quinta-feira, 24 de setembro de 2015

Os Traços Perversos Da Sociedade Contemporânea

Para construção social é necessário ter em conta o modelo capitalista de produção em massa. O paradoxo de valor associado aos bens materiais põe em evidência uma reflexão de choque sobre o modelo ilógico do consumismo descartável como forma de sobrevivência humana ao neocapitalismo.
Marx (capital p. 227) dizia que a exploração na sociedade capitalista era oculta, mascarada em que se arrancou a máscara com a teoria da mais-valia. O modelo capitalista criado pelo homem possuiu uma função produtora de um sistema que se instrumentaliza pela economia dos bens e serviços por maximização da produtividade, por um salário cada vez mais baixo, que servirá para alimentar uma cadeia familiar pela via do consumo. Consumir na sociedade atual significa ter maior necessidade em adquirir um bem ou um serviço por um mínimo tempo possível em que o descartável é aparentemente inesgotável pelo desejo de ter cada vez mais.
De acordo com Huberman (1985) em consonância com as ideias de Karl Marx sobre o modelo capitalista sendo explorado para fora da sociedade por uma era de escravatura feudal manifestada atualmente por uma prova evidente de globalização em vias de desenvolvimento que comprova o conceito da Jihad na religião islâmica, significa um empenho e um esforço que poderá ser entendida por alguns grupos radicais como uma luta mediante a vontade pessoal de se buscar ou conquistar a fé pela perfeição. Ao contrário do que muitos pensam, jihad não significa Guerra Santa segundo o conceito definido pelos europeus derivado às lutas religiosas na Idade Média pelas Cruzadas por mimetismo em permanente contato com Islão. Durante 500 anos antes invadiram metade do mundo cristão os seguidores da Jihad era conhecidos como Mujahid.
A explicação quanto às duas formas de Jihad não está presente no Alcorão, mas sim nos manuscritos de Maomé. Os conceitos de jihad maior e jihad menor em que a maior é descrita como uma luta do indivíduo consigo próprio pelo domínio da alma enquanto a Jihad menor é descrita como um esforço realizado pelos muçulmanos em levar a teoria do Islão a outros povos. Esta divisão só surge no século XI num livro de al-Khatib al-Baghdadi que transmite aquele referido manuscrito anunciado por Maomé. Antes deste período havia apenas uma jihad de acordo com os textos fundacionais do Islão que era definida pela Jihad menor como se pode ver na Surah 4:95 do Alcorão. Com efeito, nenhuma das quatro escolas de jurisprudência sunitas, nem a tradição xiita, se referem à Jihad maior. Nenhuma das seis maiores coleções de hadith (Sahih Bukhari; Sahih Muslim; Dawud; al-Sughra; Tirmidhi e Ibn Majah), que a seguir ao Corão são os textos fundamentais para a formação identitária e teológica do Islão reportam à jihad maior apenas à luta exterior de conquista. A verdadeira jihad é uma luta interior de uma posição herética face às escolas ortodoxas de jurisprudência. Mas ir contra as próprias palavras do profeta muçulmano Maomé segundo o escrito que Amr bin Abasah disse: “fui ter com Maomé e perguntei: ‘Oh mensageiro de Alá, qual é a melhor Jihad? Maomé disse: ‘A de um homem cujo sangue é derramado e o seu cavalo é ferido’” segundo (Sunan Ibn Majah 2794).Está escrito segundo a autoridade de Abu Huraira que Maomé disse:” Aquele que morreu mas não lutou no caminho de Alá nem expressou alguma determinação por lutar, morreu como morrem os hipócritas” segundo Sahih Muslim 2:4696 a filosofia seguida e interpretada pelo estado islâmico.
A questão do funcionamento social onde tudo parece ser a ordem do descartável, em que o valor do amor é inexistente nas relações humanas atuais. Será que estamos também consumindo de forma destruidora as nossas relações sociais e familiares pelo consumo? Qual será a nossa satisfação pessoal para atingir a verdeira felicidade? Afinal descartamos e substituímos com que preço?
Faremos uma análise dos aspetos do nosso dia-a-dia do quotidiano das nossas estruturas sociais contemporâneas realçando o paradoxo de valor da sociedade como forma de identificar os seus próprios antagonismos pelos quais a perversão torna-se um fator de marca ao sujeito. Na sociedade contemporânea o todo não é passível de ser classificado em relações intersubjetivas de decadência de valores de moralidade. Aquilo que se torna intolerável é negado à margem de erro do pecado pela impossibilidade de coexistir nos valores simbólicos dos tempos atuais cujo significado redutivo do egocentrismo determina a crise do mundo atual.
A crise de negação explícita na lei é um dos pilares que não sustenta a doença patológica do indivíduo que não têm um quadro de referências social ou familiar que provoca uma crise de valores sem precedentes em que se manifesta em atos de violência e de loucura. A negação da consciência do indivíduo leva a um menor grau de compreensão histórica do seu ciclo de vida por intelligence. Durante um determinado período específico da vida, o homem cria uma determinada violência nas suas formas mais inéditas de desejo de afirmação que cada vez mais se vincula numa afirmação desestrutural. O culto do selfishman ligado ao contexto cultural egocêntrico produz um desejo orientado para uma determinada direção, meramente exibicionista e autocentrada num horizonte intersubjetivo, que se encontra esvaziado e desinvestido ao nível de compreensão humana. Perante este trágico cenário de implosão explosiva de reivindicações que levam ao desvio comportamental do indivíduo orientado para uma tara patológica violenta que se desenvolve no seu próprio espaço cineantropológico.
A violência contamina os diversos setores sociais devido à cultura de querer reivindicar o poder totalitário do seu ego como um vírus doentio de liderança social.
A perversão social utiliza o sadomasoquismo com uma cobiça de gozo permanente onde não possibilita refletir, mas sim de agir contra os magnetismos do sujeito de uma forma violenta. O amplo conceito de violência nas suas diversas características podem ser consideradas patologias por meio de traços perversos que negam a lei social pelo uso da não-aceitação das diferenças culturais, raciais, ou religiosas sendo imposta as suas próprias regras. De forma a não esgotar todos os seus meios de aplicação por um conceito de terrorismo que não se torna uma pretensão, mas sim uma ideologia barbárie a ser levado em consideração pelos meios de comunicação como uma identidade de recrutamento de uma determinada população alvo vulnerável e problemática que se afirma como um estado social de perversão. A profundidade é capaz de abalar a própria estrutura interna do sujeito consciente da sua existência e inexistente na sua forma patológica. É importante destacar a questão da função patológica de um indivíduo como fator que influencia diretamente o índice de violência de cárater simbólico imposto por uma autoridade cada vez mais imperativa no seu meio familiar.
Os indivíduos que não possuem limites definem e seguem ícones que marcam uma geração que louva o risco de determinadas doutrinas perigosas, sem avaliar as suas consequências, criam as suas próprias regras inadaptadas ao seu meio e incompreendidas pelo mundo de forma viabilizar a sua própria negação perante a sociedade.
O caos da ordem atualmente é fomentado por estados de alma que dependem dos interesses económicos e que invadem os nossos lares, o que muitas vezes justificam as consequências das guerras de uma economia globalizada marcada pelo produto do ódio das culturas e do ópio das religiões dos povos criados por regimes totalitários perversos que prevalecem até ao seu extermínio total.
Christopher Brandão 2015

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