A Ordem de Malta ou Cavaleiros Hospitalários oficialmente designada por Ordem Soberana e Militar Hospitalária de São João de Jerusalém, de Rodes e de Malta é considerada uma ordem internacional católica originária a partir de uma ordem Beneditina fundada no século XI na Palestina durante as tropas Cruzadas, mas que rapidamente transformou-se numa ordem militar cristã formada por uma congregação de regras próprias e específicas objetivadas numa missão de exercer, assistir e proteger os peregrinos com caridade.
O seu nome completo e oficial é Ordem Soberana e Militar Hospitalária de São João de Jerusalém, de Rodes e de Malta, ou, em italiano, Sovrano Militare Ordine Ospedaliero di San Giovanni di Gerusalemme di Rodi e di Malta. Convencionalmente é também conhecida como Cavaleiros Hospitalários ou Ordem de Malta possuidora de um número de conventos e associações espalhados por todo o mundo.
Tendo como referência o Padroeiro São João Esmoler considerado um santo cristão pertencente às famílias nobres originárias da ilha de Chipre. Foi patriarca da Alexandria e ficou famoso pela sua santidade e caridade. É o padroeiro da Ordem de São João de Jerusalém que mais tarde foi convertida na Ordem dos Cavaleiros de Malta.
Conta-se numa linda história de uma linda mulher que apareceu ao Padroeiro são João Esmoler representando um papel de Caridade lhe disse : "Eu sou a filha mais velha do Senhor Rei, se você for meu amigo eu o levarei a Ele". Assim foi, o santo padroeiro seguiu sistematicamente uma filosofia de esmola definida por uma doação de esmolas a quem necessitava até à sua morte. Neste contexto é mais abençoado dar do que receber, segundo o santo padroeiro ninguém era insignificante para não ter a sua atenção, além disso proibiu a todos que trabalhavam para ele que recebessem presentes, porque considerava ser um ato de suborno e de corrupção na sua diocese.
Na iconografia cristã este santo apresenta-se por uma carteira ou com um rosário nas suas próprias mãos e algumas vezes é mostrado a dar esmolas a um aleijado.
As suas relíquias foram levadas para Constantinopla e lá permaneceram até que o Imperador as presenteou perante ao rei da Hungria que posteriormente foram levadas para Tall próximo de Bratislava. No ano de 1632 foram trasladadas para um santuário localizada na Catedral de Pressburg onde se encontra atualmente.
Face às constantes derrotas pelas cruzadas que obrigou à perda de territórios na Palestina, no qual a ordem passou a operar a partir da ilha de Rodes onde era soberana, e mais tarde por Malta em que foi considerado um estado vassalo pertencente ao reino da Sicília.
Na heráldica eclesiástica referente à Igreja Católica Romana, a Ordem de Malta é única cuja insígnia pode ser exibida num brasão de armas clerical no qual os seus Leigos não possuem nenhuma restrição. Sendo a outra Ordem denominada por Santo Sepulcro, na sequência da destruição de Jerusalém em 70 d.C.
Entre os anos 129 a 130 o imperador romano Adriano visitou a cidade Jerusalém ordenando a sua reconstrução segundo um modelo baseado numa cidade pagã chamada Élia Capitolina para que o local fosse identificado com uma sepultura de Jesus coberta com terra de forma fosse construído um templo dedicado a Vénus.
No ano 313, o imperador Constantino decretou o édito de tolerância com os cristãos ou Édito de Milão, o que implicou um fim trágico nas perseguições. No ano 326 sua mãe Helena visitou Jerusalém com o objetivo de procurar locais associados aos últimos dias de Jesus. Em Jerusalém identificou o local da crucificação denominada pelo rochedo de Gólgota nome dado à colina onde jesus cristo foi crucificado em que a tumba mais próxima era conhecida como Anastasis, palavra em grego que significa ressurreição. O imperador decidiu construir um santuário apropriado no local denominada pela Igreja do Santo Sepulcro substituindo o templo de Adriano dedicado a Vénus. Os arquitetos inspiraram-se na Basílica para a construção de um edifício tipicamente romano utilizado como local de encontro de indivíduos, de comércio e de administração judicial, excluindo assim as estruturas religiosas pagãs.
No ano 614, a igreja de Constantino foi gravemente danificada durante um incêndio ocorrido durante a invasão dos persas sassânidas que roubaram os tesouros da igreja, restando apenas algum espólio. A basílica foi reconstruída mais tarde pelos Bizantinos durante a reconquista da cidade pelo imperador Heráclito.
