segunda-feira, 31 de agosto de 2015

cineantropologia: A comunicação do sorriso

cineantropologia: A comunicação do sorriso: Os primários estudos científicos sobre o sorriso foram realizados nos inícios do século XIX por um cientista de nacionalidade francesa chama...

A comunicação do sorriso


Os primários estudos científicos sobre o sorriso foram realizados nos inícios do século XIX por um cientista de nacionalidade francesa chamado Guillaume Duchenne De Boulogne, que por sua vez utilizou a electrodiagnose por estimulação elétrica para realizar uma investigação sobre a distinção de um sorriso genuíno em relação aos outros tipos de sorrisos. Este cientista investigou a motricidade facial produzida pelos músculos da face dos sujeitos que anteriormente haviam sido executados por guilhotina. A motricidade facial foi estudada em diversos ângulos, diferenciando-os do objetivo de registo originado pela causa do músculo responsável pelo seu sorriso. Descobriu-se que os sorrisos são controlados por um conjunto de músculos designados por zigomático major. O principal músculo zigomático é considerado um músculo de expressão facial que atrai o ângulo da boca superior e posteriormente o sorriso. Como todos os músculos vestibulares e zigomáticos que fazem parte dos ramos do nervo facial, o zigomático maior é inervado pelo nervo facial que por sua vez é considerado o sétimo nervo craniano pertencente à expressão facial que desce ao longo da parte lateral do rosto e por sua vez interligam-se aos cantos da boca.

O zigomático major puxam a boca para trás de forma a expor os dentes alargando as bochechas, ao passo que um músculo orbicular tem como missão envolver o olho, e por sua vez se apresenta por um formato de banda de anel designado por esfíncter. Encontra-se no tecido da pálpebra que faz com que o olho realize ações de fechar ou piscar, ao mesmo tempo que comprime a glândula lacrimal auxilia no fluxo de lágrimas sobre a superfície do olho. A contração do músculo também provoca o aparecimento de dobras ou pés de galinha que se irradiam para fora do canto externo do olho. É essencial compreender que ambos os músculos são controlados de forma consciente no qual podem produzir sorrisos falsos de satisfação simulada em determinados comportamentos. Os orbiculares nos olhos atuam de forma independente e revelam os verdadeiros sentimentos de um sorriso genuíno. Perante este quadro situacional devemos quantificar a avaliação da sinceridade de um sorriso de um indivíduo observando diretamente ao lado dos olhos.

Na situação de um sorriso de satisfação não só os cantos dos lábios são puxados para cima, como também os músculos que envolvem os próprios olhos encontram-se contraídos por oposição aos sorrisos de não satisfação que simplesmente envolvem especificamente os lábios sorridentes. A sua principal função é servir de invólucro escondendo os dentes inferiores. Os chimpanzés apresentam por 2 tipos de sorrisos, um consiste numa expressão de apaziguamento no qual um chimpanzé demonstra um comportamento submisso a um chimpanzé dominante. Este sorriso manifesta-se no chimpanzé por um sorriso de cara de medo no qual o maxilar inferior abre-se de forma a expor os dentes, enquanto os cantos da boca são puxados para trás e para baixo produzindo um resultado muito idêntico a um sorriso humano.

O outro tipo de sorriso apresenta-se por uma expressão lúdica no qual a dentição é exposta no canto da boca em que os olhos são puxados para cima, emitindo sons realizados pelas cordas vocais muito idênticos ao sorriso humano. Em ambas situações estes sorrisos são usados como gestos de submissão. A comunicação expressa numa mensagem, de forma a não constituir uma ameaça através da avaliação do medo que um indivíduo apresenta em relação ao outro que se afirma como um ser lúdico. Perante uma situação comportamental ansiosa ou receosa de ser atacado ou ferido por outros indivíduos da mesma espécie, o chimpanzé apresenta-se pelos seus músculos zigomáticos que puxam os cantos da boca para trás para uma posição horizontal para baixo, enquanto os músculos orbiculares dos olhos se encontram numa posição mais estática. Eventualmente poderá por se apresentar por um sorriso nervoso adotado por um indivíduo que entra numa potencial situação de perigo na autoestrada e quase é morto por um autocarro, e por sua vez, se expressa perante uma reação de medo com um sorriso. Nos seres humanos o sorriso possuiu uma missão muito idêntica aos dos primatas. Poderá aparentar diversas formas, uma das quais de que somos não ameaçadores e pedimos que nos aceite a nível pessoal. Destacando-se as personagens políticas famosas como Vladimir Putin Presidente das Repúblicas Socialistas Soviéticas, Margaret Thatcher antiga primeira ministra de Inglaterra e os atores como Charles Bronson, Clint Eastwood que aparecem sempre mal dispostos ou agressivos perante o público devido apresentarem sorrisos não submissos aos outros.

Uma investigação realizada em situação de tribunal demonstrou que um pedido de desculpas acompanhado com um sorriso conduz a uma menor pena do que outro apresentado sem nenhum sorriso.

A ausência de um sorriso explica a razão de muitos indivíduos serem dominadores.

Christopher Brandão 2015

sexta-feira, 28 de agosto de 2015

cineantropologia: A Cineantropologia Recuperativa

cineantropologia: A Cineantropologia Recuperativa: Neste artigo iremos abordar algumas caraterísticas neurofisiológicas e psicoterapêuticas fundamentais ao processo de recuperação cineantrop...

A Cineantropologia Recuperativa

Neste artigo iremos abordar algumas caraterísticas neurofisiológicas e psicoterapêuticas fundamentais ao processo de recuperação cineantropológica de um individuo com necessidades educativas especiais decorrentes de uma lesão neurológica ou de uma doença derivada do sistema nervoso central ou do sistema nervoso periférico.
Podemos caraterizar estas doenças dependentes da sua localização e interação com os outros sistemas do corpo humano, uma vez que se encontram condicionados à própria evolução do estado das sequelas neurológicas mais graves, tais como distúrbios psicomotores ou cardiorespiratórios que intervêem nos processos de linguagem e comportamento. A dimensão socioeconómica do aluno com necessidades educativas especiais geralmente apresentam síndromas de cárater neurológico que incapacitam sob o ponto de vista anatomofuncional, todo o processo de ensino aprendizagem associado à sua própria qualidade de vida para além da sua condição financeira.
As doenças psicomotoras apresentam-se por 2 caraterísticas essenciais na sua deteção precoce associada à própria prevenção primária, cujo objetivo é diminuir ou retardar e até evitar as suas ocorrências.
O desenvolvimento de programas de tratamento e recuperação nestas populações alvo são de promoção de políticas de integração e inclusão no seu meio social, escolar ou familiar.
Na inclusão social é necessária para que haja um trabalho transdisciplinar por equipas especializadas de forma a qualidade científica seja a mais ajustada ao aluno ao nível de recursos humanos e tecnológicos.
Relativamente aos aspetos neurofisiológicos para que haja uma boa recuperação cineantropológica do individuo, são necessários mecanismos intervencionistas no processo de recuperação após lesões derivadas no sistema nervoso central por processos intrínsecos ou extrínsecos. Consideram-se os processos intrínsecos, aqueles que dependem da individualidade biomorfológica da cada individuo condicionada ao avanço do seu nível etário. Para situações de recuperação quanto mais velho for um individuo menor será a sua capacidade de recuperação devido à menor disponibilidade dos mecanismos de reorganização psicomotora. A capacidade em solucionar os fatores locais onde a lesão prevalece terá maior probabilidade do sistema nervoso central concluir a sua recuperação ou a sua diminuição do edema, desbriamento fisiológico do tecido neural lesado no qual o mecanismo de reorganização possa evoluir para uma plasticidade mais neural.
A plasticidade neuronal pode ser compreendida como uma capacidade adaptativa do sistema nervoso central que por sua vez tem a capacidade de transformar a sua própria organização estrutural e psicomotora. O sistema de proteção do ser vivo funciona como um princípio geral de restruturação ou de regeneração do que está danificado no seu próprio organismo. Sendo a plasticidade uma propriedade fundamental para o sistema nervoso central porque permite que as mudanças funcionais ocorram mediante agressões ou transgressões dos limites da cineantropologia. A propriedade de excitabilidade poderá ser uma das principais vias de desenvolvimento para as técnicas terapêuticas intervenientes em mecanismos neuroplásticos.
Existem teorias que explicam os mecanismos fisiológicos da plasticidade dependentes diretamente dos fatores tróficos baseados em proteínas solúveis que no sistema nervoso promove fenómenos neurotróficos em que regulam a sobrevivência neuronal. Os neurotróficos estimulam a formação e o crescimento das ramificações das células dendríticas. Ambos são considerados processos imprescindíveis para a plasticidade da síntese de proteínas essenciais à regeneração neuronal. Alguns destes fenómenos são denominados:
- sprouting
- denervation super sensitivity
- Behavior compensation
- Unmasking
 Tais teorias demonstram a plasticidade cerebral condicionado aos graus de recuperação que não dependem exclusivamente do substrato neurológico, mas também da grande quantidade e qualidade de estímulos de energia química ou elétrica gerados pelos neurónios pelo fenómeno de excitabilidade.
A qualidade, quantidade e velocidade da resolução de fatores localizados numa determina estrutura danificada dependem essencialmente da área lesada e da velocidade produzida pela lesão derivada dos fatores extrínsecos sociais, psicossociais e por fim do tratamento especializado por profissionais.
Entre os fatores intrínsecos os sinais e sintomas clínicos que o individuo apresenta podem influenciar de forma favorável ou adversa a sua recuperação psicomotora. Os fatores negativos encontram-se dependentes da longa duração do estado de coma, da confusão mental, da dor, do distúrbio, da deglutição, da alteração da linguagem, da incontinência urinária ou fecal, da negligência sensoriomotora, do distúrbio do tónus, da fraqueza muscular, da disestesia, da incoordenação motora, do desajustamento postural e do distúrbio psicoemocional. Relativamente aos mecanismos extrínsecos acrescentam-se os fatores negativos derivados à falta de apoio familiar, à limitação financeira e à falta de tratamento por profissionais de saúde especializados em atendimento personalizado.
Os fatores ambientais expressos na quantidade e na qualidade de estímulos gerados pelo ambiente no qual o aluno se adapta pelos sentidos do corpo ou pela proprioceptividade sensitiva.
Os vários estudos comprovam que o ambiente estimula ou deprime as necessidades mais básicas do sujeito em alimentar-se ou criar motricidade de forma a desenvolver uma vida de relação até recuperar-se globalmente ou parcialmente de uma lesão neurofisiológica.
Os fatores psicossociais são igualmente estimuladores ou depressores do processo de recuperação da cineantropologia do aluno possuidor de necessidades educativas especiais.
A hipótese da motivação parece que mais favorece o processo de recuperação motora do sujeito. A ansiedade e a depressão são considerados sintomas adversos para a compreensão da participação da família no tratamento aplicado ao sujeito numa fase mais tardia após a lesão, além de possuir um importante papel no processo de recuperação e manutenção da cineantropologia do aluno.

Christopher Brandão 2015

cineantropologia: A Ordem De Malta Em Portugal

cineantropologia: A Ordem De Malta Em Portugal: A Ordem de São João Baptista de Jerusalém posteriormente designada por ordem Hospitalar cuja sua sede se encontrava geograficamente na...

