quarta-feira, 29 de junho de 2016

Ressuscitem William Wallace



Durante a idade média surgiu a lenda histórica de um guerreiro chamado William Wallace que foi considerado um autêntico exemplo de patriotismo escocês e que atualmente fosse ressuscitado teria uma faceta mais idealista do que sanguinária. 
Ainda criança este lendário guerreiro assistiu à morte do seu pai nas mãos do exército inglês, e por sua vez foi educado por um tio que lhe deu uma educação libertina e erudita. Depois de percorrer o mundo regressou à sua terra natal Escócia e apaixonou-se por uma jovem camponesa. Para escapar à deliberação real daquela época, de que o senhor feudal inglês tinha direito de dormir com a noiva no dia do seu casamento, segundo o direito de prima nocte que prevalecia durante aquela época. Contraíram matrimónio numa época em que os rebeldes escoceses lutavam contra o domínio do Rei inglês Eduardo I, datada nos finais do século XIII. 

Este por sua vez, assiste à morte trágica da sua mulher, ao ser assassinada por um nobre inglês, disputa uma tenebrosa vingança em que assume a liderança de um pequeno exército de camponeses, com o intuito de lutar pela independência da Escócia, com ajuda da Princesa Isabelle, nora do rei inglês, Wallace é traído pela simples covardia dos nobres líderes dos clãs escoceses, que se encontravam mais interessados em manter as suas regalias junto da coroa inglesa, do que lutar com fúria pela soberania da Escócia. Chegou mesmo a derrotar o poderoso exército inglês na Batalha de Stirling Bridge, mas fracassou devido não ter conseguido o apoio necessário da alta nobreza escocesa, é aprisionado, torturado e executado em praça pública, sem nunca renegar as suas humildes origens. 
Este breve contexto de braveheart histórico poderá dar uma explicação lógica da saída do Reino Unido da União Europeia pelo referendo. Estrategicamente os políticos realizaram uma campanha suja, manietaram a opinião pública com falsos juízes de valores, o que originou muitas dúvidas nos cidadãos menos instruídos da sociedade inglesa, que foram vítimas de um processo de insegurança duvidosa da sua estabilidade política e financeira de futuro. 

Culpabilizar a União Europeia pela entrada de refugiados e emigrantes é uma boa desculpa por parte dos políticos britânicos para justificar a sua incompetência política, de não solucionar os verdadeiros problemas reais do seu próprio país. Recordando o leitor de alguns meses atrás houve um referendo na Escócia, para determinar se valia a pena a sua independência, no qual os seus nobres cidadãos com o seu bom senso disseram que não, o que mereceu toda legitimidade por todas as nações em permanecer vinculado ao Reino Unido diretamente e indiretamente à União Europeia. Perante o atual quadro situacional e com o artigo 50 do tratado de Lisboa, podemos concluir também que os Escoceses e os Irlandeses devem ter o mesmo direito de realizar um referendo com a intenção de se libertarem indiretamente do Reino Unido para continuarem a ser automaticamente Europeus.

 A estratégia da saída do Reino Unido demonstra um princípio de uma ponta de icebergue de desagregação da União Europeia, criando assim um pressuposto, de que o país que sai da Europa sofrerá as devidas consequências económicas das suas desastrosas inconsequências políticas. Talvez perante este cenário deva surgir de futuro um novo paradigma estratégico para Europa, que seja capaz de operacionalizar um provável sistema federal mais eficaz ao nível da liderança de todos países que fazem ou que desejam realmente fazer parte da União Europeia, de forma haja uma estratégia de coesão de política unívoca integrada numa mesma linhagem de pensamento a fim de evitar a sua desagregação, os gastos desnecessários e os subsídios mal aproveitados, através da aplicação de uma fiscalização mais rigorosa e científica pelas entidades internacionais. 