No ano 638, a cidade de Jerusalém, assim como toda a Palestina passou para as mãos dos muçulmanos. Os primeiros líderes muçulmanos de Jerusalém revelaram-se tolerantes ao cristianismo. No ano 966, as portas e o telhado da igreja foram queimadas durante um motim. No ano 1009, o califa fatimita Al-Hakim ordenou a destruição de todas as igrejas de Jerusalém, incluindo a do Santo Sepulcro, restando somente os pilares estruturais da igreja pertencente à era Constantina que por sua vez sobreviveu à destruição do santo sepulcro. A notícia da sua destruição foi um dos fatores que originou o movimento das Cruzadas.
Diversas negociações entre os Fatímidas e o Império Bizantino datadas entre os anos de 1027 a 1028, no qual foi realizado um acordo pelo novo califa Ali az-Zahir filho de Al-Hakim que concordou com a reconstrução da Igreja. No ano 1048 a reconstrução foi finalmente concluída com o financiamento da despesa à responsabilidade do imperador Constantino IX Monômaco e Nicéforo, patriarca de Jerusalém. No ano 1099, as cruzadas conquistaram Jerusalém e tomaram posse dessa igreja que permaneceu até aos dias de hoje. No ano 1149 a nova igreja foi consagrada e debaixo desta encontra-se uma cripta de Santa Helena, local onde a mãe de Constantino afirmou ter encontrado a verdadeira cruz onde provavelmente teria sido Jesus cristo crucificado.
No ano 1187 com o regresso de Jerusalém ao domínio islâmico, Saladino proibiu a destruição de qualquer edifício religioso associado ao cristianismo. No século XIV, o local começou a ser administrado por monges católicos e por monges ortodoxos gregos.
No século XVIII, procedeu-se à reparação da cúpula da Igreja do Santo Sepulcro. No ano 1808, um incêndio danificou o local e no ano 1810 iniciou-se a sua restauração. Entre os anos 1863 a 1868 novos restauros ocorreram. No ano 1927 Jerusalém sofreu um abalo sísmico que causou graves estragos à estrutura da própria Igreja.
Considerada uma das mais antigas Repúblicas marítimas, Amalfi, desenvolveu um intenso intercâmbio de trocas comerciais e diplomáticas com o Império Bizantino e com a nação do Egito. Os mercadores amalfitanos conquistaram aos árabes o monopólio do comércio mediterrâneo no século X, criando assim uma base mercantil localizada na Itália meridional essencial para o desenvolvimento das rotas do tráfico marítimo para o Médio Oriente. A grandeza de Amalfi apresenta-se por importantes testemunhos nos quais se destacam as "Tábuas Amalfitanas" (Tavole Amalfitane) detentoras de um código que reunia as normas do direito marítimo válidas para toda a era pertencente à Idade Média. No ano 1137 era considerada uma potência marítima, foi saqueada pelos Pisanos, além de sofrer enormes catástrofes naturais derivadas de grandes inundações foi por fim anexada pelo Reino da Sicília. Por volta do ano 1099, alguns mercadores de Amalfi fundaram em Jerusalém uma casa religiosa para recolha de peregrinos sob as ordens de S.Bento e com orientação de Santa Maria Latina. Após a sua conquista pelos normandos, Amalfi iniciou um período de decadência sendo substituída por Nápoles que se tornou mais tarde uma enorme potência mercantil.
Anos mais tarde construíram junto dela um hospital que recebeu Godofredo de Bulhão nascido no ano de 1060 no condado de Bolonha, parte do Sacro Império Romano Germânico, em Bolonha- sobre- o- Mar localizado geograficamente em França ou em Baisy cidade da atual província do Brabante Valão localizado na Bélgica. Descendente de Carlos Magno, era filho do conde Eustácio II de Bolonha com a Santa Ida da Lorena, filha de Godofredo o Barbudo, duque da Baixa Lorena e conde de Verdun. Os seus irmãos foram Eustácio III de Bolonha e Balduíno I. O facto de ter sido o segundo filho determinou o seu futuro na Idade Média devido ao filho primogénito ser o mais velho, neste caso, o seu irmão Eustácio herdou toda a fortuna.
A sua oportunidade surgiu pelo seu tio materno Godofredo de Corcunda a quem o instruiu sobre a cavalaria no seu castelo de Bulhão; e quando foi assassinado não deixou descendência, nomeando-o para seu herdeiro e sucessor do Ducado da Baixa Lorena. Este território tinha um papel geopolítico fundamental para a época, uma vez que ficava no limiar da fronteira pertencente ao reino da França com o Sacro Império.
