quarta-feira, 5 de agosto de 2015

A origem da linguagem corporal

A maior parte dos sinais básicos de comunicação são idênticos e universais. O estado de alma dos indivíduos poderá traduzir emoções de felicidade expressas pelo sorriso. O sentimento de zanga em seres humanos apresenta-se pelo franzir do sobrolho ou ostentar um olhar traduzido por uma expressão carrancuda. Acenar a cabeça é universalmente aceite como um sim em situações de confirmação de afirmações.
O abaixamento da cabeça poderá ser interpretado de diversas formas em diferentes culturas por exemplo a submissão a uma ordem, uma vassalagem a um senhorio, um cumprimento nobre, etc. A negação traduz um movimento lateral da cabeça para um lado e depois para o outro poderá ser interpretado como uma negação universal aprendido durante a fase da infância. Em situação em que um ser humano recém-nascido já ingeriu o leite materno da sua progenitora, podemos observar o abanar da cabeça de um lado para o outro de forma impedir qualquer tentativa de amamentação ou alimento, no qual o gesto de abanar a cabeça traduz um processo comunicacional de linguagem não-verbal de expressão de discórdia ou de uma atitude de negação. Podemos concluir que o gesto de abanação da cabeça define um padrão de negação no indivíduo e provavelmente terá a sua origem na fase de amamentação de um sujeito em fase evolutiva de desenvolvimento psicomotor.
A origem evolutiva de alguns gestos poderá ser encontrada no passado evolutivo da nossa espécie animal primitiva. A expressão do sorriso por exemplo é um gesto de ameaça utilizada por diversos animais carnívoros, enquanto nos primatas é exibido como um fator de conjugação associado a outros gestos não ameaçadores de forma a demostrar a sua submissão de um determinado contexto ou ação.
Exibir os dentes e dilatar as narinas são gestos derivados de ações de luta e identificam-se como sinais primitivos utilizados por diversos primatas. A importância da expressão facial nos seres humanos revelam determinados comportamentos, por exemplo o sinal de desprezo utilizado pelos animais muitas vezes é utilizado para advertir os seus oponentes, caso contrário estes utilizarão os dentes para ações de defesa ou ataque. Curiosamente este gesto é utilizado nos seres humanos muito embora não ataquem habitualmente é utilizado na globalidade da sua dentição no seu sorriso.
A ação dilatar as narinas permite aumentar a oxigenação corporal para situações de preparação para uma luta ou fuga na situação dos primatas, indica aos seus semelhantes que necessitam de auxílio cooperativo para liderar com uma ameaça iminente. No mundo humano a expressão de desprezo traduz um comportamento manifestado pelo sentimento de raiva ou de irritação de algum ser humano que fica sujeito a uma situação de ameaça física ou emocional de uma determinada realidade.
O gesto encolher os ombros é outro exemplo comunicacional de linguagem não-verbal que traduz ao ser humano insegurança do conhecimento em causa, além da falta de compreensão comunicacional. Avaliando o gesto mencionado anteriormente podemos quantificar a sua constituição por 3 partes essenciais, palmas das mãos expostas demonstra que o individuo não tem nada a esconder, ombros arqueados de forma a proteger de um ataque a uma parte corporal sensível por exemplo, a garganta e as sobrancelhas levantadas revelam uma saudação universal de submissão.
Do mesmo modo que a linguagem verbal difere de cultura para cultura, o mesmo pode acontecer com alguns sinais e gestos pertencentes ao universo da linguagem corporal.
Um gesto padronizado numa determinada cultura poderá eventualmente ter uma interpretação clara de um significado diferenciado de outra cultura criando muitas vezes falsas interpretações que originam situações de conflito.
A interpretação do significado que apreendemos pelos sentidos da visão e audição de qualquer quadro situacional, não reflete necessariamente as atitudes reais dos indivíduos. Para os seres humanos conseguirem realizar uma leitura correta e interpretativa das situações terá de ter em conta:
- A leitura dos gestos segundo os seus agrupamentos
- A procura da incongruência
- A leitura dos gestos em contexto real
Na leitura dos gestos segundo os seus agrupamentos provavelmente poderá ser um dos erros mais graves que um ser humano inexperiente pode adquirir numa análise da linguagem corporal de outros seres humanos, se não for capaz em campo real interpretar um gesto isolado dos outros gestos em determinadas circunstâncias. Por exemplo coçar a cabeça poderá eventualmente significar um conjunto de respostas diferenciadas, desde o suor, a transpiração ofegante, a incerteza, a caspa, os piolhos, o esquecimento, a mentira dependente da interpretação de outros gestos que ocorrem simultaneamente.
