Inicialmente na península Ibérica havia uma única sede pertencente a uma só língua a de Aragão que por sua vez englobava os reinos de Portugal, Leão, Navarra e Castela. Em Portugal os bens da ordem tinha uma especial relevância no priorado do Crato. Entre os anos 1392 a 1449, existiu um enorme receio por parte dos Reis devido ao enorme crescimento do poder totalitário dos senhores do Crato houve uma rebelião a mando por Nuno Gonçalves contra a regência do infante D. Pedro a mando do rei D. João III de Portugal.
A morte do conde de Arouca cujo título de Conde de Tarouca foi um título nobiliárquico em Portugal, criado a 24 de Abril do ano 1499 por D. Manuel I a favor de D. João de Meneses, quarto varão de D. Duarte de Meneses, Conde de Viana. Os títulos nobiliárquicos ou títulos de nobreza foram criados com o intuito de estabelecer uma relação de vassalagem entre o titular e o monarca, sendo alguns deles hereditários. Depois do século XV foram usados como forma de agraciar membros da nobreza, por um conjunto de atos prestados à casa real, ao monarca ou ao país, sem que lhe estivesse associada qualquer função pública ou jurisdição ou de soberania sobre um território. A partir do início do século XX os títulos nobiliárquicos na maioria dos países possuidoras de monarquias terminaram em relação à governação e à autoridade dos seus titulares além de outros membros da nobreza relativamente à governação da população de uma determinada região. O 5.º Conde de Tarouca foi elevado a Marquês de Penalva por D. João V 250 anos mais tarde. Era considerado um dos primogénitos da Casa de Tarouca que passou a designar-se por Condes de Tarouca durante o ciclo de vida dos seus progenitores. No século XVI a família dos Condes de Tarouca é notável por três fatores principais:
Em primeiro lugar por causa da fortíssima presença de varões da família no Norte de África na participação do governo de várias praças marroquinas, principalmente na primeira metade do século. Este quadro situacional tendo por base a construção da Casa de Vila Real deveu-se à herança de D. Pedro de Meneses, o avô do primeiro Conde de Tarouca que desde a conquista da cidade Ceuta no ano 1415, criou governo até falecer no ano 1437. Seu irmão mais velho o futuro 1.° Conde de Valença esteve presente na conquista de Arzila no ano 1471, ficando como governador da praça até falecer no ano 1480. O governo da praça passou para o futuro 1.° Conde até ao ano 1486, para este depois passar a governar Tânger. Seria principalmente nesta praça que os familiares do Conde de Tarouca estariam presentes na centúria de Quinhentos transformando o respetivo cargo numa descendência hereditária.
Em segundo lugar pela forma idêntica a outros casos de alta nobreza derivado à existência de um elevado número de varões com os mesmos nomes Pedro, Duarte, Henrique e João nesta época, o que faz com que as identidades facilmente se confundam. É necessária bastante prudência ao investigar esta linhagem centenária. Apenas para dar um exemplo, o 1.° Conde, ele próprio filho de um Duarte de Meneses, teve, para além do filho e do bisneto mencionados, também chamados Duarte de Meneses eram ambos capitães de Tânger e governadores da Índia e ainda um neto e um sobrinho possuidores do mesmo nome, ambos capitães de Tânger na mesma época.
Em último lugar, de um ponto de vista nobiliárquico, por causa das más informações entre o 1.° e o 2.° Conde, visto o título não ter sido renovado nem do filho, nem do neto, nem do bisneto do primeiro conde; apenas o seu trisneto viu renovado o seu título pessoal.
Exemplificando todos estes três fatores, e dando apenas alguns exemplos, podemos ver:
D. Henrique de Meneses, Conde de Valença, irmão mais velho do 1.° Conde: capitão de Arzila (1471-80)
D. João de Meneses, 1.° Conde de Tarouca, capitão de Arzila (1480-86) e Tânger (1486-89 a 1501-08)
D. Duarte de Meneses, filho do anterior, capitão de Tânger (1508-21 a 1536-39) e Governador da Índia (1522-24)
D. João de Meneses, filho do anterior, capitão de Tânger (1539-46)
D. Duarte de Meneses, filho do anterior, capitão de Tânger (1574-77) e Vice-rei da Índia (1584-88)
D. Luís de Meneses, filho do anterior, capitão de Tânger (1614-15), 2.° Conde de Tarouca
Por esta meia dúzia de exemplos podemos analisar a transferência do título que saltou pelo menos três gerações. A presença dos varões na família eram frequentes nas praças marroquinas e no Oriente onde podemos observar certos nomes que são vistos com enorme frequência.