A Baixa Lorena era tão importante que o futuro imperador Henrique IV(1084-1105) , rei da Germânia decidiu ceder este domínio ao seu filho Conrado II de Itália em 1076, e deixar a Godofredo apenas o ducado do Bulhão e a Marca da Antuérpia, como prova da sua lealdade em ter participado em batalhas realizadas em Itália auxiliando na conquista da cidade de Roma pertencente ao papado pelo imperador.
O jovem nobre serviu Henrique IV, apoiando-o contra o Papa Gregório VII, lutando ao seu lado contra as forças do seu rival Rodolfo da Suábia.
No ano 1057, Rodolfo aproveitou-se da inferioridade de Henrique IV, rei dos romanos, e sequestrou a sua irmã Matilde. Este por sua vez pediu e recebeu a mão de Matilde em casamento, assim como o Ducado da Suábia associado à administração do Reino da Borgonha. Foi duplamente cunhado de Henrique IV e inicialmente apoiou-o nas campanhas que o ajudaram na conquista da Turíngia e da Saxônia tendo uma enorme influência na primeira batalha de Langensalza contra os insurgentes. Todavia com o estopim derivado pela questão das investiduras associadas à excomunhão de Henrique, Rodolfo reuniu-se com os diversos membros da nobreza de forma escolher a estratégia mais adequada à situação decorrente. No ano de 1077, embora a excomunhão do imperador tenha sido suspensa, os rebeldes continuaram com seu plano estratégico. Em Forchheim, Rodolfo foi eleito contra o rei no qual prometeu respeitar o conceito eleitoral da monarquia demonstrando a sua vontade em ser um subserviente fiel ao Papa.
Em maio foi coroado por Sigefredo I arcebispo de Mogúncia enquanto o povo da cidade revoltava-se contra a situação foi obrigado a fugir para a Saxônia. Perante este quadro situacional problemático, uma vez que a Saxônia se encontrava separada do seu ducado da Suábia pelas terras do rei decidiu doar a Suábia a seu filho Bertoldo de forma tentar retificar a sua situação estratégica que não foi suficiente naquela época quando decidiu cercar a cidade Wurtzburgo. Durante o mês de maio ficou privado da Suábia por Ulm enquanto Henrique cedia o seu ducado a Frederico de Büren o primeiro governante Hohenstaufen. Provavelmente antes de ser duque, Frederico foi conde e durante os anos que se manteve à frente do seu condado aumentou o seu poder totalitário. Mandou construir na montanha de Hohenstaufen um castelo com a missão de ser o centro da sua dinastia. Assim o Castelo manteve a dinastia e diversificou para Staufen. Deu igualmente início à transformação de um castelo em Lorch para um mosteiro beneditino que foi privado da sua própria Dinastia.
Nesta altura o território dos Staufen era pequeno porque controlava os territórios de Hildegarda na Alsácia junto à montanha Hohenstaufen e em Schlettstadt o Castelo de Hochkönigsburge com pouco território próximo de Heganau.
A Batalha de Mellrichstadt, a 7 de agosto do ano 1078, não foi favorável, atendendo que Rodolfo encontrou dificuldades em convencer os saxões a lutarem para além das suas fronteiras que por sua vez o consideravam como um sulista pouco confiável. Perante a relutância do Papa em reconhecer a sua causa sentiu-se frustrado e para ganhar e manter os seus aliados sentiu-se obrigado a doar enormes quantidades de terras à coroa, assim como à Igreja e aos seus fiéis seguidores.
Todavia, no ano 1080 a Batalha de Flarchheim a 27 de janeiro, foi-lhe favorável e a 7 de março do ano 1080, o Papa finalmente excomungou novamente Henrique e reconheceu Rodolfo como rei.
Mais tarde o seu exército encontrou-se com os exércitos de Henrique próximo do rio Elster onde se concretizou um combate no dia 14 de outubro do ano 1080 o que seria uma grande vitória aos oponentes de Henrique, porém Rodolfo teve a infelicidade de ter a sua mão direita decepada e foi ferido no abdômen. Retirou-se para as proximidades de Merseburgo, onde morreu no dia seguinte no qual o seu corpo foi sepultado na catedral com o nome da própria cidade.
Ao mesmo tempo, Godofredo lutava para manter o controlo sobre as terras que lhe restaram contra a viúva do seu tio, Matilde da Toscana que por sua vez contestava a legitimidade desta herança.
