Quando se fala de alunos, as generalizações podem levar a
preconceitos, mitos e crenças que nem sempre se verificam na realidade do que acontece
quando o assunto é sobre o mau aluno ou sobre o aluno com necessidades
educativas especiais e por fim alunos com dificuldades no processo de ensino
aprendizagem que muitas vezes os definem por um conjunto de informações e
características negativas.
Os alunos com dificuldades de ensino aprendizagem ou com
necessidades educativas especiais são seres humanos que não necessitam de um
sistema que os rotule como sendo maus alunos, o que significa defini-los como
indivíduos problemáticos parece não ser o mais adequado em termos de conhecimento
ou comportamento. É necessário que o professor, a escola e a sociedade tenha
muito cuidado em definir alguém como um bom aluno ou mau aluno por uma simples
avaliação holística, em quaisquer das duas situações, significa uma tendência
de um julgamento em sentenciá-lo para um futuro de vida de êxitos ou de fracassos
dependentes de um determinado espaço de tempo de avaliação de um determinado
conhecimento.
De um modo geral, espera-se que os bons alunos sejam
pessoas bem-sucedidas, competentes nas suas profissões e que alcancem altos
postos nas suas carreiras e com a sua inteligência abra-lhes os seus cognitivos
para uma boa vida tranquila e harmoniosa. Geralmente se projeta nos maus alunos
uns verdadeiros perdedores do sistema educativo que futuramente terão maior
probabilidade de adquirem empregos de menor qualidade com baixos salários e com
carreiras com poucas oportunidades de progressão ou com muitas dificuldades em
percorrer os seus próprios trajetos profissionais. Vale a pena lembrar que as
generalizações são perigosas porque são uma prova que há bons alunos
possuidores de uma inteligência apenas mediana, assim como há maus alunos
intelectualmente brilhantes com problemas familiares bastantes complicados que
se manifestam em desvios comportamentais na própria escola.
Os maus alunos geralmente são pessoas que não gostam de
estudar, não fazem as tarefas propostas, não participam nas aulas, não
demonstram entusiasmo pelas atividades escolares e por isso tendem a ter um
maior insucesso escolar. Acontece que na maioria das vezes, esses alunos não se
sentem motivados a aprender porque não foram conquistados ou não foram seduzidos
para a grande aventura do conhecimento. Muitos vão à escola porque são obrigados
a ir o que leva à falta de alternativa e de oportunidade de realizar outras
atividades a seu gosto e interesse.
Na maioria das vezes, estes alunos são rejeitados, porque
representam uma diferenciada forma de pensamento que incomoda os iguais, os
inclusivos os integrados, quer dizer, o seu comportamento desajustado leva ao
seu descontentamento e à sua frustração. Então, os maus alunos entram num conflito
de regras e de comportamentos enquanto os bons adaptam-se e evoluem no sistema
educativo para patamares superiores.
A indisciplina, as atitudes
rebeldes de confronto que muitas vezes podem ser bem agressivas, eventualmente
poderá ser apenas uma forma de chamar a atenção dos professores, dos seus pais
e também porque estes maus alunos querem apenas existir, querem apenas ter um
simples desejo que a escola seja mais interessante e que os acolha com a sua
própria identidade.
Como sabemos, as pessoas não são iguais e parece irônico
que a mesma escola que ensina o respeito mútuo e a tolerância às diferenças não
consiga lidar com aqueles que não se adaptam ao sistema, que se insurgem contra
ele, que o questionam e por sua vez o duvidam. Em vez de procurar
compreendê-los e cativá-los para integrá-los, muitas escolas utilizam medidas
disciplinadoras que alimentam e fortalecem a enorme rusticidade destes alunos
perante o sistema educativo.
Os maus alunos não demoram a entrar em contato com a
frustração por não se identificarem com o universo escolar. A função da escola
consiste em formar o indivíduo, prepará-lo para o exercício da cidadania e
qualificá-lo para o mundo do trabalho que posteriormente descobrem que a escola
simplesmente formata sujeitos à sua medida.