A Ordem De Malta Em Portugal



A Ordem de São João Baptista de Jerusalém posteriormente designada por ordem Hospitalar cuja sua sede se encontrava geograficamente nas ilhas de Rodes (1309-1523) e foi fundada no ano 1530 por adiante em Malta. Foi instituída por um grupo de comerciantes italianos originários de Amalfi que tinham a missão de prestar serviço de apoio com caridade aos peregrinos provenientes de Jerusalém.
Segundo Rui de Azevedo, entre os anos compreendidos em 1122 a 1128 a rainha D. Teresa teria concedido aos freires desta Ordem o mosteiro de Leça do Balio sua primeira residência oficial. A carta de couto e privilégios outorgados à Ordem Hospitalar é datada no ano 1140 por Dom Afonso Henriques que por sua vez salienta a sua falta de importância. A 13 de Junho do ano 1194 D. Sancho I doou por carta aos cavaleiros de S. João Hospitalar a terra de Guidintesta. A 23 de Maio do ano 1232 D. Sancho II doa o Crato à Ordem Hospitalar De Malta a D. Frei Álvaro Gonçalves Pereira sendo Prior da Ordem, oferece o Foral à Vila do Crato no dia 8 de Dezembro deste mesmo ano. Crato viria a ser o berço da Ordem. Foi D. Álvaro Gonçalves Pereira um dos mais insignes Hospitalários de Portugal, o pioneiro a ser designado por Prior do Crato, que só mais tarde foi reconhecido pelas mais altas entidades Religiosas. Foi um nobre português D. Frei Álvaro Gonçalves Pereira que viveu no século XIV, um verdadeiro impulsionador do Mosteiro tendo como cargo de prior da Ordem Hospitalar de Flor da Rosa. Pai de Nuno Álvares Pereira, 2º Condestável de Portugal, foi Prior da Ordem do Crato até ao ano 1375, testamenteiro do rei D. Afonso IV no ano 1357 e combatente na Batalha do Salado no ano de 1340.
Do seu relacionamento com várias mulheres, nasce 32 filhos, entre eles o mais conhecido Santo Condestável D. Nuno Álvares Pereira e Violante Pereira, referido num documento de “Pereira de Lacerda – Apontamentos Genealógicos sobre as suas origens". in: Pinto, Óscar C. (2010), Revendo a Genealogia Pereira. Boletim do Instituto Histórico da Ilha Terceira, LXVII e LXVIII: 185 a 224.

Uma onda de assaltos das forças do Califado Almóada, sob o comando do califa Abu Yusuf Ya'qub al-Mansur, determinou o recuo das fronteiras cristãs para a linha do rio Tejo nos anos compreendidos entre 1190 a 1191. Nos anos 1185 a1211 D. Sancho I doou a região entre o Zêzere e o rio Tejo ao prior da Ordem dos Hospitalários, D. Afonso Pais, denominada Guidintesta, Guidi in testa ou ainda Costa para construir um castelo denominado de Belver.
No século XIV, a sede da Ordem dos Hospitalários em Portugal localizava-se nesta linda Vila Alentejana, onde entretanto se ergueu o magnífico Mosteiro de Flor da Rosa, atualmente uma pousada com enorme valor histórico e patrimonial. Durante a crise dos anos 1383 a 1385,D. Leonor de Teles foi politicamente contra ao Mestre de Avis cujas pretensões de D. João I de Castela e de D. Beatriz era o trono de Portugal. D. Manuel concede-lhe foral novo a 18 de Maio do ano 1518. No século XVI realiza-se a construção da Igreja Matriz considerada um modesto monumento em honra da Nossa Senhora da Visitação. Na segunda metade do século XVIII o pintor Pedro Alexandrino (27 de novembro de 1729 a 27 de janeiro de 1810) foi um pintor português, filho de Lázaro de Carvalho e de Maria Antónia de Matos, nasceu em Lisboa, freguesia dos Anjos, e morreu em Lisboa, tendo casado com Teresa Rosa de quem não teve descendência. É autor do painel do Altar das Almas retratando S. Miguel no Purgatório além do retábulo do altar-mor da Sé de Lisboa.
D. Teresa Afonso, mulher do Conde D. Henrique, doou no ano 1128 o Mosteiro de Leça à Ordem Hospitalar. No ano 1356 com o seu crescimento e desenvolvimento foi construído um Mosteiro, atualmente é casa-mãe da Ordem em Portugal. A casa mãe da Ordem de S. João Hospitalar no qual transferiu a sede para Portugal anteriormente localizada geograficamente na Península Ibérica na região de Castela e posteriormente para a região da Leça do Balio que mais tarde foi transferida para o Crato, onde no ano 1232 D. Sacho I mandou construir um Castelo por carta de doação aos freires hospitalários.
Procedeu-se à construção do castelo após a batalha do Salado no ano de 1340, onde a sede da ordem foi transferida por D. Afonso IV de Leça do Balio para a região do Crato, tendo o Prior do Crato D. Álvaro Gonçalves Pereira decidido fundar uma capela naquela localidade. No ano 1232 D. Sancho II doou-lhe os largos domínios da terra que por essa época recebeu a designação de Crato, onde os freires fundaram uma casa que se tornou célebre. Foi por carta que a doação de D. Sancho II se concretizou, sendo o prior D. Álvaro Gonçalves Pereira o administrador que recebeu no dia 22 de Maio do ano 1232 o senhorio do Crato. Posteriormente no ano de 1354 a sede da Ordem muda para Flor da Rosa e no ano 1439 volta para o Crato, ano em que é destruída pela invasão do Infante D. Pedro.
A construção do castelo foi decerto acelerada pelo temido risco da invasão muçulmana derivada da possível informação da morte de D. Sancho I. No testamento do segundo rei datado do mês de Outubro do ano 1210, refere a uma parcela pertencente ao tesouro da Coroa que em grande parte se encontra destinado às obras da Igreja de Santa Cruz localizada em Coimbra, no valor total de 503.000 maravedis de ouro e 60.400 marcos de prata guardado no Castelo de Belver.
A reconstrução do castelo surge com novas muralhas erguidas por D. Nuno de Góis. D. Álvaro Gonçalves Pereira Prior do Crato ergueu a sede da Ordem num imponente Mosteiro com o nome de Santa Maria de Flor da Rosa e posteriormente o Palácio do Grão Prior, este atribuído ao arquiteto Miguel Arruda e que atualmente apenas resta uma varanda e um janelão. Este mosteiro é composto por três edificações distintas a igreja fortaleza de estilo gótico, um paço acastelado do estilo também gótico com existências de alterações quinhentistas nas restantes dependências conventuais pertencente às eras renascentistas e mudéjares significado derivado da palavra árabe Mudayyan, que significa "casa" ou "domesticado", desenvolveu-se durante a Idade Média na Península Ibérica é usado para referir muçulmanos que permaneceram ou viveram num território conquistado por um processo avançado dos reinos cristãos do sul designado reconquista sob o seu controle político . Todo o conjunto tem sido alterado ao longo dos séculos, nomeadamente no século XVI e XVII e mais tarde no século XX, houve uma maior preocupação na preservação do plano original do estilo gótico. O Mosteiro da Ordem Hospitalar de Flor da Rosa foi classificado como Monumento Nacional no ano 1910 e durante a década de 1940 iniciaram-se as obras de restauro. Mais tarde no ano 1991 iniciam-se os trabalhos de reconversão para Pousada de Portugal, pelo Arquiteto João Luís Carrilho da Graça. No ano 1995 é aberta ao público transformando-se num rico património cultural.
Em julho de 2009, após um conjunto alargado de ações de investigação, restauro e valorização, são realizados no Mosteiro de Santa Maria da Flor da Rosa, mais concretamente na ala que não pertence à atual pousada, que por sua vez é considerada um monumento aberto ao público apresentando por uma área de acolhimento e interpretação, onde se encontram disponibilizados diferentes serviços de apoio, que permitirão uma melhor compreensão histórica local.

De facto já no tempo do Rei D. Manuel I o espaço monástico foi aumentado em maior número de aposentos, transformando-o num Paço Real, e com o grande terramoto de 1755 associado ao temporal devastador datado em 1897 desgastou a grande maioria das suas infraestruturas.
Naquela época não consta que os Cavaleiros Hospitalares aceitassem no mosteiro freiras, embora tivessem fratrissas que usavam hábito e viviam em casas próprias. O primeiro mosteiro de freiras hospitalário foi fundado na cidade de Évora no ano 1519, por Isabel Fernandes, e mais tarde foi transferido para Estremoz pelo infante D. Luís filho de D. Manuel I que se tornou mais tarde prior do Crato.
Ao iniciar a dinastia filipina no ano 1580, o castelo e a sua povoação mantiveram fiéis a D. António Prior do Crato. Data neste período do final do século XVI a construção da capela sob a invocação de São Brás. No contexto da Restauração da independência portuguesa há notícia de que o arquiteto Cosmander teria procedido reforços nas defesas do antigo castelo. Joannes Cieremans, mais conhecido em Portugal como João Pascácio Cosmander nasceu em Hertogenbosh nos Países Baixos a 7 de Abril de 1602 e morreu em Olivença em 18 de Junho de 1648. Padre da Companhia de Jesus, notável matemático e engenheiro militar fez parte do grupo de arquitetos e engenheiros estrangeiros contratados no início da Guerra da Restauração para fortificar as praças de guerra próximo da fronteira e da orla marítima de Portugal. A Cosmander se devem entre outros trabalhos o forte de Santa Luzia em Elvas, o forte de São Tiago em Sesimbra, a fortificação da praça de Juromenha com vários melhoramentos das defesas de Olivença.
Numa época em que as fidelidades mercenárias dependiam da boa recompensa monetária aos serviços prestados, considerados naquela época uma condição muito difícil de cumprir com pouca regularidade dadas as dificuldades financeiras da Coroa. Era natural que alguém com o talento e o saber de Cosmander fosse tentado pelo inimigo a trocar de nação. A ocasião muito provavelmente premeditada e planeada pelos espanhóis, com recurso estratégico à espionagem proporcionou em Outubro do ano 1647 a prisão do famoso engenheiro que regressava de uma das suas frequentes deslocações a Lisboa. Perto da Fonte dos Sapateiros acerca de duas léguas, 10 Km de Elvas, saiu a seu encontro uma pequena força de cavalaria espanhola comandados por um alferes que o levou prisioneiro mais um criado seu para Badajoz. Conduzido mais tarde para a cidade de Madrid na presença de Filipe IV, foi convidado a entrar ao serviço da coroa deste soberano, sendo a última alternativa em aceitar a proposta realizada pelo rei, em que não teve outra opção senão em aceitá-la. Ao selar o novo compromisso de fidelidade com a coroa espanhola Cosmander traçou um plano estratégico para a conquista da praça de Olivença que era muito bem conhecia por ele. De referir ainda no altar da capela de São Brás datada dos finais do século XVI, localizada no castelo existe um curioso retábulo fabricado em madeira oferecida pelo Infante D. Luís filho de D. Manuel I e pai de D. António Prior do Crato que mais tarde foi Grão-Prior da ordem Hospitalar. Foi igualmente este Infante que ofereceu à dita capela o cofre com as Santas Relíquias trazidas da Terra Santa sendo objeto de devoção popular em seu nome em que se realiza atualmente as festas anuais no mês de Agosto na Igreja Matriz.