A Condessa de Toscana era filha do Marquês Bonifácio da Toscana e Beatrice, filha de Frederico de Lorraine; nascera em 1046 e morreu em 24 de julho de 1114. No ano de 1053 seu pai foi morto. Duke Gottfried de Lorraine foi um adversário do imperador Henrique III no qual foi para a Itália casar-se com a viúva Beatriz.
Matilde de Canossa (latim: Mathildis, Mantua 1046 - Bondeno di Roncore 24 de julho do ano 1115), também conhecida por Condessa Matilda da Toscana, foi uma nobre italiana, que se destacou como sendo a maior aliada do Papa Gregório VII durante a investidura que participou na mediação do conflito entre o Papa e Henrique IV em Canossa chamado Paseo.
A grande condessa Matilde de Canossa, também duquesa, marquesa e rainha medieval, era uma poderosa senhora feudal e uma das mulheres mais influentes da Idade Média que intreviu com as suas ações políticas e militares. Domina todos os italianos que se encontram geograficamente a norte dos territórios pertencentes à igreja unida. No ano 1076 assumiu um vasto território onde incluía a Lombardia, a Emilia-Romagna e Toscana cujo seu centro administrativo situava-se em Canossa.
Matilde de Canossa, filha do marquês Bonifácio III da Toscana e Beatrice de Lorena, filha de Frederick, duque de Lorena superior, casou-se no ano 1071 com Godofredo o Corcunda IV, duque da Baixa Lorena, que morreu em 1076. No ano 1089 promove Guelfo IV a duque da Baviera. Guelph foi o primeiro membro da família de Guelph a pertencer à família deste. Foi filho de Alberto Azzo II e sua esposa Cunegundes de Altdorf. Quando seu tio materno, o Duque de Carinthia Guelph (conhecido como Guelph III), morreu sem filhos, seu sobrinho herdou sua propriedade Ethelinda, mais tarde casou-se com a filha de Otto II de Northeim, Duque da Baviera. Embora seu pai continua a perseguir os interesses do Papa ao lado de Guelph Imperador Henrique IV.
Otto II, seu sogro, que tinha interesses na saxónia temia a redução do poder do ducado localizado na Baviera. No ano 1070 foi acusado de conspiração contra o imperador no qual foi privado do título de duque e fez um ato de submissão em 1071, sendo reintegrado apenas os seus bens pessoais.
Na verdade, o Ducado da Baviera foi aprovada em Guelph que depois do seu divórcio em Ethelinda, aliou-se a Henrique IV. Ele casou com Judith da Flandres (filha de Balduíno de Flandres, o barbudo e tia da esposa de William I da Inglaterra, conhecido como o conquistador, que ficou viúva no ano 1066. Do seu casamento nasceu, em 1072, Guelph que mais tarde será conhecido como Guelph V.
Durante a luta de conquista e posse, ele mudou de lado e apoiou o papa Gregório VII e em março de 1077, apoiou a eleição contra o rei Rudolf de Rheinfelder. O imperador privou-o do título, mas atendendo de ter sido ajudado pelo pai e pela nobreza bávara que foram leais com ele, foi capaz de manter os seus próprios territórios.
Quando o papa tomou consentimento da traição de Rodolfo, Guelph não poderia continuar a apoiá-lo. Em 1085 Gregório VII morreu e Guelph permaneceu ao lado do papado de modo que o seu filho Guelph V de dezessete anos casara com Matilde de Canossa vinte anos mais velha do que ele em 1089.
Quando em 1095 o jovem Guelph V divorciado obrigou que seu pai fizesse as pazes com o Imperador que recuperou o Ducado da Baviera que tinha sido previamente retirado por Henrique IV.
Após a morte de seu pai Alberto Azzo II em 1097 tentou apoderar-se de algumas propriedades no sul dos Alpes pertencentes a seu irmão Fulco, mas não teve sucesso. No ano 1101 juntou-se às cruzadas a caminho da Terra Santa morrendo durante uma viagem de regresso a Chipre.
No ano 1056 antes da morte de Henrique III, ele envia de volta para Gottfried de Lorraine, a sua esposa e enteada. Quando Matilde cresceu casou-se com seu meio-irmão Gottfried da Baixa Lorena, de quem ele se separou em 1071. Ele foi assassinado em 1076; O casal não teve filhos, mas a hipótese de muitos historiadores sugerem é que não se pode provar se o casamento havia sido consumado.
