quinta-feira, 28 de julho de 2016

Conceitos Fundamentais Da Psicomotricidade



A Ciência da Motricidade Humana é a área do conhecimento que estuda as múltiplas potencialidades de interpretação do Homem, ao nível das suas condutas comportamentais e psicomotoras.
No âmbito da fenomenologia epistemológica criada a partir de uma filosofia de valores, originadas a partir da complexidade cultural, em permanente estado de necessidade de corporeidade.
A natureza bio-física e emocional transcende a psicomotricidade para uma abordagem multidisciplinar, cujo objeto é o corpo social expresso nas suas emoções simbólicas ou cognitivas. 
Através das abordagens diferenciadas produzem uma determinada expressão corporal, que se assume numa dimensão mais terapêutica do que educacional, ao nível do desenvolvimento da expressão corporal do individuo.
A psicomotricidade compreende uma base teórica que se define numa síntese de um determinado conhecimento transdisciplinar de diversas áreas cientificas. 
A percepção tónico-postural compreende a motricidade expressa nos seus respetivos conceitos:
- Psicológicos essenciais para o desenvolvimento psicomotor da génese da noção do corpo, e da formação dos caracteres pertencente à personalidade do indivíduo
- Psiquiatria que conduz à noção do inconsciente cuja emergência provoca síndromas de despersonalização do membro fantasma (somatognosia), as alucinações, as anorexias mentais e hipocondríacas.
- Psicossomáticos leva à dimensão imaginária do corpo, que por sua vez representa a carga simbólica e simbiótica, 
- Psicolinguísticos produzem a linguagem necessária para o desenvolvimento da linguagem gestual,
- Sociológicos são essenciais à comunicação não-verbal e próxemica do indivíduo,
- Fenomenológicos encontram-se relacionados com o sentimento afetivo baseado na percepção da motricidade de intencionalidade operante.
A análise existencial dos problemas perceptivos diluem-se na temporalidade do espaço, criando uma maior interação das componentes essenciais ao comportamento humano.
O sistema dinâmico de organização humana estrutura-se num sistema de maturação psicomotora neurológica.
A plasticidade mental é dimensionada para o funcionamento de uma atividade derivada para uma perspetiva socioafetiva e cognitiva.
As possibilidades de interpretação, são operacionalizadas de forma transdismultidisciplinar, através de mecanismos cognitivos hipercomplexos de pré-compreensão fenomenológica, explicadas pela ordenação axiológica .
Para Maurice Merleau-Ponty, é um processo adaptativo, evolutivo, criativo de um ser práxico carente dos outros, do mundo e da transcendência da intencionalidade operante, em que o físico, o biológico e o antropossociológico se encontram numa dialética de totalidade ascendente.
A motricidade seletiva é carente de cultura da prática produzida pela execução de movimentos que resultam da contração muscular realizada pelo homem práxico, num determinado espaço físico.
Segundo CUNHA, 1994, (p. 156) a motricidade está antes da motilidade porque tem a ver com os aspetos psicológicos, organizativos, subjetivos do movimento.
Fonseca afirma que se deve tentar evitar uma análise desse tipo para não cair na tentação do erro de exagerar nas componentes distintas do psíquico e do motor. Segundo este investigador, a psicomotricidade não é exclusiva a um novo método baseado numa estratégia puramente educativa, ou de uma filosofia de pensamento que se constitui numa base técnica provocada pela ação exclusiva ao movimento biomecânico humano.
Atualmente a Ciência da Psicomotricidade começa a ser reconceitualizada, não só pela intrusão de fatores antropológicos, filogenéticos, ontogenéticos, paralingüísticos, mas essencialmente cibernéticos e neuropsicológicos. A integração transdisciplinar destas áreas do conhecimento, provavelmente colocará o futuro da evolução desta própria ciência, numa atualização de um novo paradigma cientifico, de modo a que haja uma quantidade de conhecimentos partilhados numa ação transdisciplinar de diferentes abordagens de conhecimento.
A psicomotricidade tem por função:
- Uma dimensão experiencial do ciclo de vida do ser humano em mobilizar e reorganizar as funções psíquicas e emocionais relacionadas com o indivíduo,
- Emergente de elaboração do ato motor em constante aperfeiçoamento da conduta consciente do ato mental num formato de fluxograma (input, processamento e output).
-Simbólica produzida pela própria linguagem verbal e não verbal do corpo que se tem de elevar para sensações e percepções de níveis de consciencialização superior de conceptualização,
- Harmonizar e maximizar o potencial motor, afetivo, relacional e cognitivo essencial ao desenvolvimento global da personalidade do indivíduo,
- De adaptação social ao nível do processamento da informação da consciência corporal, que terá obrigatoriamente de realizar uma síntese integradora da personalidade cognitiva estruturada e equilibrada para que haja uma melhor aquisição motora .
- Manifestadora em novas situações, atendendo que a motricidade é indissociável à psique humana.
O conceito de Motricidade é mais utilizado pela área da Educação Física no âmbito da perspetiva do treino desportivo ligado à capacidade motora da coordenação, referenciada como qualidade física, sendo interpretado de forma diferente pela Psicomotricidade.
Existe uma área do conhecimento que trata a motricidade como um dos seus objetos teóricos e práticos de estudo, que se carateriza por um corpo epistemológico que enfoca a motricidade sob um paradigma diferente da Psicomotricidade.
É necessário observar os vários objetos de estudos sob a perspectiva de cada área do conhecimento quando se aborda a motricidade humana a um nível de compreensão epistemológica ou de um preconceito científico.
O professor especializado ou o terapeuta que estuda ou compensa as condutas inadequadas e inadaptadas em diversas situações ligadas a problemas de desenvolvimento e de maturação psicomotora de aprendizagem e de comportamento psicoafetivo, terá de compreender a mediatização corporal expressa pela própria Ciência da Psicomotricidade.

