domingo, 2 de novembro de 2014

A CONSTRUÇÃO DO MODELO CINEANTROPOLÓGICO


Introdução Ao Modelo Cineantropológico


Numa dimensão epistemológica e sem queremos ser pretensiosos, o presente artigo tem por objetivo construir uma simples teoria sobre a evolução humana emergente ao seu espaço geográfico e ao seu contexto envolvente ao longo do tempo. A ideia é proporcionar aos leitores uma reflexão orientadora e interdisciplinar da evolução da humanidade em prol do seu espaço geográfico representado por um modelo que explique as suas interações adaptadas às realidades socioeconómicas humanas durante a sua adaptação e ao seu desenvolvimento num determinado espaço físico e geográfico . A ligação do homem ao seu espaço físico traduz-se num sistema que se constroi numa fase inicial através de uma componente natural, embora seja importante, acaba por não se sobrepor às dimensões ecológicas,económicas, sociais, culturais, étnicas e urbanas.A interdisciplinariedade relacionada com as metodologias científicas centradas na base da evolução humana obriga-nos à construção de um modelo baseado na interação e no processamento de informação que poderá futuramente funcionar como um interface de instrumentalização para os investigadores que estudem as diferentes interações e variáveis  da evolução humana sobre o espaço físico e geográfico. A evolução humana é derivada de um sistema hipercomplexo de exigências criado para dar respostas concretas à comunidade científica sobre as nossas origens e as nossas identidades inseridos em novos projetos científicos da procura da verdade.A unidade humana exige uma diversidade biológica, antropológica, etológica, psicológica, cultural e social que constitui o ser humano num todo.A problemática não reside na definição de objetivos por determinados conceitos fundamentais de articulação interdisciplinar segundo um modelo evolutivo que se pretende implantar. Ao longo dos últimos anos tem surgido muitas dúvidas e erros no modo como se explica a evolução humana nas suas diferentes perspetivas, mas nunca relacionando com o seu espaço geográfico quer na sua ação potencial, cinética e motriz. Este fato está na origem de muitas críticas transdisciplinares dos investigadores das diversas áreas que as tem realizado. Elas têem proporcionado uma certa operacionalização de conhecimentos dando um maior contributo à comunidade científica das melhores aprendizagens de conhecimentos de teorias segundo diferentes metodologias a serem aplicadas. As dúvidas e as confusões inerentes à evolução humana têm contríbuido decisivamente para dispersar novas metodologias científicas diversificadas e aplicadas às diversas ciências.A procura da verdade científica segundo determinados padrões condicionam a investigação científica em qualquer domínio da ciência e estabelece simultâneamente determinados estádios de desenvolvimento humano em limites mais ou menos claros, relativamente ao modo como os investigadores vão apreendendo a realidade do seu meio envolvente com determinadas metodologias científicas transdisciplinares.O modelo evolutivo pretende traduzir principalmente uma determinada explicação de todo o processo hipercomplexo da evolução humana o que de grosso modo significa identificar o padrão da verdade científica dentro de uma área específica de conhecimento. O mesmo modelo poderá servir a diferentes teorias, apesar de ser verdade que existem algumas inter-relações interdisciplinares que servem melhor determinadas teorias do que outras. Utilizando um padrão de linguagem matemático podemos dizer que os modelos evolutivos são a totalidade das teorias científicas? Nenhum modelo em qualquer momento podemos exigir aos cientistas a percepção dos seus conteúdos ou conceitos que se saiba à priori e que estão para além das suas capacidades de aprendizagem. Muitas vezes a falta de provas científicas que fundamente a verdade científica exige uma investigação de procedimento puramente racionalista.A compreensão do modelo só se pode construir com a clarificação da ideia de organização que funciona como uma chave de descoberta da verdade relativa e momentânea. É fácil definir modelos mais realistas, são aqueles em que a sua estrutura trata das relações entre indivíduos ou entre grupos por ação comportamental adotada num determinado sistema social.
A importância da planificação científica é indispensavél, contudo não é fácil e traduz-se numa atividade reflexa de grande ponderação relativamente aos diversos conhecimentos que o investigador pretende investigar segundo determinadas etapas referidas sob interrogações:1- Qual é o modelo evolutivo humano a adotar?2- Quais são os conhecimentos a aplicar sobre as várias teorias de aprendizagem a ser recolhidas?3- Quais são os valores de conhecimento a realçar?4- Que conteúdos programáticos devem ou não ser incluídos no modelo de evolução humana?5- Quais são os objetivos científicos a definir?6- Quais são as estratégias científicas de ensino-aprendizagem a implementar?