Os alunos são pessoas que têm família que compartilham
valores, princípios, crenças, atitudes, estabelecem relações através de
comportamentos participativos na comunidade escolar. Acontece que há alunos que
em casa, não aprendem as coisas simples com cortesia, solidariedade, respeito,
tolerância, o que por sua vez, é expresso no espaço escolar de forma muito
clara e às vezes violenta ao nível comportamental. Há alunos cujos pais
incentivam o desrespeito às regras, outros parecem ignorar no fundo a ajuda dos
seus filhos e também há aqueles que fazem questão de compartilhar os seus
preconceitos e a sua intolerância com seus próprios filhos que por sua vez,
agem de forma preconceituosa e intolerante no espaço escolar praticando atos de
bullying.
Os maus alunos são difíceis, dão maior trabalho ao
professor o que representa um grande desafio sobretudo para aqueles que apenas
preferem agir dentro da sua zona de conforto, no qual o processo de ensino
aprendizagem pode ser um desastre autêntico.
Não se deve esquecer que os professores são pessoas como as
outras, são seres humanos imperfeitos e falíveis. Muitos professores não estão
preparados para lidar com o comportamento transgressor, nem são internamente
preparados e estruturados para a liderança dos desvios comportamentais dos maus
alunos mas ainda existem aqueles que acreditam e defendem as atitudes e os
valores para a vida e que não têm obrigação nenhuma de ensinar as regras e os princípios
básicos da educação e da etiqueta a alunos que não recebem a educação em casa.
Na verdade, cabe à escola preparar o aluno para o exercício de cidadania em coresponsabilidade
com a família, o que se pressupõe uma aprendizagem em relacionar-se com o outro
e com as normas que regem as relações entre as pessoas, ou seja, entre o
indivíduo e a sociedade, o que inclui a disciplina, o respeito pelos outros, a
atenção, o saber ouvir associadas às regras estabelecidas pela sociedade, que
por sua vez funcionam como alicerces da democracia que garante muitos dos
direitos, mas também impõe vários deveres. Nos dias atuais o problema é que a
disciplina, o comportamento e o respeito estão equivocadamente associados à
repressão da liberdade e das garantias pela enorme quantidade de pessoas que
simplesmente ignora, desrespeita o próximo, agindo como se o mundo tivesse sido
feito unicamente e exclusivamente para sua conveniência. No fundo a sociedade
selfish man prevalece nos dias de hoje em demasia.
O mau aluno também pode ter algumas características de
personalidade bastante interessante de coragem para deixar bem claro o que
pensa e como se sente, como define a sua criatividade para demonstrar formas
mais variadas do seu pensamento, da sua liderança necessária para ser um
exemplo seguido por outros alunos, entre outros talentos que ficam ofuscados
pelo comportamento que não se ajusta aos padrões da normalidade. Então, estas
características não são notadas e por isso, não são exploradas de modo
construtivo, embora ampliar esses potenciais na escola possa ser adquirida por
uma certificação simples.
Na verdade, como qualquer pessoa, o mau aluno quer
pertencer a um grupo a uma identidade, mas nem sempre sabe exatamente como
fazê-lo, já que é diferente do que se considera ser um bom aluno. Acontece que
nós professores temos a tendência de tornar a verdade das informações que dizem
sobre os maus alunos, porque o que ouvimos sobre eles vai entrando na mente do
professor de forma a criar as raízes, as ramificações que até frutificam ou
manifestam-se por uma verdade a partir de uma construção de uma negativa imagem
comportamental em que a sua consciência seja bombardeada de críticas
destrutivas sobre aluno, comparativamente ao padrão do bom aluno se transforma
cada vez mais num pensamento negativo traduzido numa simples avaliação.
Por isso, antes de um professor determinar um juízo valor
sobre o mau aluno, é importante que os professores tenham em mente algo muito
simples se o aluno é respeitado como um ser único, seja reconhecido e
valorizado de forma seja capaz de ir além dos seus limites de forma a
surpreender com o seu êxito o que muitos consideram ser um fracasso através de
uma alternativa de um modelo educativo de certificação simples.
christopher Brandão 2015
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