A partir do século XVI a Ordem Hospitalar passou a denominar-se por Ordem de Malta cujo nome ainda hoje prevalece. Após edificação do Mosteiro de Santa Maria de Flor da Rosa no ano 1356 localizado na freguesia de Rosa pertencente ao concelho do Crato que por sua vez faz parte do distrito de Portalegre. D. Manuel I concede novo foral ao Crato no dia 15 de Dezembro de 1512 em que a vila do crato no seu contexto histórico presenciou os casamentos régios de D. Manuel I com D. Leonor em 1518 e de D. João III e D. Catarina em 1525, celebrados nos Paços do castelo, Palácio Teixeira Guerra com pompa e circunstância. No séc. XVI a Ordem passa a designar-se como Ordem de Malta e durante a Guerra da Restauração sofre com a invasão territorial da vila pelas tropas de D. João de Áustria, levando assim à destruição das várias estruturas pertencentes à própria Ordem de Malta, como exemplo o castelo e os cartórios.
No Crato estabeleceu-se a capital do priorado tendo o Grão-Prior do Crato o poder espiritual e temporal, com jurisdição episcopal, motivo pelo qual não estava subordinado a prelado algum. Em 1790, o Priorado do Crato foi integrado na Casa do Infantado tendo sido o seu último Prior o Senhor D. Miguel El Rei de Portugal. Assim nasce a designação Priorado do Crato em que conta com 23 Comendas e as seguintes terras associadas aos seus termos Crato, Gáfete, Tolosa, Amieira, Gavião, Belver, Envendos, Carvoeiro, Sertã, Pedrógão Pequeno, Proença-a-Nova, Cardigos e Álvaro.
O concelho do Crato possui uma área de 388 quilómetros quadrados e 4.384 habitantes nas suas seis freguesias Aldeia da Mata, Crato e Mártires, Flor da Rosa, Gáfete, Monte da Pedra e Vale do Peso. O concelho limita com os concelhos Alter do Chão, Monforte, Nisa, Castelo de Vide, Gavião, Ponte de Sor e Portalegre.

Situado no Alto Alentejo, a 22 km a Oeste de Portalegre, o município do Crato é uma região Histórica com um passado cultural relevante com testemunhos fósseis pertencentes aos pastores megalíticos associados às suas tradições e culturas. Neste município encontram-se inventariadas mais de 70 antas, duas das quais se destacam como Monumento Nacional, a Anta do Tapadão e a Anta do Crato, pela ocupação romana manifestada nos testemunhos dos seus antepassados expressos nas suas edificações em vilas, habitats e pontes.
O município do Crato é marcado também pelo seu estilo que marca uma época barroca presente nos seus palácios distribuídos por toda a região.
O castelo e a igreja foram vandalizados por ocasião das invasões Francesas e algumas joias do cofre desapareceram. De referir por fim, a bonita capela da Senhora do Pilar do século XIX, localizado em propriedade privada e que possui no teto uma pintura a fresco derivada de um restauro recente do seu edifício. Junto ao Tejo construíram um castelo no qual o monarca no ato de doação denominou de Castelo de Belver à época da reconquista cristã na península Ibérica. No ano 1210, D. Sancho I ditou em testamento aos Hospitalários já instalados na região a receberam uma parte expressiva da sua herança, acreditando por fontes coevas que o castelo estivesse concluído entre ano presente e o ano 1212. Entre os anos 1336 e 1341 a vila de Belver mais especificamente o seu castelo constituíram uma das Comendadorias mais importantes da Ordem Hospitalar, embora a sua Sede tenha permanecido em Leça do Balio.
Após a crise entre os anos de 1383 a1385 sob o reinado de D. João I compreendidos entre os anos 1385 a 1433, as guerras com Castela renovaram a importância estratégica da posição lindeira de Belver. Por este motivo no ano 1390 o Condestável D. Nuno Álvares Pereira mandou reconstruir as suas primitivas defesas das quais só se conservam atualmente a parte inferior da torre de menagem, introduzida na arquitetura portuguesa na segunda metade do século XII durante a reconquista. Os primeiros castelos a incorporar esta estrutura foram os da Ordem do Templo construídos durante o mestrado de Gualdim Pais Filho de Paio Ramires e de Gontrode Soares, foi criado no mosteiro de Santa Cruz localizado em Coimbra e ficou muito cedo ao serviço do futuro Rei, D. Afonso Henriques, combatendo ao lado dos seus irmãos de armas, os cavaleiros Mem Ramires e Martim Moniz, em todas as batalhas contra os mouros, de forma a conquistar o reino. No ano 1139 veio a ser ordenado em campo de Ourique Cavaleiro soberano. Partiu depois para a Palestina, onde militou durante cinco anos como Cavaleiro da Ordem dos Templários, tendo participado no cerco da cidade de Gaza. No ano 1157 no regresso a Portugal foi ordenado como quarto Grão-Mestre da Ordem sediada em Soure, onde tinham castelo. Desde o ano 1128 por doação de D. Teresa fundou o Castelo e o Convento de Cristo. No ano 1160 tornou-se o Quartel-General dos Templários no país, dando o foral à nova vila no ano de 1162. É provável que Gualdim Pais se tenha familiarizado com este modelo de torre edificado na Terra Santa durante a segunda Cruzada da qual participou. As primeiras torres de menagem construídas em Portugal foram as dos castelos templários de Tomar no ano 1160, Pombal no ano 1171, Almourol no ano 1171 e outros. Pouco depois as torres de menagem foram construídas nos castelos de outras ordens militares e de outras fundações reais. Essas primeiras torres são em geral quadrangulares e se encontram isoladas da muralha construída à maneira românica.
No século XVI foi habitado pela princesa Joana. Segundo a tradição popular, no ano 1553 o poeta Luís Vaz de Camões na sua juventude esteve encarcerado. Considerado o mais importante mosteiro fortificado existente na Península Ibérica onde se encontra instalada uma das mais belas pousadas de Portugal. Mandado construir no ano de 1356 por D. Álvaro Gonçalves Pereira, primeiro Prior do Crato e pai do Santo Condestável. Segundo os historiadores consideram o local de nascimento deste superior português da Ordem dos Hospitalários designado por prior Hospitalar pelo D. Afonso IV que por sua vez designou-o por prior do Crato.
No ano 1778 por alvará foram-lhes devolvidos todas as aquisições de bens realizadas no Reino, o que permitiu aos parentes dos cavaleiros suceder por testamento o usufruto de quaisquer bens que não pertencessem à coroa ou que fossem vinculados em morgadio, revertendo após a sua morte a devolução das suas casas donde haviam habitado. No ano 1834 a ordem foi extinta pelo diploma que por sua vez extinguiu todos os conventos religiosos.
Desde do ano 1340 na vila do Crato esteve instalada a sede da Ordem do Hospital ou Ordem de Malta em Portugal, conhecida como Priorado do Crato. O cargo de Prior do Crato corresponde ao chefe deste Priorado considerado um cargo muito prestigiado e disputado.
Com a extinção das ordens religiosas, também a Ordem de Malta sofreu uma perseguição medonha tendo sido espoliada de todos os seus bens. Passados alguns anos a Ordem reorganizou-se ressurgindo como uma Assembleia dos Cavaleiros Portugueses da Ordem Soberana de São João de Jerusalém.
Atualmente como refere o primeiro artigo dos seus estatutos, os Cavaleiros Portugueses da ordem de Malta tem como missão dar assistência hospitalar com caridade, dedicação e vocação segundo os princípios da religião católica em tempo de paz. Na eventualidade de uma situação de guerra a sua missão será socorrer e aliviar os enfermos e os feridos das forças militares portuguesas.
Christopher Brandão 2015

quarta-feira, 26 de agosto de 2015

cineantropologia: A Ligação Da Ordem De Malta Á Península Ibérica

cineantropologia: A Ligação Da Ordem De Malta Á Península Ibérica: Inicialmente na península Ibérica havia uma única sede pertencente a uma só língua a de Aragão que por sua vez englobava os reinos de Portu...

A Ligação Da Ordem De Malta Á Península Ibérica

Inicialmente na península Ibérica havia uma única sede pertencente a uma só língua a de Aragão que por sua vez englobava os reinos de Portugal, Leão, Navarra e Castela. Em Portugal os bens da ordem tinha uma especial relevância no priorado do Crato. Entre os anos 1392 a 1449, existiu um enorme receio por parte dos Reis devido ao enorme crescimento do poder totalitário dos senhores do Crato houve uma rebelião a mando por Nuno Gonçalves contra a regência do infante D. Pedro a mando do rei D. João III de Portugal.
A morte do conde de Arouca cujo título de Conde de Tarouca foi um título nobiliárquico em Portugal, criado a 24 de Abril do ano 1499 por D. Manuel I a favor de D. João de Meneses, quarto varão de D. Duarte de Meneses, Conde de Viana. Os títulos nobiliárquicos ou títulos de nobreza foram criados com o intuito de estabelecer uma relação de vassalagem entre o titular e o monarca, sendo alguns deles hereditários. Depois do século XV foram usados como forma de agraciar membros da nobreza, por um conjunto de atos prestados à casa real, ao monarca ou ao país, sem que lhe estivesse associada qualquer função pública ou jurisdição ou de soberania sobre um território. A partir do início do século XX os títulos nobiliárquicos na maioria dos países possuidoras de monarquias terminaram em relação à governação e à autoridade dos seus titulares além de outros membros da nobreza relativamente à governação da população de uma determinada região. O 5.º Conde de Tarouca foi elevado a Marquês de Penalva por D. João V 250 anos mais tarde. Era considerado um dos primogénitos da Casa de Tarouca que passou a designar-se por Condes de Tarouca durante o ciclo de vida dos seus progenitores. No século XVI a família dos Condes de Tarouca é notável por três fatores principais:
Em primeiro lugar por causa da fortíssima presença de varões da família no Norte de África na participação do governo de várias praças marroquinas, principalmente na primeira metade do século. Este quadro situacional tendo por base a construção da Casa de Vila Real deveu-se à herança de D. Pedro de Meneses, o avô do primeiro Conde de Tarouca que desde a conquista da cidade Ceuta no ano 1415, criou governo até falecer no ano 1437. Seu irmão mais velho o futuro 1.° Conde de Valença esteve presente na conquista de Arzila no ano 1471, ficando como governador da praça até falecer no ano 1480. O governo da praça passou para o futuro 1.° Conde até ao ano 1486, para este depois passar a governar Tânger. Seria principalmente nesta praça que os familiares do Conde de Tarouca estariam presentes na centúria de Quinhentos transformando o respetivo cargo numa descendência hereditária.
Em segundo lugar pela forma idêntica a outros casos de alta nobreza derivado à existência de um elevado número de varões com os mesmos nomes Pedro, Duarte, Henrique e João nesta época, o que faz com que as identidades facilmente se confundam. É necessária bastante prudência ao investigar esta linhagem centenária. Apenas para dar um exemplo, o 1.° Conde, ele próprio filho de um Duarte de Meneses, teve, para além do filho e do bisneto mencionados, também chamados Duarte de Meneses eram ambos capitães de Tânger e governadores da Índia e ainda um neto e um sobrinho possuidores do mesmo nome, ambos capitães de Tânger na mesma época.
Em último lugar, de um ponto de vista nobiliárquico, por causa das más informações entre o 1.° e o 2.° Conde, visto o título não ter sido renovado nem do filho, nem do neto, nem do bisneto do primeiro conde; apenas o seu trisneto viu renovado o seu título pessoal.
Exemplificando todos estes três fatores, e dando apenas alguns exemplos, podemos ver:
D. Henrique de Meneses, Conde de Valença, irmão mais velho do 1.° Conde: capitão de Arzila (1471-80)
D. João de Meneses, 1.° Conde de Tarouca, capitão de Arzila (1480-86) e Tânger (1486-89 a 1501-08)
D. Duarte de Meneses, filho do anterior, capitão de Tânger (1508-21 a 1536-39) e Governador da Índia (1522-24)
D. João de Meneses, filho do anterior, capitão de Tânger (1539-46)
D. Duarte de Meneses, filho do anterior, capitão de Tânger (1574-77) e Vice-rei da Índia (1584-88)
D. Luís de Meneses, filho do anterior, capitão de Tânger (1614-15), 2.° Conde de Tarouca
Por esta meia dúzia de exemplos podemos analisar a transferência do título que saltou pelo menos três gerações. A presença dos varões na família eram frequentes nas praças marroquinas e no Oriente onde podemos observar certos nomes que são vistos com enorme frequência.
No século XVII podemos observar novamente uma sucessão interrompida dos Condes de Tarouca no qual dá a origem tardia do título de Penalva. Durante a Guerra da Restauração, o 3.º Conde de Tarouca passou por Espanha, levando consigo dois filhos. Como monarca espanhol recompensado pela sua lealdade à Coroa de Castela obteve título Marquês de Penalva que nunca foi reconhecido em Portugal, mas ainda foi usado pelo seu primogénito em Espanha. O seu filho mais novo, no entanto, levado para Castela ainda pequeno, passou por Portugal ainda durante a guerra e prestou fidelidade a D. João IV. Herdou o senhorio da Casa de Tarouca, mas não o título, que após a sua morte no ano 1677 foi herdado pela filha. O filho desta já com varonia Silva foi promovido no ano 1750 a Marquês de Penalva.
Vários membros desta linhagem cultivaram a cultura das letras, nomeadamente vários Marqueses de Penalva, o 4.º Conde de Tarouca, e o primeiro conde do título, que para além de comandar exércitos em Marrocos escreveu várias composições registadas no Cancioneiro de Garcia de Resende.
Este título de Marquês de Penalva que absorveu a Casa de Arouca foi criado a 7 de Fevereiro de 1750 por D. João V a favor de Estêvão de Meneses, 5.º Conde de Tarouca. Embora tenha sido outorgado em vida do primeiro titular, o título de Marquês de Penalva foi ainda renovado no 6.º, 7.º e 10.º conde de Tarouca.
Entre outros, ambos os títulos foram descritos por D. António Caetano de Sousa nas Memórias Históricas e Genealógicas dos Grandes de Portugal. Anselmo Braamcamp Freire no Vol. I dos Brasões da Sala de Sintra, dedica aos Meneses o Cap. VI, em que se explicam as origens dos vários ramos, mais especificamente o da Casa de Tarouca.
Os condes de Tarouca descendiam de D. João Afonso Teles de Meneses, Conde de Ourém e irmão de D. Martim Afonso Telo de Meneses, o pai da rainha D. Leonor Teles e do Conde de Neiva; este último descendem por sua vez dos Condes de Cantanhede e dos Marqueses de Marialva, e ainda dos Condes da Ericeira e Marqueses de Louriçal, parentes dos Condes de Tarouca e Marqueses de Penalva.
De notar que o primeiro Conde de Tarouca era irmão de D. Henrique de Meneses, Conde de Valença, etc, sendo ambos netos do célebre D. Pedro de Meneses, primeiro capitão de Ceuta após a sua conquista no ano 1415.
De realçar que a Casa de Tarouca é mais tarde designada por casa de Penalva, teve durante os séculos XVI e XVII uma das menos regulares linhas de sucessão da alta nobreza portuguesa da época.