7- Que tipo de avaliação científica a proceder?
Cada uma destas etapas exige níveis de analíse distintos podendo ou não vir a ter medidas diferenciadas. A planificação que resultar deve constituir obrigatoriamente um conhecimento coerente que articule os vários conceitos antes considerados. É ao investigador que cabe a última palavra, após a avaliação do contexto e das provas físicas encontradas numa investigação forense que incida sobre a evolução humana num determinado espaço físico que permite um melhor enquadramento histórico e cineantropológico das evidências das provas encontradas.A ideia de organização introduz uma complexidade de conceitos que quando criticados e analisados darão uma nova inteligilidade de conhecimento.
Na realidade a avaliação diagnóstica fatorial condiciona a metodologia científica fundamental para a sua planificação formal. Os objetivos devem estar presentes, sendo indiferente ao processo ou à metodologia a que definimos. Contudo não se deve transparecer quaisquer ambiguidades, sob pena tornar impossível a compreensão das nossas intenções. A realidade seria contraditória com os nossos próprios objetivos que sejam redigidos ou reformulados com a máxima veracidade. Os objetivos científicos construídos pelo cientista através da sua ação comportamental e investigadora poderão confrontar o seu próprio plano. Devem ter potencialidades para decidir se a sua planificação irá ser útil em apoiar a investigação ou restringi-la.
 Qual é a função da planificação? Controlar toda a sua ação comportamental em prol de um objetivo? A realidade da investigação revela por vezes que é pouco útil ao cientista não só pela sua consciência dos fatos que não provam os argumentos propostos, como também das provas pouco evidentes. As diferentes concepções metodológicas muitas vezes resultam na sobrevalorização de um determinado modelo. A sua implementação pressupõe à priori uma reflexão profunda de forma equacionar um conjunto diversificado de questões que se colocam ao cientista como exemplo:-Qual a função do investigador na sua própria investigação?- Que perfil de conhecimento que pretendemos?- Que metodologia científica a adotar?A analíse comparativa dos modelos tem a intenção de fornecer pistas para toda a problemática em causa e simultâneamente abordar de uma forma geral uma especificidade de conhecimento intencional que contribua na procura de uma melhor verdade científica. Indepentemente das áreas de formação, os cientistas devem ter uma intervenção metodológica multidisciplinar orientada para um modelo que explique e domine com eficácia todo o conhecimento em causa. No entanto o investigador não se deve limitar a sua metodologia a um único modelo, embora possa ser um aspeto positivo por um lado por outro poderá ser concebido para concretizar uma totalidade de aprendizagens científicas independentemente da sua metodologia aplicavél.Para melhor compreendemos a complexidade de um sistema há que perceber as suas finalidades, objetivos, e situações problemáticas no qual o investigador é confrontado no seu dia-à-dia. É conveniente que domine o vasto conhecimento aplicado ao modelo segundo determinados príncipios e valores.O modelo não é simples quando não existe a informação científica adequada à situação, nomeadamente à escassez de publicações e investigações científicas. Não pretendemos desistir do tema porque a fase que encontramos atualmente na nova Ciência da Cineantropologia e da Comunicação que futuramente poderá ser útil em encontrar pistas que constroiem e caraterizam determinados princípios, objetivos, estratégias, recursos em prol de um modelo de evolução Humana. Esta investigação de caráter científico-didática tem por objetivo despertar ao leitor alguns aspetos importantes da evolução da espécie humana numa dinâmica totalitária do seu ser operante inserido no seu espaço físico que o consome permanentemente. Ao mesmo tempo pretendemos fornecer pistas e aguçar o seu apetite para um alimento científico de uma futura investigação que poderá dar os seus frutos. O modelo de evolução humana deve ser crítico a fim de favorecer a analíse e a tomada de consciência dos diferentes fatores que intervém num dado contexto. Do mesmo modo deve estimular a criatividade do investigador com o intuito de facilitar descobertas de novas metodologias que possam solucionar, inovar e beneficiar a humanidade. 

