segunda-feira, 17 de novembro de 2014

O Modelo Teórico De Desenvolvimento Cineantropológico




Modelo Teórico De Desenvolvimento Cineantropológico


Neste artigo iremos salientar os numerosos modelos e teorias de desenvolvimento Cineantropológico que refletem os conhecimentos, os interesses e as tendências dos seus investigadores e autores.
A teoria psicanalítica comportamental humana de Sigmund Freud (1927) pode ser considerada como um modelo de desenvolvimento Humano, embora a sua investigação esteja concentrada na personalidade e no funcionamento anormal do ser humano. Os principais estádios de desenvolvimento psicosexual de Freud (1927) refletem várias zonas corporais nos quais o indivíduo busca uma fonte inconsciente dos seus motivos, dos seus desejos,e das suas paixões e de prazer que se manifesta em certas faixas etárias de um modo  geral. O egocentrismo do ser humano representa o equilíbrio entre o comportamento e a busca do prazer derivado de uma fonte do inconsciente, que por sua vez funciona com o desejo do prazer do super ego relacionado com o senso comum da racionalidade lógica da consciência. Os seus estádios orais, anal, fálico, latente e genitais de desenvolvimento da personalidade do ser humano representam os significados introduzidos às zonas de busca do prazer pelo corpo que por sua vez se manifesta em diversas formas de atividades nos diferentes níveis etários. Cada estádio auxilia as sensações quinestésicas e físicas adquiridas pelas diversas atividades psicomotoras.
A teoria psicanalística de Freud (1927) recebeu um conjunto de críticas derivadas das causas da inabilidade de validação dos seus próprios conceitos na sua forma em quantificar e objetivar cientificamente os seus próprios conhecimentos. Em determinados momentos houve pesquisas e estudos científicos que serviram de base aos trabalhos notáveis realizados pelo seu aluno alemão Erik Erikson (1963).
Erikson (1963/1980) concentrou-se na influência do sexo na sociedade e no seu próprio desenvolvimento cineantropológico. A sua teoria psicosocial descreve oito estágios do ciclo de vida do ser humano e coloca-os numa série contínua de fatores ambientais e não hereditários, potencialmente propícios a alterações psicomotoras. A visão holística de Erikson (1963) sobre o desenvolvimento humano reconhece fatores extrínsecos referente ao repertório de experiências do indivíduo que por sua vez terá uma função primordial no desenvolvimento psicomotor. A sua visão sobre o desenvolvimento motor é mais implicíta do que explícita o que claramente enfatiza a importância das experiências motoras orientadas para o sucesso, como forma de harmonizar as crises de desenvolvimento individual que o sujeito enfrenta durante o seu ciclo de vida.
 O modelo de desenvolvimento de Havighurst (1972) considera o desenvolvimento como uma interação entre forças biológicas, sociais e culturais adquiridas pelos indivíduos que estão progressivamente aumentando as suas habilidades cineantropológicas na sociedade. A teoria ambiental de Havighurst (1972) considera o desenvolvimento como uma série de tarefas que devem ser realizadas segundo uma estrutura temporal que assegura a progressão apropriada do desenvolvimento individual. De acordo com o modelo de Havighurst (1972) há momentos adequados para o processo de ensino-aprendizagem corporal do sujeito que pretende êxito na tarefa e que potencialmente poderá ser um elemento necessário à própria sociedade. Os outros modelos discutidos em tarefas descritas de Havighurst (1972) são fortemente suportados pela motricidade e ludomotricidade manifestadas pelo desenvolvimento cineantropológico dos indivíduos de níveis etários mais baixos.
A teoria de Robert Havighurst (1953/1972), Havighurst e Levine (1979) são baseadas no conceito de realização de tarefas desenvolvimentistas que levam ao êxito em tarefas posteriores enquanto o inêxito leva à falha, à rejeição social e à dificuldade em realizar tarefas posteriores. Os desacordos de Havigrust (1979) em qualquer teoria pressupõem uma base inata de crescimento essencial ao desenvolvimento cineantropológico. Este investigador acredita que a vida é uma experiência adquirida por processos de ensino aprendizagem e de crescimento. Segundo Havighurst (1972) o desenvolvimento cineantropológico é um processo de aprendizagem ao longo do ciclo de vida do indivíduo. Havighurst (1972) concebe o sucedido desenvolvimento como uma necessidade de domínio de um conjunto de tarefas. Cada nível de desenvolvimento individual encontra novas exigências de tarefas derivadas em três fontes. Primariamente as tarefas derivam da maturação física e psicomotriz. As tarefas de aprendizagem da locomoção, linguagem e relacionamento inter- individual do mesmo nível etário são fundamentadas na maturação. Em segundo lugar as tarefas são derivadas em pressões internas e externas socioculturais que muitas vezes são desenvolvidas na aprendizagem da escrita, da leitura e por sua vez auxiliam na socialização humana. A terceira fonte das tarefas é intrínseca ao indivíduo. As tarefas promovem uma personalidade amadurecida pelos valores individuais baseada em aspirações peculiares. A teoria de Havigrust (1979) tem implicações em todas as faixas etárias.