No século XVII podemos observar novamente uma sucessão interrompida dos Condes de Tarouca no qual dá a origem tardia do título de Penalva. Durante a Guerra da Restauração, o 3.º Conde de Tarouca passou por Espanha, levando consigo dois filhos. Como monarca espanhol recompensado pela sua lealdade à Coroa de Castela obteve título Marquês de Penalva que nunca foi reconhecido em Portugal, mas ainda foi usado pelo seu primogénito em Espanha. O seu filho mais novo, no entanto, levado para Castela ainda pequeno, passou por Portugal ainda durante a guerra e prestou fidelidade a D. João IV. Herdou o senhorio da Casa de Tarouca, mas não o título, que após a sua morte no ano 1677 foi herdado pela filha. O filho desta já com varonia Silva foi promovido no ano 1750 a Marquês de Penalva.
Vários membros desta linhagem cultivaram a cultura das letras, nomeadamente vários Marqueses de Penalva, o 4.º Conde de Tarouca, e o primeiro conde do título, que para além de comandar exércitos em Marrocos escreveu várias composições registadas no Cancioneiro de Garcia de Resende.
Este título de Marquês de Penalva que absorveu a Casa de Arouca foi criado a 7 de Fevereiro de 1750 por D. João V a favor de Estêvão de Meneses, 5.º Conde de Tarouca. Embora tenha sido outorgado em vida do primeiro titular, o título de Marquês de Penalva foi ainda renovado no 6.º, 7.º e 10.º conde de Tarouca.
Entre outros, ambos os títulos foram descritos por D. António Caetano de Sousa nas Memórias Históricas e Genealógicas dos Grandes de Portugal. Anselmo Braamcamp Freire no Vol. I dos Brasões da Sala de Sintra, dedica aos Meneses o Cap. VI, em que se explicam as origens dos vários ramos, mais especificamente o da Casa de Tarouca.
Os condes de Tarouca descendiam de D. João Afonso Teles de Meneses, Conde de Ourém e irmão de D. Martim Afonso Telo de Meneses, o pai da rainha D. Leonor Teles e do Conde de Neiva; este último descendem por sua vez dos Condes de Cantanhede e dos Marqueses de Marialva, e ainda dos Condes da Ericeira e Marqueses de Louriçal, parentes dos Condes de Tarouca e Marqueses de Penalva.
De notar que o primeiro Conde de Tarouca era irmão de D. Henrique de Meneses, Conde de Valença, etc, sendo ambos netos do célebre D. Pedro de Meneses, primeiro capitão de Ceuta após a sua conquista no ano 1415.
De realçar que a Casa de Tarouca é mais tarde designada por casa de Penalva, teve durante os séculos XVI e XVII uma das menos regulares linhas de sucessão da alta nobreza portuguesa da época.
O conde de Arouca doou o priorado a um membro da família real chamado o infante D. Luís que no ano 1528 se intitulou por grão-prior. No ano de 1551 o rei para evitar futuros protestos consegue do Papa Júlio III a bula pontifícia no qual Dom António filho legítimo do infante fosse nomeado sucessor do seu pai. No ano 1793 Maria consegue do Papa a independência do grão-mestrado de Malta e poucos anos depois o mesmo Papa decretou por bula, sendo assim, o grão-priorado de Portugal ficaria isento de qualquer interferência de Malta como também o seu lado espiritual dependeria exclusivamente da Santa Sé. No ano 1834 perante este contexto histórico Pedro e Miguel I foram nomeados a grão-priores do Crato originando a extinção da ordem além dos bens serem incorporados na Fazenda Pública.
Christopher Brandão 2015
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