Christopher Brandão, 2016

quarta-feira, 27 de julho de 2016

Análise Histórica Da Psicomotricidade



A origem histórica da Psicomotricidade define-se pelo desenvolvimento de um percurso que surge a partir das áreas médicas, mais precisamente da área da neurologia, cujo seu conceito é datado no início do século XIX. Foi necessário identificar as zonas do córtex cerebral situadas para além das regiões motoras. 
Com o desenvolvimento da ciência da neuropsicologia começa-se a constatar que existe diferentes disfunções graves, claramente identificáveis, sem que o cérebro esteja lesionado.
Os distúrbios da atividade gestual pertencente à atividade práxica, poderão ser definidos por fatores psicomotores, relacionados com o quadro clínico e anatómico que cada sintoma ou patologia corresponde a uma determinada lesão específica.
Não se podia explicar alguns fenómenos patológicos pela ciência, sem nomear determinadas zonas do córtex cerebral situadas para além das regiões motoras, começou-se a constatar diferentes disfunções graves, claramente localizadas no cérebro lesionado ou não.
São descobertos distúrbios pela expressão corporal produzida pela atividade práxica, desenvolvida a partir do esquema anatómico de um determinado quadro clínico diagnosticado, para cada sintoma correspondente a uma lesão localizada.
Pela primeira vez, é nomeado o termo Psicomotricidade no ano de 1870, pela necessidade médica de se encontrar uma área que explicasse certos fenómenos clínicos. As primeiras investigações dão origem a um campo psicomotor correspondente a uma área emergente neurológica.
Em 1909, o neuropsiquiatra Dupré deu um enorme contributo psicomotor em relação à neurologia, quando afirma a independência da debilidade motora, ser um antecedente de um sintoma psicomotor. Neste período, passou a ser estudado o tónus axial por André Thomas e Saint-Anné Dargassie. A diferença do tónus com o relaxamento permite a Wallon de profissão psicólogo, relacionar o movimento com os estilos de vida do indivíduo, a partir do afeto gerado pela emoção criada pelo próprio meio ambiente. Em 1925, este psicólogo Henry Wallon investiga o movimento humano atribuindo uma categoria fundamental ao instrumento de avaliação do psiquismo.
Em 1935, o neurologista Edouard Guilmain desenvolve um exame psicomotor para um fim diagnóstico terapêutico.
Em 1947, o psiquiatra Julian de Ajuriaguerra redefine o conceito de debilidade motora como um síndrome das suas próprias especificidades, que delimitam os transtornos psicomotores originados entre o neurológico e o psiquiátrico. Com estas novas contribuições, a psicomotricidade diferencia-se das outras disciplinas, adquirindo a sua própria autonomia científica.
Na década de 70, diferentes autores definem a psicomotricidade como uma motricidade de relação a partir das diferenças transdisciplinares interventivas. 
Esta nova ciência, começa a ser delimitada pelo seu próprio campo, através de uma postura reeducativa e terapêutica. 
A sua técnica instrumentaliza-se pela globalidade do seu corpo, dando progressivamente uma maior importância à relação da afetividade emocional.
Foi necessário encontrar uma área que explicasse certos fenómenos clínicos a que deram origem a uma ciência psicomotora correspondente a uma área neurológica emergente, datada no ano de 1870.
Inicialmente esta área do conhecimento era encarada como uma prescrição pertencente à área da medicina psiquiátrica baseada em pressupostos teóricos e práticos de desenvolvimento humano. 
Atualmente esta ciência tem uma intervenção preventiva, educativa, reeducativa e psicoterapêutica de transcendência multitransdisciplinar.

