O aperto de mão submisso determina o oposto do aperto de mão
dominante no qual o indivíduo oferece a palma da sua mão orientada para cima
criando assim um poder simbólico ao outro sujeito, que orienta a posição da mão
por cima da mesma, na mesma forma que um canídeo expõe a sua garganta a um canídeo
de maior porte.
Este gesto comportamental poderá ser eficaz se quisermos dar
à outra pessoa o controlo da situação onde prevalece determinados
constrangimentos ou conflitos.
O aperto de mão orientado com a palma da mão para cima
define no sujeito um comportamento submisso e condicionado a determinadas circunstâncias.
Numa situação em que o indivíduo sofra de artrite nos dedos
poderá obrigá-lo a executar um simples aperto de mão flácido atendo à sua
patologia irá provavelmente orientar a sua palma da mão para uma situação mais
submissa. Determinadas profissões protegem as suas mãos, nomeadamente a dos
artistas, dos desportistas, dos músicos etc. Poderão igualmente realizar
apertos de mãos fracos dando a noção de serem pessoas submissas enquanto não o
são.
Em situações onde existem duas pessoas dominantes um aperto
de mão tem lugar a uma luta simbólica pelo poder, no qual cada uma delas tenta
rodar a palma da mão da outra pessoa para uma posição mais submissa. Perante este
quadro situacional verifica-se um aperto de mão equitativo no qual ambas as
palmas das mãos permanecem numa posição de verticalidade criando a sensação de
igualdade de oportunidades e respeito mútuo a ambos, em que não se encontram
preparados para ceder um determinado comportamento de submissão ao outro.
Existem estratégias adequadas para criar sintonia num aperto
de mão, nomeadamente, em primeiro lugar devemos assegurar que a palma da mão do
individuo deve- se encontrar associado à palma da mão da outra pessoa que se
encontram numa posição vertical, de modo haja um comportamento neutral, em que
nenhuma pessoa seja dominante nem submissa. Posteriormente a aplicação da mesma
pressão de força exercida para quem recebe, de forma haja uma certa firmeza
equitativa do mesmo registo de pressão no aperto de mão do seu oponente.
Em situações grupais provavelmente o individuo irá realizar
diversos ajustamentos angulares com a intensidade necessária para criar a
sinergia com todos, de forma a ficar em igualdade circunstâncias com os
respetivos intervenientes. Devemos ter em conta à proporcionalidade da força em
ser diferente em ambos os sexos, atendendo que a mão masculina exerce o dobro
da força da mão feminina no qual a ação gestual masculina deverá ser realizada
com menos intensidade.
O aperto de mão evoluiu no sentido de se transformar num
gesto de saudação ou de despedida para além ser utilizado para selar um acordo
ou um contrato, necessita ser harmonioso, amigável e positivo.
A palma da mão orientada para baixo poderá ser considerada
um gesto mais agressivo originário da reminiscência da saudação nazi atendendo
que provoca poucas oportunidades em estabelecer um relacionamento equitativo
para ambas as partes. Perante este quadro situacional definimos os apertos de mão
que se apresentam por um determinado comportamento autoritário do individuo
sempre que se inicia a sua ação com o membro superior rígido orientando a palma
da mão para baixo, de forma a exercer uma força ao individuo recetor da sua
energia dominante que por sua vez se encontra numa posição submissa.
Na eventualidade de um individuo receber um aperto de mão
dominante vai ser difícil rodar-lhe a palma da mão para cima no sentido orientá-la
para uma posição equitativa para ambas as partes. Para contrariar esta situação
o individuo deve iniciar com o pé esquerdo enquanto estende o membro superior
deve executar o gesto do aperto de mão. Este quadro situacional exige um certo
treino atendendo que avançar com o membro inferior direito é considerado uma
posição natural para grande maioria das pessoas que executam um aperto de mão
com a mão direita. De seguida avançar com o membro inferior direito atravessando
à frente da outra pessoa de forma a penetrar no seu espaço intimo. Por fim
juntar o membro inferior esquerdo ao membro inferior direito a fim de completar
a manobra do aperto de mão com a respetiva pessoa em causa.
Esta estratégia permite ajustar o aperto de mão ou chega
mesmo a transformá-lo numa posição mais submissa. Transmite a sensação de que
está a atravessar à frente do seu oponente o que é equivalente a uma vitória
conquistada por um desafio de braço de ferro, o que lhe permite igualmente assumir
o controlo por invasão de espaço pessoal pertencente à outra pessoa.
Podemos concluir que uma pessoa submissa realizará gestos
mais enfraquecidos enquanto uma pessoa dominante realizará gestos mais
afirmativos.
Christopher Brandão 2015
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