Christopher Brandão, 2016

terça-feira, 28 de junho de 2016

O Síndrome De Heller na Fase Infantil



O presente artigo abordará o transtorno desintegrativo da infância designado por Síndrome de Heller que se define por um transtorno de desenvolvimento global diagnosticado durante a fase da infância. O síndrome de Heller faz parte dos transtornos do espectro autista, onde a criança vive no seu próprio mundo egocêntrico. Diferenciado do autismo, a criança desenvolve-se saudavelmente até uma certa idade para posteriormente começar a regredir, de forma a deixar de realizar as tarefas mais simples de que antes realizava. Aprende a falar com o seu nome, a rabiscar o papel e a brincar com os pais e com outras crianças, mas com a regressão isola-se de tal forma que inibe todo o seu processo de socialização com as outras pessoas, atendendo que não possui as capacidades necessárias para realizar as atividades motricomunicativas mais simples. A problemática deste tema constitui uma hipercomplexidade bastante restrita, com poucas informações sobre a doença, que na maioria das vezes é tratado como um autismo tardio. Em alguns casos, chega a ser comparado com a esquizofrenia. Mediante este quadro situacional, conclui-se que o Síndrome de Heller não é tratada com a devida importância, de forma compreendemos melhor este síndrome, merece uma pesquisa mais detalhada sobre o transtorno originário na segunda fase da infância. Foi descoberto por um austríaco Theodore Heller que em 1908 analisou 6 casos de crianças que tinham um desenvolvimento normal e começaram a regredir, devido à perda do controle intestinal, perdiam a vontade de brincar e de interagir com as outras crianças.
A semelhança entre este síndrome com o transtorno autista tem originado uma grande confusão no diagnóstico, o que determina um falso diagnóstico de autista. A deterioração pode ser súbita ou gradual ao nível psicomotor, emocional e comportamental.
O Síndrome de Heller é considerado um tipo de autismo tardio que foi descoberta 35 anos antes de descreverem pela primeira vez o autismo. Apresenta-se por um quadro situacional bem pior, atendendo que a criança não interage com outras pessoas e recusa-se a ter companhia de familiares e de outras crianças.
A regressão psicomotora é mais difícil porque a criança apresenta uma enorme agitação e confusão dos seus conceitos e ideias. No passado andava e atualmente já não anda mais, e nem sequer consegue comer sozinha, evita o contato visual com as outras pessoas, não gosta de abraços e nem de beijos, o que muitas vezes poderá refletir na sua expressão facial. Poderá realizar movimentos repentinos sem nenhum significado nem afeto, atendendo que vivem no seu próprio mundo egocêntrico.
Este Síndrome atinge a maioria das vezes o sexo masculino, no qual o diagnóstico pode ser uma tarefa bastante difícil. É realizado através de uma observação bastante cautelosa de forma não haja engano. Os primeiros sintomas observados, encontram-se relacionados com um determinado padrão de linguagem, devido à fraca capacidade de comunicação verbal da criança que por sua vez começa apresentar dificuldades em expressar os seus próprios sentimentos e emoções.
Os passos seguintes deste síndrome leva à perda de autonomia e uma diminuição gradativa do controle intestinal, até atingir uma perda total, com a diminuição do interesse pelas atividades sociais que anteriormente eram interessantes, mas que atualmente deixem de ter interesse, provocando sucessivamente um isolamento devido à perda das capacidades psicomotoras.
A criança com Síndroma de Heller passa a ter dificuldades no padrão do andar, assegurar objetos e realizar as tarefas mais simples que qualquer criança não portadora deste síndrome é capaz.
O tratamento é feito de forma multidisciplinar que inclui remédios que diminuem os efeitos secundários da doença através de transtornos de sono. Também é realizado as terapias sociais tentando a reintegração da criança no seu meio.
O efeito das fisioterapias, dos medicamentos utilizados no tratamento da Síndrome de Heller também auxiliam a criança a conseguir readaptar-se ao convívio social, mais especificamente com a sua família, além disso, estes medicamentos tem efeitos no seu desenvolvimento psicomotor perdido com a manifestação do Síndrome. As causas ainda são desconhecidas, embora a maioria dos investigadores na sua etiologia trata o Síndrome como um autismo tardio que tem origem na má formação das placas amiloides ou nas estruturas do encéfalo.
Podemos concluir que o Síndrome de Heller merece uma investigação mais avançada de um quadro irreversível da criança na sua era normal, passa a ter a sua vida revirada ao avesso, tornando-se totalmente dependente para o resto da vida de terceiros, sem nenhum processo de socialização e autonomia, nem podemos prever as suas causas reais.
O fato é que se trata de uma doença que traz muito sofrimento para as crianças e também para os pais, ao verem os seus filhos desapegados da realidade que haviam apreendido desde então.
As equipas profissionais devem dar total apoio aos pais, pois irão enfrentar uma nova fase da vida , fazendo com que eles compreendem que será difícil a fase que irão ultrapassar ,para isso terão de ter a paciência necessária para colmatar as dificuldades dos seus filhos de modo não serem tratados como indivíduos diferenciados.

