamental no processo de ensino e aprendizagem. Piaget menciona “ a motricidade intervém a todos os níveis das funções cognitivas da perceção aos próprios esquemas. Todos os mecanismos cognitivos repousam na motricidade” (cit.in Sérgio, 2000, p.95). Um domínio de um maior grau de liberdade de movimento biomecânico restrito é condicionado à sua doença de origem mitocondrial que influencia a sua expressão corporal.
As ações expressas pelo corpo produzem movimento biomecânico através da criação de diversas atividades motrizes. Ao longo das sessões práticas são desenvolvidas motricidade em diversas aprendizagens tornando-se cada vez mais percetível aos diferentes contextos espaciais.
A falta de motricidade terá consequências no progresso da evolução psicomotora da aluna. É fundamental uma motricidade evolutiva que melhore os padrões motores essenciais. Tentámos compreender a influência da motricidade no desenvolvimento do bem-estar da aluna em contexto escolar. Ao nível das capacidades motoras será necessário um trabalho específico de psicomotridade que funcione como um facilitador equilibrado. Não podemos esquecer que existem outras áreas que auxiliem o processo de ensino-aprendizagem de forma a potenciar ao máximo as suas restritas capacidades motoras, essenciais à melhoria da coordenação motora. Será necessário uma estimulação que desenvolva o restrito desenvolvimento psicomotor da aluna para modelos de aprendizagem construtivista, atendendo à sua doença de origem multicondrial que por sua vez produz vários outros tipos doenças. O trabalho transdisciplinar é uma provável solução para o seu contexto de evolução.
Ao longo do tempo é necessário ter em conta alguns procedimentos que balizam o trabalho dos professores ao nível da observação, da planificação, da reflexão, e por fim uma avaliação familiar, individualizada e clínica. O funcionamento do programa psicomotor adequado ao morfotipo da aluna será normalizado para uma totalidade de procedimentos necessários para uma boa prática psicomotora. A análise de todos os seus campos será necessária para uma boa reflexão sobre o impacto das melhores práticas psicomotoras. Ao compararmos a situação atual com o ano anterior é possível verificar uma evolução prática positiva que promove melhorias nas aprendizagens mais socializadas. Algumas estratégias serão utilizadas em diferentes práticas psicomotoras aplicadas em diferentes contextos escolares. As reflexões práticas orientadas para um determinado desenvolvimento específico de motricidade adaptada a um novo estilo de vida saudável será compatível às novas aprendizagens escolares.
A estimulação das capacidades motoras são trabalhadas ao nível da coordenação motora geral para uma coordenação motora mais fina, segundo uma prática avaliada por observação direta em cada sessão.
A motricidade manifestada pela aluna em contexto escolar foi evolutiva para níveis simples para mais complexos. Segundo Le Boulch (2001) “a criança desde o nascimento apresenta potencialidades para desenvolver-se, mas que elas não dependem só da maturação dos processos orgânicos, senão também do intercâmbio com o outrem e que isto é da maior importância na primeira infância” (p.5). É através de um conjunto de desafios que a aluna ultrapassa os diversos estímulos desenvolvidos pelos sentidos no seu espaço cineantropológico que por sua vez integra uma aprendizagem com os outros indivíduos, permitindo assim, uma melhor autonomia na sua motricidade individual. A motricidade terá de dar obrigatoriamente um conjunto de respostas de forma a transformar os movimentos restritos em melhores qualidades físicas e motoras essenciais às atividades humanas. O desenvolvimento motor é realizado através de estímulos que reagem ao meio por movimentos reflexos. Para uma melhor adaptação às variações de aprendizagem quer por imitação de gestos quer por movimentos de aprendizagem por tentativa e erro, provavelmente a aluna poderá adquirir uma melhoria restrita da sua liberdade biomecânica para se movimentar. A exploração do movimento com prazer só faz sentido se permitir uma estimulação das capacidades físico-motoras e coordenativas para aprendizagens mais vocacionadas para a descoberta. Na eventualidade de não se desenvolver as habilidades motoras mais básicas para uma forma mais específica de desenvolvimento global em atividades motoras de forma a proporcionar em primeiro lugar um melhor funcionamento corporal, através de instrumentos que permitem de futuro uma melhor integração inclusiva da aluna na sociedade. A exploração do espaço requer uma reaprendizagem das capacidades