Christopher Brandão, 2016

segunda-feira, 25 de julho de 2016

A ludoalfebatização


No primeiro ano de educação infantil é fundamental a utilização dos jogos no processo de alfabetização. As dificuldades de aprendizagem poderá ser auxiliado por um processo de leitura baseado na prática da escrita, o que provavelmente produzirá uma melhoria ao nível da alfabetização.

A importância dos jogos, nos processos de ensino aprendizagem, tem por objetivo compreender as práticas pedagógicas necessárias, para a concretização de uma boa escrita.

Os professores estabelecem uma relação entre o concreto com o lúdico, numa determinada idade, em que a criança constrói os seus próprios conceitos mais abstratos.

Através da diferenciação simbólica a fusão inicial do objeto com significado traduz numa boa aquisição de leitura para um bom desenvolvimento da escrita.

A importância dos jogos no processo de alfabetização desempenha um papel facilitador de aprendizagem das letras. Para desenvolver as habilidades de leitura é necessário considerar a prática de escrita.

As diferenças entre as letras e a alfabetização, nem sempre representa a dimensão da fala. O indivíduo para saber ler e escrever tem de compreender o que está interpretando.

O desenvolvimento da leitura desperta a atenção da escrita pelo desempenho global de todo o processo educativo. A leitura mostra-nos o desenvolvimento da aprendizagem dos principais tópicos, muito antes do indivíduo entrar para o sistema educativo.

Os jogos sem dúvida são meios facilitadores de descoberta pela prática de leitura e da escrita. Os profissionais da área educativa necessitam de uma qualidade de prática psicopedagógica que reconhece o intellingence dos jogos, como veículo de desenvolvimento social, emocional e intelectual. O indivíduo pode brincar naturalmente, testar hipóteses, explorar toda a sua criatividade, mas através do jogo apresentamos uma forma de divertimento que contribuiu essencialmente para o desenvolvimento lúdico criativo do seu raciocínio lógico abstrato, através da aquisição de conhecimento espontâneo. O ato de brincar num determinado espaço de experimentação lúdica, permite a transição entre o mundo imaginário para o real. Durante as experiências em sala de aula, os professores apercebem-se das dificuldades dos alunos ao nível da leitura e da escrita, utilizando métodos de ensino que estimulem a sua própria criatividade.

O ensino continua reproduzindo um conteúdo tradicional sem compreender a verdadeira dimensão dos problemas de aprendizagem do conhecimento das letras. Os efeitos negativos dessa prática de aprendizagem durante todo o processo educativo de alfabetização, tem levado a uma reflexão por parte dos professores, em reconhecer o maior valor estratégico da pedagogia necessária para explorar o maior potencial educativo do aluno na obtenção de sucesso escolar.

Os principais conceitos e diferenças entre a alfabetização e as letras deverão ser suportadas pelas melhores metodologias de abordagem, o que proporciona resultados significativos na área educacional, no sentido criar uma visão holística do sistema educativo, em produzir conhecimentos que contribuem para uma melhor transformação da realidade atual.

As várias possibilidades em estudar fenômenos que envolvem as relações sociais estabelecidas em diversos ambientes, permitem desmistificar algumas caraterísticas básicas, que identificam variáveis qualitativas que melhor compreendem o contexto integrado do individuo em situação escolar.

A produção de conhecimentos poderá eventualmente contribuir para a transformação da realidade estudada, através da ludomotricidade inserida no processo de ensino aprendizagem da alfabetização social, que por sua vez, visa estabelecer uma relação sinergética simbiótica entre a teoria com a prática.



Christopher brandão, 2016

segunda-feira, 11 de julho de 2016

O Preço Da Peversão



Historicamente houve um processo de busca de excitação pelo sofrimento da humanização que levou muitas vezes à rutura das estruturas sociais. A reflexão sobre os mecanismos sociais instrumentaliza o sujeito para um modelo capitalista contemporâneo, utilizado como uma arma perversa e especuladora da vida humana.

As tecnoestruturas dinâmicas sociais hipercomplexas determinam uma caraterística individual mais fragilizada da construção dos seus laços sociais. A teoria psicanalítica determina o conceito da perversão como uma parte da constituição do indivíduo baseado na vulnerabilidade social contemporânea dos diversos traços produzidos pela própria personalidade.