O conde de Arouca doou o priorado a um membro da família real chamado o infante D. Luís que no ano 1528 se intitulou por grão-prior. No ano de 1551 o rei para evitar futuros protestos consegue do Papa Júlio III a bula pontifícia no qual Dom António filho legítimo do infante fosse nomeado sucessor do seu pai. No ano 1793 Maria consegue do Papa a independência do grão-mestrado de Malta e poucos anos depois o mesmo Papa decretou por bula, sendo assim, o grão-priorado de Portugal ficaria isento de qualquer interferência de Malta como também o seu lado espiritual dependeria exclusivamente da Santa Sé. No ano 1834 perante este contexto histórico Pedro e Miguel I foram nomeados a grão-priores do Crato originando a extinção da ordem além dos bens serem incorporados na Fazenda Pública.

Christopher Brandão 2015

terça-feira, 25 de agosto de 2015

cineantropologia: O Poder Do Cumprimento Por Aperto De Mão

cineantropologia: O Poder Do Cumprimento Por Aperto De Mão: O aperto de mão submisso determina o oposto do aperto de mão dominante no qual o indivíduo oferece a palma da sua mão orientada para cima c...

O Poder Do Cumprimento Por Aperto De Mão

O aperto de mão submisso determina o oposto do aperto de mão dominante no qual o indivíduo oferece a palma da sua mão orientada para cima criando assim um poder simbólico ao outro sujeito, que orienta a posição da mão por cima da mesma, na mesma forma que um canídeo expõe a sua garganta a um canídeo de maior porte.
Este gesto comportamental poderá ser eficaz se quisermos dar à outra pessoa o controlo da situação onde prevalece determinados constrangimentos ou conflitos.
O aperto de mão orientado com a palma da mão para cima define no sujeito um comportamento submisso e condicionado a determinadas circunstâncias.
Numa situação em que o indivíduo sofra de artrite nos dedos poderá obrigá-lo a executar um simples aperto de mão flácido atendo à sua patologia irá provavelmente orientar a sua palma da mão para uma situação mais submissa. Determinadas profissões protegem as suas mãos, nomeadamente a dos artistas, dos desportistas, dos músicos etc. Poderão igualmente realizar apertos de mãos fracos dando a noção de serem pessoas submissas enquanto não o são.
Em situações onde existem duas pessoas dominantes um aperto de mão tem lugar a uma luta simbólica pelo poder, no qual cada uma delas tenta rodar a palma da mão da outra pessoa para uma posição mais submissa. Perante este quadro situacional verifica-se um aperto de mão equitativo no qual ambas as palmas das mãos permanecem numa posição de verticalidade criando a sensação de igualdade de oportunidades e respeito mútuo a ambos, em que não se encontram preparados para ceder um determinado comportamento de submissão ao outro.
Existem estratégias adequadas para criar sintonia num aperto de mão, nomeadamente, em primeiro lugar devemos assegurar que a palma da mão do individuo deve- se encontrar associado à palma da mão da outra pessoa que se encontram numa posição vertical, de modo haja um comportamento neutral, em que nenhuma pessoa seja dominante nem submissa. Posteriormente a aplicação da mesma pressão de força exercida para quem recebe, de forma haja uma certa firmeza equitativa do mesmo registo de pressão no aperto de mão do seu oponente.
Em situações grupais provavelmente o individuo irá realizar diversos ajustamentos angulares com a intensidade necessária para criar a sinergia com todos, de forma a ficar em igualdade circunstâncias com os respetivos intervenientes. Devemos ter em conta à proporcionalidade da força em ser diferente em ambos os sexos, atendendo que a mão masculina exerce o dobro da força da mão feminina no qual a ação gestual masculina deverá ser realizada com menos intensidade.
O aperto de mão evoluiu no sentido de se transformar num gesto de saudação ou de despedida para além ser utilizado para selar um acordo ou um contrato, necessita ser harmonioso, amigável e positivo.
A palma da mão orientada para baixo poderá ser considerada um gesto mais agressivo originário da reminiscência da saudação nazi atendendo que provoca poucas oportunidades em estabelecer um relacionamento equitativo para ambas as partes. Perante este quadro situacional definimos os apertos de mão que se apresentam por um determinado comportamento autoritário do individuo sempre que se inicia a sua ação com o membro superior rígido orientando a palma da mão para baixo, de forma a exercer uma força ao individuo recetor da sua energia dominante que por sua vez se encontra numa posição submissa.  
Na eventualidade de um individuo receber um aperto de mão dominante vai ser difícil rodar-lhe a palma da mão para cima no sentido orientá-la para uma posição equitativa para ambas as partes. Para contrariar esta situação o individuo deve iniciar com o pé esquerdo enquanto estende o membro superior deve executar o gesto do aperto de mão. Este quadro situacional exige um certo treino atendendo que avançar com o membro inferior direito é considerado uma posição natural para grande maioria das pessoas que executam um aperto de mão com a mão direita. De seguida avançar com o membro inferior direito atravessando à frente da outra pessoa de forma a penetrar no seu espaço intimo. Por fim juntar o membro inferior esquerdo ao membro inferior direito a fim de completar a manobra do aperto de mão com a respetiva pessoa em causa.
Esta estratégia permite ajustar o aperto de mão ou chega mesmo a transformá-lo numa posição mais submissa. Transmite a sensação de que está a atravessar à frente do seu oponente o que é equivalente a uma vitória conquistada por um desafio de braço de ferro, o que lhe permite igualmente assumir o controlo por invasão de espaço pessoal pertencente à outra pessoa.
Podemos concluir que uma pessoa submissa realizará gestos mais enfraquecidos enquanto uma pessoa dominante realizará gestos mais afirmativos.


Christopher Brandão 2015

segunda-feira, 24 de agosto de 2015

cineantropologia: Ação Pelo Controle Do Cumprimento Do Aperto De Mão...

cineantropologia: Ação Pelo Controle Do Cumprimento Do Aperto De Mão...: A ação do aperto de mão é universalmente aceite quando se encontra uma pessoa pela primeira vez. Se iniciarmos o cumprimento pelo aperto de...

Ação Pelo Controle Do Cumprimento Do Aperto De Mão

A ação do aperto de mão é universalmente aceite quando se encontra uma pessoa pela primeira vez. Se iniciarmos o cumprimento pelo aperto de mão em situações mais adequadas provavelmente criará um clima mais favorável às pessoas envolventes. Avaliando a situação do aperto de mão poderá ser considerado um sinal de confiança e de boas-vindas, no qual devemos questionar a sua ação antes, de forma a interpretar as seguintes questões:
 Será que sou bem-vindo? Será que o sujeito que se encontra à minha frente encontra-se interessado em conhecer-me? Será que estou a impor-me perante a pessoa que se encontra à minha frente?.
 Os vendedores aprendem que se derem um aperto de mão de início a um cliente que visita o seu próprio estabelecimento comercial pela primeira vez, poderá eventualmente provocar uma situação de desconforto ou uma reação bastante negativa, pois o cliente poderá não querer dar-lhes as boas vindas sentindo-se constrangido ou forçado a executar esta ação. Neste quadro situacional os vendedores são aconselhados a esperar pela iniciativa da outra pessoa que inicie a ação do cumprimento, na eventualidade de não suceder alguma reação, basta a realização de um ligeiro aceno com a cabeça executando outra forma de cumprimento.
Determinados países, dar um aperto de mão a uma mulher continua a ser uma prática grosseira e em determinados países muçulmanos uma alternativa aconselhável será a execução de um simples aceno com a cabeça. Numa situação recente descobriu-se que as mulheres que de início afirmam-se por um cumprimento de aperto de mão são consideradas mulheres de espírito mais aberto que consequentemente causam melhores impressões.
Na época romana dois líderes que se encontravam cumprimentavam-se mutuamente criando situações de dominância com a palma da mão para cima ou de perda de dominância com a palma da mão para baixo. A medição do poder determinaria a ação do cumprimento pelo aperto de mão sobre a do outro o que define a dominância da posição da mão por cima como a dominante.
Na situação em que acaba de conhecer alguém utiliza-se o cumprimento pelo aperto de mão que provavelmente poderá eventualmente suceder determinadas atitudes comportamentais transmitidas por mensagens ao subconsciente do indivíduo da seguinte forma:
- Dominância predomina no individuo um comportamento de alerta e de cautela
- Submissão provoca a dominância e controlo do individuo perante a situação
- Identidade provoca segurança e conforto com a pessoa que se encontra à sua frente provocando assim um comportamento de tranquilidade e harmonia
As atitudes comportamentais são enviadas e recebidas sem que os indivíduos tenham consciência do potencial impacto sobre o resultado de qualquer potencial encontro.
A situação de dominância é transmitida rodando a nossa mão de tal modo que a palma da própria mão fique voltada para baixo numa situação de aperto de mão. A nossa palma da mão não tem de ficar diretamente voltada para baixo, mas é a mão que fica na posição superior que comunica, se desejamos assumir o verdadeiro controlo da situação.
As questões de poder e controlo são em geral menos importantes para o sexo feminino o que explica o seu desinteresse pelas questões relacionadas com a situação de cumprimento com a palma da mão por cima.
Existem determinadas mulheres que dão aos homens um aperto de mão frouxo em alguns contextos sociais de forma a transmitir uma mensagem de submissão. Perante este quadro situacional o sexo feminino tenta afirmar a sua feminilidade de forma a dar a entender que é possível controlá-las. Esta abordagem poderá revelar-se desastrosa para o sexo feminino numa situação de contexto profissional pois obrigará ao sexo masculino a concentrar-se mais nas suas qualidades físicas, não as levando a sério. O sexo feminino que exibe uma elevada feminilidade em encontros profissionais, não são levadas a sério pelos outros profissionais, sejam homens ou mulheres, apesar de hoje em dia as igualdades de direitos e garantias sejam iguais para ambos os sexos, não significa que uma mulher em contexto profissional necessite de agir de uma forma masculina, basta-lhe evitar sinais de feminilidade em exemplos de apertos de mão frouxos, ou utilizando vestimentas de saias curtas com saltos altos na eventualidade queira ter alguma credibilidade.
Em conclusão os indivíduos do tipo psicológico extravertido utilizam apertos de mão firmes enquanto pessoas com personalidades tímidas e neuróticas não o fazem.  O sexo feminino revela-se aberta a novas ideias quando executa apertos de mão firmes, enquanto o sexo masculino executam os mesmos apertos de mãos quer recetivos ou não a novas ideias, o que faz sentido em contexto profissional para o sexo feminino dar apertos de mão mais firmes em relação ao sexo masculino.

