terça-feira, 17 de maio de 2016

As Bases Neurológicas da Aprendizagem

O processo ensino-aprendizagem depende da eficácia dos estímulos recebidos durante a fase da infância. O indivíduo demonstra raciocínio lógico abstrato pela aprendizagem manifestada pelas atividades lúdicas desenvolvidas em espaço cineantropológico. Através da proliferação de transmissões sinápticas realizadas por redes neuronais de células nervosas, permitem a estimulação e o desenvolvimento psicomotor da aprendizagem. A produção de substâncias químicas nos próprios neurónios promove o progresso do desenvolvimento cognitivo. A reorganização estrutural do sistema nervoso central constrói-se a partir de várias etapas desencadeadas por processos de ensino e aprendizagem.
A neuroplasticidade é uma propriedade de reorganização do sistema nervoso, em função do desenvolvimento normal da aprendizagem, que consolida a informação adquirida pela memória. A reestruturação funcional poderá ser uma resposta adaptativa das conexões sinápticas processadas de uma forma diversificada de eficiência de funções, caraterizada por uma fase metamorfóbica cerebral.
Perante condições normais e patológicas, a neuropsicologia carateriza-se por uma ciência interdisciplinar que estuda as relações comportamentais do cérebro em diferentes níveis de hipercomplexidade. A deteção de problemas comportamentais relacionados com as dificuldades de aprendizagem realizadas de acordo com a área científica, mais adequada à solução do problema, depende das contribuições ao nível do conhecimento, dependente do grau de escolaridade que estimula a atividade mental do individuo.
As dificuldades de aprendizagem referem-se a um grupo heterogéneo de desordens, manifestadas por dificuldades significativas, na aquisição e compreensão de conhecimentos mal descodificados na sua forma comunicativa, que muitas vezes, se encontram relacionadas com a leitura, a escrita e o raciocínio lógico dedutivo. Tais desordens são consideradas intrínsecas ao indivíduo, presumindo-se que sejam devidas a uma disfunção do sistema nervoso central que pode ocorrer durante todo o ciclo de vida humano. Problemas da aprendizagem provavelmente podem ter origem na autorregulação comportamental da perceção e da interação social, apesar de ocorrerem outras deficiências ou distúrbios sócio-emocionais com influências extrínsecas, nomeadamente as diferenças culturais que podem ser insuficientes ou inapropriadas à instrução. O resultado destas dificuldades de aprendizagem podem ser derivados por problemas intrínsecos do indivíduo, embora sejam mencionadas as influências extrínsecas num determinado tipo de transtorno neurodesenvolvimental, com origem em fatores neurobiológicos que por sua vez, comprometem a aprendizagem das habilidades fundamentais, ou seja, ler, escrever, realizar cálculos de aritmética ou de raciocínio lógico dedutivo. Os primeiros sinais de alerta para as dificuldades na aprendizagem podem aparecer na infância e tornar-se-ão perceptíveis depois de iniciada a sua aprendizagem formal, podendo ser diagnosticado de forma confiável. Estas habilidades são a base para outras competências definidos em critérios diagnosticados pela dificuldade de uso das habilidades fundamentais, conforme indicado pela presença de pelo menos um dos sintomas que tenha persistido por um tempo superior a seis meses. As intervenções dirigidas a essas dificuldades apresentadas a nível escolar da seguinte forma:
1. Leitura de palavras de forma imprecisa ou lenta e com esforço;
2. Dificuldade de compreender o sentido do que é lido;
3. Dificuldade para ortografar ou escrever ortograficamente;
4. Dificuldade com a expressão escrita;
5. Dificuldades em dominar o senso numérico, fatos numéricos ou cálculos;
6. Dificuldades no raciocínio;
 As habilidades fundamentais são afetadas substancialmente no individuo abaixo da sua idade cronológica. Ao nível do seu desempenho escolar ou profissional das atividades quotidianas realizadas pelo individuo deverão ser registadas após uma avaliação ou investigação do seu passado, que por sua vez será documentado historialmente ao nível das suas dificuldades de aprendizagem.

A avaliação familiar, individual, médica, escolar padronizada deverá ser iniciada nos anos escolares mais baixos, de forma alertar e sinalizar as deficiências intelectuais, a acuidade visual ou auditiva não corrigida, e outros transtornos mentais ou neurológicos que muitas vezes são derivados à falta de proficiência na língua, por uma má e inadequada gestão da instrução educacional.
As exigências das habilidades psicomotoras que sejam detetadas através da avaliação das capacidades motoras, não podem ser explicadas por critérios de diagnósticos essenciais, para detetar a dificuldade de aprendizagem que se apresenta no momento da avaliação de problemas com critérios que se encontram comprometidos.
Os transtornos de aprendizagem são definidos, muitas vezes, por necessidades educativas especiais, no qual o indivíduo apresenta dificuldades graves e persistentes na aprendizagem de um determinado domínio da escrita ou nos cálculos de aritmética, nos quais, não podem ser atribuídas a fatores secundários, tais como déficits cognitivos ou sensoriomotores ou dificuldades emocionais, baseados em experiências escolares inadequadas pela falta de carência sociocultural. A parte do diagnóstico se fundamenta num juízo clínico, uma vez que não existem marcos biológicos ou cognitivos confiáveis para a deteção dos respetivos transtornos de aprendizagem.
Os transtornos específicos do desenvolvimento das habilidades escolares são transtornos baseados em padrões normais de aquisição de habilidades, que são perturbados por estágios iniciais de desenvolvimento. Eles não são simplesmente uma consequência de uma falta de oportunidade de aprender, nem são decorrentes de qualquer forma de traumatismo ou de doença cerebral adquirida, ao contrário, julga-se que os transtornos são originários por anormalidades no processo cognitivo, que derivam em grande parte de algum tipo de disfunção biológica .
Para se estabelecer o diagnóstico desse tipo de transtorno, será necessário prevenir as dificuldades que se destacam no início de uma má infância, caraterizada por um atraso no desenvolvimento de atividades que se encontram diretamente ligados à maturidade biológica do sistema nervoso central do individuo.
As raízes dos transtornos na saúde mental do indivíduo, muitas vezes, são originada em condições desfavoráveis do ambiente onde vivem, propiciadas por situações de falta de estímulos ou estímulos inadequados ao seu desenvolvimento psicomotor. Os fatores ambientais tem um papel fundamental na génese dos problemas emocionais do aluno, mesmo quando são oferecidas diferentes oportunidades de reorganização das informações dos sistemas funcionais adquiridos pelos sentidos em espaço social.
As deficiências orgânicas podem ser compensadas em condições ambientais favoráveis, do provável processo de auto-organização das estruturas cerebrais. As interações mal sucedidas em espaço cineantropológico leva a uma pobre auto-organização interna, provocando déficits não compensados. A privação ambiental é considerado um fator funcional para estimular os déficits, por outras palavras, as conexões realizadas entre lesões orgânicas e distúrbios funcionais na infância não são tão definitivas como nos adultos.


Christopher Brandão, 2016

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