A teoria do psicólogo Jean Piaget (1936) de nacionalidade Suíça sobre o desenvolvimento cognitivo está relacionada na aquisição dos processos cognitivos. Piaget (1969) obteve conhecimento sobre o desenvolvimento das estruturas cognitivas através de uma detalhada observação de bebés e crianças. O trabalho genial de Piaget (1969) centra-se na habilidade fantástica em estudar os indícios comportamentais das crianças que posteriormente fornecem indicações sobre o seu funcionamento cognitivo. Piaget (1969) considerou estes indicadores como marcos hierárquicos de desenvolvimento cognitivo. O movimento é operacionalizado como um agente básico de aquisição de estruturas cognitivas crescentes particularmente na primeira infância e nos anos de educação infantil. Piaget (1969) usou a idade cronológica como um indicador de funcionamento cognitivo dos comportamentos observados. Estes comportamentos observados por Piaget (1969) servem como indicadores essenciais da complexidade crescente ao nível do desenvolvimento cognitivo da criança. Por sua vez, definiu estas fases de desenvolvimento como: sensorio-motora (desde do nascimento até aos 2 anos), do pensamento pré-operacional (dos 2 a 7 anos), das operações concretas (7 a 11 anos) e das operações formais (12 anos em diante). Piaget não se preocupou diretamente com o desenvolvimento dos 15 anos de idade para frente porque acreditava que a capacidade inteletual altamente sofisticada era desenvolvida até este nível etário. Todos os teóricos olham para o desenvolvimento humano em perspetivas diferentes apesar destas diferenças terem alguma similaridade notável.
Cada teórico enfatiza a motricidade e o jogo como importantes facilitadores do funcionamento aprimorado à teoria marco desenvolvimentista promovida por Jean Piaget (1952, 1954,1969,1974) que está atualmente entre as mais famosas teorias postuladas pelos especialistas na área do desenvolvimento infantil devido à sua clareza, visão e compreensão do desenvolvimento da cognição. A apresentação das fases do desenvolvimento cognitivo proposto por Piaget está relacionada com o próprio crescimento da criança. Segundo Piaget (1974) ocorre por processos de adaptação que requer que o indivíduo faça ajustes às condições ambientais e inteletualize estes ajustes por processos complementares de acomodação e assimilação.
A acomodação é a adaptação da criança ao espaço físico pela aquisição de novas informações acrescentadas ao seu reportório por reações possíveis.
O indivíduo ajusta a reação para corresponder às exigências do seu quadro situacional. A acomodação é um processo que se estende em direção à realidade e resulta na mudança comportamental. O termo assimilação que Piaget utiliza para a interpretação de novas informações que por sua vez são baseadas em interpretações presentes. Retirar informações do meio ambiente e incorpora-las às estruturas cognitivas existentes no indivíduo. Se estas informações não puderam ser incorporadas às estruturas existentes por causa de pequenas variações que ocorrem deve-se à acomodação, mas se as informações forem demasiadamente diferentes das estruturas existentes não serão assimiladas nem acomodadas. A visão Piageana sugere que a adaptação consiste no ajuste do cognitivo à alteração espacial que ocorre por meio de processos complementares de ajustes às reações atuais do indivíduo relativamente às exigências específicas de uma ação ou objeto. A assimilação consiste na observação de novas informações incorporadas nas mesmas estruturas cognitivas já existentes.
Podemos concluir que as estruturas cognitivas superiores são formuladas por processos de acomodação e assimilação nos quais se apoiam na auto-descoberta. Estas conseguem realizar-se pela ludomotricidade e pela atividade motriz e psicomotora.
A função principal de uma teoria Cineantropológica é integrar fatos existentes para organizà-los com significado. As teorias de desenvolvimento cineantropológico tomam os fatos existentes sobre um determinado elemento que faz parte de um sistema e fornecem um modelo desenvolvimentista congruente aos fatos. A formulação de teorias serve de base cineantropológica para testar os fatos e vice-versa. Os fatos são importantes isoladamente de forma a ser utilizados numa determinada àrea científica.