Christopher Brandão 2015  

sexta-feira, 21 de agosto de 2015

cineantropologia: A Cineantropologia Histórica Da Ordem De Malta

cineantropologia: A Cineantropologia Histórica Da Ordem De Malta: A Ordem de Malta ou Cavaleiros Hospitalários oficialmente designada por Ordem Soberana e Militar Hospitalária de São João de Jerusalém, d...

A Cineantropologia Histórica Da Ordem De Malta


A Ordem de Malta ou Cavaleiros Hospitalários oficialmente designada por Ordem Soberana e Militar Hospitalária de São João de Jerusalém, de Rodes e de Malta é considerada uma ordem internacional católica originária a partir de uma ordem Beneditina fundada no século XI na Palestina durante as tropas Cruzadas, mas que rapidamente transformou-se numa ordem militar cristã formada por uma congregação de regras próprias e específicas objetivadas numa missão de exercer, assistir e proteger os peregrinos com caridade.
O seu nome completo e oficial é Ordem Soberana e Militar Hospitalária de São João de Jerusalém, de Rodes e de Malta, ou, em italiano, Sovrano Militare Ordine Ospedaliero di San Giovanni di Gerusalemme di Rodi e di Malta. Convencionalmente é também conhecida como Cavaleiros Hospitalários ou Ordem de Malta possuidora de um número de conventos e associações espalhados por todo o mundo.
Tendo como referência o Padroeiro São João Esmoler considerado um santo cristão pertencente às famílias nobres originárias da ilha de Chipre. Foi patriarca da Alexandria e ficou famoso pela sua santidade e caridade. É o padroeiro da Ordem de São João de Jerusalém que mais tarde foi convertida na Ordem dos Cavaleiros de Malta.
Conta-se numa linda história de uma linda mulher que apareceu ao Padroeiro são João Esmoler representando um papel de Caridade lhe disse : "Eu sou a filha mais velha do Senhor Rei, se você for meu amigo eu o levarei a Ele". Assim foi, o santo padroeiro seguiu sistematicamente uma filosofia de esmola definida por uma doação de esmolas a quem necessitava até à sua morte. Neste contexto é mais abençoado dar do que receber, segundo o santo padroeiro ninguém era insignificante para não ter a sua atenção, além disso proibiu a todos que trabalhavam para ele que recebessem presentes, porque considerava ser um ato de suborno e de corrupção na sua diocese.
Na iconografia cristã este santo apresenta-se por uma carteira ou com um rosário nas suas próprias mãos e algumas vezes é mostrado a dar esmolas a um aleijado.
As suas relíquias foram levadas para Constantinopla e lá permaneceram até que o Imperador as presenteou perante ao rei da Hungria que posteriormente foram levadas para Tall próximo de Bratislava. No ano de 1632 foram trasladadas para um santuário localizada na Catedral de Pressburg onde se encontra atualmente.
Face às constantes derrotas pelas cruzadas que obrigou à perda de territórios na Palestina, no qual a ordem passou a operar a partir da ilha de Rodes onde era soberana, e mais tarde por Malta em que foi considerado um estado vassalo pertencente ao reino da Sicília.
Na heráldica eclesiástica referente à Igreja Católica Romana, a Ordem de Malta é única cuja insígnia pode ser exibida num brasão de armas clerical no qual os seus Leigos não possuem nenhuma restrição. Sendo a outra Ordem denominada por Santo Sepulcro, na sequência da destruição de Jerusalém em 70 d.C.
Entre os anos 129 a 130 o imperador romano Adriano visitou a cidade Jerusalém ordenando a sua reconstrução segundo um modelo baseado numa cidade pagã chamada Élia Capitolina para que o local fosse identificado com uma sepultura de Jesus coberta com terra de forma fosse construído um templo dedicado a Vénus.
No ano 313, o imperador Constantino decretou o édito de tolerância com os cristãos ou Édito de Milão, o que implicou um fim trágico nas perseguições. No ano 326 sua mãe Helena visitou Jerusalém com o objetivo de procurar locais associados aos últimos dias de Jesus. Em Jerusalém identificou o local da crucificação denominada pelo rochedo de Gólgota nome dado à colina onde jesus cristo foi crucificado em que a tumba mais próxima era conhecida como Anastasis, palavra em grego que significa ressurreição. O imperador decidiu construir um santuário apropriado no local denominada pela Igreja do Santo Sepulcro substituindo o templo de Adriano dedicado a Vénus. Os arquitetos inspiraram-se na Basílica para a construção de um edifício tipicamente romano utilizado como local de encontro de indivíduos, de comércio e de administração judicial, excluindo assim as estruturas religiosas pagãs.
No ano 614, a igreja de Constantino foi gravemente danificada durante um incêndio ocorrido durante a invasão dos persas sassânidas que roubaram os tesouros da igreja, restando apenas algum espólio. A basílica foi reconstruída mais tarde pelos Bizantinos durante a reconquista da cidade pelo imperador Heráclito.
No ano 638, a cidade de Jerusalém, assim como toda a Palestina passou para as mãos dos muçulmanos. Os primeiros líderes muçulmanos de Jerusalém revelaram-se tolerantes ao cristianismo. No ano 966, as portas e o telhado da igreja foram queimadas durante um motim. No ano 1009, o califa fatimita Al-Hakim ordenou a destruição de todas as igrejas de Jerusalém, incluindo a do Santo Sepulcro, restando somente os pilares estruturais da igreja pertencente à era Constantina que por sua vez sobreviveu à destruição do santo sepulcro. A notícia da sua destruição foi um dos fatores que originou o movimento das Cruzadas.
Diversas negociações entre os Fatímidas e o Império Bizantino datadas entre os anos de 1027 a 1028, no qual foi realizado um acordo pelo novo califa Ali az-Zahir filho de Al-Hakim que concordou com a reconstrução da Igreja. No ano 1048 a reconstrução foi finalmente concluída com o financiamento da despesa à responsabilidade do imperador Constantino IX Monômaco e Nicéforo, patriarca de Jerusalém. No ano 1099, as cruzadas conquistaram Jerusalém e tomaram posse dessa igreja que permaneceu até aos dias de hoje. No ano 1149 a nova igreja foi consagrada e debaixo desta encontra-se uma cripta de Santa Helena, local onde a mãe de Constantino afirmou ter encontrado a verdadeira cruz onde provavelmente teria sido Jesus cristo crucificado.
No ano 1187 com o regresso de Jerusalém ao domínio islâmico, Saladino proibiu a destruição de qualquer edifício religioso associado ao cristianismo. No século XIV, o local começou a ser administrado por monges católicos e por monges ortodoxos gregos.
No século XVIII, procedeu-se à reparação da cúpula da Igreja do Santo Sepulcro. No ano 1808, um incêndio danificou o local e no ano 1810 iniciou-se a sua restauração. Entre os anos 1863 a 1868 novos restauros ocorreram. No ano 1927 Jerusalém sofreu um abalo sísmico que causou graves estragos à estrutura da própria Igreja.
Considerada uma das mais antigas Repúblicas marítimas, Amalfi, desenvolveu um intenso intercâmbio de trocas comerciais e diplomáticas com o Império Bizantino e com a nação do Egito. Os mercadores amalfitanos conquistaram aos árabes o monopólio do comércio mediterrâneo no século X, criando assim uma base mercantil localizada na Itália meridional essencial para o desenvolvimento das rotas do tráfico marítimo para o Médio Oriente. A grandeza de Amalfi apresenta-se por importantes testemunhos nos quais se destacam as "Tábuas Amalfitanas" (Tavole Amalfitane) detentoras de um código que reunia as normas do direito marítimo válidas para toda a era pertencente à Idade Média. No ano 1137 era considerada uma potência marítima, foi saqueada pelos Pisanos, além de sofrer enormes catástrofes naturais derivadas de grandes inundações foi por fim anexada pelo Reino da Sicília. Por volta do ano 1099, alguns mercadores de Amalfi fundaram em Jerusalém uma casa religiosa para recolha de peregrinos sob as ordens de S.Bento e com orientação de Santa Maria Latina. Após a sua conquista pelos normandos, Amalfi iniciou um período de decadência sendo substituída por Nápoles que se tornou mais tarde uma enorme potência mercantil.
Anos mais tarde construíram junto dela um hospital que recebeu Godofredo de Bulhão nascido no ano de 1060 no condado de Bolonha, parte do Sacro Império Romano Germânico, em Bolonha- sobre- o- Mar localizado geograficamente em França ou em Baisy cidade da atual província do Brabante Valão localizado na Bélgica. Descendente de Carlos Magno, era filho do conde Eustácio II de Bolonha com a Santa Ida da Lorena, filha de Godofredo o Barbudo, duque da Baixa Lorena e conde de Verdun. Os seus irmãos foram Eustácio III de Bolonha e Balduíno I. O facto de ter sido o segundo filho determinou o seu futuro na Idade Média devido ao filho primogénito ser o mais velho, neste caso, o seu irmão Eustácio herdou toda a fortuna.
A sua oportunidade surgiu pelo seu tio materno Godofredo de Corcunda a quem o instruiu sobre a cavalaria no seu castelo de Bulhão; e quando foi assassinado não deixou descendência, nomeando-o para seu herdeiro e sucessor do Ducado da Baixa Lorena. Este território tinha um papel geopolítico fundamental para a época, uma vez que ficava no limiar da fronteira pertencente ao reino da França com o Sacro Império.
A Baixa Lorena era tão importante que o futuro imperador Henrique IV(1084-1105) , rei da Germânia decidiu ceder este domínio ao seu filho Conrado II de Itália em 1076, e deixar a Godofredo apenas o ducado do Bulhão e a Marca da Antuérpia, como prova da sua lealdade em ter participado em batalhas realizadas em Itália auxiliando na conquista da cidade de Roma pertencente ao papado pelo imperador.
O jovem nobre serviu Henrique IV, apoiando-o contra o Papa Gregório VII, lutando ao seu lado contra as forças do seu rival Rodolfo da Suábia.
No ano 1057, Rodolfo aproveitou-se da inferioridade de Henrique IV, rei dos romanos, e sequestrou a sua irmã Matilde. Este por sua vez pediu e recebeu a mão de Matilde em casamento, assim como o Ducado da Suábia associado à administração do Reino da Borgonha. Foi duplamente cunhado de Henrique IV e inicialmente apoiou-o nas campanhas que o ajudaram na conquista da Turíngia e da Saxônia tendo uma enorme influência na primeira batalha de Langensalza contra os insurgentes. Todavia com o estopim derivado pela questão das investiduras associadas à excomunhão de Henrique, Rodolfo reuniu-se com os diversos membros da nobreza de forma escolher a estratégia mais adequada à situação decorrente. No ano de 1077, embora a excomunhão do imperador tenha sido suspensa, os rebeldes continuaram com seu plano estratégico. Em Forchheim, Rodolfo foi eleito contra o rei no qual prometeu respeitar o conceito eleitoral da monarquia demonstrando a sua vontade em ser um subserviente fiel ao Papa.
Em maio foi coroado por Sigefredo I arcebispo de Mogúncia enquanto o povo da cidade revoltava-se contra a situação foi obrigado a fugir para a Saxônia. Perante este quadro situacional problemático, uma vez que a Saxônia se encontrava separada do seu ducado da Suábia pelas terras do rei decidiu doar a Suábia a seu filho Bertoldo de forma tentar retificar a sua situação estratégica que não foi suficiente naquela época quando decidiu cercar a cidade Wurtzburgo. Durante o mês de maio ficou privado da Suábia por Ulm enquanto Henrique cedia o seu ducado a Frederico de Büren o primeiro governante Hohenstaufen. Provavelmente antes de ser duque, Frederico foi conde e durante os anos que se manteve à frente do seu condado aumentou o seu poder totalitário. Mandou construir na montanha de Hohenstaufen um castelo com a missão de ser o centro da sua dinastia. Assim o Castelo manteve a dinastia e diversificou para Staufen. Deu igualmente início à transformação de um castelo em Lorch para um mosteiro beneditino que foi privado da sua própria Dinastia.