Christopher Brandão, 2016

segunda-feira, 27 de junho de 2016

Da Violência ao Abandono Da Criança

No século XVI, as Ordenações Manuelinas estabeleceram uma ordem para que os Conselhos Municipais encarregassem de proteger e cuidar crianças órfãos abandonadas, com os seus próprios rendimentos. No século XVII, as Ordenações Filipinas cobravam impostos necessários para implementar lotarias com fins financeiros necessários à sustentação das crianças abandonadas. As Câmaras Municipais tornaram-se responsáveis pelo amparo das crianças sem-abrigo e sem lar, protegidas segundo a Constituição Portuguesa. A assistência tinha caráter caritativo e dependia essencialmente das pessoas que aceitassem educar crianças em situação de abandono familiar.
Nesse século XVII e XVIII, ocorriam muitos abortos e infanticídios no país que naquele tempo era considerado um grave problema social. O abandono de crianças em calçadas ou em terrenos baldios tornou-se uma moda horrenda de oportunidade fácil para os predadores. Neste contexto, as Câmaras Municipais por meio de ofícios autorizados por el rei, criou convénios com as Santas Casas de Misericórdia. A partir do século XVIII, passaram a funcionar como rodas da sorte dos crimes hediondos que eram cometidos em prol da preservação da moral e dos bons costumes, muito frequentes na sociedade daquela época. Com este novo sistema, o quadro de assistência à criança pobre transformou-se radicalmente com uma roda da sorte, uma prova de assistência aos bebês abandonados até aos sete anos de idade, encontravam-se num período educativo essencial a serem integradas nas famílias, sob tutela da Misericórdia.
A Irmandade da Misericórdia criada em Portugal em 1498, pela Rainha Dona Leonor, sob a influência do freire Miguel de Contreiras ,que por sua vez auxiliava 14 instituições de caridade, sete espirituais, com a intenção de ensinar os ignorantes a dar bons conselhos, consolar os tristes, perdoar as ofensas e suportar as deficiências do próximo, de forma pedir a Deus a clemencia necessária pelos vivos, através do perdão dos sete pecados corporais, permitiu a cura dos enfermos, para redimir os cativos de visitar os presos e por fim ajudar os pobres a sepultar os mortos como descarte da consciência. Difundida em vários países, tornou-se uma marca da colonização portuguesa antes de 1750. De inspiração religiosa, as ações desenvolvidas pela irmandade buscavam o princípio da salvação das almas, como forma de readmissão do pecado, obtendo assim uma garantia de repercussão em relação aos mais carenciados. A adoção passou a ser uma moda de manifestação de caridade cristã. Além do cuidado com a salvação da alma dos mais fracos e dos mais pobres, tinha-se a preocupação de inseri-los na sociedade, tornando-os simultaneamente úteis à sociedade e ao Estado. As crianças após atingirem os 7 anos de idade ficavam sob alçada dos juízes encarregados de encontrar famílias que os agregassem, alimentassem, vestissem e transmitissem os valores e os conhecimentos para a vida.  Os rapazes tinham a opção de serem admitidos nas oficinas como artífices, ou artesãos, já as meninas eram acolhidas pelo recolhimento de órfãs e mantidas pela Casa dos expostos, onde acumulariam um dote de casamento logo quanto fosse possível para a prática de concretização da própria cerimónia religiosa. As ações empreendidas tinham como meta a manutenção da ordem social pré-estabelecida naquela época.
Na segunda metade do século XIX foram implantadas rodas ainda no período colonial, após a sua instalação nos seus respetivos locais de funcionamento, foram propositadamente depositado grande parte das crianças ilegítimas, abandonadas e deficientes. Em primeiro lugar podemos concluir neste artigo que a salvação das almas de todos os recém-nascidos precisava ser assegurada por meio do batismo e em seguida deveriam ser-lhes oferecidas as condições necessárias para desempenharem uma profissão de prestígio, para que de futuro criasse os valores éticos morais necessários à manutenção da sociedade. A viabilização do casamento para as meninas era uma prática usual, enquanto para os meninos o investimento social por parte da igreja criava verdadeiros cristãos integrados numa tecnoestrutura profissional que  permitia um melhor encaminhamento para algum potencial ofício.

