O processo ensino-aprendizagem depende da eficácia
dos estímulos recebidos durante a fase da infância. O indivíduo demonstra
raciocínio lógico abstrato pela aprendizagem manifestada pelas atividades
lúdicas desenvolvidas em espaço cineantropológico. Através da proliferação de
transmissões sinápticas realizadas por redes neuronais de células nervosas, permitem
a estimulação e o desenvolvimento psicomotor da aprendizagem. A produção de
substâncias químicas nos próprios neurónios promove o progresso do
desenvolvimento cognitivo. A reorganização estrutural do sistema nervoso central constrói-se a partir de várias etapas desencadeadas por processos de
ensino e aprendizagem.
A neuroplasticidade é uma propriedade de
reorganização do sistema nervoso, em função do desenvolvimento normal da
aprendizagem, que consolida a informação adquirida pela memória. A reestruturação funcional poderá ser uma resposta adaptativa das conexões sinápticas processadas
de uma forma diversificada de eficiência de funções, caraterizada por uma fase metamorfóbica
cerebral.
Perante condições normais e patológicas, a
neuropsicologia carateriza-se por uma ciência interdisciplinar que estuda as
relações comportamentais do cérebro em diferentes níveis de hipercomplexidade. A
deteção de problemas comportamentais relacionados com as dificuldades de
aprendizagem realizadas de acordo com a área científica, mais adequada à
solução do problema, depende das contribuições ao nível do conhecimento, dependente
do grau de escolaridade que estimula a atividade mental do individuo.
As dificuldades de aprendizagem referem-se
a um grupo heterogéneo de desordens, manifestadas por dificuldades significativas, na aquisição e compreensão de conhecimentos mal descodificados
na sua forma comunicativa, que muitas vezes, se encontram relacionadas com a
leitura, a escrita e o raciocínio lógico dedutivo. Tais desordens são consideradas
intrínsecas ao indivíduo, presumindo-se que sejam devidas a uma disfunção do sistema
nervoso central que pode ocorrer durante todo o ciclo de vida humano. Problemas
da aprendizagem provavelmente podem ter origem na autorregulação comportamental
da perceção e da interação social, apesar de ocorrerem outras deficiências ou
distúrbios sócio-emocionais com influências extrínsecas, nomeadamente as
diferenças culturais que podem ser insuficientes ou inapropriadas à instrução.
O resultado destas dificuldades de aprendizagem podem ser derivados por
problemas intrínsecos do indivíduo, embora sejam mencionadas as influências
extrínsecas num determinado tipo de transtorno neurodesenvolvimental, com
origem em fatores neurobiológicos que por sua vez, comprometem a aprendizagem
das habilidades fundamentais, ou seja, ler, escrever, realizar cálculos de aritmética
ou de raciocínio lógico dedutivo. Os primeiros sinais de alerta para as
dificuldades na aprendizagem podem aparecer na infância e tornar-se-ão perceptíveis depois de iniciada a sua aprendizagem formal, podendo ser diagnosticado de forma confiável. Estas habilidades são a base para outras competências
definidos em critérios diagnosticados pela dificuldade de uso das habilidades
fundamentais, conforme indicado pela presença de pelo menos um dos sintomas que
tenha persistido por um tempo superior a seis meses. As intervenções dirigidas
a essas dificuldades apresentadas a nível escolar da seguinte forma:
1. Leitura de palavras de forma imprecisa ou lenta e com esforço;
2. Dificuldade de compreender o sentido do que é lido;
3. Dificuldade para ortografar ou escrever ortograficamente;
4. Dificuldade com a expressão escrita;
5. Dificuldades em dominar o senso numérico, fatos numéricos ou cálculos;
6. Dificuldades no raciocínio;
As habilidades fundamentais são afetadas
substancialmente no individuo abaixo da sua idade cronológica. Ao nível do seu desempenho
escolar ou profissional das atividades quotidianas realizadas pelo individuo
deverão ser registadas após uma avaliação ou investigação do seu passado, que
por sua vez será documentado historialmente ao nível das suas dificuldades de
aprendizagem.
A avaliação familiar, individual, médica,
escolar padronizada deverá ser iniciada nos anos escolares mais baixos, de
forma alertar e sinalizar as deficiências intelectuais, a acuidade visual ou
auditiva não corrigida, e outros transtornos mentais ou neurológicos que muitas
vezes são derivados à falta de proficiência na língua, por uma má e inadequada
gestão da instrução educacional.
As exigências das habilidades psicomotoras
que sejam detetadas através da avaliação das capacidades motoras, não podem ser
explicadas por critérios de diagnósticos essenciais, para detetar a dificuldade
de aprendizagem que se apresenta no momento da avaliação de problemas com
critérios que se encontram comprometidos.
Os transtornos de aprendizagem são
definidos, muitas vezes, por necessidades educativas especiais, no qual o
indivíduo apresenta dificuldades graves e persistentes na aprendizagem de um determinado
domínio da escrita ou nos cálculos de aritmética, nos quais, não podem ser
atribuídas a fatores secundários, tais como déficits cognitivos ou
sensoriomotores ou dificuldades emocionais, baseados em experiências escolares
inadequadas pela falta de carência sociocultural. A parte do diagnóstico se
fundamenta num juízo clínico, uma vez que não existem marcos biológicos ou
cognitivos confiáveis para a deteção dos respetivos transtornos de
aprendizagem.
Os transtornos específicos do
desenvolvimento das habilidades escolares são transtornos baseados em
padrões normais de aquisição de habilidades, que são perturbados por estágios
iniciais de desenvolvimento. Eles não são simplesmente uma consequência de uma
falta de oportunidade de aprender, nem são decorrentes de qualquer forma de
traumatismo ou de doença cerebral adquirida, ao contrário, julga-se que os
transtornos são originários por anormalidades no processo cognitivo, que
derivam em grande parte de algum tipo de disfunção biológica .
Para se estabelecer o diagnóstico desse
tipo de transtorno, será necessário prevenir as dificuldades que se destacam no
início de uma má infância, caraterizada por um atraso no desenvolvimento de
atividades que se encontram diretamente ligados à maturidade biológica do
sistema nervoso central do individuo.
As raízes dos transtornos na saúde mental
do indivíduo, muitas vezes, são originada em condições desfavoráveis do
ambiente onde vivem, propiciadas por situações de falta de estímulos ou
estímulos inadequados ao seu desenvolvimento psicomotor. Os fatores ambientais tem
um papel fundamental na génese dos problemas emocionais do aluno, mesmo quando
são oferecidas diferentes oportunidades de reorganização das informações dos
sistemas funcionais adquiridos pelos sentidos em espaço social.
As deficiências orgânicas podem ser compensadas
em condições ambientais favoráveis, do provável processo de auto-organização
das estruturas cerebrais. As interações mal sucedidas em espaço
cineantropológico leva a uma pobre auto-organização interna, provocando déficits
não compensados. A privação ambiental é considerado um fator funcional para
estimular os déficits, por outras palavras, as conexões realizadas entre lesões
orgânicas e distúrbios funcionais na infância não são tão definitivas como nos adultos.
Christopher Brandão, 2016
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