No ano 1055 Henrique III entrara pela Itália tomou Beatrice mais a sua filha Matilde como prisioneiros que as deslocalizou para a Alemanha. A jovem condessa encontra-se envolvido numa intensa turbulência de conflitos derivado aos tempos que surgiam, o que não impediu que recebesse uma boa educação e formação. Tinha grandes conhecimentos em latim derivado ao seu hobbie de leitura, além disso era profundamente religiosa e durante a sua juventude só se interessava por assuntos eclesiásticos de grande relevância.
No ano de 1071, Matilde entrou na administração direta dos seus bens que se estendia por terrenos localizados geograficamente na parte superior de Itália. Estes domínios geoestratégicos derivou em disputas eclesiásticas e políticas naquela época, atendendo à importância das transações económicas entre Alemanha e Itália realizadas em rotas de pessoas, bens e serviços que passavam por suas terras.
A 22 de abril do ano 1071 o Papa Gregório VII deu início a uma grande batalha pela independência da Igreja em defesa à sua reforma. Neste contexto, Matilde teve a coragem de ser uma verdeira aliada do papa e dos seus sucessores. Imediatamente entronizado o Papa Gregório estabeleceu relações estreitas com Matilde comprovada pela correspondência endossada, demonstra uma alta estima e simpatia do pontífice pela princesa e sua mãe Beatrice que morreu no 1076. O papa chamou de "a irmã e filha de San Pedro" (Regest., II, ix) e expressou os seus desejos na realização de uma cruzada que iria libertar os cristãos à Terra Santa (Reg., I, xi). Nos anos 1074 e 1075 Matilde e sua mãe assistiram os sínodos de Roma, à Quaresma, em que o papa estabeleceu os decretos essenciais para a reforma eclesiástica. Tanto a mãe como a filha deram favoravelmente apoio ao papa contra o rei alemão Henrique IV. No dia 7 de dezembro do ano 1074 Gregório escreveu ao monarca agradecendo a receção amigável do legado papal com a intenção de cooperar na eliminação da simonia e do concubinato no clero.
No entanto, as disputas entre Gregório e Henrique IV surgiram, sendo comprovada numa carta escrita pelo papa a Matilde a 11 de setembro do ano 1075 que reclama a inconsistência e a volatilidade do rei que aparentemente não tem nenhuma intenção de pacificar com a Santa Sé. No ano seguinte em 1076 o primeiro marido de Matilde, Gottfried de Lorena foi assassinado em Antuérpia.
Gregório escreveu ao bispo Hermann de Metz, a 25 de agosto do ano 1076 a informar que não sabia sobre o paradeiro de Matilde no qual considerava uma serva fiel a São Pedro.
Uma das resoluções do Sínodo de Worms (1707), convocado pelo imperador do ocidente Henrique IV em janeiro do ano de 1076 na cidade de Worms situada na Alemanha. O objetivo era chegar a um acordo sobre a condenação do papa Gregório VII e o sucesso de Henrique em conseguir uma conspiração que mais tarde derivou num conflito.
Dos trinta e oito bispos alemães, vinte e quatro estiveram presentes. Os defensores de Henrique incluíam Adalbero de Würzburg, William I, bispo de Utrecht, e Henrique de Verdun. O cardeal Hugh de Remiremont, que tinham cortado relações com o papa, discursou contra Gregório no concílio no qual foi considerado como deposto, enquanto Gebhard de Salzburg foi um defensor de Gregório que não se manifestou, ameaçando excomungar Henrique IV.
A maioria dos príncipes do império tomou partido contra o rei, Henrique tem a intenção de se reconciliar com o papa por isso viajou para a Itália no meio de um clima severo de estação de inverno antes de chegar à Alemanha.
Gregório já havia chegado à Lombardia, e aconselhado pelas informações de Matilde deslocou-se para o seu forte localizado nas montanhas de Canossa, por motivos de segurança. O rei excomungado pediu à mãe de Matilde apoio entreposto ao abade Hugh de Cluny filho de Damásio de Semur (ca. 995 — 1048), barão de Semur, senhor do Castelo de Semur-en-Brionnais na comuna francesa de Semur-en-Brionnais em Saône-et-Loire e de Aremberga da Borgonha. Ele construiu a terceira igreja da abadia em Cluny, considerada a maior estrutura da Europa por muitos anos, com recursos doados por Fernando I. Hugo foi também o impulsionador que moveu o movimento monástico Cluníaco durante o final do quarto do século XI, fundando priorados por todo o sul da França e no norte de Espanha. A relação de Hugo com Fernando I e com Afonso VI do Reino de Leão e Castela determinou a sua influência sobre o papa Urbano II, que tinha sido prior na Abadia de Cluny submisso a Hugo fez dele um dos mais importantes e poderosos homens do final do século XI. Henrique IV como padrinho teve um papel de mediador durante o conflito entre o papa Gregório VII e o imperador.