Christopher Brandão, 2016

quinta-feira, 23 de junho de 2016

O Produto Social Da Infância Abandonada

O produto social da infância abandonada identifica-se em três fases distintas de evolução:
- A primeira fase tem caráter solidário.
 - A segunda fase apresenta-se por um caráter filantrópico.
- A terceira fase é caraterizada pelo bem-estar social e psíquico da criança
Movidas pelo sentimento paternalista, a fase solidária associa-se ao período colonial até meados do século XIX, onde se inicia a assistência de crianças abandonadas e ilegítimas.
 As mudanças sociais realizadas pela assistência de origem religiosa, cujo ato de caridade era em prol da beneficência, no qual recolhiam os recém-nascidos deixados próximos das casas, das igrejas, ou de outros estabelecimentos alternativos, onde a recompensa dos benfeitores era a salvação das suas almas pecadoras.
A partir do século XVIII, as famílias ou os indivíduos pertencentes às Misericórdias, sustentavam as crianças abandonadas, e por sua vez começaram a enfrentar problemas administrativos e financeiros.
Com o liberalismo da sociedade, houve uma tendência de agir solidariamente, que foi diminuindo ao longo do tempo. Assim, surgiu a fase filantrópica na assistência às crianças pobres que passaram a depender financeiramente dos governos e que por sua vez, passou a controlá-las por meio de normas às respetivas instituições de solidariedade.
A última fase da assistência à infância abandonada surgiu no final do século XX. Os governantes no poder político introduziram o conceito do bem-estar social que passou assumir um papel de responsabilização para todos aqueles que cuidam e protegem as respetivas crianças abandonadas.
A assistência às crianças em situação de desamparo, aconteceu efetivamente com a aprovação do estatuto da criança pelo Ministério Da Justiça. Começaram a ser consideradas sujeitos com direitos por lei estabelecida no campo das políticas de assistência da população infantojuvenil que necessitasse de proteção jurídica do Estado.
A assistência infantil é passível de uma análise histórica descontínua que possibilite a sua construção demagógica. Sendo assim, os três períodos assistenciais apresentados, interessa-nos realçar a fase solidária em que se situa todo o contexto histórico. O objetivo das práticas de proteção dispensadas às crianças em situação de abandono iniciou-se na Idade Média, onde já se constatava o abandono em massa e o aborto massivo, consideradas como práticas sociais repugnáveis. Os hospitais passaram a receber e assistir crianças desamparadas. Existe uma situação histórica sucedida ao lado do Vaticano, onde existia um hospital destinado acolher os expostos a mando do Papa Inocêncio III datada entre os anos 1198 a 1216 que comoveu a comunidade daquela época, após ter conhecimento dos pescadores que haviam retirado do rio Tibre um grande número de bebês vítimas de infanticídio. A prática de abandonar os filhos não era comum entre os indígenas e os escravos, esse costume chegou aos países da América do sul por um processo de colonização realizado pelos Portugueses e Espanhóis, com enorme influência da igreja católica, quebraram as normas e os valores ético morais daquela sociedade. Assim, as relações maritais foram controladas pelos teólogos e legisladores que aplicaram diversas regras morais e leis civis de forma a propagar o sagrado casamento realizado pela igreja católica. O Concilio de Trento promulgou leis a favor do casamento, por outro lado, também reafirmaram a legitimidade do casamento como uma forma de disciplinar ou controlar os desejos carnais, embora não fosse o ideal para a santidade, casar era uma alternativa para aqueles que não conseguiam conter os seus instintos sexuais mesmo em relações aprovadas pela igreja, seriam controlados os instintos por meio do confessionário. A catequese foi o instrumento de normalização dos desvios comportamentais dos indivíduos, de forma pudesse ser interiorizada as boas condutas. O sexo deveria ter por finalidade a reprodução que justificasse os seus fins. Além disso, o casamento representava a conservação da estrutura social definida pela sociedade, o meio pelo qual os preceitos religiosos eram introduzidos nos lares entre os fiéis. 
Nesse contexto, as relações sexuais que não se encontravam dentro dos parâmetros morais instituídos pela igreja eram sancionadas na prática de crime.
 O Santo Oficio e os Tribunais Eclesiásticos solicitaram muitos processos por conta de homens e mulheres que não prosseguiam em consonância com a fé cristã sobre o tema da sexualidade, contudo o concubinato e outras relações classificadas como ilícitas que existiam em grande número na sociedade portuguesa, principalmente entre a população pobre e escrava. O custo do casamento teria sido um dos estorvos para a realização de normas que regulasse as relações conjugais, excluindo todos aqueles que não podiam pagar pela cerimónia.
A pressão exercida pelos religiosos para o enquadramento das boas condutas humanas, talvez fosse um dos fatores que levou à exposição de crianças geradas a partir de concubinato e adultério que eram práticas reprovadas socialmente, no qual, muitos bebês eram abandonados por questões éticas e morais. Entre mulheres brancas, o enjeitamento era ainda mais usual nas mulheres brancas da alta sociedade e solteiras, por terem maior sofrimento com o controle da sua moral por parte da sociedade, temendo inclusivamente pela sua própria vida. Esta tendência era menor entre os casais pobres cujos filhos significavam mão-de-obra barata para as tarefas domésticas e agrícolas. O abandono de crianças foi um fenómeno eminentemente urbano, considerado o locus horrendus da alta sociedade branca devido ao seu poder totalitário.

