A CONSTRUÇÃO DO MODELO CINEANTROPOLÓGICO
Introdução Ao Modelo Cineantropológico
Numa dimensão
epistemológica e sem queremos ser pretensiosos, o presente artigo tem por
objetivo construir uma simples teoria sobre a evolução humana emergente ao seu
espaço geográfico e ao seu contexto envolvente ao longo do tempo. A ideia é
proporcionar aos leitores uma reflexão orientadora e interdisciplinar da
evolução da humanidade em prol do seu espaço geográfico representado por um
modelo que explique as suas interações adaptadas às realidades socioeconómicas
humanas durante a sua adaptação e ao seu desenvolvimento num determinado espaço físico e geográfico . A ligação do homem
ao seu espaço físico traduz-se num sistema que se constroi numa fase inicial através de uma
componente natural, embora seja importante, acaba por não se sobrepor às
dimensões ecológicas,económicas, sociais, culturais, étnicas e urbanas.A interdisciplinariedade
relacionada com as metodologias científicas centradas na base da evolução humana
obriga-nos à construção de um modelo baseado na interação e no processamento de
informação que poderá futuramente funcionar como um interface de instrumentalização para os
investigadores que estudem as diferentes interações e variáveis da evolução humana sobre o espaço
físico e geográfico. A evolução humana é derivada de um sistema hipercomplexo de exigências criado para dar respostas concretas à comunidade
científica sobre as nossas origens e as nossas identidades inseridos em novos projetos científicos da procura da verdade.A unidade humana exige uma diversidade
biológica, antropológica, etológica, psicológica, cultural e social que
constitui o ser humano num todo.A problemática não reside
na definição de objetivos por determinados conceitos fundamentais de
articulação interdisciplinar segundo um modelo evolutivo que se pretende
implantar. Ao longo dos últimos anos tem surgido muitas dúvidas e erros no modo
como se explica a evolução humana nas suas diferentes perspetivas, mas nunca relacionando
com o seu espaço geográfico quer na sua ação potencial, cinética e motriz. Este
fato está na origem de muitas críticas transdisciplinares dos investigadores
das diversas áreas que as tem realizado. Elas têem proporcionado uma certa
operacionalização de conhecimentos dando um maior contributo à comunidade
científica das melhores aprendizagens de conhecimentos de teorias segundo
diferentes metodologias a serem aplicadas. As dúvidas e as confusões inerentes
à evolução humana têm contríbuido decisivamente para dispersar novas
metodologias científicas diversificadas e aplicadas às diversas ciências.A procura da verdade
científica segundo determinados padrões condicionam a investigação científica
em qualquer domínio da ciência e estabelece simultâneamente determinados
estádios de desenvolvimento humano em limites mais ou menos claros,
relativamente ao modo como os investigadores vão apreendendo a realidade do seu
meio envolvente com determinadas metodologias científicas transdisciplinares.O modelo evolutivo pretende
traduzir principalmente uma determinada explicação de todo o processo
hipercomplexo da evolução humana o que de grosso modo significa identificar o
padrão da verdade científica dentro de uma área específica de conhecimento. O mesmo modelo
poderá servir a diferentes teorias, apesar de ser verdade que existem algumas
inter-relações interdisciplinares que servem melhor determinadas teorias do que
outras. Utilizando um padrão de linguagem matemático podemos dizer que os
modelos evolutivos são a totalidade das teorias científicas? Nenhum modelo em qualquer
momento podemos exigir aos cientistas a percepção dos seus conteúdos ou
conceitos que se saiba à priori e que estão para além das suas capacidades de aprendizagem.
Muitas vezes a falta de provas científicas que fundamente a verdade científica
exige uma investigação de procedimento puramente racionalista.A compreensão do modelo só
se pode construir com a clarificação da ideia de organização que funciona como
uma chave de descoberta da verdade relativa e momentânea. É fácil definir
modelos mais realistas, são aqueles em que a sua estrutura trata das relações
entre indivíduos ou entre grupos por ação comportamental adotada num
determinado sistema social.