de equilíbrio e de postura essenciais à locomoção e ao deslocamento. Um dos requisitos essenciais para uma melhoria da integração inclusiva da aluna em contexto escolar, será obviamente um trabalho de perícia e manipulação de objetos fundamentais à sua comunicação não-verbal. O principal objetivo da motricidade é contribuir para o desenvolvimento do corpo e da mente de uma forma coerente, através de uma educação pelo movimento. Segundo Samulski (cit. in. Neto, 2003), “Por educação do movimento entende a formação da personalidade através de processos de aprendizagem motora” (p. 227). É através do movimento que a aluna absorve e contata com o mundo exterior e toma consciência da sua própria doença que faz parte da sua vida. Através da experiência adquirida ou adaptada ao movimento explora o seu espaço cineantropológico que a rodeia. Ao nível do domínio do seu corpo tem conhecimento da sua capacidade de produção de movimentos biomecânicos dependentes das novas aquisições psicomotoras que se desenvolvem por uma comunicação própria da sua personalidade. Os primeiros contatos com a doença são importantíssimos para compreender qualquer potencial de aprendizagem que a aluna venha a adquirir. Segundo Dulce Santos (2005) serão nestes anos que desenvolveremos as habilidades fundamentais para a sobrevivência do ser humano, onde se aprende “a ficar de pé, a caminhar, a correr, a rastejar, a saltar e a falar” (p. 11). Para estas aquisições obriga uma padronização dos movimentos de modo a aperfeiçoar os reajustamentos motores que se encontram ligadas ao desenvolvimento da motricidade. A aluna irá desenvolver novas experiências em situações de contato com o meio, criando um quadro de referências de perícia e manipulação de objetos lúdicos que poderá ser uma solução de melhoria de todo o seu processo de socialização com outros colegas, pela participação em diferentes tipos de jogos lúdicos apresentam-se por formas de desenvolvimento da sua própria motricidade. Relativamente ao combate dos seus hábitos sedentários será necessário um processo de integração por experimentação em atividades motoras que nos últimos tempos são notórias as suas próprias mudanças sociais. O movimento no espaço desenvolve-se pela ação em atividades de exploração que exigem uma experiência em jogos espontâneos cada vez mais limitados. O bom desenvolvimento necessita de jogo e atividade física de forma a evoluir o seu corpo restrito em novos reportórios psicomotores necessários para fomentar hábitos de vida saudável para uma vida ativa. Não pretendemos que a aluna tenha um um reportório lúdico pobre, daí realçar a importância da motivação para a exploração do seu corpo restrito em diferentes situações e em diferentes espaços. Segundo Pessanha, (2003, p. 151) “ a atividade lúdica surge como uma manifestação frequente e espontânea no comportamento infantil, parecendo ser uma atitude natural e indispensável ao seu desenvolvimento”. Para um melhor desenvolvimento da motricidade adolescente será necessário colmatar os problemas da aluna que se têm vindo a desenvolver ao longo do tempo. É fundamental preservar a cultura lúdica através do jogo, interagindo com outros colegas, de forma evitar o sedentarismo e as atividades ligadas às novas tecnologias. Desta forma, a escola desde logo deve ter uma crescente preocupação em fomentar o movimento criativo, dando a oportunidade à experimentação, à adaptação através da exploração do corpo pelo movimento em espaços apropriados e disponibilizando diversos materiais para que a aluna possa ter a liberdade de promoção de uma aprendizagem ativa que exprima a sua expressão corporal numa dinâmica de criatividade. As atividades de exploração do espaço físico são particularmente importantes para o desenvolvimento das representações cognitivas essenciais ao envolvimento de um sistema de organização coordenada, baseada num quadro de referências psicomotor. Por outro lado, há que oferecer à aluna momentos de jogo com regras, entre outros, pois estes possibilitam o contacto com o mundo exterior através da exploração que exige uma maior adaptação aos diferentes contextos escolares. A própria autoestima melhora a percepção com a atividade física permitindo assim uma melhor interação social. Devemos proporcionar desde muito cedo momentos de motricidade lúdica através de jogos que estimulam a perceção da aluna ao meio. A comunicação é fundamental para aquisição de outras novas aprendizagens de conhecimento através da exploração dos diferentes espaços.
Christopher, Brandão 2016
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