Como em qualquer linguagem falada, a linguagem corporal manifesta-se simultaneamente em palavras, frases e pontuação em que cada gesto é semelhante a uma palavra individual, por exemplo o significado de uma palavra na cultura inglesa poderá ter diversos significados, como exemplo a palavra dressing inclui-se na vestimenta, num molho gastronómico, num ato de rechear uma ave, na aplicação de um tratamento de uma ferida, num fertilizante para a terra e por fim na equitação relacionada com a limpeza dos cavalos.
Só quando se insere uma palavra no meio de uma frase o seu sentido se concretiza associado a outras palavras o que muitas vezes provoca um determinado sentido ao ser humano no seu respetivo significado. Os gestos surgem conjuntamente com as frases através de agrupamentos que revelam invariavelmente um determinado perfil da verdadeira identidade do sujeito que as produz segundo determinadas manifestações de determinados comportamentos e atitudes. Um agrupamento de linguagem corporal não traduz muitas vezes a mesma identidade da linguagem verbal, simplesmente numa diferenciação dispersa ao sentido da visão de um inexperiente avaliador especialista em psicomotricidade.
O ser humano perspicaz é capaz ler a linguagem corporal e verbal de um sujeito e de as confrontar corretamente, de forma levar o individuo à sua verdadeira confissão do seu ato momentâneo, passado ou futuro.
O ato coçar a cabeça pode significar a incerteza de um sujeito, mas igualmente poderá ser um sinal de caspa. Se pretendemos realizar uma leitura correta do comportamento humano, devemos procurar sempre a chave dos agrupamentos dos gestos de forma identificar o perfil do individuo que se encontra mesmo à nossa frente. Cada um de nós executa ações e gestos padronizados que revelam os nossos estados de alma, se estamos felizes, aborrecidos, tristes, ou stressados. A ação tocar no cabelo ou enrolá-lo continuamente é um exemplo vulgar isolado, mas associados a outros gestos poderá ter um significado em que o individuo que se encontra à nossa frente é um sujeito inseguro e ansioso. As pessoas que passam a mão pelo cabelo ou pela cabeça apresentam um sentimento de remanescência da sua infância pelo afeto de um flashback da sua recordação materna que o confortava em criança.
Para comprovar o que foi mencionado anteriormente acerca da dinâmica dos agrupamentos, eis um gesto bastante comum numa avaliação crítica de que alguém pode manifestar de ter ficado pouco impressionado com que está a ouvir, como o exemplo do caso do advogado de defesa de Ex primeiro-ministro José Sócrates que se manifestou após a sua detenção através de um sinal de avaliação crítica pela apresentação de um gesto realizado com a mão no rosto com o dedo indicador a apontar para cima ao longo da bochecha enquanto o outro dedo cobre a boca e o polegar que sustenta o queixo.
Um dado suplementar que indica que este senhor advogado ouvinte alimenta pensamentos críticos relativamente aquilo que houve é o fato de apresentar os membros inferiores firmemente cruzados e o braço a atravessar o corpo numa atitude defensiva, enquanto a sua cabeça e o seu queixo se encontram ligeiramente para baixo criando uma atitude negativa e hostil. Esta frase manifesta-se numa linguagem corporal que diz não gosto o que você está a dizer, discordo com a prisão do Ex primeiro-ministro mas estou a tentar a conter os meus sentimentos negativos, pobre advogado que não sabe o que defende mas afirma que defende bem, eis uma verdadeira presunção de justiça de esconder a verdadeira verdade dos fatos libertados pela própria imprensa.
A procura da congruência traduz uma investigação de que os sinais exercem um impato superior ao processo de comunicação verbal em situações em que se confrontam dois seres humanos incongruentes especialmente do sexo feminino que se baseiam fundamentalmente na mensagem não-verbal menosprezando todo o seu conteúdo verbal.