Nesta altura o território dos Staufen era pequeno porque controlava os territórios de Hildegarda na Alsácia junto à montanha Hohenstaufen e em Schlettstadt o Castelo de Hochkönigsburge com pouco território próximo de Heganau.
A Batalha de Mellrichstadt, a 7 de agosto do ano 1078, não foi favorável, atendendo que Rodolfo encontrou dificuldades em convencer os saxões a lutarem para além das suas fronteiras que por sua vez o consideravam como um sulista pouco confiável. Perante a relutância do Papa em reconhecer a sua causa sentiu-se frustrado e para ganhar e manter os seus aliados sentiu-se obrigado a doar enormes quantidades de terras à coroa, assim como à Igreja e aos seus fiéis seguidores.
Todavia, no ano 1080 a Batalha de Flarchheim a 27 de janeiro, foi-lhe favorável e a 7 de março do ano 1080, o Papa finalmente excomungou novamente Henrique e reconheceu Rodolfo como rei.
Mais tarde o seu exército encontrou-se com os exércitos de Henrique próximo do rio Elster onde se concretizou um combate no dia 14 de outubro do ano 1080 o que seria uma grande vitória aos oponentes de Henrique, porém Rodolfo teve a infelicidade de ter a sua mão direita decepada e foi ferido no abdômen. Retirou-se para as proximidades de Merseburgo, onde morreu no dia seguinte no qual o seu corpo foi sepultado na catedral com o nome da própria cidade.
Ao mesmo tempo, Godofredo lutava para manter o controlo sobre as terras que lhe restaram contra a viúva do seu tio, Matilde da Toscana que por sua vez contestava a legitimidade desta herança.
A Condessa de Toscana era filha do Marquês Bonifácio da Toscana e Beatrice, filha de Frederico de Lorraine; nascera em 1046 e morreu em 24 de julho de 1114. No ano de 1053 seu pai foi morto. Duke Gottfried de Lorraine foi um adversário do imperador Henrique III no qual foi para a Itália casar-se com a viúva Beatriz.
Matilde de Canossa (latim: Mathildis, Mantua 1046 - Bondeno di Roncore 24 de julho do ano 1115), também conhecida por Condessa Matilda da Toscana, foi uma nobre italiana, que se destacou como sendo a maior aliada do Papa Gregório VII durante a investidura que participou na mediação do conflito entre o Papa e Henrique IV em Canossa chamado Paseo.
A grande condessa Matilde de Canossa, também duquesa, marquesa e rainha medieval, era uma poderosa senhora feudal e uma das mulheres mais influentes da Idade Média que intreviu com as suas ações políticas e militares. Domina todos os italianos que se encontram geograficamente a norte dos territórios pertencentes à igreja unida. No ano 1076 assumiu um vasto território onde incluía a Lombardia, a Emilia-Romagna e Toscana cujo seu centro administrativo situava-se em Canossa.
Matilde de Canossa, filha do marquês Bonifácio III da Toscana e Beatrice de Lorena, filha de Frederick, duque de Lorena superior, casou-se no ano 1071 com Godofredo o Corcunda IV, duque da Baixa Lorena, que morreu em 1076. No ano 1089 promove Guelfo IV a duque da Baviera. Guelph foi o primeiro membro da família de Guelph a pertencer à família deste. Foi filho de Alberto Azzo II e sua esposa Cunegundes de Altdorf. Quando seu tio materno, o Duque de Carinthia Guelph (conhecido como Guelph III), morreu sem filhos, seu sobrinho herdou sua propriedade Ethelinda, mais tarde casou-se com a filha de Otto II de Northeim, Duque da Baviera. Embora seu pai continua a perseguir os interesses do Papa ao lado de Guelph Imperador Henrique IV.
Otto II, seu sogro, que tinha interesses na saxónia temia a redução do poder do ducado localizado na Baviera. No ano 1070 foi acusado de conspiração contra o imperador no qual foi privado do título de duque e fez um ato de submissão em 1071, sendo reintegrado apenas os seus bens pessoais.
Na verdade, o Ducado da Baviera foi aprovada em Guelph que depois do seu divórcio em Ethelinda, aliou-se a Henrique IV. Ele casou com Judith da Flandres (filha de Balduíno de Flandres, o barbudo e tia da esposa de William I da Inglaterra, conhecido como o conquistador, que ficou viúva no ano 1066. Do seu casamento nasceu, em 1072, Guelph que mais tarde será conhecido como Guelph V.
Durante a luta de conquista e posse, ele mudou de lado e apoiou o papa Gregório VII e em março de 1077, apoiou a eleição contra o rei Rudolf de Rheinfelder. O imperador privou-o do título, mas atendendo de ter sido ajudado pelo pai e pela nobreza bávara que foram leais com ele, foi capaz de manter os seus próprios territórios.
Quando o papa tomou consentimento da traição de Rodolfo, Guelph não poderia continuar a apoiá-lo. Em 1085 Gregório VII morreu e Guelph permaneceu ao lado do papado de modo que o seu filho Guelph V de dezessete anos casara com Matilde de Canossa vinte anos mais velha do que ele em 1089.
Quando em 1095 o jovem Guelph V divorciado obrigou que seu pai fizesse as pazes com o Imperador que recuperou o Ducado da Baviera que tinha sido previamente retirado por Henrique IV.
Após a morte de seu pai Alberto Azzo II em 1097 tentou apoderar-se de algumas propriedades no sul dos Alpes pertencentes a seu irmão Fulco, mas não teve sucesso. No ano 1101 juntou-se às cruzadas a caminho da Terra Santa morrendo durante uma viagem de regresso a Chipre.
No ano 1056 antes da morte de Henrique III, ele envia de volta para Gottfried de Lorraine, a sua esposa e enteada. Quando Matilde cresceu casou-se com seu meio-irmão Gottfried da Baixa Lorena, de quem ele se separou em 1071. Ele foi assassinado em 1076; O casal não teve filhos, mas a hipótese de muitos historiadores sugerem é que não se pode provar se o casamento havia sido consumado.
No ano 1055 Henrique III entrara pela Itália tomou Beatrice mais a sua filha Matilde como prisioneiros que as deslocalizou para a Alemanha. A jovem condessa encontra-se envolvido numa intensa turbulência de conflitos derivado aos tempos que surgiam, o que não impediu que recebesse uma boa educação e formação. Tinha grandes conhecimentos em latim derivado ao seu hobbie de leitura, além disso era profundamente religiosa e durante a sua juventude só se interessava por assuntos eclesiásticos de grande relevância.
No ano de 1071, Matilde entrou na administração direta dos seus bens que se estendia por terrenos localizados geograficamente na parte superior de Itália. Estes domínios geoestratégicos derivou em disputas eclesiásticas e políticas naquela época, atendendo à importância das transações económicas entre Alemanha e Itália realizadas em rotas de pessoas, bens e serviços que passavam por suas terras.
A 22 de abril do ano 1071 o Papa Gregório VII deu início a uma grande batalha pela independência da Igreja em defesa à sua reforma. Neste contexto, Matilde teve a coragem de ser uma verdeira aliada do papa e dos seus sucessores. Imediatamente entronizado o Papa Gregório estabeleceu relações estreitas com Matilde comprovada pela correspondência endossada, demonstra uma alta estima e simpatia do pontífice pela princesa e sua mãe Beatrice que morreu no 1076. O papa chamou de "a irmã e filha de San Pedro" (Regest., II, ix) e expressou os seus desejos na realização de uma cruzada que iria libertar os cristãos à Terra Santa (Reg., I, xi). Nos anos 1074 e 1075 Matilde e sua mãe assistiram os sínodos de Roma, à Quaresma, em que o papa estabeleceu os decretos essenciais para a reforma eclesiástica. Tanto a mãe como a filha deram favoravelmente apoio ao papa contra o rei alemão Henrique IV. No dia 7 de dezembro do ano 1074 Gregório escreveu ao monarca agradecendo a receção amigável do legado papal com a intenção de cooperar na eliminação da simonia e do concubinato no clero.
No entanto, as disputas entre Gregório e Henrique IV surgiram, sendo comprovada numa carta escrita pelo papa a Matilde a 11 de setembro do ano 1075 que reclama a inconsistência e a volatilidade do rei que aparentemente não tem nenhuma intenção de pacificar com a Santa Sé. No ano seguinte em 1076 o primeiro marido de Matilde, Gottfried de Lorena foi assassinado em Antuérpia.
Gregório escreveu ao bispo Hermann de Metz, a 25 de agosto do ano 1076 a informar que não sabia sobre o paradeiro de Matilde no qual considerava uma serva fiel a São Pedro.
Uma das resoluções do Sínodo de Worms (1707), convocado pelo imperador do ocidente Henrique IV em janeiro do ano de 1076 na cidade de Worms situada na Alemanha. O objetivo era chegar a um acordo sobre a condenação do papa Gregório VII e o sucesso de Henrique em conseguir uma conspiração que mais tarde derivou num conflito.
Dos trinta e oito bispos alemães, vinte e quatro estiveram presentes. Os defensores de Henrique incluíam Adalbero de Würzburg, William I, bispo de Utrecht, e Henrique de Verdun. O cardeal Hugh de Remiremont, que tinham cortado relações com o papa, discursou contra Gregório no concílio no qual foi considerado como deposto, enquanto Gebhard de Salzburg foi um defensor de Gregório que não se manifestou, ameaçando excomungar Henrique IV. 
A maioria dos príncipes do império tomou partido contra o rei, Henrique tem a intenção de se reconciliar com o papa por isso viajou para a Itália no meio de um clima severo de estação de inverno antes de chegar à Alemanha.
Gregório já havia chegado à Lombardia, e aconselhado pelas informações de Matilde deslocou-se para o seu forte localizado nas montanhas de Canossa, por motivos de segurança. O rei excomungado pediu à mãe de Matilde apoio entreposto ao abade Hugh de Cluny filho de Damásio de Semur (ca. 995 — 1048), barão de Semur, senhor do Castelo de Semur-en-Brionnais na comuna francesa de Semur-en-Brionnais em Saône-et-Loire e de Aremberga da Borgonha. Ele construiu a terceira igreja da abadia em Cluny, considerada a maior estrutura da Europa por muitos anos, com recursos doados por Fernando I. Hugo foi também o impulsionador que moveu o movimento monástico Cluníaco durante o final do quarto do século XI, fundando priorados por todo o sul da França e no norte de Espanha. A relação de Hugo com Fernando I e com Afonso VI do Reino de Leão e Castela determinou a sua influência sobre o papa Urbano II, que tinha sido prior na Abadia de Cluny submisso a Hugo fez dele um dos mais importantes e poderosos homens do final do século XI. Henrique IV como padrinho teve um papel de mediador durante o conflito entre o papa Gregório VII e o imperador.
Desde do ano 1049 Hugo de Cluny foi o sexto abade de Cluny até à sua morte. Foi uma das figuras mais marcantes do seu tempo, vindo a ser canonizado mais tarde pela Igreja Católica. Aos 16 anos foi-lhe concedido um ofício de abade superior e aos 25 anos iniciou a sua governação e durante 62 anos serviu nove Papas, foi conselheiro de imperadores, reis, bispos e superiores religiosos .
No ano de 910 foi recebido na abadia por Santo Odilon na sua propriedade localizada nos arredores da pequena Cluny (Saône-et-Loire, França), na companhia de São Bernon, Guilherme o Piedoso, Duque da Aquitânia, fundava a abadia que teria um papel preponderante na reforma religiosa daquela época. Contudo a sua fundação é atribuída a Santo Odon que foi o religioso designado por São Bernon por levar a obra avante através da seleção e formação dos seus discípulos. Por mais de um século, Cluny continuaria a ser dirigida por uma linhagem de discípulos. Este começou com seu sucessor direto, Beato Aimar, substituído por São Maiolo, seguindo posteriormente por Santo Odilon, talvez tenha sido o maior de todos Santos que levou Cluny ao seu apogeu.