Desde do ano 1049 Hugo de Cluny foi o sexto abade de Cluny até à sua morte. Foi uma das figuras mais marcantes do seu tempo, vindo a ser canonizado mais tarde pela Igreja Católica. Aos 16 anos foi-lhe concedido um ofício de abade superior e aos 25 anos iniciou a sua governação e durante 62 anos serviu nove Papas, foi conselheiro de imperadores, reis, bispos e superiores religiosos .
No ano de 910 foi recebido na abadia por Santo Odilon na sua propriedade localizada nos arredores da pequena Cluny (Saône-et-Loire, França), na companhia de São Bernon, Guilherme o Piedoso, Duque da Aquitânia, fundava a abadia que teria um papel preponderante na reforma religiosa daquela época. Contudo a sua fundação é atribuída a Santo Odon que foi o religioso designado por São Bernon por levar a obra avante através da seleção e formação dos seus discípulos. Por mais de um século, Cluny continuaria a ser dirigida por uma linhagem de discípulos. Este começou com seu sucessor direto, Beato Aimar, substituído por São Maiolo, seguindo posteriormente por Santo Odilon, talvez tenha sido o maior de todos Santos que levou Cluny ao seu apogeu.
O Santo Odilon foi o terceiro sucessor e fundador que se considera pela expressão: “encarnação viva, no seio da Igreja, daquele espírito de reforma que o fez um dos homens mais ilustres do milênio”.
A vida de Santo Odilon foi escrita por São Pedro Damião, Cardeal e Bispo de Óstia, a pedido de Santo Hugo, sucessor de Santo Odilon no governo de Cluny. Portanto, é um Santo que escreveu a vida de outro. O monge de Cluny conviveu muito tempo com Santo Odilon, acompanhando-o em diversas e inúmeras viagens.
Cluny era descendente de uma família de duques de Borgonha e parente próximo do conde D. Henrique de Portucale que por sua vez intercedeu por ele perante o papa. A favor do papa fizeram oposição ao rei Henrique em Canossa que posteriormente enfrentou a sua culpa com penitência pública.
Após a reunião, o pontífice no sentido de precaver e manter a segurança de Matilde acompanhou-a por um agrupamento de homens armados, pois temia uma emboscada preferiu voltar para Canossa atendendo à informação de um boato de que Wibert Arcebispo de Ravenna era opositor de Gregório. Matilde doa os seus bens a Radicofani Ceperano e à Igreja de Roma.
Surge novas hostilidades entre Henrique e Gregório na qual Matilde foi constantemente apoiando com sua lealdade ao pontífice, doando dinheiro e soldados. No lugar onde se sentia segura era no mosteiro de Canossa onde geria a sua riqueza. Enviou a Gregório ouro dando uma contribuição para a guerra contra o Henrique setecentos libras em vegetais e libras. Em 1082, Henrique retirou-se das terras de Romagna Lombardia, e tentou alcançar as terras de Matilde em Toscana. No entanto, a condessa permaneceu inabalável relativamente ao seu apoio a Gregório. Foi confirmado esta posição pelo seu confessor, Anselmo bispo de Lucca.
A Condessa apoiou os sucessores do papa em favor da liberdade da Igreja. Em 1087 após a coroação do papa Victor III, Wibert foi contra o papa em Roma no qual Matilde deslocou-se para Roma com seu exército ocupando o castelo de San Angelo e parte da cidade. No entanto, com as ameaças do imperador de Roma foi obrigada a abandonar a cidade enquanto o papa foi obrigado a fugir.
Em 1089 por vontade do Papa Urbano II Matilde casou-se com o jovem duque Welf da Baviera. Deste modo consegue obter um poderoso aliado protetor e defensor o papa . No ano 1090, Henrique IV voltou para a Itália para atacar Matilde a quem tinha sido privado das suas posses em Lorraine. Em 1091 por traição conquistou Mantua o principal território da nobre condessa além de se apoderar de vários castelos. Embora os vassalos da condessa apressaram-se em estabelecer as condições de paz com o Imperador, Matilde novamente prometeu fidelidade à causa do papa e continuou a guerra a seu favor.
