O ambiente micro familiar constitui a primeira célula nuclear da sociedade
que se encontra diretamente ligada ao desenvolvimento psicomotor da criança. Quando acolhida institucionalmente num ambiente diferente,
estabelece um macrosistema mais centralizado e absorvido pela instituição que
lhe acolhe. Neste sistema são identificados processos interativos, que
influenciam as suas atividades sociais, ao nível da sua liberdade e garantia da
autonomia, durante as relações estabelecidas com os cuidadores, é fundamental
que exista um afeto mútuo e homeostático.
O ambiente macro familiar é definido por
um somatório de microsistemas, no qual um indivíduo desenvolve a sua rede
social. O microsistema familiar são estruturas fundamentais para o processo de
desenvolvimento social da criança adquirido pela educação, e por sua vez, são constituídos
por ambientes que exercem influência direta em contextos independentes de
aprendizagem da criança acolhida institucionalmente.
O macrosistema familiar será último
sistema que abrange todos os valores, as crenças, as ideologias ao nível da sua
tecno estrutura de organização social.
Os conceitos permeiam a existência dos diversos
sistemas culturais, que por sua vez, são vivenciados e assimilados durante o
percurso de um ciclo de vida de um ser humano.
Os elementos integrantes do macrosistema
familiar de crianças institucionalizadas, dependem essencialmente dos valores
pejorativos, relacionados com os preconceitos e ideias que influenciem um bom
desempenho escolar, ou em determinadas situações permitem desvios
comportamentais destas próprias crianças predestinadas a viver à margem de fora
da lei.
A possibilidade de um ambiente macro
familiar poderá funcionar em contexto de desenvolvimento, e depende
essencialmente das interconexões estabelecidas pela criança institucionalizada,
após de ser afastada do seu ambiente de origem, passa por uma mudança radical
em assumir novos comportamentos sociais. A instituição de acolhimento passa a
ser considerada um ambiente macro familiar, podendo manifestar fatores de risco
de maior ou menor grau, relativamente aos processos de ensino e aprendizagem.
O fator de risco é definido como um
elemento que determina um aumento da probabilidade em que surge um problema,
também poderá ser definido como um fator que aumenta a vulnerabilidade de um
individuo em desenvolver um potencial de ação para a resolução deste mesmo problema.
O desenvolvimento infantil poderá estar relacionado
com as interações da criança com o seu meio social, influenciados pela própria
família, que é considerada o primeiro microsistema derivado de uma sequência de
processos afetivos que permitem a interação desse sistema com o espaço. As
dificuldades que surgem, apresentam uma ameaça ao desenvolvimento psicomotor
produzido por uma complexidade de interações surgidas entre os fatores
genéticos, biológicos, psicológicos e ambientais.
Para a criança acolhida em instituição, os
fatores que mais influenciam o desenvolvimento são o ambiente social e o
psicológico ,que por sua vez, superam as principais caraterísticas intrínsecas, relacionadas com o desenvolvimento cognitivo e emocional do indivíduo em
formação. A institucionalização pode constituir um fator de risco e ao mesmo
tempo de proteção da criança em diferentes contextos, que interagem entre si,
pela alteração do percurso de vida de um determinado indivíduo, adquirido através
da experiência, poderá ser uma condição de sobrevivência, que dependerá dos
efeitos dos mecanismos mais concretizados para os campos da realidade escolar.
Considerando que as instituições de
acolhimento possam potencialmente prover os fatores de risco em maior ou
menor grau relativamente às dificuldades de aprendizagem encontradas pelas crianças
acolhidas em instituições, surgem critérios de exclusão e de seleção que foram
eliminadas sem especificar as principais dificuldades de aprendizagem, que
dificultam as intervenções mais lúdicas dos próprios processos que mais influenciam
o combate da depressão e o baixo desempenho escolar.
Christopher Brandão, 2016