Como exemplo, se o leitor utilizasse a palavra e fosse pedir ao ouvinte para mostrar na página anterior para que desse uma opinião sobre algo que tivesse dito e por sua vez, ele respondesse que discordava de si, os sinais de linguagem corporal manifestados por ele seriam congruentes com as suas frases verbais o que evidentemente não bateria certo com as suas ações manifestadas. Porém se ele dissesse que concordava com aquilo que o leitor dissera estaria provavelmente a mentir, pois as suas palavras e gestos seriam novamente incongruentes com as suas ações comportamentais.
Quando as palavras e a linguagem corporal de alguém entram em conflito geralmente no sexo feminino ignora aquilo que é dito por palavras mas analisam todas as ações realizadas pelo sexo masculino.
Se o leitor observar o político e Ministro Pedro Passos coelho em campanha eleitoral no púlpito, falando e discursando de forma confiante, mas com os braços firmemente cruzados sobre o tronco, define a sua imagem defensiva em que o queixo para baixo revela uma atitude crítica hostil enquanto dizia no canal da TVI no telejornal o quão recetivo é aberto às ideias jovens do público assistente, ficaria convencido? E que tal se ele tentasse convencer o leitor na sua abordagem calorosa e solidária aos seus camaradas enquanto dá curtos golpes políticos de karaté sobre os portugueses? Sigmund Freud relatou uma vez que uma paciente enquanto expressava verbalmente felicidade relativamente ao seu casamento punha e tirava de forma inconsciente a aliança de casamento do seu próprio dedo. O psicanalista apercebeu-se do significado deste gesto inconsciente e não se surpreendeu quando começaram a surgir à tona da superfície os verdadeiros problemas conjugais.
A observação dos agrupamentos de gestos e a congruência dos canais verbais e de linguagem corporal constituem a chave para interpretar corretamente as atitudes através da linguagem corporal.
A leitura dos gestos no contexto real de um sujeito sentado numa estação de camionetas com os membros superiores e inferiores cruzados e com o queixo para baixo se na eventualidade estivesse um dia de frio e de inverno, isso significaria com uma maior probabilidade que esta pessoa se encontrava com frio e não necessariamente numa oposição defensiva. Se, porém a mesma pessoa estivesse sentado à mesa com outro individuo enquanto o leitor lhe tentava vender uma ideia, um produto ou um serviço, essa postura poderia ser corretamente interpretada como um significado que a pessoa se encontrava num comportamento negativo ou de rejeição em relação à sua proposta.
Em todo este quadro situacional todos os gestos de linguagem corporal serão considerados em contexto real agrupamentos quando for possível a sua avaliação.
Poderá ser fácil um avaliador realizar uma leitura incorreta?
Alguém que dê apertos de mãos moles ou frouxos especialmente tratando de um indivíduo do sexo masculino será uma grande probabilidade de ser acusado, de ter uma personalidade fraca, mas se alguém sofrer por outro lado de artrite nas mãos é provável que use um aperto de mão mole simplesmente para evitar a dor forte e intensiva. Do mesmo modo o artista, o músico, o cirurgião e outros cuja ocupação é delicada e envolve a utilização das mãos, preferem em geral não dar apertos de mão do tipo peixe morto para proteger as suas próprias mãos. Alguém que use roupa que não lhe fique bem ou que esteja demasiado apertado poderá ser incapaz de utilizar determinados gestos, o que por sua vez pode afetar-lhe o uso da linguagem corporal. Por exemplo as pessoas obesas não conseguem cruzar as pernas. As mulheres que usam saias muito curtas sentar-se-ão com as pernas firmemente cruzadas, numa atitude de proteção, mas tal situação fá-las parecer menos abordáveis diminuindo a probabilidade de serem convidadas para dançar num salão em situação de baile.
Estas circunstâncias aplicam-se a uma minoria de seres humanos, mas é fundamental ter em conta ao efeito em que as restrições ou incapacidades psicomotoras de um indivíduo pode exercer sobre a sua motricidade comunicacional.

Christopher brandão 2015

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