O Santo Odilon foi o terceiro sucessor e fundador que se considera pela expressão: “encarnação viva, no seio da Igreja, daquele espírito de reforma que o fez um dos homens mais ilustres do milênio”.
A vida de Santo Odilon foi escrita por São Pedro Damião, Cardeal e Bispo de Óstia, a pedido de Santo Hugo, sucessor de Santo Odilon no governo de Cluny. Portanto, é um Santo que escreveu a vida de outro. O monge de Cluny conviveu muito tempo com Santo Odilon, acompanhando-o em diversas e inúmeras viagens.
Cluny era descendente de uma família de duques de Borgonha e parente próximo do conde D. Henrique de Portucale que por sua vez intercedeu por ele perante o papa. A favor do papa fizeram oposição ao rei Henrique em Canossa que posteriormente enfrentou a sua culpa com penitência pública.
Após a reunião, o pontífice no sentido de precaver e manter a segurança de Matilde acompanhou-a por um agrupamento de homens armados, pois temia uma emboscada preferiu voltar para Canossa atendendo à informação de um boato de que Wibert Arcebispo de Ravenna era opositor de Gregório. Matilde doa os seus bens a Radicofani Ceperano e à Igreja de Roma.
Surge novas hostilidades entre Henrique e Gregório na qual Matilde foi constantemente apoiando com sua lealdade ao pontífice, doando dinheiro e soldados. No lugar onde se sentia segura era no mosteiro de Canossa onde geria a sua riqueza. Enviou a Gregório ouro dando uma contribuição para a guerra contra o Henrique setecentos libras em vegetais e  libras. Em 1082, Henrique retirou-se das terras de Romagna Lombardia, e tentou alcançar as terras de Matilde em Toscana. No entanto, a condessa permaneceu inabalável relativamente ao seu apoio a Gregório. Foi confirmado esta posição pelo seu confessor, Anselmo bispo de Lucca.
A Condessa apoiou os sucessores do papa em favor da liberdade da Igreja. Em 1087 após a coroação do papa Victor III, Wibert foi contra o papa em Roma no qual Matilde deslocou-se para Roma com seu exército ocupando o castelo de San Angelo e parte da cidade. No entanto, com as ameaças do imperador de Roma foi obrigada a abandonar a cidade enquanto o papa foi obrigado a fugir.
Em 1089 por vontade do Papa Urbano II Matilde casou-se com o jovem duque Welf da Baviera. Deste modo consegue obter um poderoso aliado protetor e defensor o papa . No ano 1090, Henrique IV voltou para a Itália para atacar Matilde a quem tinha sido privado das suas posses em Lorraine. Em 1091 por traição conquistou Mantua o principal território da nobre condessa além de se apoderar de vários castelos. Embora os vassalos da condessa apressaram-se em estabelecer as condições de paz com o Imperador, Matilde novamente prometeu fidelidade à causa do papa e continuou a guerra a seu favor.
O exército de Henrique foram derrotados antes de Canossa. Welf V Duque da Baviera que casara com a Condessa Matilda da Toscana, morreu sem filhos, deixando os seus domínios, incluindo sua viúva Toscana, Ferrara, Modena, Reggio, o que teria um papel importante nos conflitos. Desde que Welves aliou-se ao Papa tornou-se um dos seus defensores tornando-se conhecido na Itália como "guelfos”.
Entre os anos 1120 e 1126 o Duque da Baviera e o seu filho Henrique o orgulhoso e também da Saxónia Conrad III do Hohenstaufen eram candidatos ao trono pertencente ao Sacro Império Romano. Ele não conseguiu ser eleito, no entanto temia-se pelo resto dos príncipes em que Conrad III foram despossuídos dos seus ducados.
No ano 1142 Henrique o Leão recuperou os dois ducados de seu pai na Saxônia e na Baviera no ano 1156. No ano 1158 ele casou com Matilde (1156 - 1189), filha de Henrique II da Inglaterra e Eleanor de Aquitânia, e irmã de Ricardo Coração de Leão. No ano 1176 foram despojados dos seus ducados após a Batalha de Legnano pelo imperador Frederico Barbarossa, não são conhecidos a certeza do local e da data de nascimento. É certo que ele nasceu no castelo de Waiblingen, na primeira metade dos anos vinte do século XII, no qual os seus pressupostos variam entre os anos 1118 e 1125. Seu pai, que tinha o mesmo nome, foi duque Frederico II da Suábia. A mãe de Frederick era Judith de Baviera, irmã do duque da Baviera e da saxónia e do Marquês de Toscana, Henry o orgulhoso e Príncipe de Guelph, pertencente à dinastia rival de Guelph, cujo nome deriva da festa dos guelfos em Itália. Federico representa um dos principais constituintes do Império através de uma candidatura aceitável à coroa, por possuir descendência pela linha materna e também possuir ligações com a Casa de Guelph.
Em 1147 Frederico sucedeu a seu pai como Frederico III do título de Duque de Suábia, e no mesmo ano ele se juntou a seu tio Conrad III Imperador do Sacro Império Romano, que liderou a segunda Cruzada em conjunto com o rei da França, Luís VII. A cruzada terminou com o abandono ao cerco de Damasco no dia 28 de julho do ano 1148.
A crise que se seguiu à morte de Henrique V foi incapaz de garantir a permanente sucessão da dinastia ao trono da Alemanha que por sua vez passou por uma uma eleição geral derivada da morte de Conrad III. Não houve disputa, como das outras vezes para a eleição do rei da Alemanha entre os dois principais clãs do reino que por sua vez foi resolvido a 4 de março do ano 1152 em Frankfurt graças a um compromisso com o primo de Frederico, duque de Saxónia Henrique Leão, de Guelph, um dos principais pretendentes ao trono, deu em promessa a soberania sobre Bavaria . O rei da Alemanha foi eleito Frederico III da Suábia que tomou o nome do rei Frederico I foi coroado em Aachen a 9 de Março do ano 1152 com a idade de trinta anos.
Frederico imediatamente mostrou-se em querer fortalecer a autoridade imperial, e em março de 1153 apelou a uma dieta em Constance em que também participaram os embaixadores Papa Eugênio III (1145 - 53). Federico manifestou a convicção de que o poder político e espiritual poderiam trabalhar em conjunto e em pé de igualdade, no qual reafirmou os seus direitos sobre a nomeação dos bispos alemães, mas ao mesmo tempo garantiu que respeitaria o prestígio e o poder da igreja em troca de uma promessa de ser coroado imperador. Além disso foi decidido que nenhum território da península italiana era para ser vendido para Manuel I Comnenus , o Imperador reivindicou os seus territórios através de outros príncipes do Império, e em 1180 foi exiliado na corte de seu pai Henrique II na Normandia. Três anos mais tarde, ele regressou à Alemanha como duque da Saxônia numa parte do território. Morreu no ano 1195 no Ducado de Brunswick-Luneburg . Matilde prestou homenagem ao rei alemão Henrique V, quando ele entrou na Itália por volta da estação do Outono do ano 1110.
No seu regresso ele parou por três dias para ver Matilde Toscana no qual demostrou um grande respeito dando um cargo imperial de vice-regente em Ligúria. No ano 1112, ela voltou  a doar bens à igreja romana realizada no ano 1077. Após a sua morte no ano 1115 foi enterrada na abadia de São Bento Polirone em San Benedetto Po, mas no ano de 1633, de acordo com o Papa Urbano VIII, os seus restos mortais foram transferidos para Castel Sant'Angelo, em Roma. Finalmente no ano de 1645 surge um novo movimento que transfere os seus restos mortais foram para Basílica de São Pedro localizada no Vaticano por um túmulo esculpido por Bernini. Apenas se encontram sepultados na Basílica duas pessoas do sexo feminino que são a condessa Matilde e a rainha Cristina da Suécia.
No ano 1116 Henrique foi para a Itália e tomou as suas terras não só para dar o que tinha sido imperial, mas também as suas áreas circundantes.
A Igreja Romana estabeleceu o seu direito legítimo à terra em herança. Uma longa disputa sobre os domínios de Matilde surgiu. No ano 1133 resultou num compromisso entre Inocêncio II e III Lotário. O imperador e Duque Henrique da Saxónia tomou as terras de Matilde pagando uma renda anual de 100 libras de prata. O duque fez o juramento ao papa que após a sua morte os bens de Matilde fossem novamente retomados pela Igreja Romana.
Passado algum tempo continuaram as disputas pelas terras que são mencionadas nos acordos entre os diferentes papas e imperadores do século XII. 
No ano 1213 o imperador Frederico II reconheceu o direito da Igreja romana sobre os bens de Matilde. Também houve outras tentativas de lhe tomarem parte das suas terras por conflitos auxiliado pelos seus dois irmãos. Em 1087 após um longo período de lutas, e depois de provar quem era o verdadeiro súbdito leal a Henrique IV, este finalmente atribuiu-lhe o Ducado pertencente à Baixa Lorena, mas manteve-se como um nobre sem menor influência. Deixaria a Europa para posteriormente ser criada as cruzadas, as doações asseguraram-lhe a sua própria existência, desligando-se da igreja de Santa Maria e passou a formar a congregação especial sob a designação de São João Baptista.
No ano 1113, o Papa nomeou-o na congregação sob o título de São João, e deu-lhe liberdade própria ao nível da sua gestão. Em 1120, o francês Raymond du Puy (c. 1080 - 1160 ) foi o segundo Grão-Mestre de Jerusalém também conhecida por Ordem do Hospitalar ou Ordem de S. João de Rodes . Foi o primeiro a receber este título sob o seu governo foram publicados os primeiros estatutos da Ordem no qual os seus membros foram divididos de acordo com suas funções, com base nas três classes que permaneciam na Idade Média:
- Combatentes.
- Capelães.
- Trabalhadores.
Também durante a sua administração adotou a cruz de duas pontas considerado um símbolo da Ordem de Malta. No ano 1153 esteve presente no cerco de Ascalão no Egito e durante 40 anos dirigiu a ordem que fora nomeado por grão- mestre. Associou ao tratamento dos doentes o serviço militar. Após a sua morte, foi sucedido por Auger de Balben (1160-1163) que contribuiu com êxito para a paz entre Igreja da Palestina com o Estado através de um acordo estabelecido pelo Papa Alexandre III. Contra o papa Victor IV (Octavian) suportado depois pelo rei Balduíno III com a sua morte em 1162, ele impediu a sua intervenção diplomática numa guerra civil com seu irmão Amalric I. Ascendeu ao trono e no seu reinado dois sucessores tiveram lugar a criação da Ordem em Espanha. Ele morreu no ano 1162 em Jerusalém e foi enterrado sendo o seu sucessor Arnaud de Comps.
A origem da Ordem dos Hospitalários ou de São João de Jerusalém surge a partir do ano 1530, designada por Ordem de Malta que se estabeleceu na ilha do mesmo nome doada por Carlos V que governava o Sacro Império Romano-Germânico.
Era considerada uma Ordem de aristocratas que nunca teve entre os seus cavaleiros pessoas que não pertencessem à fidalguia. Atualmente, aceita também todos aqueles que tenham nobreza meramente civil. O hábito regular consistia numa túnica e num grande manto negro, no qual traziam pregadas no lado esquerdo uma cruz de ouro possuidor de um esmalte branco.
Os hospitalários tomaram parte nas Cruzadas e tinham o seu próprio hospital em Jerusalém. Mesmo depois do fim das Cruzadas a ordem continuou a desenvolver as suas ações enfrentando o Império Otomano em diversas batalhas, como exemplo a Batalha de Lepanto e o Cerco de Rodes.