A importância da
planificação científica é indispensavél, contudo não é fácil e traduz-se numa
atividade reflexa de grande ponderação relativamente aos diversos conhecimentos
que o investigador pretende investigar segundo determinadas etapas referidas
sob interrogações:1- Qual é o modelo
evolutivo humano a adotar?2- Quais são os
conhecimentos a aplicar sobre as várias teorias de aprendizagem a ser
recolhidas?3- Quais são os valores de
conhecimento a realçar?4- Que conteúdos
programáticos devem ou não ser incluídos no modelo de evolução humana?5- Quais são os objetivos
científicos a definir?6- Quais são as estratégias
científicas de ensino-aprendizagem a implementar?
7- Que tipo de avaliação
científica a proceder?
Cada uma destas etapas
exige níveis de analíse distintos podendo ou não vir a ter medidas
diferenciadas. A planificação que resultar deve constituir obrigatoriamente um
conhecimento coerente que articule os vários conceitos antes considerados. É ao
investigador que cabe a última palavra, após a avaliação do contexto e das
provas físicas encontradas numa investigação forense que incida sobre a
evolução humana num determinado espaço físico que permite um melhor enquadramento
histórico e cineantropológico das evidências das provas encontradas.A ideia de organização
introduz uma complexidade de conceitos que quando criticados e analisados darão
uma nova inteligilidade de conhecimento.
Na realidade a avaliação
diagnóstica fatorial condiciona a metodologia científica fundamental para a sua
planificação formal. Os objetivos devem estar presentes, sendo indiferente ao
processo ou à metodologia a que definimos. Contudo não se deve transparecer
quaisquer ambiguidades, sob pena tornar impossível a compreensão das nossas
intenções. A realidade seria contraditória com os nossos próprios objetivos que
sejam redigidos ou reformulados com a máxima veracidade. Os objetivos
científicos construídos pelo cientista através da sua ação comportamental e
investigadora poderão confrontar o seu próprio plano. Devem ter potencialidades
para decidir se a sua planificação irá ser útil em apoiar a investigação ou
restringi-la.
Qual é a função da planificação? Controlar toda a sua ação comportamental em
prol de um objetivo? A realidade da investigação revela por vezes
que é pouco útil ao cientista não só pela sua consciência dos fatos que não
provam os argumentos propostos, como também das provas pouco evidentes. As
diferentes concepções metodológicas muitas vezes resultam na sobrevalorização
de um determinado modelo. A sua implementação pressupõe à priori uma reflexão
profunda de forma equacionar um conjunto diversificado de questões que se
colocam ao cientista como exemplo:-Qual a função do
investigador na sua própria investigação?- Que perfil de conhecimento
que pretendemos?- Que metodologia
científica a adotar?A analíse comparativa dos
modelos tem a intenção de fornecer pistas para toda a problemática em causa e
simultâneamente abordar de uma forma geral uma especificidade de conhecimento
intencional que contribua na procura de uma melhor verdade científica.
Indepentemente das áreas de formação, os cientistas devem ter uma intervenção
metodológica multidisciplinar orientada para um modelo que explique e domine
com eficácia todo o conhecimento em causa. No entanto o investigador não se
deve limitar a sua metodologia a um único modelo, embora possa ser um aspeto
positivo por um lado por outro poderá ser concebido para concretizar uma
totalidade de aprendizagens científicas independentemente da sua metodologia
aplicavél.Para melhor compreendemos a
complexidade de um sistema há que perceber as suas finalidades, objetivos, e
situações problemáticas no qual o investigador é confrontado no seu dia-à-dia.
É conveniente que domine o vasto conhecimento aplicado ao modelo segundo
determinados príncipios e valores.O modelo não é simples
quando não existe a informação científica adequada à situação, nomeadamente à
escassez de publicações e investigações científicas. Não pretendemos desistir
do tema porque a fase que encontramos atualmente na nova Ciência da Cineantropologia e da Comunicação que futuramente poderá ser útil em encontrar pistas que constroiem e
caraterizam determinados princípios, objetivos, estratégias, recursos em prol
de um modelo de evolução Humana. Esta investigação de caráter científico-didática
tem por objetivo despertar ao leitor alguns aspetos importantes da evolução da
espécie humana numa dinâmica totalitária do seu ser operante inserido no seu
espaço físico que o consome permanentemente. Ao mesmo tempo pretendemos fornecer pistas e
aguçar o seu apetite para um alimento científico de uma futura investigação que
poderá dar os seus frutos. O modelo de evolução humana deve ser crítico a fim
de favorecer a analíse e a tomada de consciência dos diferentes fatores que
intervém num dado contexto. Do mesmo modo deve estimular a criatividade do
investigador com o intuito de facilitar descobertas de novas metodologias que
possam solucionar, inovar e beneficiar a humanidade.
