quarta-feira, 27 de julho de 2016

Análise Histórica Da Psicomotricidade



A origem histórica da Psicomotricidade define-se pelo desenvolvimento de um percurso que surge a partir das áreas médicas, mais precisamente da área da neurologia, cujo seu conceito é datado no início do século XIX. Foi necessário identificar as zonas do córtex cerebral situadas para além das regiões motoras. 
Com o desenvolvimento da ciência da neuropsicologia começa-se a constatar que existe diferentes disfunções graves, claramente identificáveis, sem que o cérebro esteja lesionado.
Os distúrbios da atividade gestual pertencente à atividade práxica, poderão ser definidos por fatores psicomotores, relacionados com o quadro clínico e anatómico que cada sintoma ou patologia corresponde a uma determinada lesão específica.
Não se podia explicar alguns fenómenos patológicos pela ciência, sem nomear determinadas zonas do córtex cerebral situadas para além das regiões motoras, começou-se a constatar diferentes disfunções graves, claramente localizadas no cérebro lesionado ou não.
São descobertos distúrbios pela expressão corporal produzida pela atividade práxica, desenvolvida a partir do esquema anatómico de um determinado quadro clínico diagnosticado, para cada sintoma correspondente a uma lesão localizada.
Pela primeira vez, é nomeado o termo Psicomotricidade no ano de 1870, pela necessidade médica de se encontrar uma área que explicasse certos fenómenos clínicos. As primeiras investigações dão origem a um campo psicomotor correspondente a uma área emergente neurológica.
Em 1909, o neuropsiquiatra Dupré deu um enorme contributo psicomotor em relação à neurologia, quando afirma a independência da debilidade motora, ser um antecedente de um sintoma psicomotor. Neste período, passou a ser estudado o tónus axial por André Thomas e Saint-Anné Dargassie. A diferença do tónus com o relaxamento permite a Wallon de profissão psicólogo, relacionar o movimento com os estilos de vida do indivíduo, a partir do afeto gerado pela emoção criada pelo próprio meio ambiente. Em 1925, este psicólogo Henry Wallon investiga o movimento humano atribuindo uma categoria fundamental ao instrumento de avaliação do psiquismo.
Em 1935, o neurologista Edouard Guilmain desenvolve um exame psicomotor para um fim diagnóstico terapêutico.
Em 1947, o psiquiatra Julian de Ajuriaguerra redefine o conceito de debilidade motora como um síndrome das suas próprias especificidades, que delimitam os transtornos psicomotores originados entre o neurológico e o psiquiátrico. Com estas novas contribuições, a psicomotricidade diferencia-se das outras disciplinas, adquirindo a sua própria autonomia científica.
Na década de 70, diferentes autores definem a psicomotricidade como uma motricidade de relação a partir das diferenças transdisciplinares interventivas. 
Esta nova ciência, começa a ser delimitada pelo seu próprio campo, através de uma postura reeducativa e terapêutica. 
A sua técnica instrumentaliza-se pela globalidade do seu corpo, dando progressivamente uma maior importância à relação da afetividade emocional.
Foi necessário encontrar uma área que explicasse certos fenómenos clínicos a que deram origem a uma ciência psicomotora correspondente a uma área neurológica emergente, datada no ano de 1870.
Inicialmente esta área do conhecimento era encarada como uma prescrição pertencente à área da medicina psiquiátrica baseada em pressupostos teóricos e práticos de desenvolvimento humano. 
Atualmente esta ciência tem uma intervenção preventiva, educativa, reeducativa e psicoterapêutica de transcendência multitransdisciplinar.

Christopher Brandão, 2016

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