O exército de Henrique foram derrotados antes de Canossa. Welf V Duque da Baviera que casara com a Condessa Matilda da Toscana, morreu sem filhos, deixando os seus domínios, incluindo sua viúva Toscana, Ferrara, Modena, Reggio, o que teria um papel importante nos conflitos. Desde que Welves aliou-se ao Papa tornou-se um dos seus defensores tornando-se conhecido na Itália como "guelfos”.
Entre os anos 1120 e 1126 o Duque da Baviera e o seu filho Henrique o orgulhoso e também da Saxónia Conrad III do Hohenstaufen eram candidatos ao trono pertencente ao Sacro Império Romano. Ele não conseguiu ser eleito, no entanto temia-se pelo resto dos príncipes em que Conrad III foram despossuídos dos seus ducados.
No ano 1142 Henrique o Leão recuperou os dois ducados de seu pai na Saxônia e na Baviera no ano 1156. No ano 1158 ele casou com Matilde (1156 - 1189), filha de Henrique II da Inglaterra e Eleanor de Aquitânia, e irmã de Ricardo Coração de Leão. No ano 1176 foram despojados dos seus ducados após a Batalha de Legnano pelo imperador Frederico Barbarossa, não são conhecidos a certeza do local e da data de nascimento. É certo que ele nasceu no castelo de Waiblingen, na primeira metade dos anos vinte do século XII, no qual os seus pressupostos variam entre os anos 1118 e 1125. Seu pai, que tinha o mesmo nome, foi duque Frederico II da Suábia. A mãe de Frederick era Judith de Baviera, irmã do duque da Baviera e da saxónia e do Marquês de Toscana, Henry o orgulhoso e Príncipe de Guelph, pertencente à dinastia rival de Guelph, cujo nome deriva da festa dos guelfos em Itália. Federico representa um dos principais constituintes do Império através de uma candidatura aceitável à coroa, por possuir descendência pela linha materna e também possuir ligações com a Casa de Guelph.
Em 1147 Frederico sucedeu a seu pai como Frederico III do título de Duque de Suábia, e no mesmo ano ele se juntou a seu tio Conrad III Imperador do Sacro Império Romano, que liderou a segunda Cruzada em conjunto com o rei da França, Luís VII. A cruzada terminou com o abandono ao cerco de Damasco no dia 28 de julho do ano 1148.
A crise que se seguiu à morte de Henrique V foi incapaz de garantir a permanente sucessão da dinastia ao trono da Alemanha que por sua vez passou por uma uma eleição geral derivada da morte de Conrad III. Não houve disputa, como das outras vezes para a eleição do rei da Alemanha entre os dois principais clãs do reino que por sua vez foi resolvido a 4 de março do ano 1152 em Frankfurt graças a um compromisso com o primo de Frederico, duque de Saxónia Henrique Leão, de Guelph, um dos principais pretendentes ao trono, deu em promessa a soberania sobre Bavaria . O rei da Alemanha foi eleito Frederico III da Suábia que tomou o nome do rei Frederico I foi coroado em Aachen a 9 de Março do ano 1152 com a idade de trinta anos.
Frederico imediatamente mostrou-se em querer fortalecer a autoridade imperial, e em março de 1153 apelou a uma dieta em Constance em que também participaram os embaixadores Papa Eugênio III (1145 - 53). Federico manifestou a convicção de que o poder político e espiritual poderiam trabalhar em conjunto e em pé de igualdade, no qual reafirmou os seus direitos sobre a nomeação dos bispos alemães, mas ao mesmo tempo garantiu que respeitaria o prestígio e o poder da igreja em troca de uma promessa de ser coroado imperador. Além disso foi decidido que nenhum território da península italiana era para ser vendido para Manuel I Comnenus , o Imperador reivindicou os seus territórios através de outros príncipes do Império, e em 1180 foi exiliado na corte de seu pai Henrique II na Normandia. Três anos mais tarde, ele regressou à Alemanha como duque da Saxônia numa parte do território. Morreu no ano 1195 no Ducado de Brunswick-Luneburg . Matilde prestou homenagem ao rei alemão Henrique V, quando ele entrou na Itália por volta da estação do Outono do ano 1110.