O desenvolvimento da Ciência Cineantropológica depende do avanço de uma teoria baseada numa acumulação de fatos. No estudo comportamental humano especialmente nas áreas de desenvolvimento cognitivo e afetivo, a formulação de teorias ganhou uma ascendente importância nos últimos anos. Segundo Bigge e Shermis, (1999), Lerner, (1986) as teorias desempenhem um duplo papel nas áreas das Ciências Humanas de forma integrar os fatos existentes antes de derivar em novos fatos.
O desenvolvimento cineantropológico está centrado na descrição e na catalogação dos dados de forma operacionalizar o modelo cineantropológico para uma explicação teórica sobre o comportamento do homem ao longo da sua história. A importância da pesquisa é fundamentada no conhecimento da realidade que faz produzir bens tangíveis que muitas vezes ajudam responder às questões críticas e importantes sobre a evolução humana pelo processo de desenvolvimento cineantropológico.
Existe apenas um número limitado de modelos abrangentes de desenvolvimento motor e poucas teorias de desenvolvimento cineantropológico . Atualmente os investigadores estão reexaminando as suas investigações mais detalhadas e planificadas com base em estruturas teóricas experimentais.
A primeira função de um modelo teórico de desenvolvimento cineantropológico deverá integrar fatos englobados numa área cientifica específica de estudo. A segunda função será servir de base para uma nova geração de fatos. A argumentação dos fatos podem ser interpretados de diversas formas através das diversas perspetivas teóricas capazes gerar novas pistas em interpretações teóricas quer divergentes e críticas. Na eventualidade de não existir diferenças teóricas as pesquisas devem ser efetuadas no apuramento das hipóteses originárias na teoria humana. A teoria deverá servir de base para todas as pesquisas da nova ciência cineantropológica que deverá integrar o estudo do desenvolvimento motor, mas não deverá constituir exceção à sua própria Ciência. A teoria Cineantropológica poderá ser descritiva como explicativa, por outras palavras a sua investigação poderá está interessada na descrição histórica da evolução da espécie  humana através de faixas temporais específicas na explicação arqueológica das caraterísticas dos vestigios fósseis ocorrentes . Sem uma boa base teórica operacional de pesquisa de desenvolvimento cineantropológico ou de qualquer outra área que simplesmente pretenda produzir um pouco mais do que ações de conhecimento isolado. Todavia sem um corpo existencial de conhecimento muitas vezes os fatos não podem formular teorias de validação através de um nível superior de compreensão e de consciencialização dos fenómenos a que designamos por desenvolvimento da evolução cineantropológica.
A construção teórica consiste num conjunto de afirmações e de conceitos que integram fatos existentes e que levam à geração de novos fatos fundamentais para a ciência cineantropológica.
O modelo das fases de desenvolvimento cineantropológico poderá ser a base da evolução humana pela descoberta e acumulação de fatos por metódos indutivos e dedutivos consoante a ideologia metodológica aplicada por parte do investigador.
 No método indutivo o investigador efetua uma ação primária através de um conjunto de fatos e tenta encontrar um estrutura concetual da realidade envolvente da qual possa organizar e explicar todo o produto do conhecimento. O metódo dedutivo é derivado da formulação teórica e poderá ser possuidor de especificações fundamentais de uma teoria integradora de fatos existentes de forma a responder às necessidades empíricas que se relacionam com o conteúdo da teoria cineantropológica. Em segundo lugar a teoria deve sujeitar-se à formulação de hipóteses estáveis em formato de afirmações.Em terceiro lugar uma teoria deverá satisfazer empiricamente as hipóteses que são experimentalmente testadas para produzir resultados em auxílio da própria Ciência.
Neste caso o modelo dedutivo será importante nos fatos bem acumulados que se encaixa como um puzzle de um somatório de elementos de um todo compreensível. A importância das informações preenchem as falhas de uma teoria de forma esclarecer toda a sua matriz teórica.  

O modelo Cineantropológico constroi-se através da teorização estrutural e concetual da história do desenvolvimento e da adaptação da espécie Humana ao seu espaço físico e geográfico.

Autor- Christopher Brandão 2014

 

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