O meio rural é caraterizado por uma economia de subsistência das famílias numerosas pobres que se alternavam no cuidado das crianças mais jovens, para que mais tarde colaborarem nas tarefas agrícolas. As crianças não poderiam ser aproveitadas de igual maneira nos centros urbanos, pois nestes locais, a produção era exclusivamente industrial e exigia uma determinada especializacão  da mão-de-obra profissionalizada.
Christopher Brandão, 2016

quarta-feira, 22 de junho de 2016

cineantropologia: A Dimensão Violenta Da Infância

cineantropologia: A Dimensão Violenta Da Infância: A dimensão do valor da infância necessita de uma proteção primária a partir de reformas preventivas e educativas que melhor combatem a vio...

A Dimensão Violenta Da Infância



A dimensão do valor da infância necessita de uma proteção primária a partir de reformas preventivas e educativas que melhor combatem a violência infantil num determinado contexto sociológico.

As condutas comportamentais exigem condições educativas que estimulem a criança à criação de bens tangíveis necessários à sua própria defesa e autonomia.

As estratégias políticas aplicadas à construção educativa, visa à manutenção da ordem social estratificada. As ações destinadas aos processos educativos tem por objetivo criar uma determinada consciência social para a importância da sobrevivência das famílias carenciadas, educadas dentro de uma perspectiva católica, e por sua vez, são orientadas para uma dimensão de cidadania de utilidade pública. O desenvolvimento humano relativamente à fase histórica da Infância, mais especificamente nos países que foram colonizados por europeus com enorme influência católica, permitiu a constituição de uma sociedade caraterizada por desigualdades de oportunidades, que posteriormente tiveram consequências sociais no próprio contexto histórico das sociedades contemporâneas. Nesta filosofia de pensamento, o abandono e o desamparo das crianças, atualmente carateriza-se pela falta de valores éticos e morais das próprias famílias que se foram perdendo ao longo do tempo, através das revoluções sociais, industriais e tecnológicas.

Este fenómeno sociológico teve início com a escravatura durante todo o período colonial e imperial. Perante este cenário negro da história da humanidade houve após a Segunda Guerra Mundial um fenómeno designado por baby boom que permitiu uma quantidade de medidas protetoras necessárias para infância, que colmataram os problemas das crianças abandonadas ou órfãos, derivados da morte dos progenitores em situação de guerra ou então produto de violações das tropas inimigas.

O somatório dos estudos realizados na década de 1980 sobre a infância, foi possível uma maior compreensão deste quadro situacional. Atualmente o índice per capita de crianças ilegítimas foi elevado em todas as regiões do globo. Para combater as estatísticas de abandono, foram desenvolvidas políticas de assistência baseado num sistema simples de acolhimento familiar. Nos países em situação de guerra, ou de crise é difundido uma alternativa de abandono, aborto e infanticídio criando elevados riscos nos índices de natalidade.