Princípios orientadores para a construção de um modelo Cineantropológico


 A utilização de modelos aplicados ao estudo da evolução humana carateriza-se por um conjunto de diversos princípios nomeadamente:
1- A evolução psicogenética decorrente do investigador constitui uma ferramenta indispensavél. Só assim o investigador poderá adequar as diferentes atividades estratégicas do seu desenvolvimento cognitivo de modo a proporcionar o desenvolvimento harmonioso da sua personalidade,2- A interdisciplinariedade consiste na especialização fundamental e necessária para a solução dos grandes problemas do mundo atual que por si só, não é suficiente. Nesta lógica, o modelo propõe uma abordagem interdisciplinar dos problemas através de uma ação conjunta e articulada dos investigadores que procuram explorar as afinidades concetuais e metodológicas das diferentes disciplinas. Não se trata contudo de justapor os contributos das diferentes disciplinas com intenção de procurar uma visão holística e estruturada do conhecimento que possibilite uma analíse e uma solução dos problemas concretos dos sistemas evolutivos altamente centralizados na eficácia da descoberta da verdade a ser utilizada ao nível transdisciplinar. 

Construção dos Modelos


 Taba (1971) construiu um modelo de instrução de conteúdos a partir de ações desenvolvidas indutivamente por uma triologia de estratégias de operacionalização cognitiva inter-específica segundo:1- Formação de conceitos,2- Interpretação de dados,3- Aplicação de princípios. A formação de conceitos deverá ser uma etapa de extrema importância na concretização do modelo dependente do êxito das etapas seguintes. A formação dos conceitos se constroi através:
1-    Da identificação da listagem dos elementos ou dados,
2-    Do agrupamento destes elementos,
3-    Da categorização e classificação dos mesmos elementos.
Taba (1966) obriga os indivíduos a integrarem estas etapas consoante as perguntas de descoberta (eliciting question). As perguntas abertas não individualizadas levam aos orientadores ou professores à condução dos seus alunos ou investigadores a processos cognitivos progressivos e mais rigorosos em termos de metodologia científica. A quantificação do sistema concetual realiza-se pelo tratamento da informação para uma melhor facilitação de formação de novos conceitos a serem aplicados em determinados momentos espaciais.A importância da operacionalização cognitiva leva à construção de conceitos interligados à problemática do tema abrindo novas perspetivas de metodologias científicas a serem aplicados posteriormente. A interpretação dos dados constitui a segunda etapa do modelo de Taba (1967) e tal como a etapa anterior, a formulação de conceitos, baseia-se também numa triologia de fases: Interpretação,Explicação,Inferências.A identificação dos dados exige que o investigador diferencie as caraterísticas dos dados específicos. A explicação exige que se relacione entre si e determinem as relações de causas associadas aos seus efeitos. O orientador ou professor poderá conduzir o investigador para questões sucessivas que levam à identificação dos elementos mais importantes para uma futura inter-relação explicativa da informação científica.A aplicação de princípios é a mais complexa na operacionalização cognitiva em que o investigador é submetido. O seu objetivo é aumentar o background das capacidades manipulativas de informação tendo a intenção a explicação de fenómenos e previsão das suas consequências.O modelo de pensamento indutivo apresenta-se numa dimensão média e estruturada onde a sequência das etapas previamente estabelecidas pelo investigador é realizado por perguntas de descobertas através de um processo de ensino aprendizagem estratégico.O ambiente da investigação deverá ser aberto e cooperativo onde a multidisciplinaridade deve coexistir como uma comunicação ativamente participativa de todos os investigadores das diferentes áreas científicas que interagem para a construção do seu próprio conhecimento. Á medida que os investigadores vão adquirindo domínio nas diferentes estratégias ou metodologias científicas poderão construir um novo e progressivo conhecimento que futuramente poderá transformar-se em bens tangíveis operacionàveis.

autor-Christopher Brandão 2014

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