O processo de humanização não é novidade na história da humanidade, de modo que a busca de excitação pelo sofrimento não quebra a estrutura social das relações humanas. A reflexão sobre os mecanismos sociais instrumentaliza o sujeito como um modelo capitalista contemporâneo de uma ferramenta específica perversa e especuladora da vida humana. Explicitar as dinâmicas das tecnoestruturas sociais hipercomplexas determinam uma determinada caraterística individual fragilizada, mas essencial à construção de laços sociais. A teoria psicanalítica determina o conceito da perversão como uma parte da constituição do indivíduo na sociedade contemporânea vulnerável aos 7 pecados mortais que orientam os diversos traços perversos da sua personalidade.
A reflexão de algumas caraterísticas da sociedade contemporânea retrata o processo de individualização baseado num contexto de traços de perversão neurótica que desintegra o indivíduo nas suas diversas dimensões sociais.
As implicações no estilo de vida contemporâneo produz nos relacionamentos humanos uma reflexão transdisciplinar de um universo que seja capaz de avaliar o organismo como um ser único de ação para um pensamento.
A psicanálise é um processo pelo qual torna o corpo consciente de um modelo capitalista que se apropria de um conhecimento egoísta por manipulação, em que o desejo do consumo determina a sua própria luxúria do seu pecado humano. O indivíduo pervertido pelo modelo social copia e imita o que vê o que cobiça numa reflexão sobre o estilo de vida contemporâneo.
Vivemos num tempo de expetativa de imediatismo onde impera a estética do corpo aculturado pelo belo, onde se busca a excitação e desconhece os limites da convivência com outro, onde o produto é descartável levando ao sofrimento do próprio pela infelicidade. Viver tem um significado com um preço elevado no tempo, onde o seu ideal ocupa lugar no seu espaço cineantropológico voltado para o olhar de futuro do outro.
A compreensão holística dos mecanismos eficazes pelos quais a falta de estrutura e de valores é alvo de manipulação de justiça dos tempos atuais, de modo a que todos buscam a satisfação dos seus desejos primários e consequentemente evidenciam a sua demonstração pela sua ostentação. A sociedade não perdoa, procura compreender um modelo Darwiano de sucesso já presentes na contemporaneidade, em que os mais fortes evidenciam-se pelo poder da violência, da fome, da guerra, da revindicação, do direito ao protesto, ao voto, em que a estatística crescente inveja a todo custo um preço exorbitante que corrói a alma do individuo pela estetização da vida num deserto de ideais que o desmotiva na própria sociedade cada vez mais selvática e insatisfeita.
O desencaixar do processo pervertido do indivíduo ao longo da humanidade percorrerá pela história alguns traços de ansiedade que por sua vez marcará uma época, um modelo social de exploração humana que tanto nega a lei da globalização levando ao caos socioeconómico mundial.
Christopher Brandão 2015
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