Princípios
orientadores para a construção de um modelo Cineantropológico
A utilização de modelos aplicados ao estudo
da evolução humana carateriza-se por um conjunto de diversos princípios
nomeadamente:
1- A evolução psicogenética
decorrente do investigador constitui uma ferramenta indispensavél. Só assim o
investigador poderá adequar as diferentes atividades estratégicas do seu
desenvolvimento cognitivo de modo a proporcionar o desenvolvimento harmonioso
da sua personalidade,2- A interdisciplinariedade
consiste na especialização fundamental e necessária para a solução dos grandes
problemas do mundo atual que por si só, não é suficiente. Nesta lógica, o modelo
propõe uma abordagem interdisciplinar dos problemas através de uma ação
conjunta e articulada dos investigadores que procuram explorar as afinidades
concetuais e metodológicas das diferentes disciplinas. Não se trata contudo de
justapor os contributos das diferentes disciplinas com intenção de procurar uma
visão holística e estruturada do conhecimento que possibilite uma analíse e
uma solução dos problemas concretos dos sistemas evolutivos altamente
centralizados na eficácia da descoberta da verdade a ser utilizada ao nível transdisciplinar.
Construção
dos Modelos
Taba (1971) construiu um modelo de instrução
de conteúdos a partir de ações desenvolvidas indutivamente por uma triologia de
estratégias de operacionalização cognitiva inter-específica segundo:1- Formação de conceitos,2- Interpretação de dados,3- Aplicação de princípios. A formação de conceitos
deverá ser uma etapa de extrema importância na concretização do modelo dependente
do êxito das etapas seguintes. A formação dos conceitos se
constroi através:
1- Da identificação da listagem dos elementos ou
dados,
2- Do agrupamento destes elementos,
3- Da categorização e classificação dos mesmos
elementos.
Taba (1966) obriga os
indivíduos a integrarem estas etapas consoante as perguntas de descoberta
(eliciting question). As perguntas abertas não individualizadas levam aos
orientadores ou professores à condução dos seus alunos ou investigadores a
processos cognitivos progressivos e mais rigorosos em termos de metodologia
científica. A quantificação do sistema concetual realiza-se pelo tratamento da
informação para uma melhor facilitação de formação de novos conceitos a serem
aplicados em determinados momentos espaciais.A importância da
operacionalização cognitiva leva à construção de conceitos interligados à
problemática do tema abrindo novas perspetivas de metodologias científicas a
serem aplicados posteriormente. A interpretação dos dados constitui a segunda
etapa do modelo de Taba (1967) e tal como a etapa anterior, a formulação de
conceitos, baseia-se também numa triologia de fases:
Interpretação,Explicação,Inferências.A identificação dos dados
exige que o investigador diferencie as caraterísticas dos dados específicos. A
explicação exige que se relacione entre si e determinem as relações de causas
associadas aos seus efeitos. O orientador ou professor poderá conduzir o
investigador para questões sucessivas que levam à identificação dos elementos
mais importantes para uma futura inter-relação explicativa da informação
científica.A aplicação de princípios é
a mais complexa na operacionalização cognitiva em que o investigador é
submetido. O seu objetivo é aumentar o background das capacidades manipulativas
de informação tendo a intenção a explicação de fenómenos e previsão das suas
consequências.O modelo de pensamento
indutivo apresenta-se numa dimensão média e estruturada onde a sequência das etapas previamente estabelecidas pelo investigador é realizado por perguntas de
descobertas através de um processo de ensino aprendizagem estratégico.O ambiente da investigação
deverá ser aberto e cooperativo onde a multidisciplinaridade deve coexistir
como uma comunicação ativamente participativa de todos os investigadores das
diferentes áreas científicas que interagem para a construção do seu próprio
conhecimento. Á medida que os investigadores vão adquirindo domínio nas
diferentes estratégias ou metodologias científicas poderão construir um novo e
progressivo conhecimento que futuramente poderá transformar-se em bens
tangíveis operacionàveis.
autor-Christopher Brandão 2014
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