No seu regresso ele parou por três dias para ver Matilde Toscana no qual demostrou um grande respeito dando um cargo imperial de vice-regente em Ligúria. No ano 1112, ela voltou a doar bens à igreja romana realizada no ano 1077. Após a sua morte no ano 1115 foi enterrada na abadia de São Bento Polirone em San Benedetto Po, mas no ano de 1633, de acordo com o Papa Urbano VIII, os seus restos mortais foram transferidos para Castel Sant'Angelo, em Roma. Finalmente no ano de 1645 surge um novo movimento que transfere os seus restos mortais foram para Basílica de São Pedro localizada no Vaticano por um túmulo esculpido por Bernini. Apenas se encontram sepultados na Basílica duas pessoas do sexo feminino que são a condessa Matilde e a rainha Cristina da Suécia.
No ano 1116 Henrique foi para a Itália e tomou as suas terras não só para dar o que tinha sido imperial, mas também as suas áreas circundantes.
A Igreja Romana estabeleceu o seu direito legítimo à terra em herança. Uma longa disputa sobre os domínios de Matilde surgiu. No ano 1133 resultou num compromisso entre Inocêncio II e III Lotário. O imperador e Duque Henrique da Saxónia tomou as terras de Matilde pagando uma renda anual de 100 libras de prata. O duque fez o juramento ao papa que após a sua morte os bens de Matilde fossem novamente retomados pela Igreja Romana.
Passado algum tempo continuaram as disputas pelas terras que são mencionadas nos acordos entre os diferentes papas e imperadores do século XII.
No ano 1213 o imperador Frederico II reconheceu o direito da Igreja romana sobre os bens de Matilde. Também houve outras tentativas de lhe tomarem parte das suas terras por conflitos auxiliado pelos seus dois irmãos. Em 1087 após um longo período de lutas, e depois de provar quem era o verdadeiro súbdito leal a Henrique IV, este finalmente atribuiu-lhe o Ducado pertencente à Baixa Lorena, mas manteve-se como um nobre sem menor influência. Deixaria a Europa para posteriormente ser criada as cruzadas, as doações asseguraram-lhe a sua própria existência, desligando-se da igreja de Santa Maria e passou a formar a congregação especial sob a designação de São João Baptista.
No ano 1113, o Papa nomeou-o na congregação sob o título de São João, e deu-lhe liberdade própria ao nível da sua gestão. Em 1120, o francês Raymond du Puy (c. 1080 - 1160 ) foi o segundo Grão-Mestre de Jerusalém também conhecida por Ordem do Hospitalar ou Ordem de S. João de Rodes . Foi o primeiro a receber este título sob o seu governo foram publicados os primeiros estatutos da Ordem no qual os seus membros foram divididos de acordo com suas funções, com base nas três classes que permaneciam na Idade Média:
- Combatentes.
- Capelães.
- Trabalhadores.
Também durante a sua administração adotou a cruz de duas pontas considerado um símbolo da Ordem de Malta. No ano 1153 esteve presente no cerco de Ascalão no Egito e durante 40 anos dirigiu a ordem que fora nomeado por grão- mestre. Associou ao tratamento dos doentes o serviço militar. Após a sua morte, foi sucedido por Auger de Balben (1160-1163) que contribuiu com êxito para a paz entre Igreja da Palestina com o Estado através de um acordo estabelecido pelo Papa Alexandre III. Contra o papa Victor IV (Octavian) suportado depois pelo rei Balduíno III com a sua morte em 1162, ele impediu a sua intervenção diplomática numa guerra civil com seu irmão Amalric I. Ascendeu ao trono e no seu reinado dois sucessores tiveram lugar a criação da Ordem em Espanha. Ele morreu no ano 1162 em Jerusalém e foi enterrado sendo o seu sucessor Arnaud de Comps.
A origem da Ordem dos Hospitalários ou de São João de Jerusalém surge a partir do ano 1530, designada por Ordem de Malta que se estabeleceu na ilha do mesmo nome doada por Carlos V que governava o Sacro Império Romano-Germânico.
Era considerada uma Ordem de aristocratas que nunca teve entre os seus cavaleiros pessoas que não pertencessem à fidalguia. Atualmente, aceita também todos aqueles que tenham nobreza meramente civil. O hábito regular consistia numa túnica e num grande manto negro, no qual traziam pregadas no lado esquerdo uma cruz de ouro possuidor de um esmalte branco.
Os hospitalários tomaram parte nas Cruzadas e tinham o seu próprio hospital em Jerusalém. Mesmo depois do fim das Cruzadas a ordem continuou a desenvolver as suas ações enfrentando o Império Otomano em diversas batalhas, como exemplo a Batalha de Lepanto e o Cerco de Rodes.
Christopher Brandão 2015
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