Christopher Brandão 2015

terça-feira, 18 de agosto de 2015

cineantropologia: O Domínio e o Controlo da Comunicação Gestual

cineantropologia: O Domínio e o Controlo da Comunicação Gestual: Uma experiência realizada com 8 oradores no qual pediu-se que utilizassem uma trilogia de gestos realizados com as mãos durante 10 minutos ...

O Domínio e o Controlo da Comunicação Gestual

Uma experiência realizada com 8 oradores no qual pediu-se que utilizassem uma trilogia de gestos realizados com as mãos durante 10 minutos ao longo de uma série de debates a diversos públicos-alvo. Mais tarde registou-se as atitudes e os comportamentos de cada participante perante o orador. Ao analisamos e observamos essencialmente a posição da palma da mão orientada para cima, o orador recebia uma avaliação bastante positiva do público perante a realização do seu discurso. Na realização do mesmo discurso com a palma da mão para baixo com o mesmo público surgia uma descida na nota da avaliação enquanto com a posição do dedo apontado registou-se que a grande maioria do público abandonava a sala a meio do discurso com comentários bastante depreciativos numa forma bastante negativista sobre o perfil do orador.
Em situações de se contrair os dedos contra o polegar para a realização de um gesto do tipo ok define um padrão de autoridade comunicativa sem agressividade. É um gesto utilizado por muitos líderes políticos ou empresários de sucesso que se encontram dependentes das reações do público.
A observação de oradores que simplesmente utilizam gestos com as pontas dos dedos a tocar define um perfil atencioso de um individuo orientado para objetivos bastante específicos.
Os oradores que utilizam a posição dedos apontados para assistência apresentam um perfil agressivo, violento e rude no qual têem uma tendência de criar expetativas mais negativas sobre o público. O apontar o dedo para o público provoca um mal-estar criando desinteresse pela mensagem.
A fase do cumprimento apertar a mão poderá ser explicado como uma reminiscência primitiva dos nossos antepassados. As tribos quando se encontravam em condições de amizade esticavam os membros superiores com as palmas das mãos expostas de forma a demonstrar que se encontravam desarmados. Na época romana havia um potencial risco de transportar um punhal escondido num truque de manga e por uma questão de proteção e segurança os romanos criaram um gesto de cumprimento no agarrar firme pelos punhos.
O cumprimento por aperto de mão aculturou-se onde a vénia prevalecia na sua a forma mais tradicional no Japão enquanto na Tailândia a sua população cumprimenta utilizando o wai um gesto semelhante a um gesto de oração. Na maioria dos locais geográficos do planeta Terra a motricidade das mãos são movimentadas por diversas vezes, mas em determinados países como exemplo na Alemanha ocorrem dois ou três movimentos com um tempo adicional de mãos imóveis encaixadas numa performance idêntica a dois movimentos complementares. Os franceses são apaixonados pelo aperto de mão praticando-o em diversas situações e várias vezes ao dia.
Atualmente a forma de cumprimento consiste num gesto de encaixar as mãos uma na outra para de seguida as movimentar sincronizadamente numa determinada posição que era utilizada no séc. XIX para fechar negócios comerciais em indivíduos com o mesmo estatuto social. Este formato de cumprimento globalizou-se e permaneceu sempre no sexo masculino até aos dias de hoje em diversos contextos desde o profissional até ao mais informalizado e atualmente poderá ser realizado por ambos os sexos.


Christopher Brandão 2015

segunda-feira, 17 de agosto de 2015

cineantropologia: A Interpretação Conjunta dos Sentimentos com os Ge...

cineantropologia: A Interpretação Conjunta dos Sentimentos com os Ge...: Ao explicar as razões sentimentais de honestidade em seres humanos que exibem as palmas das suas mãos, com a intenção de confirmar o seu ve...

A Interpretação Conjunta dos Sentimentos com os Gestos

Ao explicar as razões sentimentais de honestidade em seres humanos que exibem as palmas das suas mãos, com a intenção de confirmar o seu verdadeiro padrão de linguagem verbal perante outros seres que não estejam a dizer a verdade, provavelmente darão as mesmas respostas verbais, utilizando uma linguagem não-verbal a partir de um gesto de esconder as mãos.
O padrão de linguagem não-verbal através de uma análise gestual de uma situação típica de esconder as mãos ou manter as mãos nos bolsos poderá ser uma estratégia adotada pelo sexo masculino com intencionalidade operante de não participar num diálogo ou numa conversação.
Existe uma dualidade entre a interpretação do gesto das palmas das mãos com as cordas vocais manifestadas por uma linguagem corporal através de uma comunicação não-verbal.
Se um ser humano contar uma perfeita mentira com as palmas das mãos expostas poderá ainda parecer pouco sincero relativamente aos outros, pois eventualmente estarão ausentes diversos gestos que deveriam igualmente ser visíveis quando se exibe um sentimento de honestidade em relação aos gestos técnicos negativos utilizados no processo da mentira. De futuro surgirão incongruências com as palmas das mãos expostas num determinado tempo. Os impostores e os mentirosos profissionais são indivíduos que desenvolvem uma linguagem específica de gestos complementares às suas mentiras expressas numa linguagem verbal. Um ser humano consegue camuflar as suas mentiras através de uma linguagem corporal criando assim uma informação de causa para um efeito.
A probabilidade de um ser humano mentir com as palmas das mãos expostas provavelmente terá um maior índice de confiança por parte dos outros em acreditar na sua própria mentira.
A abertura credível dos seus gestos em que se apresentam as palmas das mãos expostas torna-se assim um hábito com uma maior tendência para a diminuição da mentira. A maior parte dos seres humanos tem maior dificuldade em mentir com as palmas das mãos expostas atendendo à lei da causa e efeito.  
Um indivíduo que se apresente por uma linguagem corporal mais aberta terá uma maior probabilidade de se expor com as palmas das mãos, o que dificulta na produção de uma mentira mais convincente.
Existe uma correlação direta entre gestos e emoções que se encontram interligados por processos de linguagem corporal.
Um indivíduo que se encontra numa posição mais defensiva terá uma maior tendência em cruzar os braços sobre o tronco. Relativamente à exposição das palmas das mãos provavelmente irá exercer uma maior pressão no individuo que mente no sentido de se apurar uma verdadeira informação sobre a outra pessoa. Por outras palavras podemos concluir que as palmas das mãos expostas influenciam os sujeitos a serem mais abertos o que ajuda a suprimir uma determinada informação falsa.
Um dos sinais corporais mais poderosos que os seres humanos reparam é transmitido pela expressão gestual relacionada mais especificamente pela palma da mão do ser humano quando este se encontra a dar ordens, fornece informações essenciais sobre o perfil de um indivíduo durante um cumprimento por um gesto de aperto de mão. O poder das palmas das mãos determinam uma certa autoridade silenciosa.
Existem 3 gestos fundamentais realizados com a palma da mão orientados da seguinte forma:
- Palma da mão para cima
- Palma da mão para baixo
- Palma da mão fechada com dedo apontado
As diferenças entre estas 3 posições são exemplificadas da seguinte forma:
Imaginemos que um indivíduo que pegue em alguma coisa e leve para outro local, vamos assumir que aplicação do tom de voz é o mesmo com as mesmas palavras e expressões faciais em cada exemplo alterando especificamente a posição da palma da mão.
A palma da mão voltada para cima é utilizada como um gesto submisso, não ameaçador, reminiscente do gesto de súplica de um pedinte e de um ponto de vista evolutivo demonstra que a pessoa se encontra desarmada. O sujeito a quem se pede para deslocar o objeto não se sentirá pressionado a fazê-lo o que é pouco provável que se sinta ameaçado pelo pedido da pessoa.
Se quisermos que alguém fale, podemos usar a palma da mão para cima como gesto de entrega de forma a convencer o outro a falar enquanto estamos preparados para ouvi-lo.
Ao longo do milénio o gesto da palma da mão para cima foi sendo transformado em outros gestos diferenciados apresentando a palma da mão levantada para o ar, palma da mão sobre o coração nas suas diversas variantes. Por outro lado o gesto da palma da mão para cima indica que o indivíduo não representa nenhuma ameaça, enquanto o gesto da palma da mão para baixo indica o poder da autoridade. O sujeito que observa o gesto compreenderá a existência de uma ordem em deslocar o objeto o que poderá criar um certo antagonismo em relação a quem manda, dependendo qual seja o relacionamento ou a posição hierárquica que tenha em relação a um determinado contexto profissional.
Na eventualidade da outra pessoa possuir estatuto idêntico poderá resistir a um pedido com a orientação da palma da mão para baixo, na eventualidade do uso da posição da palma para cima existe uma  maior probabilidade de colaboração. Se o indivíduo for subordinado a apresentação do gesto da palma da mão para baixo poderá indicar uma ação comportamental aceitável perante a pessoa que detém a autoridade necessária para o utilizar.
Na saudação nazi, a mão que se encontra diretamente para baixo simboliza o poder totalitário de tirania de um regime hitleriano. Se o ditador Adolf Hitler tivesse usado uma saudação com a posição da palma da mão para cima provavelmente ninguém o teria levado a sério como líder, talvez o povo alemão rir-se-iam dele.
Se notarmos um casal de namorados a caminhar de mão dada, o parceiro dominante geralmente é do sexo masculino em que se encontra ligeiramente mais à frente com a mão posicionada acima da outra do seu companheiro em que a palma da mão se encontra voltada para trás, enquanto o sexo feminino tem a palma da mão virada ao contrário para frente. Esta simples posição revela imediatamente uma boa pista ao observador para saber qual dos sexos é dominante na relação do casal.
A posição da palma da mão fechada com o dedo apontado representa simbolicamente em sentido figurado o poder totalitário da pessoa perante os seus ouvintes induzindo-os à sua própria submissão. A um nível subconsciente evoca sentimentos negativos perante os outros, pois precede de um golpe baixo manifestado por um movimento primitivo utilizado numa situação de ataque físico.
O gesto palma da mão fechada com dedo apontado é um dos sinais mais incomodativos que alguém pode utilizar na comunicação especialmente se intensificar o ritmo do tom de voz das palavras que as utiliza.
Em algumas culturas de alguns países tais como na Malásia e nas Filipinas apontar o dedo a uma pessoa constitui um profundo insulto, pois este gesto é utilizado exclusivamente para apontar animais, enquanto a população Malaia utiliza o polegar para apontar pessoas ou para dar indicações sobre o caminho a prosseguir.

Christopher Brandão 2015