A relação do homem com o mundo é mediatizada pelo capitalismo puro, cujos significados atravessam atualmente a sociedade, excluiu a infância por meio das más condutas de formação educativa dirigidas à sociedade em estratégias demagogicamente utilizadas pelo Estado islâmico no mundo atual. Por outro lado, o apoio prestado ao desenvolvimento da infância tem sido ultimamente utópico pela UNICEF, com aplicação de medidas de amparo a serem implantadas nos países do terceiro mundo, que mais necessitam. Nesta perspetiva histórico-cultural, o desenvolvimento resulta na apropriação das formas mais elaboradas da atividade de operacionalização ou de concretização de medidas de desenvolvimento sustentáveis que promovam a etapa da infância ao nível global para que futuramente possam remodelar a humanidade para uma fase de pacificação dos povos e das suas respetivas culturas, com regras e normas legislativas mais civilizadas, ao nível dos direitos da criança.

A conceptualização histórica da infância numa vertente de violência provavelmente poderá gerar um sistema social cada vez mais caótico ao nível de fracos valores democráticos, criando assim uma sociedade cada vez mais doentia, ao nível de luta de frações políticas mais radicalizadas, que despreza os interesses da infância em prol dos verdadeiros valores do capitalismo selvático, que no passado teve consequências sociais devido à falta de política de planeamento familiar.

O decréscimo demográfico a nível europeu, mais a falta de políticas de incentivo à natalidade e ainda acrescenta-se o colapso das instituições bancárias, e da bolsa de valores de todo o planeta, associadas à inflação das industrias petrolíferas, geram desigualdades sociais em diversas nações que se encontram cada vez mais pobres, levando ao caos dos comportamentos sociais e económicos.

O paradigma de mudança terá de compreender a tecnoestrutura familiar ao nível da sua história para uma futura transformação social de mentalidades políticas.

A humanidade atual interpreta o fenómeno da infância como um produto social, no qual as condições de desenvolvimento da cultura abrange os principais traços de uma realidade formatada ao nível de comportamentos necessários ao controle de massas populacionais por parte dos governantes.



Christopher Brandão, 2016

domingo, 5 de junho de 2016

Para que serve a política ?

A dimensão política atual transcende todo o leitor que vive numa determinada nação. Beneficiar a todos não é nada fácil,  praticamente é uma ação utópica daquilo que melhor agrade a A ou B, consonte o interesse e poder que cada leitor tem em relação ao político x,y, e z. Nesta dinâmica construtiva ou destrutiva julga-se, avalia-se, dialoga-se com quem massifica-se num efeito de onda  relutante, direcionado num determinado líder, independente da sua concepção, esteja certa ou errada para o ideal eficaz de uma determinada nação, região,  governo,  junta,  câmara ou instituição.
Perante esta analogia existem armas comunicativas que se diluem, desmascaram, influenciam massas, através  das audiências instrumentalizadas em prol de um determinado poder envolvente de uma determinada  pessoa, líder, governante, autarca etc. Neste ponto de vista,  torna-se interessante analisar ou até comparar o discurso do político com a verdadeira realidade com que atrai ou repugna uma grande maioria da população, que quando acorda tardiamente, sente que o acaso bate à porta pela ineficácia da medida A ou B ou C , aplicada num determinado contexto.
Julgar em praça pública é fácil na giria popular, mas fazer do poder uma arma de arremesso ao pobre cidadão ignorante no seu conhecimento, ou alienado da realidade atual, que não tem outra opção  senão  manisfestar-se num simples grito de protesto, em que muitas vezes revela o seu sentimento de revolta agustiante, referente à decisão que tomaram sobre a sua classe profissional , região,  família,  etc.
Ninguém atualmente tem consciência de nada,  porque vivemos num tempo em que um ser humano não tem tempo para refletir, simplesmente só tem tempo para consumir, exigir, revindicar aquilo que acha que tem direito a ter. A verdadeira perfeição do sistema político não existe,  face à hipercomplexidade comportamental existente nos vários setores de um determinado estado, provoca desequilíbrios nas ideologias e nos pensamentos, que muitas levam ao caos das sociedades contemporâneas, na dinâmica mais perversa na procura de um poder meramente ilusório.
Ninguém é perfeito, mas beneficiar das vulnerabilidades das massas populacionais instrumentalizadas para diversos fins, será  a melhor arma de fazer política  atual ,com intenção de manter o poder a longo prazo no tempo e no espaço .
O poder corrompe, beneficia,  prostitui, banaliza, ou destroi , aquilo que se chama democracia doentia por uma linhagem puramente manietada, por quem sabe o valor do próprio poder totalitário, num determinado espaço de vulnerabilidade  social.
Christopher Brandão,  2016