A reflexão de algumas caraterísticas sociais retrata o processo de individualização inserido num contexto de perversão neurótica que desintegra o indivíduo nas suas diversas dimensões metafísicas.

As implicações no estilo de vida contemporâneo produz relacionamentos utópicos que exigem uma reflexão universal que seja capaz de explicar o organismo como uma ação cognitiva.

A psicanálise poderá ser considerado um processo de formatação corporal consciente para um modelo capitalista que manipula um conhecimento egoísta cobiçado pelo consumo luxuriante do pecado humano.

O indivíduo pervertido cria um estilo de vida contemporâneo baseado num modelo social que cobiça .

Vivemos num tempo de expetativa e de imediatismo onde impera a estética do corpo aculturado pelo belo, onde se busca a excitação e desconhece-se os limites da convivência com o outro, onde o produto é descartável ao próprio sofrimento do corpo, que tanto contribui à sua infelicidade. Viver tem um preço elevado no tempo, onde seu ideal ocupa um lugar no seu espaço cineantropológico voltado para o olhar de futuro.

A compreensão holística dos mecanismos eficazes pelos quais a falta de estrutura e de valores é alvo de manipulação jurídica dos tempos atuais, de modo a que todos buscam a satisfação dos seus desejos primários que se evidenciam pela própria ostentação.

A sociedade não perdoa, procura compreender um modelo Darwiniano de sucesso, presente na contemporaneidade do nosso tempo, em que os mais fortes evidenciam-se pelo poder totalitário reivindicado ao protesto, ao voto crescente que corrói a alma a todo custo, por um preço exorbitante de estatização de uma vida desértica de ideais que desmotivam a própria sociedade selvática para uma insatisfação permanente.

O processo pervertido ao longo da humanidade percorrerá a história por alguns traços de ansiedade que por sua vez marcará uma época, uma geração que tanto nega o caos da globalização.

Christopher Brandão 2015

sexta-feira, 1 de julho de 2016

cineantropologia: Ergonomia

cineantropologia: Ergonomia: A ergonomia nasce no dia 12 Junho por volta do ano 1949. Em 1950 Murrel define um neologismo para a ergonomia. No ano de 1857, o polaco W...

Ergonomia

A ergonomia nasce no dia 12 Junho por volta do ano 1949. Em 1950 Murrel define um neologismo para a ergonomia.
No ano de 1857, o polaco Woitej Yastembowsky corrige o nome publicado num esboço para o conceito da ergonomia, considerando uma ciência do trabalho de utilização de forças e capacidades humanas. Por sua vez esta Ciência encontra-se relacionada com diversos equipamentos, máquinas, arquitetura, ventilação, iluminação, alimentação, pavimento, cor, acessibilidade, ferramenta, bem-estar e segurança do indivíduo.
 A ergonomia ajusta o material ao homem e define-se por uma ciência do trabalho desenvolvida como disciplina. Com eclosão da segunda guerra mundial no ano de 1939, emergiu pela necessidade de utilizar conhecimentos científicos e tecnológicos acessíveis à construção naval, bélica, e civil.
 Na primeira fase, a ciência da ergonomia existiu como um interface mais interativo entre a máquina e o homem, ao nível da sua funcionalidade de decisão, de avaliação de toda a informação que pudesse melhor otimizar a máquina.
No meio militar Britânico a ergonomia teve um grande impato, graças a um grupo de investigadores interessados na capacidade produtiva dos trabalhadores e devido à escassez mão-de-obra naquela época houve a preocupação do bem-estar dos indivíduos.
 A nível militar, a ciência ergonómica desenvolveu-se nos USA no final da segunda grande guerra mundial por volta do ano de 1945, foram criados laboratórios de investigação e formação de engenheiros formados nas áreas mais específicas da psicologia.
No ano 1957, foi fundada a Human Society Factor que foi um importante contributo para a evolução da corrente ergonómica americana.
A génese da corrente ergonómica norte-americana encontra-se centrada na investigação do conhecimento relacionado com a componente humana e distingue-se de uma forma diferenciada da corrente francófona.
 O primeiro campo de desenvolvimento da ergonomia foi contextualizado no ramo bélico e militar, simultaneamente a corrente a Francófona desenvolve a ergonomia na indústria automóvel através de uma análise direta dos trabalhadores em situação de trabalho.
Existe outra corrente de desenvolvimento ergonómica que não tem a necessidade de ir ao terreno efectuar um check list de informação na utilização de material diferenciado que por sua vez varia de indivíduo para indivíduo.


Christopher brandão ,2016