quinta-feira, 30 de outubro de 2014

A Cineantropologia do Darwinismo



A Cineantropologia Evolucionista do Darwinismo
 

Charles Darwin escreveu On the Origin of Species By Means of Natural selection or The preservation of Favoured Races in The Struggle for Life (1859):«Entrevejo num futuro longínquo caminhos abertos a pesquisas ainda mais importantes. A psicologia estabelecer-se-à fortemente numa nova base, isto é, na aquisição necessariamente gradual de todas as faculdades e todas as aptidões mentais, o que fará luz sobre a origem do homem e a sua história.».
A evolução permite adaptação das diversas espécies ao seu espaço físico e geográfico. As diferenças entre as condições de vida, o clima, o alimento disponível, os predadores, traduzem-se a longo prazo em diferenças psicomorfológicas de constituição que fazem progredirem cada espécie no sentido da sua melhor estruturação ao seu espaço físico e geográfico, ao mesmo tempo torna cada vez mais distinta as espécies semelhantes que se encontram  em espaços físicos e geográficos diferenciados.
No mundo pós Darwinista visão bipartida do mundo desintegrou-se mas alguns investigadores acreditaram na sua época, a probabilidade de todos os animais e plantas fossem produto de seleção natural, no qual a espécie humana havia escapado a esse processo.
Darwin afirma numa simples definição que só os melhores e os mais fortes é que sobrevivem. Na realidade se refere ao princípio de hereditariedade para explicar a semelhança e identidade da espécie. A importância da transmissão dos genes nos primeiros segundos poderá eventualmente criar uma tal semelhança e identidade?. Para Darwin provavelmente teria sentido uma grande dificuldade para responder a esta pergunta, porém hoje, nós podemos fazê-lo, e a resposta é tão revolucionária que grande parte do princípio da hereditariedade se esvazia no princípio das causas de seleção que por sua vez poderão ter consequências sobre o futuro da população de qualquer espécie. É necessário que a diversidade dos indivíduos que  compõem uma população não sejam todos idênticos, dado que ela  opera apenas a partir da hipercomplexidade da mutação genética. Ora esta diversidade pode exercer-se entre grupos detentores de uma mutação genética quer entre indivíduos pertencentes ao mesmo grupo ou por outras palavras relacionar-se com múltiplos níveis de hipercomplexidade organizacional da espécie em causa.
Muitos filósofos que estudaram a condição humana reconheceram as humildes origens orgânicas dos seres humanos embora continuassem a sustentar que a origem da consciência humana é produto de forças metafísicas e epistemológicas. Existem autores que se expressam no produto da história da espécie humana originária a partir de uma evolução da atividade neurológica hipercomplexa e por fim há quem não aceite nenhuma atividade e interatividade dos neurónios através dos seus dentritos possam ser responsável pelo desempenho das tarefas evolutivas do nosso cérebro.
O filósofo Daniel Dennett um dos muitos estudiosos da natureza humana que utilizou os princípios Darwinistas para explicar a psicologia humana refere-se ao poder explicativo da seleção natural da espécie como um ácido universal que se estrutura através de um modelo conceptual que seja capaz explicar ao longo do seu percurso evolutivo a complexidade da inteligência pela auto-consciência humana.
 Piaget (1970) se  destaca pela analise dos processos biológicos e cognitivos através de uma tese de continuidade e dualidade associativa  entre o biológico e o cognitivo que permite uma potencialidade de  projeção em estruturas e fenómenos de ordem inferior em determinadas caraterísticas de ordem superior definidas por categorias originais.
Encontra-se no orgânico e no cognitivo uma divisão entre a especificidade e a complexidade  que se dimensiona no processo e no produto da evolução da  espécie.
 A tese geral do construtivismo baseado no existencialismo permite oscilações ascendentes do inferior para o superior e descendentes do superior para o inferior de forma a dar continuidade evolutiva à espécie humana que transforma o seu espaço natural para um espaço civizacional e epistémico não dualista.
A redução do inferior ao superior é exemplificada na perspetiva de Cuénot e de Aristóteles. Cuénot critica a atribuição da inteligência e da intencionalidade à célula germinal, salientando que o termo de inteligência designa-se por um número considerável de processos e de mecanismos cuja a significação se torna clara na sua condição unívoca.
Atendendo aos seres humanos serem considerados as criaturas mais inteligentes do planeta, os símios oferecem-nos pistas fundamentais para a construção do modelo evolutivo do cognitivo.
Charles Darwin The Descent Of Men (1871), onde ele segue os seus princípios da evolução através da seleção natural e os aplica aos humanos. O nosso corpo é um mosaico de influências evolutivas que atuaram sobre os nossos antepassados em muitas etapas da nossa história. Por exemplo a mão que agarra foi moldada nos últimos dias da existência dos dinossauros há cerca de 65 milhões de anos, a nossa posição erecta desenvolveu-se aproximadamente seis milhões de anos, o nosso cérebro atingiu o seu tamanho atual apenas há cerca de 100 000 a 200 000 anos. Ao mesmo tempo o invólucro transformou-se naquilo que para fins de classificação biológica consideramos humano. Mas não é só a nossa anatomia que é produto da evolução, a nossa sociabilidade foi a principal adaptação comportamental dos primatas por ser um produto do nosso processo evolutivo de primatas considerados os mais evoluídos. Embora a aprendizagem que nos tornou membros culturais, a nossa natureza social é uma característica tão fundamental para os primatas como a nossa ação respiratória. A globalidade dos comportamentos sociais humanos desde as relações afetivas entre mãe e filho até ao esforço cooperativo, à escolha do parceiro ou ao ciúme sexual, é influenciada por tendências evolutivas capazes de responder a situações particulares dentro de um certo espectro de reações emocionais, sentimentais e comportamentais.
Como exemplo as sobrancelhas  levantam-se quando consideramos que o comportamento é motivado pelo centrismo egocêntrico da nossa espécie humana.
O paradigma Darwinista é de importância fundamental para a eliminação das velhas perspetivas acerca do consumo da carne e do seu papel nas origens do homem para a formulação de um nova síntese evolutiva. Sem uma estrutura comparativa de base científica dimensionada na investigação direta de campo real dos animais incluindo os seres humanos ,ficaremos apenas de futuro com registros históricos encontrados ou expostos em determinados espaços fisicos naturais, urbanos e geográficos cujo o valor histórico da nossa cultura e civilização será o produto da arqueologia.

Autor- Christopher Brandão 2014 

Sem comentários:

Enviar um comentário